CNBB adia 58ª Assembleia Geral

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20 de março de 2020

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informou que irá adiar sua 58ª Assembleia Geral, que estava prevista para acontecer entre os dias 22 e 30 de abril, em Aparecida (SP).

A decisão faz parte de uma da série de medidas adotadas pela entidade para conter a transmissão do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil. A proposta, segundo o Secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, é que o encontro ordinário do episcopado brasileiro seja realizado entre os dias 12 a 20 de agosto, caso haja a reversão  do atual quadro pandêmico.

Além da Assembleia Geral, foram canceladas reuniões pastorais anteriormente agendadas, como a reunião do Conselho Permanente, órgão eletivo e deliberativo, de orientação e acompanhamento da atuação da Conferência e dos organismos a ela vinculados, que estava agendada para a próxima semana, nos dias 24 a 26 de março.

CUIDADO DA VIDA

Ainda de acordo com Dom Joel, tais medidas foram tomadas com base em um processo “gradativo de cuidado”. Ainda com relação às atitudes tomadas, como prevenção, a presidência da CNBB decidiu por manter a sede da Conferência, localizada em Brasília (DF), fechada. Os serviços prestados nos outros setores da entidade continuarão sendo feitos via teletrabalho.

Destacando que o tema da Campanha da Fraternidade de 2020 enfatiza o cuidado com a vida, o Secratário-geral reforçou que este é um momento de prevenção.  “Precisaremos nos manter afastados, por enquanto, como forma de cuidado a nós mesmos e às outras pessoas”, finalizou.

Ainda com relação ao trabalho desenvolvido pelas Comissões da Conferência, embora os assessores não estejam trabalhando presencialmente na sede, eles continuarão mantendo suas atividades também à distância, via internet.

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‘Olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores’

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28 de abril de 2018

A 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi concluída na sexta-feira, 20, em Aparecida (SP). Além de aprovar as diretrizes para a formação de presbíteros e a revisão do Estatuto da CNBB, que agora serão submetidas à chancela da Santa Sé, os bispos dirigiram uma mensagem ao povo brasileiro sobre o ano eleitoral e outra aos fiéis católicos sobre a missão da própria Conferência Episcopal na Igreja e na sociedade. 

Na mensagem ao povo brasileiro – “Eleições 2018: compromisso e esperança”, os bispos reconhecem que “ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador”. 

A mensagem cita as palavras do Papa Emérito Bento XVI, na Encíclica Deus Caritas Est – “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”, e do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium : “todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção de um mundo melhor”. A partir destas recomendações, os bispos afirmam: “olhamos para a realidade brasileira com o coração de pastores, preocupados com a defesa integral da vida e da dignidade da pessoa humana, especialmente dos pobres e excluídos”.

 

MOMENTO COMPLEXO

Os bispos reconhecem que neste ano eleitoral, “o Brasil vive um ‘momento complexo’”, alimentado por uma “aguda crise que abala fortemente suas estruturas democráticas e compromete a construção do bem comum, razão da verdadeira política”.

A mensagem reforça a necessidade de se fazer valer as leis como a de combate à corrupção eleitoral mediante a compra de votos e o uso da máquina administrativa, a chamada “Lei da Ficha Limpa”, que torna inelegível quem tenha sido condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado.

Por fim, os bispos alertam para o cuidado com as fake news (notícias falsas) que se proliferam por ocasião das eleições, “causando graves prejuízos à democracia”. 

Na apresentação da mensagem aos jornalistas, o Cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da CNBB, afirmou que os bispos têm insistido na necessidade de os cristãos católicos participarem mais ativamente da vida política. “E isso exige critérios. A Doutrina Social da Igreja é uma fonte preciosa que os fiéis leigos e leigas necessitam conhecer cada vez mais e que nós queremos pôr em prática cada vez mais, para que jamais seja desvirtuada essa missão própria da Igreja que é evangelizar. Nós precisamos vivenciar a fé não só dentro do templo, na hora das celebrações, mas no dia a dia da sociedade, inclusive nos espaços públicos”, enfatizou o Cardeal da Rocha.

 

 ‘A CNBB NÃO SE IDENTIFICA COM NENHUMA IDEOLOGIA OU PARTIDO POLÍTICO’

A “Mensagem ao Povo de Deus” reafirmou a comunhão do episcopado brasileiro com o Papa Francisco e destacou a necessidade de promover o diálogo respeitoso para estimular a comunhão na fé em tempo de “politização e polarizações” que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem, inclusive, a CNBB. A mensagem também retoma a natureza e a missão da Conferência na sociedade brasileira. 

“Em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja. ‘A fé age pela caridade’ (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural”, manifesta a mensagem. 

Partindo da reflexão do Papa Francisco na recente Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate , a mensagem ressalta: “A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano”. 

O episcopado esclarece que, ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, a CNBB o faz por exigência do Evangelho: “Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11)”. 

Na conclusão, a mensagem reitera que “a Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos”.

