Santa Sé revisa constituição sobre educação católica
No Vaticano, Congregação para a Educação Católica trabalha na atualização da Constituição Apostólica Sapientia Christiana
Universidade Gregoriana de Roma |
O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, participou entre os dias 7 e 9, em Roma, da assembleia da Congregação para a Educação Católica, da qual é membro desde 2013.
O assunto principal desta assembleia é a revisão e atualização da Constituição Apostólica Sapientia Christiana, que apresenta as Diretrizes da Igreja Católica para as universidades e instituições eclesiásticas de ensino de nível superior. “Por outro lado, estará em discussão e elaboração também um Diretório para a Educação Católica”, informou o Cardeal Scherer ao O SÃO PAULO.
Este organismo da Cúria Romana tem a missão de acompanhar e aprovar todas as instituições de ensino católicas do mundo, sejam elas escolas, colégios, universidades, faculdades ou instituição de ensino superior que ofereçam não somente estudos eclesiásticos, mas também civis. É também de responsabilidade desta Congregação a supervisão dos cursos de Teologia e Filosofia voltados especialmente para a formação de sacerdotes.
A assembleia acontece a cada dois anos em média, e será a primeira sob o comando do novo prefeito, Cardeal Giuseppe Versaldi, no cargo desde março de 2015. A Congregação para a Educação Católica é constituída de 34 membros, dos quais 30 cardeais e quatro arcebispos, além de 27 consultores.
Constituição apostólica
A Sapientia Christiana determina que as finalidades das faculdades eclesiásticas são: “Cultivar e promover, mediante a investigação científica, as próprias disciplinas, e em primeiro lugar aprofundar o conhecimento da revelação cristã e das matérias que com esta têm conexão, explanar sistematicamente as verdades que nela se contêm, considerar os novos problemas do nosso tempo à luz da mesma, e apresentá-la ao homem contemporâneo de forma adequada às diversas culturas”;
“Formar os alunos, a nível superior de alta qualificação, nas próprias disciplinas segundo a doutrina católica, e prepará-los convenientemente para afrontarem os seus encargos; e ainda, promover a formação continuada, ou permanente, dos ministros da Igreja”;
E, por fim, “colaborar dedicadamente com a Igreja, quer a nível das Igrejas particulares, quer a nível da Igreja universal, em toda a obra da evangelização, segundo a própria natureza e em estreita comunhão com a hierarquia”.
Ensino superior
Além dessas instituições, há seminários e centros de estudo agregados a pontifícias universidades. Só nos últimos três anos, foram instituídas 13 faculdades e institutos eclesiásticos, entre os quais, a Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, da Arquidiocese, fundada em 2014.
Escolas católicas
O Anuário Estatístico da Igreja contabilizava 209.670 escolas católicas no mundo em 2011, enquanto em 2014 já eram 216.670, o que significa um crescimento de mais de 6 mil instituições.
Quando os números são vistos por continentes, percebe-se que na África houve o maior crescimento, de 62.082 para 69.926, seguida da Ásia, de 39.896 para 40.764, e Oceania, de 5.430 para 5.911. Já a América e Europa tiveram um decréscimo. O continente americano perdeu 2.547 escolas católicas, tendo agora 49.839 instituições, enquanto a Europa perdeu 114 instituições, ficando com 49.762.
Em relação ao número de estudantes, houve um crescimento de mais de 2,7 milhões de alunos em todo o mundo, o que significa um total de 60,3 milhões. O maior crescimento também foi na África, de 22 milhões para 24 milhões de estudantes. Já a Europa foi o único continente que teve uma diminuição de alunos em escolas católicas, 113.106 a menos.