NACIONAL

55º Assembleia Geral da CNBB

Ecumenismo, Ministério da palavra e Cenário Brasileiro foram os temas tratados em coletiva de imprensa

Por Renata Moraes
03 de mai de 2017

No sétimo dia da 55º Assembleia  Geral da CNBB, bispos falam aos jornalistas durante coletiva de imprensa

Foto: Portal A12

Em continuação aos trabalhos da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), aconteceu na tarde desta terça-feira (2), mais uma coletiva de imprensa aos jornalistas, no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida do Santuário Nacional de Aparecida-SP. Foram abordados os temas: Ministério da Palavra; os 500 anos da Reforma Protestante e o momento atual do Brasil.

Participaram da entrevista Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), Dom Francesco Biasin, bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Religioso; e Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG),

Do conflito à comunhão, Igrejas dão passos concretos rumo ao ecumenismo

Dom Francisco Biasin foi o primeiro bispo a falar nesta tarde, ele abordou o tema sobre os 500 anos da reforma protestante e o Ecumenismo. O presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo falou que os bispos não querem apenas comemorar a reforma, mas sim dar passos concretos rumo ao ecumenismo. Apesar de vários séculos distantes, a Igreja Católica Romana está passando do conflito à comunhão com a Igreja Luterana.

Dom Biasin recordou que o Papa Francisco vem dando testemunhos concretos em direção ao ecumenismo, e que o Pontífice também defende um ecumenismo espiritual, sobretudo que vem sendo fortalecido pela Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Nas palavras do bispo recordando o Santo Padre que diz que o ecumenismo não é algo estático, mas que o Ecumenismo se faz caminhando juntos.

 “Leigos e leigas são chamados pelo batismo ao Ministério da Palavra”

Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), abordou o tema: Ministério da Palavra. Nas palavras iniciais do bispo “a unidade da Igreja acontece ao redor de Jesus Cristo que é a Palavra Vida, a Palavra do Pai que se fez carne e veio morar entre nós”, pontuou.

Ao explicar sobre palavra ministério que significa serviço, Dom Armando afirmou que a Igreja é chamada a ser toda ministerial. Na Igreja, a partir da inspiração bíblica, se percebe os ministérios doados a todos os membros. “A palavra precisa ser anunciada a todos os seus filhos e filhas e que seja anunciada com maior competência e abundância”, frisou.

Sobre a etmologia de palavra, o bispo comentou “A Palavra é o elo de unidade de todos os cristãos e também parte do povo hebreu. Jesus Cristo é a Palavra e o referencial e fundamento de nossa fé”, lembrou.

O bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), concluiu dizendo que durante esta 55º Assembleia geral da CNBB, está sendo elaborado um documento sobre o ministério da Palavra, que será direcionado a todas as comunidades. “Na história da Igreja no Brasil não é uma novidade leigos e leigas no exercício da Palavra, mas o documento é um relançar e investir sempre mais para que esta Palavra alcance sempre mais os filhos e filhas da Igreja”, pontuou.

Situação atual do Brasil

E para finalizar a coletiva, o terceiro assunto foi apresentado por Dom Joaquim Giovani Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), que abordou o cenário nacional do país.

“A Igreja deve se posicionar diante da realidade vivida agora ou não? ”, questionou o bispo. “Esta questão nos ajuda entender o papel da Igreja no mundo”

Além de citar a atual crise política e econômica no Brasil, o bispo apresentou algumas preocupações do episcopado brasileiro, como a violência, os direitos das comunidades indígenas, a criminalização dos movimentos sociais, o desemprego e a degradação do meio ambiente, também foram tratados.

Citando as palavras do Papa Paulo VI, Dom Joaquim Mol afirmou que a Igreja é serva da humanidade. “Portanto tudo aquilo que diz respeito ao bem da humanidade, diz respeito à Igreja (...) A Igreja deve sim, com o desejo de servir à humanidade, à luz do Evangelho, dizer uma palavra diante do que vive a humanidade”, comentou.

Dom Joaquim ainda falou que a sociedade brasileira vive um momento de perplexidade: “Estamos diante de uma situação de enorme gravidade. A gravidade se dá, não tanto pelo desconhecimento da ética, mas muito mais pelo desprezo da ética”.

O bispo que concluiu sua fala: “entendemos que o caminho do diálogo até a exaustão em momentos de crise e de acirramento é fundamental para que o país possa se entender, se compreender para criar condições de desenvolvimento para todos”.

 

(Com informações da CNBB Nacional e Portal A12)

 

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