 

SAUDAÇÃO DO PAPA

Na sessão de encerramento da assembleia, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, transmitiu a mensagem do Papa Francisco para a CNBB.  “O Papa os anima neste Ano do Laicato no Brasil a permanecer atentos aos sensus fidei do seu povo, tão generoso e devoto. Ajudando os leigos a viver sempre em sintonia com seus pastores. O protagonismo do chamado a ser cada vez mais uma Igreja em saída, na certeza de que a Mãe Aparecida, cujo aniversário de 40 anos da restauração de sua imagem se está celebrando, não deixará de interceder por quem caminha no Brasil para que possa sempre buscar a restauração dos seus membros. O Papa Francisco, de coração, envia a todos os bispos e suas dioceses do Brasil a bênção apostólica e pede, por favor, que continuem a rezar por ele”, disse o Núncio. 

 

TRABALHO FRATERNO

“Posso dizer que essa Assembleia foi uma das que mais pudemos sentir essa unidade fraterna, essa proximidade afetuosa entre os bispos do Brasil”, afirmou o Cardeal da Rocha.  Ele descreveu o evento como uma “assembleia orante”.

“Aqueles que querem oferecer a sua colaboração para a missão da Igreja no Brasil buscam a luz a sabedoria, a força que vem de Deus, para poderem tomar as decisões acertadas”, acrescentou.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, também ressaltou o clima fraterno, sereno e produtivo da Assembleia. “É a única ocasião durante o ano em que todos os bispos do país podem se encontrar, trocar ideias, partilhar experiências, falar sobre suas dificuldades e angústias, rezar e trabalhar juntos. Só por isso, a Assembleia da CNBB já valeria a pena. Mas ela também é uma expressão importante de colegialidade episcopal e da solicitude de cada bispo por toda a Igreja do Brasil”

 

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Bispos concluem novas diretrizes para a formação de padres no Brasil

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22 de abril de 2018

O episcopado brasileiro reunido na 56ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP), finalizou a redação do texto das novas Diretrizes para a Formação de Presbíteros da Igreja no Brasil. O documento é uma atualização das atuais diretrizes a partir das orientações da Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis , publicada em 2016. 

A quarta versão do texto elaborado pela comissão presidida por Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS), foi apresentada ao plenário da Assembleia na segunda-feira, 16. A última etapa é a votação individual de cada emenda sugerida ao texto para, então, haver a aprovação final no plenário, prevista para a quarta-feira, 18. Após a aprovação, o documento será encaminhado para a Congregação para o Clero para receber o reconhecimento da Santa Sé. 

Dom Joel Portela, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e integrante da Comissão do Tema Central, informou ao O SÃO PAULO que o texto foi muito bem acolhido pelo episcopado. “Eu já participei de temas centrais, elaboração de diretrizes e outros temas também. Comparando com o vivido em outros momentos, eu diria que a recepção do conteúdo foi muito boa”, disse. Ainda segundo o Bispo, o número de propostas de emenda foi relativamente pequeno em relação a temas anteriores. “Foram mais propostas de melhoria de texto, não de mudança de conteúdo”, acrescentou. 

 

NOVIDADES

Uma novidade da recente Ratio Fundamentalis , que estará presente nas novas Diretrizes, é a mudança dos nomes das etapas do itinerário formativo com o objetivo de ressaltar a concepção da formação integral: humana-afetiva, intelectual, espiritual e pastoral, sendo que essa última com um aspecto mais missionário. Antes essas etapas levavam mais em conta o aspecto acadêmico da formação. 

A primeira etapa continua sendo denominada de “propedêutico”; a seguinte, dos estudos filosóficos, passa a se chamar “discipulado”; a fase dos estudos teológicos é a da “configuração”; enquanto a etapa pastoral se chamará “síntese vocacional”. Muitas dioceses possuem apenas as etapas de Filosofia e Teologia. Segundo as novas Diretrizes, essas Igrejas particulares deverão introduzir o período propedêutico e se sugere que seja implantada a síntese vocacional antes da ordenação diaconal. 

 

FORMAÇÃO INTEGRAL

Dom José Roberto Fortes Palau, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e um dos responsáveis à redação do texto, explicou para a reportagem que as novas diretrizes reforçam que, especialmente nas etapas do discipulado e da configuração, sejam valorizadas as dimensões humano-afetiva, espiritual, pastoral e intelectual, levando-as em conta na avaliação dos candidatos: “O rapaz pode ter sido um ótimo estudante, mas se na dimensão humana, por exemplo, não houve crescimento, não deve seguir avante no processo formativo. É preciso progredir integralmente”. Quanto ao propedêutico, a Santa Sé pede às dioceses que ainda não possuem essa etapa que a implantem. 

Dentro dessa perspectiva, surgem desafios como a adequação do processo formativo daqueles candidatos que cursaram Filosofia ou até Teologia fora do seminário e pretendem ser admitidos ao sacerdócio, sem terem passado pelo discipulado e pela configuração. A preocupação dos bispos é que, além de haver o tempo mínimo necessário de convívio na casa de formação prescrito pelo Direito Canônico, também seja garantido o processo formativo integral.

“O que a Ratio diz é que, mesmo com os diplomas e cursos, as outras dimensões precisam ser atendidas. A ordenação sacerdotal não é uma formatura. Pelo contrário, é o início de uma missão que pressupõe essas dimensões”, salientou Dom Joel. 

Dom Pedro Brito, Arcebispo de Palmas (TO) e membro da Comissão do Tema Central, acrescentou que a formação das chamadas “vocações adultas” são levadas em conta nas Diretrizes. Ele enfatizou que é importante haver mecanismos para verificar se esses candidatos estão aptos nas demais dimensões. Nesse aspecto, o ano de pastoral é uma oportunidade para auxiliar esses rapazes a vivenciarem as etapas do discipulado e da configuração. “É imprescindível uma mínima caminhada vocacional integral para chegar ao sacerdócio”, afirmou.

