Presidente Jovenel Moïse sob pressão
o setor médico participou dos protestos contra o governo nas ruas de Porto Príncipe
No Haiti, a posição do presidente Jovenel Moïse está cada vez mais frágil. Depois dos universitários, dos trabalhadores têxtis e dos artistas, o setor médico participou dos protestos contra o governo nas ruas de Porto Príncipe , capital do país, no dia 30 de outubro.
Centenas de profissionais da área de saúde se manifestaram, exigindo melhores condições de trabalho e um aumento de salários. A saúde no país enfrenta uma de suas piores crises: falta de material, ruína de infraestruturas e escassez de medicamentos. “Atravessamos uma situação que supera mesmo a medicina da guerra”, manifestou-se um médico durante o protesto.
O Haiti, depois de dois meses de manifestações, está completamente paralisado. Diversas escolas estão fechadas devido à violência de algumas manifestações contra o governo. Diante da degradação de condições de vida e da péssima qualidade dos serviços públicos, a crise política e institucional se espalha sobre a ilha. A oposição exige a renúncia imediata do presidente Moïse. A grande corrupção no país, atinge tanto as elites políticas quanto as econômicas, isso é uma das maiores causas dos protestos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que ao menos 42 pessoas morreram depois de dois meses de manifestações. Desse total, 19 foram mortas pela Polícia, e as outras mortes ocorreram por indivíduos armados ou em consequência de outros ataques ainda desconhecidos.
“As forças de segurança sob o comando do presidente Jovenel Moïse recorreram a uma força excessiva. Esses fatos devem, sem demora, ser objeto de uma investigação aprofundada e eficaz”, declarou Erika Guevara-Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas.
A Anistia Internacional afirmou que “os policiais, armados de armas semiautomáticas, atiraram com balas reais na direção dos manifestantes, descumprindo, assim, o direito internacional referente aos direitos humanos e às normas relativas ao recurso à força”.
Fontes: Vatican News/ Le Monde.fr