Comissão da CNBB divulga Carta aberta à sociedade após missão em Roraima

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06 de março de 2018

A Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizou entre os dias 01 a 04 de março de 2018, nas cidades de Boa Vista e Pacaraima (RR), a missão “Fronteiras Brasil/Venezuela”.

Após a missão, o presidente da comissão enviou uma carta aberta à sociedade onde relata da situação dos imigrantes venezuelanos que precisam de tudo, desde itens básicos de alimentação, higiene e saúde, até emprego e condições dignas de abrigamento ou moradia.

“Esse cenário tão desolador nos interpela para ações e posicionamentos pessoais e coletivos de acolhida, solidariedade e incidência política de forma articulada em âmbito local, estadual e nacional. Por isso, em nome da CEPEETH fazemos um veemente apelo às igrejas e à sociedade a uma maior solicitude para com estes nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados”, diz um trecho da carta.

Por causa da crise política, econômica e social na Venezuela e pela proximidade das fronteiras, os imigrantes e refugiados entram no Brasil pelo município de Pacaraima, em Roraima. De lá, a maioria segue para Boa Vista, a menor capital em número populacional do Brasil.

No pequeno município o que se encontrou foi a fome, famílias e mulheres grávidas vivendo nas ruas, desnutrição, crianças fora da escola, insalubridade nos abrigos, e xenofobia.

“Nosso coração sentiu: profunda indignação diante dessa desumana e injusta realidade ao constatar a ausência e descompromisso dos poderes constituídos em dar respostas; de averiguar que a preocupação com a beleza das praças tem mais importância que o cuidado à pessoa humana; de escutar expressões discriminatórias em relação aos migrantes e refugiados e de entender o quanto nos falta para viver o Projeto de Deus que nos faz todos irmãos e irmãs”, diz outro trecho da carta.

Leia a carta na íntegra:

Boa Vista – Roraima, 04 de março de 2018

Carta à sociedade Brasileira 

“Eu vi a opressão de meu povo, ouvi o grito de aflição diante dos opressores e tomei conhecimento de seus sofrimentos” (Ex 3,7-8).

Nós, integrantes da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizamos entre os dias 01 a 04 de março de 2018, nas cidades de Boa Vista e Pacaraima (RR), a missão “Fronteiras Brasil/Venezuela”. A mesma teve como objetivo conhecer in loco a situação que envolve a imigração atual na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em especial para verificar a ocorrência do tráfico humano e ser presença solidária e profética.

Foram realizadas visitas na fronteira Brasil/Venezuela, nos abrigos dos indígenas Warao em Pacaraima e Pintolândia, e Tancredo Neves em Boa Vista, abrigo para os venezuelanos; audiências com a Policia Federal e com a Governadora do Estado; reuniões com os bispos de Roraima, dom Mário Antônio Silva e o bispo de Santa Elena de Uiarén-Venezuela, dom Felipe González González e com o Pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus em Pacaraima, padre Jesús López Fernández; com as Pastorais Sociais, o Comitê Estadual de Enfrentamento a Exploração Sexual e Tráfico de Pessoas, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e outras organizações da Sociedade Civil. Infelizmente não conseguimos diálogo com a prefeita do município de Boa Vista.

Participamos, ainda, de entrevistas em programas de rádio e televisão. Na oportunidade, celebramos com as comunidades da Paróquia Nossa Senhora da Consolata e da Catedral de Cristo Redentor.

Essas atividades nos colocaram em contato com uma realidade cruel e desumana que grita por respostas rápidas, eficazes e articuladas das igrejas, do estado e da sociedade em geral.

Nossos olhos viram: longas filas de imigrantes e refugiados em busca de documentação, transporte, alimentação e trabalho; crianças famintas, desnutridas, doentes,  sem escola; juventude desocupada e sem perspectiva de futuro, exposta  à drogadição e todo tipo de vulnerabilidades; mulheres vítimas da violência, da exploração sexual e do trabalho laboral; pessoas inescrupulosas explorando a miséria dos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados no trabalho e alterando os preços dos alimentos e outras mercadorias. Impressionou-nos sobremaneira a visita ao abrigo Tancredo Neves, o “Tancredão”, pelo estado de total abandono e degradação da dignidade humana.