 

FORMAÇÃO PERMANENTE

Outro dado importante é que além de tratar da formação dos seminaristas, chamada de “formação inicial”, a Ratio Fundamentalis também aborda a formação continuada ou permanente daqueles que já foram ordenados padres. No âmbito da formação humana e pastoral, incluem-se questões como a administração paroquial em vista de um melhor exercício do ministério presbiteral. “É muito importante que o sacerdote tenha boa formação desde a pastoral vocacional, no seminário, e também depois da ordenação, porque ninguém está formado para a vida toda, precisa estar constantemente atualizando e aprofundando sua formação para melhor servir o povo de Deus e viver a própria vocação”, ressaltou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. 

Uma vez aprovadas e reconhecidas pela Santa Sé, virá o desafio de implementar as Diretrizes. “Caberá às dioceses voltarem ao texto, estudá-lo e adequá-lo em cada instituição formativa, atualizando seus projetos pedagógicos, diretórios ou estatutos para a nova proposta de formação”, completou Dom Joel.

 

AVALIAÇÕES

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, Bispo de Jaboticabal (SP), elogiou o texto e as diretrizes. Para ele, o confronto das novas orientações da Santa Sé com a realidade formativa do País constatou que a Igreja no Brasil caminha no rumo certo. “Não percebemos grandes problemas na formação nas linhas gerais. Temos, sim, dificuldades na base dos candidatos, no discernimento vocacional, na perseverança. Mas entendemos que, à luz do Documento de Aparecida e da tradição da nossa Igreja no Brasil, há garantias para nós que esse caminho é adequado”.  

Na avaliação de Dom Adair José Guimarães, Bispo de Rubiataba-Mozarlândia (GO), as Diretrizes contemplam aquilo que é fundamental na formação do sacerdote. “Trata-se, em primeiro lugar, da formação do homem que vai ser padre, contemplando suas várias dimensões.  Essas diretrizes vão ajudar tanto as dioceses como as congregações e as associações que contemplam a formação de sacerdotes”, disse.

Para Dom Paulo Cezar Costa, Bispo de São Carlos (SP), se as diretrizes forem bem aplicadas, poderão ajudar os bispos a formarem sacerdotes que sejam verdadeiros discípulos-missionários. “Homens que, doando a vida com alegria, tornam-se verdadeiramente presença do Bom Pastor na vida e na caminhada do nosso povo e da nossa Igreja”. 

 

DIAS DE ORAÇÃO, TRABALHO E COMUNHÃO

A jornada de trabalho dos mais de 300 bispos na Assembleia Geral é intensa. O dia começa às 7h30 com a missa no Santuário Nacional de Aparecida, oportunidade de os inúmeros romeiros que visitam a Basílica dedicada à Padroeira do Brasil tomarem parte desse momento de comunhão eclesial. 

Depois da Eucaristia, iniciam-se os trabalhos. Geralmente, a primeira sessão da manhã é dedicada a reuniões reservadas dos bispos, no subsolo do Santuário, nas quais eles partilham experiências e desafios comuns ou tratam de questões mais específicas da vivência do episcopado. As demais sessões, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, seguem até às 19h30, com uma pausa para ao almoço às 12h45 e pequenas pausas para lanche e a oração do Ofício Divino pela manhã e à tarde.

 

RETIRO

No sábado, 14, e no domingo, 15, os bispos participaram do retiro espiritual, este ano orientado por Dom José Luiz Azcona, Bispo Emérito da Prelazia do Marajó (MA). Ele refletiu a partir do tema da Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate , do Papa Francisco, publicada no dia 9. 

A missa de encerramento do retiro foi presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Na homilia, o Cardeal recordou o exemplo do Papa Francisco no apostolado de Jesus Cristo. “Custa-nos acreditar que Ele ressuscitou. Ele está mesmo no meio de nós? Custa-nos acreditar que Ele está presente, sobretudo na carne daqueles que mais sofrem, os pobres, como nos vem dizendo insistentemente o Papa Francisco? Jesus compreende a fraqueza dos apóstolos, mas nos oferece o Espírito Santo que nos dará coragem, para que sejamos verdadeiramente aquilo que a Páscoa proclama: vocês são as minhas testemunhas!”, disse.

A primeira semana de Assembleia Geral transcorreu num clima de tranquilidade e comunhão, destacado pelos próprios bispos. “Mesmo em meio a todos os problemas que vivemos em nossa sociedade e desafios que enfrentamos dentro de nossa Igreja, o caminho é feito na força da fé, ao redor do Cristo ressuscitado, que muito nos fortalece, dando-nos sabedoria para enfrentarmos as questões, debatermos e encontrarmos os rumos”, afirmou Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG). 

“O clima da Assembleia é de muita unidade e tranquilidade. Com os demais bispos com quem converso, é unânime o ambiente de serenidade e os temas sendo tratados com abertura e profundidade por parte de todos”, completou Dom Rubens Sevilha, Bispo eleito de Bauru (SP). 

 

MENSAGEM AO PAPA

Como é costume nas assembleias gerais, os bispos brasileiros enviaram uma mensagem ao Papa Francisco, na qual manifestam comunhão com o Santo Padre e o informam sobre os principais temas da Assembleia. 

