INTERNACIONAL

NICARÁGUA

Catedral de Manágua é atacada por grupos alinhados ao governo

Por Redação
19 de novembro de 2019

Em nota, Arquidiocese de Manágua condena atos de profanação, assédio e intimidação que não colaboram para a paz e a estabilidade da Nicarágua

Na tarde da segunda-feira, 18, a Catedral Metropolitana de Manágua foi invadida por grupos violentos ligados ao governo de Daniel Ortega.

Os invasores agrediram o Padre Rodolfo López e a Irmã Arelys Guzmán. Eles estão bem, mas precisaram deixar o templo para que não sofressem novas agressões.

O gesto foi entendido como uma repressão diante das greves de fome que fiéis realizam em duas igrejas no país, a fim de exigir a libertação de 139 presos políticos. Após o início da campanha “Natal sem presos políticos”, lideradas por mães de alguns dos encarcerados, forças policiais governamentais já cercaram a Igreja de São Miguel de Masaya e a Catedral de Manágua.

Conforme comunicado da Arquidiocese de Manágua, na mesma ocasião, pessoas deste grupo “quebraram as fechaduras do sino e outras fechaduras do templo, profanando, assim, a nossa Catedral Metropolitana. Condenamos estes atos de profanação, assédio e intimidação que não colaboram para a paz e a estabilidade do País”.

Assista ao vídeo da invasão:

APELO AO GOVERNO

Ainda no comunicado, é pedido que o governo do presidente Ortega tome medidas imediatas para que se respeitem os templos católicos e que a Polícia Nacional “retire suas tropas que assediam e intimidam a Catedral e nossas paróquias”.

Também é pedido que a população do país intensifique os momentos de oração diante do Santíssimo Sacramento e rezem o Santo Rosário, “pedindo pela paz em nosso país. ‘Nossa força é a oração’”.

Desde abril de 2018, a Nicarágua vive uma crise política que já deixou, ao menos, 328 mortos, segundo informações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Outros organismos locais dizem que esse número pode ser de 651 pessoas. O governo de Daniel Ortega, porém, reconhece que o número de mortos é de 200 pessoas.

Em mensagem no dia 4 deste mês, a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Manágua assinalou que a crise que atravessa o país tem agravado “a situação de uma sociedade empobrecida e empurrada para a miséria, em que parece que o outro tem deixado de ter valor, perdendo o direito de viver dignamente”, devido ao desemprego, falta de educação básica e de serviços básicos de saúde.

“A aplicação de políticas econômicas e tributárias (custo de energia elétrica, queda da moeda), com que se pretende combater a atual crise, não são uma resposta adequada para a recessão econômica que estamos atravessando”, apontou a Comissão Justiça e Paz. (DG)

(Fontes: ACI Digital e Ecclesia)

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