Nossos ouvidos ouviram: lamentos de dor e denúncias de situações graves de violação dos direitos e falta de políticas públicas elementares como alimentação, saúde, higiene, segurança, educação; denúncias de violência policial, violência contra a mulher, exploração sexual e do trabalho, tráfico de drogas e de pessoas e de completa omissão do poder público.

Nosso coração sentiu: profunda indignação diante dessa desumana e injusta realidade ao constatar a ausência e descompromisso dos poderes constituídos em dar respostas; de averiguar que a preocupação com a beleza das praças tem mais importância que o cuidado à pessoa humana; de escutar expressões discriminatórias em relação aos migrantes e refugiados e de entender o quanto nos falta para viver o Projeto de Deus que nos faz todos irmãos e irmãs.

Em meio a esta gritante realidade também vimos e ouvimos com alegria e esperança muitas ações fraternas e solidárias de pessoas, famílias, grupos, igrejas e instituições da sociedade civil; apoio de instituições internacionais e uma grande abertura e dedicação da Igreja local assumindo de forma prioritária o serviço aos imigrantes e refugiados.

Esse cenário tão desolador nos interpela para ações e posicionamentos pessoais e coletivos de acolhida, solidariedade e incidência política de forma articulada em âmbito local, estadual e nacional.

Por isso, em nome da CEPEETH fazemos um veemente apelo às igrejas e à sociedade a uma maior solicitude para com estes nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados. Nesse sentido conclamamos a todos para:

– Maior sensibilização e envolvimento com esses nossos irmãos e irmãs, através de práticas de serviços voluntários;

– Participação efetiva e generosa na campanha de solidariedade da CNBB em favor dos imigrantes e refugiados venezuelanos;

– Mobilização e incidência política junto aos órgãos públicos, nacionais, estaduais, municipais para que assumam seu papel de viabilizar as políticas públicas e a garantia dos direitos desses nossos irmãos e irmãs;

– Realizar e/ou participar de campanhas educativas permanentes sobre migração e tráfico humano no conjunto das organizações das igrejas e da sociedade.

A Palavra de Deus, ao afirmar que “somos todos irmãos e irmãs” (cf Mt 28,7) nos impele a vivermos a fraternidade como caminho de superação de todas as violências e desigualdades. Reconhecemos e agradecemos a grandeza de espírito das muitas pessoas que, sensíveis às dores desses nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados, já estão dando sua contribuição.

Que Nossa Senhora Aparecida interceda junto a Deus por todos/as a fim de que nos empenhemos firmemente nessa missão de “acolher, proteger, promover e integrar” nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados em nossa pátria.

Dom Enemésio Lazzaris
Bispo de Balsas (MA)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano/CNBB

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Bispos do Rio assinam mensagem conjunta para a CF 2018

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23 de fevereiro de 2018

Diante do clima de violência generalizada que assola o Rio de Janeiro (RJ), os bispos do Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na capital fluminense, assinam mensagem conjunta por ocasião da Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema: “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema: “Vós sois todos irmãos!” (Mt 23,8).

No documento, os bispos salientam a preocupação com a violência que, particularmente, atinge os mais pobres e desprotegidos e conclamam todos os fiéis cristãos, o clero, religiosos(as) e todos os homens e mulheres de boa vontade a iniciarem uma nova e urgente travessia de conversão a partir da temática da CF 2018.

Segue abaixo a íntegra do documento. 

EM NOME DE CRISTO, ANUNCIAMOS:
VÓS SOIS TODOS IRMÃOS!