“Agradecemos a Vossa Santidade pela Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate , sobre o chamado à santidade no mundo atual, assinada no dia 19 de março passado, na Solenidade de São José. Com essa Exortação, somos encorajados, como pastores, a percorrer o caminho das bem-aventuranças e a permanecer ao lado dos fiéis em sua busca quotidiana da santidade”, diz a mensagem.

 

PAUTA VARIADA

Dentre as pautas discutidas pelo episcopado em Aparecida estavam a eleição dos delegados que irão representar a CNBB na Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre “Juventude, fé e discernimento vocacional”, que acontecerá de 3 a 28 de outubro, no Vaticano. Embora tenha havido a votação, os nomes dos eleitos ainda devem ser confirmados pelo Papa Francisco.

Até o final da Assembleia também deve ser aprovado o 5º volume da série “Pensando o Brasil”, que apresentará reflexões sobre o Estado laico. Dom Roberto Ferrería Paz, Bispo de Campo de Goytacazes (RJ), explicou aos jornalistas na coletiva da segunda-feira, 16, que o texto busca responder ao desafio político e pastoral de tornar mais clara a relação entre a Igreja e o Estado no Brasil. O Bispo esclareceu que o documento adota, a partir das contribuições do Concílio Vaticano II, uma concepção de “laicidade” positiva e aberta que parte da compreensão que a Igreja e o Estado podem e devem cooperar em vista da realização e promoção do bem comum. 

Houve, ainda, um momento de reflexão sobre os desafios da Igreja na cidade, com a apresentação do trabalho de algumas pastorais, como a Pastoral Vocacional, Pastoral do Menor e Universitária.

Como acontece todos os anos, a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia apresentou mais uma parte da revisão do Missal Romano, que diz respeito às missas para as diversas necessidades. Segundo Dom Armando Bucciol, Bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral de Liturgia, esta é a penúltima parte do rito da missa a ser revisada pelos bispos.

 

Revisão do Estatuto Canônico da CNBB é bem acolhida pelos bispos

Uma das pautas dessa Assembleia Geral foi a revisão do Estatuto Canônico da CNBB, a ser aprovado até o fim da Assembleia, no dia 20. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP) e Presidente da comissão constituída para a reforma estatutária, afirmou que a proposta de revisão apresentada ao plenário foi bem acolhida pelo episcopado. “Percebemos que realmente foi um consenso quase geral do episcopado sobre a atualização do Estatuto”, afirmou.  Ainda segundo Dom Raymundo, todas as propostas de emenda do texto, a maioria relacionadas à redação, foram acolhidas pela comissão.

A grande novidade da atualização da proposta de revisão do Estatuto é o aumento do número de membros da Presidência da CNBB, que passaria a ter dois vice-presidentes e dois secretários- -gerais. Isso solucionaria, entre outras questões, fatos como o desta Assembleia, em que o Secretário-Geral, Dom Leonardo Steiner, não pode participar por motivos de saúde e não havia alguém para substituí-lo na coordenação dos trabalhos da Assembleia, sendo necessário ser nomeado pela Presidência um Secretário “ad hoc” para exercer essa função específica.

Segundo o Cardeal, a proposta foi muito bem acolhida pelos bispos. Ele explicou ainda que o novo Estatuto não detalha a distribuição das atribuições entre primeiro e segundo Secretário-Geral, mas deixa aberta a possibilidade de a Presidência da Conferência distribuir as funções.

A proposta de estatuto também prevê reforçar as competências do Conselho Permanente da CNBB, com o objetivo de não sobrecarregar a pauta das assembleias gerais. De igual maneira, a atualização do Estatuto prevê maior valorização do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep), que acompanha a caminhada pastoral da Conferência. Outro ponto que será estudado com os participantes da Assembleia é o possível aumento de membros da Presidência da entidade.

Mesmo aprovada pela Assembleia, a revisão do Estatuto deve ser encaminhada para a Congregação para os Bispos, no Vaticano, para receber a recognitio, isto é, o reconhecimento para ser promulgada pela CNBB. “Esperamos que a próxima Assembleia Geral eletiva, no ano que vem, já seja conforme o Estatuto atualizado”, afirmou o Cardeal Damasceno.

 

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Presidente da CNBB celebra missa de encerramento da 56ª AG

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20 de abril de 2018

“O serviço aos pobres e fragilizados, o serviço da caridade, da justiça e da paz é uma exigência da fé que nós professamos e uma consequência do encontro com Cristo na Eucaristia. Jesus ressuscitado que ser encontrado por nós na Galileia”, afirmou o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, durante a homilia, na missa de encerramento da 56ª Assembleia Geral da entidade. A missa, na manhã desta sexta-feira, 20, reuniu os bispos de todo o Brasil, assessores e colaboradores da CNBB no Santuário Nacional em Aparecida (SP).

Dom Sergio da Rocha rezou em agradecimento pela realização da assembleia, pela conferência episcopal, pela Igreja no Brasil, pela aprovação do documento sobre a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil, pela convivência fraterna entre os bispos, por todos os estudos e pronunciamentos e ainda pelo Ano do Laicato.

“Agradecemos à Deus a tantos fieis leigos e leigas que se dedicam tanto e tão generosamente a ação pastoral e missionária em nossas comunidades, mas também em diversas ambientes da sociedade”.

