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ESPORTE

Brasil tem boa expectativa para o parataekwondo em Tóquio 2020

Por Flavio Rogério Lopes
05 de fevereiro de 2020

Débora Menezes, campeã mundial, já tem vaga assegurada; outros três atletas disputarão o qualificatório em março

Wtn/ CBTKD/Divulgação

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que acontecerão entre 25 de agosto e 6 de setembro, terão como uma das novidades a disputa do parataekwondo. Arte marcial milenar de origem coreana, o taekwondo tem como princípio básico o equilíbrio físico e mental. O nome taekwondo significa “caminho dos pés e das mãos”.

TREINAMENTO DIFERENCIADO
O parataekwondo teve seu primeiro campeonato mundial realizado em 2009, na cidade de Baku, no Azerbaijão. Competem na modalidade atletas com amputações nos membros superiores. Eles são divididos por peso e classes funcionais (leia detalhes no box).
Em entrevista ao programa Camisa 9, da rádio 9 de Julho, Alan Nascimento, técnico da Seleção Brasileira de Parataekwondo, esclareceu que é necessária uma diferente rotina de treinamentos conforme o grau de amputação do atleta, pois isso interfere diretamente no equilíbrio.  
“Nós trabalhamos bastante a questão de equilíbrio do atleta, para que ele consiga efetuar um chute mais técnico. Estamos realizando um estudo sobre a dinâmica do chute do lado do membro preservado [sem amputação] e do lado menos preservado. Existe uma técnica para o chute e como ele deve se efetuado, pois o atleta precisa buscar o equilíbrio por causa dos braços”, esclareceu o técnico.

PRINCIPAIS REGRAS 
Por ser um esporte de intenso contato, físico e movimentação, uma das principais preocupações é com a integridade dos atletas. Por isso, eles usam, além do tradicional quimono, um colete (hugu), capacete, protetores de mãos e pés, além de caneleiras, protetores de antebraço e dos genitais. 
Cada disputa é dividida em três rounds de dois minutos, com a possibilidade de um round extra, chamado de golden score. Na luta, são válidos apenas chutes no tronco, que recebem pontuações diferentes, dependendo se forem diretos, rodados ou giratórios. Socos têm pontuação nula. Golpes na cabeça são proibidos e geram punição.
“No caso do taekwondo convencional, o chute na cabeça vale muitos pontos; já no parataekwondo, esse golpe é proibido, inclusive pode levar um atleta à desclassificação. Quando acontece, o competidor é advertido com o cartão amarelo e existe uma análise se aquele chute foi intencional. De acordo com o resultado, a comissão julgadora internacional pode suspender o atleta e até mesmo bani-lo, dependendo da gravidade da infração”, detalhou Alan Nascimento. 

A CAMINHO DE TÓQUIO
A expectativa da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) é grande em relação ao desempenho do País na 
Paralimpíada de Tóquio. 
Em 2019, o Brasil conseguiu um resultado histórico em sua primeira participação em Jogos Pan-Americanos, em Lima, no Peru. Foram cinco medalhas: ouro com Silvana Mayara, na categoria 58kg (classe K44), e com Nathan Torquato, na categoria 61kg (classe K44); prata com Cristiane Neves, na categoria 58kg (classe K44); e com Débora Menezes, na categoria +58kg (classe K44); e bronze com Leylianne Santos, na categoria +58kg (classe K44). 
Também no ano passado, Débora Menezes foi campeã mundial em sua categoria e garantiu vaga para os Jogos de Tóquio. Atualmente, é a segunda colocada no ranking mundial. 
O Brasil ainda terá uma última oportunidade de buscar mais três vagas para Tóquio, no qualificatório Pan-Americano, que será realizado em março, na Costa Rica. Os representantes serão Silvana Mayara Cardoso, na categoria 58kg (Classe K44); Nathan Torquato, na categoria 61kg (Classe K44); e Bruno Rodrigues Mota, na categoria 75kg (classe K44). Somente o primeiro colocado por categoria garantirá a vaga olímpica. 
Nascimento avalia que os três atletas brasileiros têm potencial para conseguir a classificação: “Encerramos 2019 na primeira posição do ranking das Américas e estamos entre as cinco maiores potências do mundo. Esse qualificatório é continental, temos uma grande responsabilidade, mas estamos muito confiantes”, concluiu Alan Nascimento. 
O treinador também analisou o cenário internacional da modalidade: “Nós temos algumas potências mundiais como Turquia e Rússia que estão no circuito internacional desde 2009, quando aconteceu o primeiro campeonato mundial. A Inglaterra também tem um time forte. Hoje, na América, temos como potência o Brasil, México, Estados Unidos e Cuba, que chegou no ano passado e, mesmo não tendo uma vivência de competição, vem muito forte e é uma das nossas preocupações no qualificatório”, concluiu. 
 

(Com informações de CBTKD, CPB e Agência Brasil)
(Colaborou: Daniel Gomes)

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