  1. Nós, Bispos da Igreja Católica do Estado do Rio de Janeiro, sensíveis a tantas vidas ceifadas no Brasil e no nosso Estado, preocupados pelo clima de violência generalizada que assola a nossa sociedade por atingir particularmente os mais pobres e desprotegidos, reunidos com nossos fiéis na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro junto com representantes de outras Igrejas cristãs, de outros caminhos de fé e entidades da sociedade civil organizada, apresentamos hoje a Campanha da Fraternidade 2018.
  2. Conclamamos todos os fiéis cristãos, o clero, religiosos(as) e todos os homens e mulheres de boa vontade a iniciarmos uma nova e urgente travessia de conversão, abordando o tema: FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA. Para inspirar-nos, ressoa em nossos ouvidos e corações a palavra de Jesus: “Vós sois todos irmãos!”(Mt 23,8).
  3. Tal irmandade encontra fundamento já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura. O autor sagrado descreve a superação do caos inicial por uma fraternidade envolvente, universal e cósmica. Experimentava-se harmonia e ternura fraterna, amizade e comunhão: tudo era muito bom (cf. Gn 1,31)! Era o sonho de uma vida plena e feliz realizando-se em cada uma das criaturas. Contudo, rupturas e violências modificaram todo esse cená
  4. A pretensão de ser como Deus e o sangue inocente de Abel derramado por Caim marcaram o início de um ciclo de maldades que chegou até o presente momento da humanidade. Pois, repetidas vezes constatamos, presenciamos e experimentamos atos de violência e de morte. Como outrora no paraíso violado pelo ódio e o desamor, hoje também do chão do nosso Estado do Rio de Janeiro, eleva-se ao céu um clamor pela superação da violência e o cuidado pela vida. E o Pai nos interpela: “Onde está o teu irmão?” (Gn 4,9)
  5. Bem sabemos que as variadas faces da violência resultam de múltiplos fatores, em cuja raiz está o pecado, gerador de todos os males, dentre os quais encontram-se a injustiça social e o desrespeito à vida, que, neste momento da história brasileira, manifestam-se acentuados e palpáveis. Por isso, proclamamos que a paz é fruto da justiça (cf. Is 32,17)! Reiteramos que o fim da violência passa pelo exercício da cidadania na organização da sociedade e pelo compromisso de honestidade de cada cidadão. Passa também pelo cultivo de uma nova maneira de olhar o mundo, promovendo uma cultura de paz que ajude a superar extremismos, evitar polarizações e ressignificar sentimentos e comportamentos.
  6. A cada ano, durante o tempo da Quaresma, a Igreja Católica propõe aos seus fiéis, e a todos quantos queiram aderir, a Campanha da Fraternidade, chamando a uma conversão que reoriente nossa existência em âmbito pessoal, comunitário e social. É o tempo de preparação à Páscoa do Senhor, que deu livremente a sua vida para nos libertar da morte. Ele é a nossa Paz (Ef. 2,14) e proclama bem-aventurados os que promovem a paz (cf. Mt 5,14).
  7. Assim, nós, Bispos do Regional Leste1 da CNBB, com voz forte e amor pastoral, e para que a superação da violência se faça verdade no meio de nós, em nome de Cristo, anunciamos: “Vós sois todos irmãos!”
  8. E ao nosso Pai comum roguemos pelo fim da injustiça que gera violência e pela construção de um mundo de paz:
  • Pela vida das crianças e adolescentes: clamamos, Senhor!
  • Pela juventude seduzida pelo nefasto tráfico de drogas: clamamos, Senhor!
  • Pelos pais e mães que choram a morte violenta de seus filhos e filhas: clamamos, Senhor!
  • Pelas mulheres violentadas e pelo fim do feminicídio: clamamos, Senhor!
  • Pelas vítimas de qualquer tipo de discriminação que existe na sociedade: clamamos, Senhor!
  • Pelos profissionais da segurança assassinados: clamamos, Senhor!
  • Pelos trabalhadores explorados na cidade e no campo: clamamos, Senhor!
  • Pela dignidade e a salvaguarda dos direitos dos indígenas e quilombolas: clamamos, Senhor!
  • Pela superação da intolerância religiosa praticada contra todos os credos: clamamos, Senhor!
  • Pela inclusão social de todas as pessoas exploradas e marginalizadas: clamamos, Senhor!
  • Pela superação de todas as formas de violência e corrupção: clamamos, Senhor!
  • Por uma cultura do encontro, do diálogo, da fraternidade e da paz: clamamos, Senhor!

Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 2018

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CNBB divulga calendário de atividades anuais

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30 de janeiro de 2018

os destaques do primeiro semestre é a 56ª Assembleia Geral da CNBB, que como de costume reunirá o episcopado brasileiro a partir da segunda semana da Páscoa, entre os dias 11 e 20 de abril, em Aparecida (SP). Além disso, as reuniões dos órgãos de orientação e acompanhamento da atuação da entidade e dos organismos a ela vinculados se mantém, como é caso do Conselho Permanente e do Conselho Episcopal Pastoral, o Consep.

