PUC-SP e Arquidiocese promovem evento sobre a superação da violência

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23 de fevereiro de 2018

Para refletir e aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)  e a Arquidiocese de São Paulo, em parceria com a Coordenação para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, promoveram um dia de atividades sobre a “Fraternidade e Superação da Violência”, na terça-feira, 20.

“Pela superação da violência institucional: diminuição da população prisional, fim da política prisional, desmilitarização e não criminalização das pessoas pobres e das lutas populares” foram as linhas centrais abordadas nas palestras que aconteceram das 9h às 12h e das 19h às 22h. No período da tarde, a programação contou com atividades culturais como filmes, documentários e debates.

Os estudantes, principalmente os recém-chegados à Universidade, participaram em grande número, bem como os demais estudantes de diferentes cursos, professores e membros de pastorais, organizações e movimentos sociais. Pela manhã, após a saudação da Professora Alexandra Geraldini, Assistente Doutora que representou a Professora Maria Amália Abib, Reitora; de Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Episcopal Belém; e do Professor Luiz Antônio Amaral, Assessor da Pastoral da Educação no Regional Sul 1 da CNBB, os convidados para a mesa puderam expor o tema conforme a programação.

Dom Luiz Carlos recordou a história da Campanha da Fraternidade, iniciada em uma pequena comunidade do Rio Grande do Norte, na década de 1960. “A Campanha da Fraternidade difunde a cultura da fraternidade e deseja instalar uma base para superar os males que nos atingem”, disse. Ele salientou também o fato de a Igreja estar atenta às realidades sociais contemporâneas e propor caminhos de superação para problemas como a violência, por exemplo.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação, explicou os objetivos principais da Campanha da Fraternidade e que o tema deste ano foi escolhido porque a Igreja tem a consciência de que a violência nunca é uma resposta justa. “Toda violência ultrapassa os limites – fere a dignidade das pessoas e, por isso, não pode ser um recurso nem uma opção válida e digna diante de qualquer situação, qualquer que seja a situação”, disse o Bispo que também foi um dos debatedores do evento.

Ele chamou atenção para a cultura da violência que parece estar enraizada, muitas vezes, na prática das pessoas e recordou os referenciais contidos na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja: “A Igreja é defensora dos marginalizados, dos mais fracos, e isso tudo constitui um patrimônio que não é apenas dela. É bom ressaltar que a violência não é um acontecimento exclusivo dos nossos tempos. A Igreja, ao longo da sua história, já vivenciou e enfrentou muitas formas de violência contra as pessoas.”

“Essa instituição [PUC-SP] tem por tradição a questão dos direitos humanos. O evento de hoje é bastante inspirador, pois teremos muitas perspectivas: a religiosa, a social e a jurídica.  Preparamos uma programação diversificada com momentos de descontração, culturais, palestras e a constante discussão de temas relevantes para todos nós”, afirmou a Professora Alexandra Geraldini.

Dados
“As múltiplas formas de violência no Brasil contemporâneo” foram comentadas pelo Professor Pedro Estevam Serrano, Docente da Faculdade de Direito da PUC-SP, que apresentou, como ele mesmo disse, “apenas uma pequena parte” de uma pesquisa mais ampla que desenvolve acerca do tema.
Sobre a questão das prisões, o Professor Serrano recordou que o Brasil é o terceiro País que mais aprisiona no mundo. “Da década de 1990 até hoje, nós mais que quadruplicamos o número de presos e chegamos a 750 mil. Crescemos 7% ao ano.”

Para ele, a sociedade está regredindo quando precisa defender princípios básicos de civilização. “O fato de não reconhecermos os 60 mil mortos por ano no Brasil como uma forma de genocídio faz com que esses mortos percam a dignidade. Eles não têm memória nem nome. O nosso papel, na universidade, é dar nome a esse tipo de fenômeno, é mostrá-lo”, continou.

Fábio Pereira, estudante de Ciências Sociais e membro da Associação de Amigos e Familiares de Presos (Amparar), apresentou casos de violência dentro das prisões. Ele disse ser importante refletir antes de repetir chavões acerca do sistema prisional brasileiro, e comentou o fato de as pessoas serem mantidas em situação de cárcere antes de serem julgadas e a necessidade de apoio às famílias, algo que, poucas vezes, é dado pelo Estado.

