VATICANO

Exortação Apostólica ‘Querida Amazônia’

Papa Francisco publica a Exortação Apostólica ‘Querida Amazônia’

Por Daniel Gomes
13 de fevereiro de 2020

Na Exortação, Francisco explica que, com esse documento, oferece uma síntese das reflexões sobre as grandes preocupações manifestadas por ele anteriormente

O Papa Francisco lançou, na quarta-feira, 12, a aguardada Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Querida Amazônia”, que aborda os caminhos para a evangelização, o cuidado com o meio ambiente e a atenção da Igreja para com os povos da Amazônia, levando em consideração os aspectos social, cultural, ecológico e eclesial (leia o resumo dos principais pontos nas páginas 10 e 11).  
Na Exortação, Francisco explica que, com esse documento, oferece uma síntese das reflexões sobre as grandes preocupações manifestadas por ele anteriormente, trata de temas como evangelização e inculturação, preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de uma ecologia sustentável, valorização da figura da mulher na Igreja, opção preferencial pelos pobres e da natureza da missão da Igreja. 
O Pontífice afirma que não é suficiente levar uma “mensagem social” e que os povos amazônicos têm “direito ao anúncio do Evangelho”; do contrário, “cada estrutura eclesial transformar-se-á em mais uma ONG”.

PROMOÇÃO VOCACIONAL
A Exortação Apostólica também aborda caminhos para a promoção vocacional na Amazônia, em especial no ponto 90. De acordo com o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o Papa explicitou quais são estes passos: que todos rezem pelas vocações sacerdotais; que os bispos, com generosidade, enviem sacerdotes para a Amazônia; e que as formações iniciais e permanentes dos presbíteros também levem em consideração aspectos da realidade amazônica, “o que toca também à questão da inculturação e da liturgia”, afirmou.

DOCUMENTOS DIFERENTES
Na coletiva de imprensa de apresentação do documento pontifício, no Vaticano, o Cardeal Michael Czerny, S.J., Secretário Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, destacou que “reconciliação, misericórdia e diálogo” são aspectos centrais apresentados por Francisco na Exortação Apostólica diante da desafiadora realidade da Amazônia.
O Cardeal também explicou que a exortação apostólica pertence ao autêntico magistério ordinário do Papa. Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, ressaltou que os conteúdos do Documento Final do Sínodo só devem ser lidos à luz da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Querida Amazônia”. 

ATENÇÃO PASTORAL E SOCIAL
O Padre Adelson Araújo dos Santos, jesuíta, professor de Espiritualidade, da Pontifícia Universidade Gregoriana, comentou que os quatro eixos apresentados na Exortação são um chamado à conversão.
Questionado por jornalistas se o documento pontifício não aborda assuntos que vão além das atribuições da Igreja, o Sacerdote lembrou que é missão da Igreja se preocupar com a realidade que a circunda, como está prescrito em pontos do Catecismo, e que Francisco não é o primeiro papa a se manifestar sobre questões ecológicas e prestar solidariedade aos indígenas, algo também já feito por São João Paulo II e Bento XVI. 
Irmã Augusta de Oliveira, Superiora-geral das Servas de Maria Reparadoras, que atuam na realidade amazônica, disse que na Exortação Apostólica o Papa lembra dos direitos dos povos ribeirinhos, quilombolas, indígenas e trabalhadores do campo e da cidade na região amazônica, e ressalta o papel dos leigos e religiosos na ação pastoral e missionária da Igreja. 
O cientista Carlos Nobre, que se dedica a estudos das questões amazônicas e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007, afirmou que a Exortação Apostólica faz um chamado à sustentabilidade no território amazônico. “Para cuidar da Amazônia, temos que unir a antiga sabedoria indígena com as novas tecnologias”, avaliou.

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