A primeira reunião do Conselho Permanente, que tem em sua composição a presidência da CNBB, presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais e presidentes dos 18 regionais da entidade está programada para acontecer nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro. Antes dela, deverá ocorrer também o primeiro retiro do Grupo de Assessores das Comissões Episcopais entre os dias 5 e 9 de fevereiro. Na sequência, em maio, acontecerá a primeira reunião do Conselho Episcopal Pastoral, o Consep, nos dias 22 e 23. Este órgão é formado somente pelos presidentes das Comissões Episcopais, que ao todo são 12.

No segundo semestre de 2018, o destaque é a primeira reunião dos secretários executivos dos 18 regionais da CNBB, que deverá ocorrer entre os dias 16 e 20 de julho. A proposta do encontro é facilitar a comunicação e o desenvolvimento das atividades gerais da entidade em cada regional. Além dos secretários executivos também participam da reunião os assessores das Comissões Episcopais e os membros do secretariado-geral da CNBB. Até o final do ano ainda estão programadas outras reuniões tanto do Conselho Permanente como do Conselho Episcopal Pastoral.

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Faleceu Dom Antônio Agostinho, Bispo emérito de Presidente Prudente (SP)

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29 de janeiro de 2018

Faleceu na manhã de domingo, 28, às 10h07 o Bispo emérito de Presidente Prudente (SP), Dom Antônio Agostinho Marochi, aos 92 anos. Seu corpo foi velado na Catedral de São Sebastião.

O sepultamento foi realizado na cripta da Catedral, na segunda feira, 29, após a Missa de despedida, realizada às 15h00, Presidida por Dom Benedito Gonçalves dos Santos, Bispo de Presidente Prudente, concelebrada por Bispos e sacerdotes presentes.

Dom Benedito pede a todos que, assim como a vida de Dom Agostinho foi toda na simplicidade, que ao invés de enviarem coroas de flores, façam oferta aos pobres, aos quais tivera tanto apreço.

Conheça um pouco de sua trajetória.

Filho de Francisco Marochi e Judith Viesser Marochi, Dom Antônio Agostinho Marochi, 3º Bispo Diocesano da Diocese de Presidente Prudente-SP nasceu aos 28 de agosto de 1925, na Colônia Italiana denominada Antônio Rebouças, no Município de Campo Largo-PR. Ingressou no Seminário São José, em Curitiba, no ano de 1939, onde, completou seus estudos de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Em 1947, foi concluir seus estudos superiores de filosofia em São Leopoldo-RS e, posteriormente, em São Paulo, no Seminário Central do Ipiranga concluiu os estudos de teologia. Recebeu a Ordenação Presbiteral no dia 06 de dezembro de 1953. Foi padre na Arquidiocese de Curitiba, Diretor das Obras das Vocações Sacerdotais, Membro do Conselho de Presbíteros, Professor no Colégio Sion, Vigário Professor do Colégio Militar de Curitiba, Diretor de Diversas Obras Sociais, Coordenador Pastoral, Coordenador do Clero, Presidente da Associação Nossa Senhora de Fátima.

Foi ordenado Bispo na Catedral Metropolitana de Curitiba aos 06 de dezembro de 1973 e designado Bispo Auxiliar do Arcebispado de Londrina. Em Londrina exerceu as funções de Encarregado da Linha 06 no Regional Sul II e Secretário da Província Eclesiástica de Londrina. Em 02 de fevereiro de 1976, foi nomeado Bispo Diocesano de Presidente Prudente, tomando posse aos 02 de abril de 1976. Seu Mandato Episcopal foi o mais longo entre todos, até os dias atuais, se tornando Bispo Emérito em 07 de abril de 2002.

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Quais os maiores desafios em 2018 para as dioceses do sul do Brasil?

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08 de janeiro de 2018

Os Bispos que presidem os Regionais Sul 2, 3 e 4 da CNBB, que abrange, respectivamente, as dioceses nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina comentaram, em entrevista à rádio 9 de Julho, os principais desafios para este ano.