Ao refletir sobre as leituras de hoje, o cardeal, lembrou que a palavra indica traços fundamentais da igreja que os fieis devem ser, atitudes de se deve cultivar continuamente, pessoalmente, em comunidade.

“A Igreja vive do encontro com o Senhor ressuscitado. Através da palavra, da Eucaristia, da oração e da contemplação”.

Dom Sergio refletiu ainda a narrativa inicial dos Atos dos Apóstolos que retrata Saulo caído por terra.

“Há muita gente caída por terra como Saulo, incapaz de enxergar, incapaz de caminhar, mas necessitada de levantar-se, de recomeçar a vida. São irmãos e irmãs nossos de coração ferido necessitados de mãos estendidas, necessitados de uma comunidade misericordiosa e acolhedora. Casa de portas abertas como tem insistido tantas vezes o papa Francisco”, indicou.

Antes de finalizar, o presidente da CNBB, recordou o pedido de Deus no salmo de hoje ‘Ide pelo mundo e pregai o evangelho, ide fazer discípulos’.

E continuou: “saímos dessa assembleia e desta Eucaristia revigorados na fé, fortalecidos na unidade e dispostos a caminhar com redobrado empenho ao encontro dos pobres que esperam pela boa nova de Jesus Cristo, dos aflitos que necessitam ser consolados, dos cegos que anseiam pela recuperação da vista e das vítimas de violência que buscam a justiça e a paz, dos tristes e desanimados para lhes oferecer os dons da alegria, da esperança e da vida nova em Cristo”.

O cardeal finalizou a homilia pedindo a bênção de N. S Aparecida e refletindo a necessidade dos fieis de permanecerem em Cristo, comendo da Sua carne e bebendo do Seu sangue, alimentando-se do pão descido do céu.

“O encontro pessoal e comunitário com Cristo, especialmente, na Eucaristia será sempre a fonte maior e o sustendo de nossa comunhão e de nossa missão. Continuemos unidos rezando uns pelos outros, firmes na fé, unidos na missão. Dando testemunho do nosso amor pela nossa Igreja”.

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Quinta-feira, 19 de abril: Presidência apresenta, à tarde, duas mensagens dirigidas ao povo de Deus

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19 de abril de 2018

No penúltimo dia da 56ª Assembleia Geral da CNBB, além de fazerem os arremates finais com informes gerais e últimas votações, os bispos terão encontros de referenciais das comissões episcopais e uma reservada com os membros dos 18 regionais. No começo da tarde, a presidência da Conferência atende os jornalistas na última Entrevista Coletiva na qual serão apresentadas dois documentos elaborados e aprovados pelo conjunto do episcopado. Um trata da conjuntura eclesial e o outro sobre as próximas eleições.

 

Coordenação dos trabalhos

Desde o início da Assembleia, no dia 11 de abril até a tarde desta quarta-feira, os trabalhos em plenário foram coordenados pelos bispo auxiliar de São Luís (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias. A ele coube a função de secretário ad hoc neste encontro dos bispos. Segundo o regimento interno da Assembleia, a tarefa do secretário é a de “coordenar o plenário “.

A partir da parte de hoje, o arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros Silva, vai coordenar os trabalhos finais da Assembleia.

 

Ultimas providências

Duas importantes tarefas foram adiadas para hoje: a finalização das indicações para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelização e a aprovação do texto da última mensagem dirigida ao povo brasileiro elaborada nesta Assembleia Geral. Além disso, seguem os informes de vários grupos e comissões que têm relatos significativos para o conjunto do episcopado.

Ainda consta da pauta oficial duas reuniões reuniões de importância estratégica para o trabalho de animação da ação evangelizadora em todo o País. A primeira será  o encontro entre os membros da comissões episcopais com os bispos referenciais dos 18 regionais da CNBB. Neste encontro, são apresentadas as principais atividades que cada comissão até a assembleia do ano que vem. É uma oportunidade para que os presidentes dessas comissões que também fazem parte do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) escutem os bispos que atuam em diversas áreas da evangelização diretamente com as dioceses.

A segunda reunião, última atividade do dia, deve ser realizada nas salas do subsolo do Centro de Eventos e vai reunir os bispos por regionais. Este encontro tem caráter reservado.

 

Coletiva

Mais breve que nos outros dias da Assembleia, a Coletiva de Imprensa, vai ser realizada com os membros da presidência presentes em Aparecida, cardeal Sergio da Rocha e dom Murilo Krieger, e o presidente da comissão que preparou e estudou com os bispos o tema central deste ano, as “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros”.

Na parte que caberá à presidência da CNBB, serão apresentados dois documentos, duas mensagens ao povo católico brasileiro e às pessoas de boa vontade. A primeira mensagem se refere ao posicionamento da Conferência sobre a realização das próximas eleições no Brasil. Como de costume, em anos eleitorais, os bispos apresentam uma série de questões e orientações importantes para ajudar o eleitor brasileiro.

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Missa do oitavo dia da 56ª AG da CNBB é presidida pelo Regional Nordeste 2

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18 de abril de 2018

A missa do oitavo dia da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 18, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife (PE) e presidente do Regional Nordeste 2, dom Fernando Saburido.

