SÃO PAULO

Seminaristas em Missão

Jesus nos ensina a ir ao encontro dos enfermos

Por Flavio Rogério Lopes
12 de julho de 2019

Além das paróquias, os missionários acompanharam agentes de pastorais

Os 52 seminaristas da Arquidiocese de São Paulo estiveram espalhados, entre 30 de junho e 8 de julho, pelas seis regiões episcopais na Missão de Férias. Além das paróquias, os missionários acompanharam agentes de pastorais, participaram de ações evangelizadoras e vivenciaram as chamadas realidades de fronteira, com a Pastoral Carcerária, a Pastoral do Menor e a Pastoral do Povo da Rua.    


Uma das realidades visitadas foi a Capelania do Hospital Heliópolis, na zona Sul, que acolheu os seminaristas Lucas Martinez, Pedro Paulo Funari, Wellington dos Santos e Yago Ferreira. Pela manhã, os seminaristas visitavam e rezavam com os doentes, e no período da tarde, interagiam com famílias no bairro de Cidade Nova Heliópolis, na área de abrangência da Paróquia Santa Paulina, na Região Ipiranga. 


Uma missa realizada na sexta-feira, 5, no Centro de Quimioterapia do Hospital Heliópolis, marcou o encerramento da Missão dos seminaristas no local. A Capelania realiza, há sete anos no local, um serviço de humanização e espiritualidade e, atualmente, possui um trabalho ecumênico que conta com voluntários católicos e evangélicos, coordenados pelo Padre José Lino Mota Freire, Capelão. A Capelania também conta com uma equipe da Pastoral da Saúde. 

APOIO ESPIRITUAL 
Meire Angela Achkar Bonetti, coordenadora do Centro Integrado de Humanização, foi quem acolheu a proposta da Capelania em 2012, nomeada de “projeto de humanização e espiritualidade”, e fez com que chegasse aos diretores da unidade hospitalar, os quais demostram grande apoio ao projeto até hoje. Dom Tomé Ferreira da Silva, à época Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, foi quem direcionou o pedido ao Padre José Lino.


“Com a Capelania, nós temos um trabalho voltado para a espiritualidade, o que sempre vai, de alguma forma, melhorar a atmosfera hospitalar, pois sabemos que é um ambiente de pessoas que estão fragilizadas e precisando de um apoio. Todo o apoio físico, psicológico e social nós oferecemos, mas essa força espiritual é muito importante”, disse Meire Angela à reportagem.

FORÇA NA FRAGILIDADE 
“É muito edificante ver a abertura das pessoas e dos funcionários e o desejo muito grande de Cristo que está no coração de todas as pessoas. Nós não viemos fazer uma assistência social ou trazer um conforto mundano às pessoas. Nós viemos trazer Cristo e encontramos uma abertura muito bonita de todos e uma força interior muito forte mesmo em meio à doença”, afirmou o seminarista Pedro Paulo.


O Evangelho proclamado para os doentes na missa de encerramento, em que Jesus utiliza da misericórdia com os pecadores e diz ir ao encontro dos doentes, também ficou marcado para os seminaristas, que frisaram a importância da missão para formação sacerdotal. 


“É muito edificante encontrar pessoas doentes, com câncer e outras enfermidades, com a fé tão fortalecida e revigorada. Nós viemos aqui nos propondo a trazer  Jesus e acabamos recebendo, de cada um deles, um pouco de Jesus”, concluiu o seminarista Wellington dos Santos.

ORAÇÃO E AÇÃO
Entre as visitas realizadas pelos seminaristas junto à Pastoral Carcerária, aconteceu uma ao Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha (SP). O Centro não está na área de abrangência da Arquidiocese de São Paulo, mas da Diocese de Bragança Paulista (SP), que, segundo informaram os seminaristas, não mantém qualquer trabalho de evangelização na unidade.


“Conhecemos o local do castigo, ou seja, a solitária, para onde os presos são enviados quando cometem alguma irregularidade. Tivemos dificuldades para entrar, mas depois que conseguimos o acesso, vimos que é uma situação bem precária. Durante as visitas, muitos vieram falar conosco na gaiola [local em que o acesso é restrito, pois contém grades e telas], e reclamaram do frio, porque não tinham agasalho, nem colchões suficientes”, contou o seminarista Douglas da Silva Gonzaga


Além disso, os missionários salientaram que a Pastoral Carcerária é bem quista pelas pessoas em situação de cárcere porque atua para atender às suas necessidades. “A Igreja Católica é a única que faz as visitas durante a semana no horário em que fomos. São realizados momentos de oração e leitura da Palavra, mas também de assistência social”, continuou Douglas. Ele falou ainda sobre o trabalho da Pastoral para ajudar as pessoas, sobretudo as mulheres, que, ao deixarem os centros de detenção, por não terem família, ficam sem ter para onde ir. (Por Nayá Fernandes)
 

JUNTOS AOS IRMÃOS EM SITUAÇÃO DE RUA

Os seminaristas Alex Paulo, Celso Ricardo, Dêvisson Luan Dias e Jonathan Gasques foram enviados à Missão Belém, para estar com o povo em situação de rua e viver sua realidade. Nos três primeiros dias, a Missão aconteceu na região central de São Paulo (Praça da Sé, Parque Dom Pedro II, Anhangabaú e Glicério) e também na região da Cracolândia. 


“Fizemos uma experiência de viver como os pobres, para os pobres e com os pobres, experimentando o acontecimento de Belém, como aquele vivido pelo Verbo Encarnado, Jesus, em meio à pobreza. Cerca de 60 irmãos em situação de rua foram acolhidos nas casas da Missão Belém durante esses três primeiros dias”, contou Dêvisson. 


Nos dias seguintes, os seminaristas visitaram os sítios de acolhida (São Miguel Arcanjo e Rainha da Paz) da Missão Belém. “Vimos que os irmãos transformam os ambientes das casas em lugares muito aconchegantes e com clima de uma verdadeira família. Há também muitos idosos que são acolhidos e recebem dos missionários o carinho, a atenção, a oração e os sorrisos necessários para viver a velhice com dignidade”, disse Dêvisson. (NF)

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

Junto à Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, durante a Missão de Férias, os seminaristas mantiveram o foco da missão no contato com alguns projetos sociais apoiados pela Arquidiocese de São Paulo e mantidos pelo Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. Divididos em várias unidades, os centros acolhem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e os ajudam por meio de atendimento em creches, cursos profissionalizantes, escolas e abrigo para crianças especiais e que sofreram maus tratos. 
Os seminaristas estiveram também nas unidades da Fundação Casa Masculina, localizada no bairro do Brás, e na Fundação Casa feminina, na Mooca. Música, meditação da Palavra de Deus e atividades como vôlei e futebol fizeram parte da programação. (NF)

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