“Temos o grande desafio pastoral de uma Igreja em saída, de ir às periferias, aos lugares mais distantes” afirmou Dom Mauro Aparecido dos Santos, Arcebispo Metropolitano de Cascavel (PR) e Presidente do Regional Sul 2.

Segundo o Bispo, a Igreja no Paraná é dividida em quatro províncias eclesiásticas muito diversificadas. Após visitas pastorais, os bispos constataram que um dos principais desafios do Regional é o êxodo rural, pois muitas familias estão deixando o campo e, assim, muitas capelas estão sendo fechadas: “O êxodo rural faz com que os municípios não tenham essa população. Nós temos municípios com cerca de 4 habitantes, isto é comum aqui no Paraná.”

Uma das prioridades pastoral é intensificar os trabalhos com a Pastoral Carcerária. A Igreja vem trabalhado para que a justiça restaurativa seja implantada em todas as penitenciárias para que os encarcerados sejam recuperados: “Formar aquele que está preso, para que ele possa retornar à sociedade, reconhecendo seu erro com o propósito de não cometer. Mas, infelizmente, essa é uma grande dificuldade que nós, Igreja no Paraná, estamos enfrentando nos presídios estaduais”, concluiu Dom Mauro.

O Regional Sul 3 da CNBB, que abrange 18 dioceses em território gaúcho, trabalha para a implantação de uma proposta da iniciação à vida cristã, segundo Dom Jaime Spengle, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e Presidente do Regional Sul 3.

“Certamente, todos nós sabemos o desafio que representa a transmissão da fé às novas gerações. Com isso, nós temos o sempre atual desafio da animação bíblica da pastoral. Estamos convencidos que a palavra domina, orienta, dá norte, corrige.”, afirmou.

Outro desafio do Regional Sul 3 são as vocações, seja para a vida consagrada ou para o ministério ordenado. Em parceira com os regionais do Sul do Brasil, será promovida a campanha: “Em cada comunidade uma nova vocação”, que será lançada oficialmente na Quinta-feira Santa de 2018.

“Esperamos criar um clima vocacional em todas as nossas comunidades. Hoje, sentimos uma crise que preocupa e por isso precisamos promover uma vigorosa pastoral vocacional. Seja por meio da oração, seja pelo testemunho de mulheres e homens consagrados”, destacou Dom Jaime.

Por fim, o Arcebispo de Porto Alegre lembrou um desafio sempre presente nas comunidades: a formação de novas lideranças. Por isso, serão promovidos cursos de atualização para as lideranças leigas e também para os ministros ordenados e para os membros da vida consagrada.

No Regional Sul 4 da CNBB, que abrange a Arquidiocese de Florianópolis e mais 9 dioceses do Estado de Santa Catarina, o crescimento da consciência missionaria com a realização de missões populares nas dioceses e paróquias foi destacada por Dom João Francisco Salm, Bispo da Diocese de Tubarão e Presidente do Regional Sul 4 da CNBB.

Dom João comentou as conquistas que estão ocorrendo no Regional. “Há um esforço grande e uma experiência bonita na dinamização da Pastoral da Juventude. Estamos empenhados no projeto da iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal. Tem se promovido a capacitação dos músicos e instrumentistas para que favoreçam a participação plena e consciente do povo na liturgia. Tem ocorrido, ainda, uma acolhida e integração com os imigrantes.” afirmou o Bispo à Rádio 9 de julho

Diante do aumento da intolerância religiosa e do medo do diferente, um desafio será à criação de espaços de diálogo ecumênico e de diálogo inter-religioso. A escuta dos jovens, visando o Sínodo da Juventude em 2019, e o diálogo com o poder público tendo em mente uma maior atenção as minorias, também serão prioridade, segundo o Bispo.

Outros desafios serão a evangelização nas escolas, universidades e as necessidades de uma ecologia humana e integral, visando a evangelização do mundo urbano. O Bispo concluiu afirmando que “O Ano Nacional do Laicato promete ser uma grande graça para todos nós.”

(Redação: Flavio Rogério Lopes/ com informações da rádio 9 de Julho).