Gustavo Diniz Junqueira, Defensor Público e Docente da Faculdade de Direito da PUC-SP, que falou sobre a não criminalização das pessoas pobres e das lutas sociais, recordou dados como o de a pena para o furto de um veículo automotor ser, por exemplo, maior do que a praticada por crimes de tortura ou a de manutenção de pessoas em situação análoga à escravidão.

“Esses desequilíbrios da legislação mostram que ela tende a servir mais a uma tutela patrimonial do que à tutela da dignidade, da integridade, da vida, da honra, da liberdade, da autonomia etc. E partindo daí, se o direito penal tem essa inclinação, é uma consequência quase inevitável a criminalização da pobreza”, afirmou Junqueira.

Outro exemplo trazido pelo Defensor foi o fato de ser comum que o suspeito fique preso por não conseguir provar residência fixa nem emprego formal. “Mas é claro que não, em um País de tantas e tantos milhares de sem--teto, quando o sujeito vai provar residência fixa? Ele não a tem, por isso vai ficar preso; e a não prova do trabalho formal, igualmente, é motivo reiterado nos Tribunais para se manter alguém preso”, explicou.

Alternativas
Já o tema da desmilitarização foi apresentado pelo Tenente Coronel Adilson Paes de Souza. Membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e Mestre em Direitos Humanos pela USP, ele comentou sobre a necessidade de se repensar a segurança pública no Brasil. Alguns caminhos foram apontados para que isso aconteça, como a aplicação do Programa Estadual de Direitos Humanos, proposta de ação do Governo do Estado de São Paulo aprovada em 1997, mas, mesmo depois de 20 anos, ainda não aplicada.

“Também é importante que o Ministério Público exerça o controle da atividade policial, e precisamos começar a pautar a discussão sobre a unificação das polícias”, afirmou o Coronel, autor do livro “Guardião da Cidade - Reflexões Sobre Casos de Violência Praticados por Policiais Militares”.

Sobre as alternativas que contribuam para mudar uma cultura de criminalização da pobreza, Junqueira disse que não vê um mecanismo que consiga isso a curto prazo. “Parece-me que, a médio e longo prazo, uma série de medidas podem ser tomadas em tantos campos de atuação e dentro da Universidade, como por exemplo, um ensino mais crítico sobre o papel do jurista e do operador do Direito. Até que ponto o Direito deve ser apenas um instrumento de manutenção como sempre
foi? Ou pode ter um papel transformador?”, questionou.

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Aos 67 anos, morre o Padre João Bosco dos Santos

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24 de dezembro de 2017

A Arquidiocese de São Paulo comunica o falecimento no sábado, 23 de dezembro, do Padre João Bosco dos Santos, aos 67 anos, no Hospital Santa Catarina, em decorrência de um câncer de próstata.

Nascido em Cachoeira Paulista (SP), em 5 de abril de 1950, Padre João Bosco foi ordenado sacerdote em 1982, aos 32 anos de idade.

Na Arquidiocese de São Paulo, atuou especialmente na Região Episcopal Belém. Foi pároco nas paróquias Santa Madalena, Natividade do Senhor, São José do Maranhão e São Benedito. Também colaborou na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

O sepultamento do sacerdote foi em Cachoeira Paulista. Pelas redes sociais, amigos de sacerdócio e leigos que atuaram com o Padre João Bosco dos Santos recordaram da disponibilidade do presbítero em servir à Igreja e também de suas homilias, que faziam todos a aprofundar cada vez mais os valores da fé católica.

(Com informações do Padre Fausto Marinho)

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Ordenação Sacerdotal na Arquidiocese de São Paulo

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27 de novembro de 2017

Eram 11 os diáconos que foram ordenados sacerdotes na Arquidiocese de São Paulo, no sábado, 25, às 15h. Presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, a missa teve um rito próprio e foi concelebrada pelos bispos auxiliares e muitos outros sacerdotes que puderam renovar suas promessas sacerdotais e acolher os novos irmãos no ministério.

