INTERNACIONAL

Papa Francisco

Papa Francisco semeia paz e esperança na África

Por Fernando Geronazzo
16 de outubro de 2019

Papa visita Cidade da Amizade, conhecida como Akamasoa, em Madagascar, onde são atendidas cerca de 30 mil pessoas em sitação de pobreza

A 31ª Viagem Apostólica do Papa Francisco, sua quarta com destino à África, foi intensa, com visitas às cidades de Maputo, em Moçambique, Antananarivo, em Madagascar, e Port Louis, na República de Maurício, entre os dias 6 e 10. 

MOÇAMBIQUE
Francisco desembarcou em Maputo, Moçambique, no dia 5, mas sua primeira atividade oficial foi no dia seguinte, quando se encontrou com as autoridades, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático. 


O Pontífice dedicou boa parte de seu primeiro discurso ao tema da paz. Ele mencionou o acordo assinado na Serra da Gonrongosa, em agosto, para a cessação definitiva das hostilidades militares e o Acordo Geral de 1992 em Roma.


O Pontífice reiterou que é preciso ter “a coragem da paz, não a da força bruta e da violência, mas aquela que se concretiza na busca incansável do bem comum”.

JUVENTUDE
Durante o encontro inter-religioso com os jovens, o Santo Padre os incentivou a não se resignar diante das provações e ter cautela com a ansiedade que pode criar barreiras para realizar os sonhos. 


“O que há de mais importante para um pastor do que encontrar-se com os seus jovens? Vocês são importantes! Precisam saber disso, precisam acreditar nisso: vocês são importantes! Mas com humildade, porque não são apenas o futuro de Moçambique ou da Igreja e da humanidade; vocês são o presente de Moçambique! Com tudo o que são e fazem, já estão contribuindo para ele com o melhor que hoje podem dar”, disse.

CONSAGRADOS 
Ao se encontrar com bispos, sacerdotes, religiosos, consagrados, seminaristas, catequistas e animadores pastorais, na Catedral da Imaculada Conceição, o Pontífice os convidou a reavivar o chamado vocacional por meio de um “sim” comprometido, que proclame as grandezas do Senhor e alegre o espírito do povo de Deus, enchendo o país de paz e reconciliação. 


Dirigindo-se aos padres, Francisco enfatizou que o sacerdote é o mais pobre dos homens se Jesus não o enriquece com a sua pobreza. “É o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças”, acrescentou. 

HOSPITAL 
Francisco também visitou o Hospital Zimpeto, inaugurado há pouco mais de um ano e que atende cerca de 2 mil pacientes. Dentro da instituição funciona um centro, chamado Dream (sonho em inglês), para pessoas com HIV/Aids, administrado pela Comunidade Católica Santo Egídio.


O Santo Padre afirmou que, ao ver o trabalho realizado pelos profissionais do hospital, veio à sua mente a parábola do Bom Samaritano. O Pontífice reforçou que as pessoas que, de várias formas, fazem parte dessa comunidade sanitária tornam-se “expressão do Coração de Jesus” e “um sinal de solidariedade para quantos passam necessidade a fim de sentirem a presença ativa de um irmão ou de uma irmã”. 

MISSA 
A visita do Papa a Moçambique foi concluída com uma missa no Estádio Nacional Zimpeto, na periferia de Maputo. 

Na homilia, Francisco partiu do trecho do Evangelho de Lucas, no qual Jesus exortou os discípulos: “Amai os vossos inimigos”. 

O Santo Padre salientou que superar os tempos de divisão e violência supõe não só um ato de reconciliação ou a paz entendida como ausência de conflito, mas o compromisso diário de cada pessoa. 

MADAGASCAR
Francisco desembarcou em Madagascar no fim da tarde da sexta-feira, 6. No sábado, 7, encontrou-se com as autoridades locais e representantes da sociedade civil, após fazer uma visita de cortesia ao presidente malaxe, Andry Rajoelina. 


“Desejo reafirmar a vontade e a disponibilidade da Igreja Católica em Madagascar de contribuir, em diálogo permanente com os cristãos das outras confissões e religiões e com a sociedade civil, para o advento de uma verdadeira fraternidade, que valorize a promoção e o desenvolvimento humano integral de todos, sem nenhuma exceção e exclusão”, afirmou Francisco, em seu discurso. 


No encontro com os bispos, na Catedral de Andohalo, o Papa destacou a importância da colaboração madura e independente entre a Igreja e Estado, porém “sem perder o ardor evangélico” e “escutando sempre aquilo que o Espírito diz” e que “a marca distintiva deste discernimento será a vossa preocupação, para que a proclamação do Evangelho inclua todas as formas de pobreza”.

RETOMAR O CAMINHO
No domingo, 8, o Papa presidiu uma missa com participação de milhares de fiéis no Campo Diocesano de Soamandrakisay. 
Na homilia, Francisco comentou o Evangelho de Lucas com as palavras “seguiam com [Jesus] grandes multidões”. 
“A Palavra de Deus, que ouvimos, convida-nos a retomar o caminho, ousando dar este salto 

qualitativo e adotar esta sabedoria do desapego pessoal como base para a justiça e a vida de cada um de nós”, insistiu o Papa ao falar sobre a fraternidade.

CIDADE DA AMIZADE 
Após a missa, o Santo Padre visitou a Cidade da Amizade, conhecida como Akamasoa, onde são atendidas cerca de 30 mil pessoas em situação de pobreza. 


“Akamasoa é a expressão da presença de Deus no meio do seu povo pobre; não uma presença esporádica, casual: é a presença de um Deus que decidiu viver e permanecer sempre no meio do seu povo”, destacou o Papa Francisco, ao se dirigir às 8 mil pessoas que o acolheram.  

APÓSTOLO DA UNIDADE
A visita do Papa Francisco à República de Maurício foi de apenas um dia, na segunda-feira, 9. O Pontífice celebrou uma missa na capital, Port Loius, almoçou com os bispos e se encontrou com autoridades civis e representantes da sociedade. 
A missa campal aconteceu Monumento de Maria Rainha da Paz, onde o Santo Padre foi recebido por milhares de fiéis com ramos nas mãos. 


Na homilia, o Papa citou o amor por Cristo e pelos pobres como a marca distintiva da vida do Bem-aventurado Jacques-Desiré Laval, conhecido como o “apóstolo da unidade mauriciana”, que morreu na ilha em 1864. 


“Por meio do seu dinamismo missionário e do seu amor, o Padre Laval deu à Igreja mauriciana uma nova juventude, um novo respiro, que hoje somos convidados a continuar no contexto atual”, destacou o Santo Padre.


“Rezemos, queridos irmãos e irmãs, pelas nossas comunidades para que, dando testemunho da alegria da vida cristã, vejam florescer a vocação à santidade nas diferentes formas de vida que o Espírito nos propõe. Imploremo-lo para esta diocese e também para todas as outras que fizeram o esforço de vir até aqui”, concluiu o Pontífice. 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Com informações de Vatican News)

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