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Dom Mário Antonio fala sobre desafios pastorais na Amazônia

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08 de janeiro de 2018

Dom Mário Antônio da Silva, Bispo de Roraima e Presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as dioceses localizadas nos estados do Amazonas e de Roraima, comentou, em entrevista à rádio 9 de Julho, sobre os três principais desafios do Regional este ano.

“Primeiro: percorrer as distâncias pelos rios ou estradas, para atender as comunidades do interior; Segundo: oferecer formação permanente para cristãos leigos e leigas, na coordenação das comunidades e das pastorais; terceiro, ser presença da Igreja, através do padre, ou religiosos e religiosas, nas comunidades mais distantes dos centros urbanos.”

Ao lado dos desafios, o Bispo de Roraima recordou as preocupações com as causas comuns na Amazônia: a questão socioambiental, que precisa ser inserida na vida das comunidades eclesiais por meio de debates; o apoio e o fortalecimento do povo indígena.

A terceira preocupação é com a migração e o tráfico de pessoas: “É preciso intensificar a rede e ações de acolhimento e defesa dos direitos dos migrantes, e denunciar aos órgãos públicos, por meio das instituições e redes, as violações de direitos humanos, para que adotem uma ação mais intensa no combate ao tráfico humano”, afirmou Dom Mário.

Por fim, o Presidente do Regional Norte 1 da CNBB disse que o Ano Nacional do Laicato, celebrado em 2018, visa uma Igreja em saída, mais missionária e solidaria: “Quero afirmar, em comunhão com a Igreja no Brasil, que estamos avançando na implantação do processo de iniciação à vida cristã, na criação e fortalecimento dos conselhos de leigos e leigas, nesse Ano Nacional do Laicato.”

Atualmente, a sede do Regional Norte 1 fica em Manaus (AM). O contato pode ser feito pelo e-mail cnbbnorte1@gmail.com.

(Redação: Flavio Rogério Lopes/ com informações da rádio 9 de Julho).

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Sínodo buscará ‘rosto amazônico’ da Igreja

 

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Comissão para Amazônia se encontra para avaliação de 2017

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21 de dezembro de 2017

O presidente, os bispos e a assessora que integram a Comissão Episcopal Especial para a Amazônia se reuniram na terça-feira, 19, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para fazer um balanço das ações em 2017 e projetar as iniciativas de 2018, ano que antecederá o Sínodo para a Pan-Amazônia, anunciado pelo Papa Francisco.

De acordo com o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e Presidente da Comissão especial para a Amazônia, 2017 foi um ano com um programa muito intenso para a Pan-Amazônia e não apenas da Amazônia brasileira.

Sínodo buscará ‘rosto amazônico’ da Igreja

“Tivemos um contato muito especial com os bispos da África sobre a Rede da Bacia do Rio Congo. Eu pessoalmente avalio como um bom trabalho que a equipe fez e também de todas as pessoas que eles movimentaram, sobretudo dos seminários realizados sobre a Laudato Si’, disse Dom Claudio à CNBB.

Segundo o Cardeal, todo o trabalho desenvolvido tanto pela Comissão para a Amazônia quando da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) foram decisivos para sensibilizar o Papa Francisco a realizar o Sínodo especial dos bispos sobre a Pan-Amazônia, em 2019.

(Com informações de CNBB)

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Campanha Natal Sem Fome arrecada 132 quilos de alimentos na sede da CNBB

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19 de dezembro de 2017

A CNBB contabilizou e registrou a doação de 11 cestas básicas, o equivalente a 132 kilos de alimento destinados à Campanha Natal Sem Fome organizada pela Ação da Cidadania em Brasília. A iniciativa instalou pontos de coleta em locais da capital federal para arrecadar alimentos não perecíveis.

O posto na CNBB foi instalado dia 03/11, com a presença do secretário-geral, dom Leonardo Steiner, bispo-auxiliar de Brasília-DF. Na ocasião, foi lembrando pelo José Ivan, um dos coordenadores da campanha no DF, que a doação de fome foi retomada após 10 anos, porque a fome volta a assombrar os lares brasileiros.