A celebração acolheu, os arcebispos, bispos e sacerdotes dos 18 regionais da CNBB, em especial, os do Regional Nordeste 2, formado por 21 dioceses, que compreende os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O arcebispo iniciou a homilia saudando as dioceses de Pesqueira, Garanhuns e Nazaré da Mata, que este ano, celebram seu centenário. Todas desmembradas da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Dom Fernando Saburido refletiu o evangelho que situa Jesus na outra margem do mar da Galieia, também conhecida como Tiberíades e que a celebração da Páscoa deve reafirmar em nós o sentido da missão. Ser fonte de vida para todos e vida em plenitude.

“Nós bispos precisamos ser testemunhas da ressurreição nos dias de hoje, dando a vida as pessoas de quem ela está sendo tirada. Povos indígenas, migrantes, moradores de rua, crianças e jovens vítimas do tráfico, famintos idosos e desempregados. Trata-se de nos colocarmos juntos com os pequeninos de Deus”, destacou.

Ele recordou, também, que neste contexto pascal é preciso escutar as palavras dos Atos dos Apóstolos que conta a história da igreja na Samaria, uma igreja plantada no meio de um povo rejeitado pelo judaísmo oficial.

“Graças a Deus, temos no Brasil muitos irmãos e irmãs que vivem sua consagração a causa da justiça e da vida do nosso povo mais pobre. Como fazem também tantos leigos e leigas, a quem rendemos nossas homenagens, especialmente neste ano ao laicato”.

E continuou: “Afinal, o sacramento comum que recebemos é o Batismo que nos congrega como Igreja ministerial. É importante que nós bispos nos coloquemos em sintonia com essa caminhada do povo de Deus e que dela participemos mais concretamente como o nosso papa Francisco tem encorajado”.

Durante a homilia, dom Antônio Saburido falou do tema central do XVIII Congresso Eucarístico Nacional que será sediado, em Recife (PE), e que terá como tema: ‘Pão em todas as mesas’ e lema: ‘Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles’ (cf. At 2, 46).

“O desafio é como fazer com que este tema do nosso congresso não fique a penas na sua formulação simpática e atraente e se traduza em solidariedade e ajude as nossas igrejas a retomar a Eucaristia como fonte e estímulo a verdadeira partilha do pão como chamava o livro dos Atos dos Apóstolos”.

O arcebispo finalizou a homilia clamando que a comunhão seja um sacramento verdadeiro e eficaz de partilha.

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Votações para os delegados ao Sínodo dos Bispos sobre a Juventude e discernimento vocacional

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17 de abril de 2018

Boa parte do trabalho realizado durante todo o dia desta segunda-feira, 16, nesta 56ª Assembleia Geral da CNBB, foi dedicada à votação para os delegados da Conferência que serão enviados à XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que acontece, em Roma, entre os dias 3 e 28 de outubro de 2018.

O presidente da CNBB, Cardeal Sergio da Rocha, é o Relator Geral deste Sínodo e foi nomeado para esta função pelo Papa Francisco em novembro do ano passado. A figura do relator geral tem um papel de mediador, sendo responsável por introduzir e sintetizar os assuntos expostos pelos bispos durante a reunião do Sínodo.

 

Que temas serão tratados no Sínodo?

P. Padre Antonio Ramos do Prado, salesiano e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para  a Juventude e Paola Itagiba, no site grupo “Jovens Conectados”, respondem a questão dos temas da seguinte maneira: “Os temas centrais que serão discutidos no próximo Sínodo dos Bispos são: Os jovens e o mundo de hoje; Fé, discernimento, vocação; e Ação pastoral. Cada tema tem os seus desdobramentos. Quando se fala de um mundo que muda rapidamente, pretende-se chamar a atenção da Igreja para essa realidade na qual os jovens são protagonistas da mudança, mas também vítimas. Muitos jovens não encontram sentido na vida e não têm prazer, nem vontade, de pertencer a grupos que lutam por liberdade, fraternidade e igualdade“.

Na resposta deles, ainda se destaca a seguinte colocação: “Os pontos de referência pessoal e institucional parecem não funcionar mais para essa geração (hiper) conectada, que usa uma linguagem que os adultos desconhecem e com a qual não conseguem interagir. Outra preocupação do sínodo são as escolhas que os jovens fazem, na sua maioria não acertadas, por causa da fluidez das propostas e ao mesmo tempo da insegurança nos processos de escolha.No segundo tema – Fé, discernimento e vocação – o Papa apresenta reflexões importantes para entender o fenômeno juvenil no mundo atual. O Papa emérito Bento XVI lançou o ano da Fé (2012-2013), pois percebeu que a chama está se apagando“.

Agora, neste sínodo, o Papa Francisco percebe que o mundo contemporâneo exclui a fé e alimenta o ateísmo e o secularismo. Quando se fala de discernimento, o Papa Francisco aponta “três nascimentos”: o nascimento natural (como homem ou como mulher) em um mundo capaz de escolher e sustentar a vida; o nascimento do batismo, quando alguém se torna filho de Deus por graça; e o nascimento de quando acontece a passagem “do modo de vida corporal para o espiritual”, que abre o exercício maduro da liberdade. O grande desafio para a juventude é perceber esses três processos no cotidiano da vida“, afirmam P. Antonio e Paola.

