INTERNACIONAL

DIA MUNDIAL DOS POBRES

‘Não são números, são pessoas que devemos encontrar’

Por Fernando Geronazzo
10 de novembro de 2019

A data foi instituída pelo Papa Francisco na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, em 2016

Vatican Media

No dia 17, a Igreja comemora o Dia Mundial dos Pobres. A data foi instituída pelo Papa Francisco na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, em 2016. Na ocasião, o Pontífice definiu que o 33º Domingo do Tempo Comum seja ocasião de as comunidades católicas e cada batizado refletirem “como a pobreza está no âmago do Evangelho”. 
Para este ano, o Santo Padre escreveu uma mensagem com o título “A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9,19). No texto, Francisco assinala que, assim como no período da redação do salmo, hoje se assiste a um grande desenvolvimento econômico, que, por vezes, gera “fortes desiquilíbrios sociais”, situação de exploração e “escravidão”. 

ESCRAVIDÕES

Em seguida, o Pontífice elencou muitas novas formas de escravidões às quais estão submetidas milhões de pessoas de diferentes idades. 
“Todos os dias, encontramos famílias obrigadas a deixar a sua terra à procura de formas de subsistência em outro lugar; órfãos que perderam os pais ou foram violentamente separados deles para uma exploração brutal; jovens em busca de uma realização profissional, cujo acesso lhes é impedido por míopes políticas econômicas; vítimas de tantas formas de violência, desde a prostituição à droga, e humilhadas no seu íntimo. Além disso, como esquecer os milhões de migrantes, vítimas de tantos interesses ocultos, muitas vezes instrumentalizados para uso político, a quem se nega a solidariedade e a igualdade? E tantas pessoas sem abrigo e marginalizadas que vagueiam pelas estradas das nossas cidades?”, destacou o Papa.
O Santo Padre também chamou a atenção para a situação de extrema miséria dos pobres vistos nos lixões à procura do “descarte do supérfluo, a fim de encontrar algo para se alimentar ou vestir”.  Francisco afirmou, ainda, que essas pessoas são tratadas como lixo. 

DESCOBRIR A BONDADE 

“Queridos irmãos e irmãs, exorto-vos a procurar, em cada pobre que encontrais, aquilo de que ele tem verdadeiramente necessidade; a não vos deter na primeira necessidade material, mas a descobrir a bondade que se esconde no seu coração, tornando-vos atentos à sua cultura e modos de se exprimir, para poderdes iniciar um verdadeiro diálogo fraterno”, continuou o Papa.
O Pontífice também recordou que “a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual”. 
“Antes de tudo, os pobres precisam de Deus, do seu amor tornado visível por pessoas santas que vivem ao lado deles e que, na simplicidade da sua vida, exprimem e fazem emergir a força do amor cristão.”
“Deixemos de parte as estatísticas; os pobres não são números que invocamos para nos vangloriar de obras e projetos. Os pobres são pessoas que devemos encontrar: são jovens e idosos sozinhos que se hão de convidar a entrar em casa para partilhar a refeição; homens, mulheres e crianças que esperam uma palavra amiga. Os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo”, reforçou Francisco. 

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