A representante da associação de Catadores Catamare, Antônia Cardoso, de 44 anos, compareceu à sede da CNBB em nome de sua organização para receber as doações. Esta iniciativa, segundo ela, vai fortalecer o trabalho da associação que organiza muitos catadores e recicladores em Brasília. Outros grupos, como o cultural Azulim, em Sobradinho 2, assentamento Maria da Penha Resiste, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e no assentamento Pequeno Willian, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ambos em Planaltina (GO) também serão contemplados com cestas básicas.

O coordenador do Departamento Social da CNBB, Franklin Queiroz, junto com a coordenadora da cozinha da CNBB, Yara Mendes, entregou as cestas básicas arrecadas para associação Catamare.  “Este gesto concreto representa a realidade que estamos vivendo em nosso país”, disse Franklin. Ele se refere ao risco de o Brasil voltar a ocupar o Mapa da Fome da FAO da ONU. “Quando a fome se faz presente, ações como essas são necessárias”, disse.

Franklin ressaltou também a generosidade dos colaboradores da CNBB que se solidarizaram com sua contribuição. “Agradeço a cada um/a cada que colaborou nesta iniciativa!. Betinho deve estar feliz”, disse. O representante do Departamento Social lembrou do Betinho, criador da campanha. “Ele deve estar feliz com nossa iniciativa”. O sociólogo cunhou a expressão: “quem tem fome, tem pressa”.

A próxima luta da Catamare, lembrou sua liderança, visa a conquista de um telhado para a associação. Nesta época do ano a chuva molha o lixo colhido e impossibilita o trabalho dos catadores.

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Conselho Permanente da CNBB se manifesta sobre questões sociais atuais

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02 de novembro de 2017

A CNBB, por meio do seu Conselho Permanente, divulgou na quintafeira, 26 de outubro, durante coletiva de imprensa, em Brasília (DF), três notas nas quais se manifestou sobre a realidade político-social vivida no País; a Portaria 1.129, sobre o trabalho escravo; e a questão da intolerância religiosa.

Indignação com o momento político e social do País

Sobre o atual momento político, a Presidência da CNBB manifestou indignação com a gravidade da realidade político-social vivida no País, que afeta a população e as instituições brasileiras.
“Repudiamos a falta de ética, que há décadas se instalou e continua instalada em instituições públicas, empresas, grupos sociais e na atuação de inúmeros políticos que, traindo a missão para a qual foram eleitos, jogam a atividade política no descrédito. A barganha na liberação de emendas parlamentares pelo Governo é uma afronta aos brasileiros. A retirada de indispensáveis recursos da saúde, da educação, dos programas sociais consolidados, do Sistema Único de Assistência Social (Suas), do Programa de Cisternas no Nordeste, aprofunda o drama da pobreza de milhões de pessoas. O divórcio entre o mundo político e a sociedade brasileira é grave”, descreve a nota.
O texto afirma também que “a apatia, o desencanto e o desinteresse pela política, que vemos crescer dia a dia no meio da população brasileira, inclusive nos movimentos sociais, têm sua raiz mais profunda em práticas políticas que comprometem a busca do bem comum, privilegiando interesses particulares”. Os bispos concluem a nota afirmando que é preciso vencer a tentação do desânimo. “Incentivamos a população a ser protagonista das mudanças de que o Brasil precisa, manifestando-se, de forma pacífica, sempre que seus direitos e conquistas forem ameaçados.”

Portaria 1.129 do Ministério do Trabalho

Sobre a Portaria 1.129, que regulamenta a questão do trabalho análogo à escravidão no Brasil, o Conselho manifestou seu veemente repúdio e considerou que a “iniciativa elimina proteções legais contra o trabalho escravo arduamente conquistadas, restringindo-o apenas ao trabalho forçado com o cerceamento da liberdade de ir e vir”.
No texto, a CNBB afirma que a Portaria permite “além disso, a jornada exaustiva e condições degradantes, prejudicando, assim, a fiscalização, autuação, penalização e erradicação da escravidão por parte do Estado brasileiro”.
Os Bispos recordam ainda que o flagelo do trabalho escravo continua sendo uma realidade inserida no tecido social, e consideram desumana a Portaria: “É um retrocesso que, na prática, faz fechar os olhos dos órgãos competentes do Governo Federal que têm a função de coibir e fiscalizar esse crime contra a humanidade e insere-se na perversa lógica financista que tem determinado os rumos do nosso País. O trabalho escravo é, hoje, uma moeda corrente que coloca o capital acima da pessoa humana, buscando o lucro sem limite.”
A nota recorda, ainda, que, por séculos, vigorou a chaga da escravidão de modo legalizado. “Reconhecendo a importância da decisão liminar no Supremo Tribunal Federal que suspende essa Portaria da Escravidão e somando-nos a inúmeras reações nacionais e internacionais, conclamamos a sociedade a dizer mais uma vez um não ao trabalho escravo.”