E concluem: “No que toca à Vocação, o Papa agrega a dimensão da missão, pois todo processo de discernimento vocacional implica acolher a missão que Deus confia a cada um. O tempo é fundamental para uma tomada de decisão e a Bíblia é a fonte primeira que deve iluminar e fundamentar o chamado. É claro que estamos falando dos cristãos que buscam ouvir a voz do Senhor para serem discípulos missionários autênticos. Na sociedade do barulho, onde os jovens estão imersos, torna-se difícil ouvir a voz do Senhor, pois são inúmeras vozes e propostas que ofuscam a fé dos jovens e danifcam o discernimento. Aqui se faz necessário o acompanhamento. Aqui também o Papa apresenta três convicções. A primeira é a de que o Espírito de Deus age no coração de cada ser humano. A segunda é a de que o coração humano, por causa da fragilidade e do pecado, se apresenta sempre dividido. A terceira convicção é que no percurso da vida o indivíduo precisa decidir, fazer escolhas, não pode permanecer indiferente”.

 

Resultados das votações

Após cada escrutínio, o sistema de gerenciamento das urnas eletrônicas se encarregará da apuração dos votos. Serão emitidos relatórios individuais por urna indicando somente o nome do eleitor, para análise quantitativa de votos.

Os resultados, após a análise e aprovação da Comissão de Escrutínios, presidida pelo bispo de Nazaré (PE), dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, será apresentado para o presidente da CNBB para anúncio em plenário. Os nomes dos eleitos titulares ou suplentes para o Sínodo dos Bispos só poderão tornar-se de domínio público, após a ratificação da eleição por parte do Papa Francisco (Cf. Manual de Votação da 56ª AG).

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Bispos preparam material para Semana Missionária do Ano do Laicato

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17 de abril de 2018

Durante a 56ª Assembleia Geral da CNBB, a Comissão para o Ano do Laicato, está promovendo gravações com um grupo de bispos para a animação da Semana Missionária do Ano do Laicato que será realizada 22 a 28 de julho nas comunidades, paróquias e dioceses de todo o Brasil. Os vídeos serão acompanhados de uma grande campanha de divulgação que vai contar com spots de rádio e iniciativas em redes sociais.

O conteúdo a ser refletido na Semana Missionária do Ano do Laicato encontra-se em subsídio preparado pela Comissão e disponível nas Edições CNBB.

 

Semana Missionária

Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, na apresentação do subsídio diz que com a Semana Missionária “Precisamos levar através de nosso testemunho de fé e testemunho cristão, em outros ambientes em que as pessoas não conhecem o Evangelho. Temos ambientes importantes como família, o mundo do trabalho, da política, dos meios de comunicação, da cultura, da educação e a nossa ‘Casa comum“.

E sugere: “Precisamos tomar inciativas, arregaçar as mangas, pés no caminho e coração generoso para acolher as pessoas sem distinção e  sem discriminação. Todos são filhos e filhas de Deus. Temos que partir ao encontro do ser humano que carrega dentro de si um sonho de ser reconhecido, amado, acolhido e recolhido no âmago de uma comunidade acolhedora. Os cristãos e cristãs devem revelar o amor fraterno enxugando lágrimas provocadas pela exclusão, abandono e sem oportunidade para conhecer Jesus Cristo. Ele dá novo sentido à vida“.

 

Preparação remota

A Comissão apresenta pistas de trabalho que já podem ser realizadas neste momento tendo em vista a realização da semana, em julho. Entre as quinze principais sugestões apresentadas no subsídio, pode se destacar três: “1) É importante é começar as visitas. Elas são uma maneira bonita e eficaz para criar relações fraternas, solidárias, para tirar as pessoas do anonimato. Movidas pela força do amor, elas fazem bem tanto aos que visitam como aos que são visitados; 2) Não esquecer: o objetivo principal é fazer crescer a beleza e a atração do seguimento de Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor; 3) Envolver todas as forças vivas da paróquia ou da área escolhida, onde irá acontecer a Semana Missionária“.

 

As gravações na 56ª AG

Os bispos escalados para gravar os vídeos de animação da Semana Missionária obedecem a escala temática do evento que será desenvolvida da seguinte maneira: A vida é missão; Uma sede imensa de felicidade! Convocados a fazer parte do ‘povo das bem-aventuranças'”; Indignação é preciso; Sal da terra e luz do mundo; Recomendações de Jesus aos missionários; “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”; “Não tenhais medo, o crucificado, ressuscitou!”.

Nesses encontros, durante a Semana Missionária, os temas também acompanharão a reflexão: família e mundo do trabalho; política e políticas públicas; educação e comunicação; Casa Comum (meio ambiente) e Culturas (povos de tradicionais, realidade urbana, consumismo); superação das violências e cultura da paz.

 

 

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Em missa, bispo celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil

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16 de abril de 2018

O sexto dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) começou com a Santa Missa celebrada no altar central do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na manhã desta segunda-feira, 16.

A celebração foi presidida pelo bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen. Participaram da procissão de entrada os bispos da Comissão e a presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Marilza Schuina.

Dom Severino começou a homilia recordando que o Ano Nacional do Laicato celebra a presença e organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil aprofundando sua identidade, vocação, espiritualidade e missão, testemunhando Jesus Cristo e seu reino na sociedade.

A partir deste objetivo do Ano do Laicato, o bispo fez uma reflexão a partir da primeira leitura (At 6,8-15), na qual Estevão enfrenta um grande conflito com alguns membros da sinagoga dos libertos e outros tradicionais da comunidade ao aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão para poder, com liberdade, testemunhar Jesus Cristo e seu reino.

