SÃO PAULO

Cardeal Péter Erdő

Em São Paulo, Cardeal Péter Erdo fala sobre o Congresso Eucarístico Internacional de 2020

Por Fernando Geronazzo
02 de outubro de 2019

Cardeal Péter Erdö (centro) faz conferência sobre o Congresso Eucarístico Internacional de 2020, no campus Ipiranga da PUC-SP, dia 27

O Cardeal Péter Erdő, Arcebispo de Esztergom-Budapeste e Primaz da Hungria, esteve em visita à Arquidiocese de São Paulo, na sexta-feira, 27 de setembro, no sábado, 28, para falar sobre a preparação da 52ª edição do Congresso Eucarístico Internacional, que será realizada na capital húngara, de 13 a 20 de setembro de 2020. 
A convite do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Erdő fez uma conferência para padres e leigos da Arquidiocese, no campus Ipiranga da PUC-SP. Ele, que também é Presidente da Conferência Episcopal da Hungria e do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, explicou a organização do congresso e sua importância para a renovação missionária na Europa. 

IGREJA NA HUNGRIA
A Hungria possui raízes cristãs profundas. Seu primeiro rei, Santo Estevão (1000-1038), introduziu os húngaros entre os povos cristãos da Europa. Entre as dinastias reinantes na Idade Média, a dos Arpades deu muitos santos à Igreja Católica, além de inúmeros mártires recentes. 
A Hungria já organizou um Congresso Eucarístico Internacional em 1938, em uma época em que a região era ainda atormentada por tensões e havia um grande desejo de paz diante do perigo de uma nova guerra. O evento contou com a participação de meio milhão de pessoas que cantavam o hino que pedia: “Reuni em paz, o Senhor, todos os povos e nações”. 
Contudo, a 2ª Guerra Mundial não foi evitada e trouxe sofrimentos ao povo húngaro. Após a guerra, os cristãos foram perseguidos e oprimidos pela ditadura comunista que durou 40 anos. Foram abolidas ordens religiosas, sacerdotes e fiéis foram deportados para campos de trabalho ou presos pelo regime que se declarava ateu. A fé e os valores cristãos sobreviveram nas catacumbas e foram transmitidos às novas gerações das comunidades ativas na clandestinidade. 

REFLOREsCIMENTO
O fim do regime, em 1989, e o retorno da democracia permitiram um reflorescimento da prática religiosa entre os húngaros. Igrejas, escolas e universidades confessionais foram reabertas, as diversas formas de vida consagrada retomaram suas atividades públicas no país e os fiéis voltaram a participar ativamente da vida pastoral. 
“Hoje, a Igreja Católica, bem como as outras Igrejas no país, tem a possibilidade de exercer suas funções pastorais e sua missão. Entre os fiéis, há várias comunidades ativas e movimentos de espiritualidade, muitos deles provenientes de países latinos, como Itália, França, Espanha, e, mais recentemente, até do Brasil”, afirmou o Cardeal, mencionando a presença missionária da Comunidade Católica Shalom no país.
O Cardeal Erdő explicou que o próximo Congresso se insere no contexto da vida social e da Igreja húngara, onde cerca de 60% dos habitantes foram batizados na Igreja Católica. Os outros estão divididos entres as diversas comunidades protestantes (calvinistas, 15% da população, e luteranos, 3%). Os ortodoxos estão divididos entre cinco de seus patriarcados (Constantinopla, Moscou, Bucareste, Belgrado e Sófia), somando cerca 20 mil fiéis. Existem, ainda, comunidades pré-
-calcedonianas, como a Igreja Ortodoxa Copta, com um Bispo que reside em Budapeste, e a Igreja Apostólica Armênia. 

UNIVERSALIDADE DA IGREJA
“O Congresso Eucarístico de Budapeste terá também a missão de manifestar a universalidade da Igreja e de dar um sinal visível de nossa unidade. Tal tarefa parece ter uma atualidade particular na Europa de nossos tempos”, ressaltou o Arcebispo húngaro. 
“Será, portanto, uma ocasião de graça para: contemplar a Deus que, em Cristo, é o Emanuel, o Deus conosco e por nós, sacramentalmente presente na Eucaristia em nossa peregrinação terrena; repensar esta presença, que são os verdadeiros e próprios memoriais na vida de cada fiel e de cada comunidade eclesial; recuperar o valor dessa presença para a vida de todos, a qual, ao nos recordar Quem é o nosso fim último, quer evitar que vivamos como errantes neste mundo”, disse o Cardeal Erdő.

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