Conheça os Neossacerdotes 

Num dos momentos fortes da celebração, Dom Odilo, seguido de todos os demais concelebrantes impõe as mãos sobre os que foram ordenados e por eles rezam, silenciosamente. “Este é também um momento de acolhida fraterna. Os sacerdotes são irmãos e o que os une é o laço espiritual”, afirmou o Cardeal.

Enviados para as seis regiões episcopais da Arquidiocese, os neossacerdotes foram acolhidos com muita alegria por toda a comunidade de fiéis que participou da celebração.

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Curso de teologia para agentes de pastoral tem início em 7 de agosto

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04 de agosto de 2017

Na segunda-feira, 7, começará o Curso de Doutrina Social da Igreja (DSI), na Paróquia Nossa Senhora da Lapa. O curso terá duração de quatro meses, com orientação do Professor Carlos Camargo.

Carlos Camargo é Engenheiro Químico formado pela Escola Politécnica da UPS, com Mestrado em Teologia pela PUC-SP foi também membro do Pontifício Concelho Cor Unum de 2008 a 2016 e da Diretoria da Caritas Arquidiocesana de São Paulo em 2011.

Desde de 1995, o projeto tem o objetivo de aproximar os participantes da Palavra de Deus, aprofundando o conhecimento da Doutrina Social da Igreja (DSI) pelo estudo dos documentos do Magistério e promovendo a reflexão sobre os aspectos estruturais da sociedade contemporânea, as estruturas do pecado e as respostas da Igreja.

O programa é apoiado pela Arquidiocese de São Paulo e pela Pastoral Fé e Política da Região Episcopal Lapa.

Programação

Durante os quatro meses de formação, as abordagens serão divididas pela proximidade dos assuntos. Logo no início, as relações sociais e religiosas – estudo sobre o pensamento de Gregório XVI, Pio XI e Leão XIII.

Posteriormente, a relação Concílio Vaticano II – João XXIII, João Paulo II e Bento XVI. Além dos conceitos do Papa Francisco e de Globalização.

Os perigos das redes sociais e dimensão de pecado, partilha e avaliação serão os temas finais abordados no curso.

LEIA A ÍNTEGRA DA PROGRAMAÇÃO

Inscrições

Os interessados em participar do curso devem fazer reserva de vagas previamente pelos seguintes contatos:

(11) 3865- 1542, com Rosinha

(11) 3022-6821/ (11) 3554-8269, com Caci – caciamaral@uol.com.br

m.angela.palma@gmail.com – com Maria Ângela

O curso será na Paróquia Nossa Senhora da Lapa (rua Afonso Sardinha, 62, Lapa), às segundas-feiras, das 20h às 22h. Outras turmas, em outros locais, serão organizadas se houver número suficiente de alunos.

(Com informações da Pastoral Fé e Política)

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9 de junho: Dia de São José de Anchieta

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09 de junho de 2017

Os sinos da Catedral da Sé tocaram ao meio dia, como todos os dias. Porém, a missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, além da liturgia diária, foi celebrada na memória litúrgica de São José de Anchieta, padre jesuíta que faz parte da história da fundação de São Paulo.

CONHEÇA A VIDA E OS FEITOS DE SÃO JOSÉ DE ANCHIETA

A missa foi concelebrada pelo Padre Luiz Eduardo Baronto, cura da Catedral e pelo Padre Pedro Augusto de Almeida, secretario do Arcebispo e ao lado do altar, a imagem de São José de Anchieta inspirava fé e espírito missionário, características de Anchieta que foram especialmente ressaltadas por Dom Odilo durante a homilia.

“Que a exemplo de Anchieta sejamos tudo para todos e saibamos anunciar o Evangelho nesta grande metrópole”, afirmou Dom Odilo. O Cardeal disse também que, com certeza, não foi fácil para o Santo que aprendeu, inclusive, o idioma falado pelos indígenas para melhor se comunicar com eles.

“Ele soube inculturar o Evangelho e escreveu a Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem jesuíta, sobre “a alegria de ver que os povos do Brasil acolhiam o Evangelho”, continuou o Cardeal.

Leia mais na edição impressa do jornal O SÃO PAULO a partir de quarta-feira, dia 14

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