“Nota-se claramente um conflito provocado por Estevão por ultrapassar os velhos costumes e se deixar conduzir pelo Espírito Santo em defesa da comunidade”, ressaltou o bispo.

Refletindo sobre o Evangelho, dom Severino diz que Jesus anuncia com a vida a sintonia com o Pai: “Nós temos Jesus Cristo para apresentar ao mundo onde falta o alimento da verdade, da justiça e autenticidade. Esse é o alimento que nunca se corrompe”.

O bispo ressalta que é preciso incentivar e apoiar as iniciativas do Ano Nacional do Laicato para que produza na consciência de todos dos cristãos a firmeza de buscar o Jesus de Nazaré que apresente o Reino de Deus, o Reino sem corrupção, um Reino de Justiça e de paz. “A espiritualidade Cristã sempre terá por fundamentos os mistérios da encarnação e da redenção de Jesus Cristo. Este enfoque deve permear a formação laical desde o processo da iniciação a vida cristã”, salientou.

“Não existe fé cristã sem comunidade eclesial”, continuou dom Severino. Ele ensinou que o cristão se forma e se experimenta numa comunidade eclesial: “O testemunho de Santo Estevão que foi martirizado defendendo a comunidade de fé se repete nos mártires de ontem, de hoje e que sem dúvida teremos no amanhã”.

Dom Severino lembrou que nos últimos anos tem aumentado o assassinato de muitas lideranças nas comunidades periféricas que não são notícias, ou que são desmoralizadas para que não sejam notícias.

“São pobres que morrem. É preciso levantar esses nomes e evitar que outros líderes que defendem os pobres sejam preservados e possam encorajar todas as pessoas para que superem a onda de ódio, de perseguição, de mortes brutas financiadas pela força do capital e entidades secretas que matam, destroem vidas e a dignidade dos filhos de Deus”, destacou.

E completou: “A busca do pão vivo deve ser a maior preocupação dos cristãos leigos e leigas para que as estruturas sociais garantam o pão cotidiano, aquele pão que une e constrói segurança e sustentabilidade para toda a comunidade, humanidade, sobretudo aos pobres, abandonados, os sofridos de nossas cidades e metrópoles”.

Dom Severino finaliza invocando o Espírito Santo que ilumine a todos para que a 56ª AG confirme o princípio da unidade, caridade, ternura. “Não nos deixemos desanimar pelos que que tentam destruir a alegria de sermos irmãos e de que nos queremos bem”, concluiu.

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Bispos concluem retiro espiritual em missa celebrada no Santuário Nacional

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16 de abril de 2018

A celebração da santa missa no fim da manhã deste domingo,15, marcou o fim do retiro espiritual do episcopado brasileiro durante à 56ª Assembleia Geral da CNBB. A missa foi celebrada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP), e teve com intenção principal os bispos que completam nesse ano seus jubileus de ordenação presbiteral ou episcopal.

O retiro que teve início na tarde deste sábado, 14, foi conduzido por Dom José Luiz Azcona, bispo emérito da Prelazia do Marajó (MA). Para o bispo de Duque de Caxias (RJ), Dom Tarcisio Nascentes dos Santos, os bispos foram brindados pelas excelentes pregações de Dom Azcona “ele ajudou muito a nós bispos a fazermos uma reflexão muito intensa e nos colocarmos sempre na escuta do que o Espírito Santo deseja que realizemos”.

Dom Frei Evaristo Spengler, atual bispo do Marajó, recordou o exemplo do seu predecessor e também falou da importância do retiro “Dom Azcona tem um grande reconhecimento não somente pelos paroquianos, mas de todo o povo que vive nas cidades que compõe a Prelazia do Marajó e até mesmo das cidades vizinhas, como a capital Belém (PA).

Muito reconhecido pelos trabalhos que desenvolveu no enfrentamento ao tráfico humano, nas denúncias aos casos de exploração e abuso sexual, ele tem um grande caráter moral, espiritual e sempre com muita coerência. Por isso a palavra da nossa prelazia é vista com muito respeito e autoridade. E no retiro a nós bispos, Dom Azcona conseguiu passar aquilo que ele é: um homem de Deus, que busca a santidade e quer levar todos a fazerem constantemente um encontro pessoal com Cristo, que leve a uma conversão e a uma transformação e vida”, disse o prelado.

Em sua homilia, durante a missa de encerramento do retiro, Dom Odilo Scherer recordou o exemplo do Papa Francisco no apostolado de Jesus Cristo, “custa-nos acreditar que Ele ressuscitou. Ele está mesmo no meio de nós? Custa-nos acreditar que ele está presente, sobretudo na carne daqueles que mais sofrem, os pobres, como nos vem dizendo insistentemente o Papa Francisco? Jesus compreende a fraqueza dos apóstolos, mas nos oferece o Espírito Santo que nos dará coragem, para que sejamos verdadeiramente aquilo que a Páscoa proclama: vocês são as minhas testemunhas!”

Os bispos retomam os trabalhos da 56ª Assembleia Geral nesta segunda-feira, 15 de abril, com a celebração da santa missa às 07h30 no Santuário Nacional de Aparecida (SP). Você pode acompanhar as celebrações por meio das emissoras de televisão católicas e os meetings points e coletivas de imprensa por meio do portal A12.com.

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