‘Vencer a intolerância e o fundamentalismo’

Com o título “Vencer a intolerância e o fundamentalismo”, o Conselho da CNBB também se manifestou sobre os fatos recentes que, “em nome da arte e da cultura, desrespeitaram a sexualidade humana e vilipendiaram símbolos e sinais religiosos, dentre eles o crucifixo e a Eucaristia, tão caros à fé dos católicos”.
Logo no início do texto, recorda-se que “em toda sua história, a Igreja sempre valorizou a cultura e a arte, por revelarem a grandeza da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, fazendo emergir a beleza que conduz ao divino. Somos, por isso, agradecidos aos artistas pela infinidade de obras que enriquecem a cultura, animam o espírito e inspiram a fé. Merecem destaque a pintura, a música, a arquitetura, a escultura e tantas outras expressões artísticas que ressaltam a beleza da Criação, do ser humano, da sexualidade, e o espírito religioso do povo brasileiro. Arte e fé, portanto, devem caminhar unidas, numa harmonia que respeita os valores e a sensibilidade de cada uma e de toda pessoa humana na sua cultura e nos seus valores”.
Porém, os Bispos reconhecem que, “lamentavelmente, crescem em nosso meio o desrespeito e a intolerância que destroem esta harmonia, que deve marcar a relação da arte com a fé, da cultura com as religiões. O desrespeito e a intolerância, por parte de artistas para com esses valores, fecham as portas ao diálogo, constroem muros e impedem a cultura do encontro”.

Fonte: CNBB

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Regional Sul 1 promove encontro da preparação para a CF 2018

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31 de outubro de 2017

Entre os dias 27 e 29 de Outubro, aconteceu em Itaici, no município de Indaiatuba (SP), o encontro de preparação para a Campanha da Fraternidade do ano que vem, promovido pela coordenação da campanha da fraternidade do Regional Sul 1 da (CNBB), que compreende as dioceses do Estado de São Paulo.

 “O encontro nos motivou as diferentes formas e modelos de agir, dentro de uma proposta bem dinâmica de atuação, para que a gente possa diante de uma temática tão difícil, fazer um olhar que nos motiva a assumir esse compromisso que é buscar a superação da violência.” afirmou Márcia Castro, da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo em entrevista à Rádio 9 de Julho.

A Campanha de 2018 tem como tema “Fraternidade e superação da violência”, e como lema “Em Cristo somos todos irmãos” (Mt, 23, 8). Cerca de 200 participantes de 38 dioceses do Regional sul 1 da CNBB, entres estes padres, diáconos, religiosos, religiosas e leigos estiveram no evento.

 “Quando se fala em violência, temos os mais diversos tipos: violência no lar, no trabalho, no transito, nas ruas, e aquelas violência que, muitas vezes, nós não percebemos e nem nos damos conta, mas que a sociedade comete, que é o desamor aos irmãos, e de modo muito particular o desamor aos povos de ruas, as crianças abandonadas, aos trabalhadores, em especial aqueles que são analfabetos, que não tem formação.” afirmou Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e referencial para a Campanha da Fraternidade do Regional Sul 1.

“A Campanha da Fraternidade dessa ano, nos chama atenção para as mais diversas formas de violência e como nós deveríamos como Igreja e sociedade, trabalhar na superação da violência.”,  concluiu Dom Eduardo.

A Campanha da Fraternidade promovida (CNBB), que acontece todos os anos, desde 1961, é realizada no período da Quaresma e tem como intenção chamar a atenção da Igreja e da sociedade para uma determinada situação, propondo assim, a caminhada quaresmal de jejum, esmola e oração como um caminho de tomada de consciência, conversão e transformação pessoal e comunitária.

(Com informações de CNBB Regional Sul 1)

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