SÃO PAULO

NA QUARENTENA

As boas histórias estão no ambiente digital

Por Jenniffer Silva
27 de abril de 2020

Durante o isolamento social, a Associação Viva e Deixe Viver tem disponibilizado vídeos com contação de histórias e dicas de prevenção ao novo coronavírus para crianças e adolescentes

Arquivo Pessoal

Na camiseta cor de rosa que vestia uma pergunta: “Posso contar uma história?” Com uma câmera à sua frente, ela deu vida à amizade cheia de desencontros de “Seu Tomé e Seu Mané”, que nunca se esqueceram do laço que os une. Entre as idas e vindas, a narradora não deixou de orientar sobre a importância de manter as mãos sempre limpas e higienizadas neste período de pandemia do novo coronavírus.

A contadora é Renata Pereira, de Porto Alegre (RS), que faz parte do grupo de mais de mil voluntários da Associação Viva e Deixa Viver (Viva), fundada em 1997, com a proposta de levar literatura às crianças e adolescentes internados em 90 hospitais do Brasil, e que devido a suspensão das visitas, em razão do isolamento social, atualmente faz a gravação de suas histórias para que sejam publicadas nas redes sociais da associação.

LUZ, CÂMERA, AÇÃO

A inciativa surgiu pelo desejo de não interromper o trabalho da entidade, conforme salientou Rogério Sautner, diretor-executivo da Viva: “Tivemos a ideia de estimular os voluntários e outras pessoas que desejam colaborar para gravarem os vídeos contando as histórias como se estivéssemos no hospital. Criamos essa rede e distribuímos aos voluntários essa missão”.

Os vídeos são publicados sempre as terças-feiras e quintas-feiras, às 10h30, com as “histórias de bom dia” e às 18h30, com as “histórias de boa tarde”. Essa periodicidade foi definida pela experiência nos hospitais, uma vez que este é o horário com maior disponibilidade para as visitas, conforme contou Sautner.

A escolha da narração fica a cargo dos voluntário. A única recomendação é que as obras disponíveis no site Bisblioteca Viva, administrados pela entidade, sejam contemplados. Os contadores de história utilizam métodos lúdicos, cada um à sua maneira, como acessórios e instrumentos musicais. 

Entre os dias 16 e 23, foram registradas 1.059 visualizações no Youtube, 442 no Facebook e 229 no Instagram, totalizando, 1.730 acessos em apenas uma semana.

RECOMPENSA

O diretor-executivo, que atua como voluntário desde o início da fundação, disse que a principal motivação para a ida ao hospital e, agora, as gravações, está na oportunidade de transformar o ambiente de internação, em um local um pouco mais alegre.

Afirmou, ainda, que os pacientes internados em isolamento, não recebem visitas, devido às restrições que o quadro clínico exige e, que neste momento de crise, eles podem se sentir ainda mais sozinhas, por isso, manter este vínculo é essencial.

EM CAMPO

Os voluntários terão a real dimensão de como os vídeos alcançaram os pacientes internados, somente quando retornarem aos hospitais, mas, a Viva, que mantém contato com os profissionais de enfermagem, está preparando uma série de livros sobre a quarentena para que, em breve, os pacientes tenham mais uma companhia neste período.

O principal livro divulgado pela associação em tempos de pandemia é “Viva Futebol Clube – O time das mãos limpas”, escrito por Dulce Rangel e com ilustrações de Paulo Zilberman.

Ao longo das 30 páginas, os leitores podem torcer pelo time do “Viva Futebol Clube”, formado por um médico, uma enfermeira, uma nutricionista, uma fisioterapeuta e dois contadores de histórias, todos dispostos a atacar as bactérias, fungos e vírus, que compõe as demais equipes citadas na obra e defender o corpo humano com a lavagem e higienização correta das mãos. A versão digital do livro está disponível no site da associação .

Na “Bisblioteca Viva” estão disponíveis mais 43 livros, além de um jogo de cartas interativo, pelo qual é possível criar a sua própria história. Os contos elaborados podem ser enviados e passam a fazer parte da coleção da associação. Há, ainda, outros vídeos gravados pelos voluntários.

PASSE A QUARENTENA COM A VIVA 

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