Mensagem da CNBB aos trabalhadores (as) do Brasil

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28 de abril de 2017


Reproduzimos a seguir a íntegra da mensagem dos bipos reunidos em Aparecida (SP), direcionado ao povo brasileiro por ocasião do Dia Mundial do Trabalhador, a ser celebrado na segunda-feira, dia 1º de maio. A mensagem será repercutida na coletiva de imprensa das 15h, desta sexta-feira, dia 28.
 

“Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho” (Jo 5,17)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunida, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – SP, em sua 55ª Assembleia Geral Ordinária, se une aos trabalhadores e às trabalhadoras, da cidade e do campo, por ocasião do dia 1º de maio. Brota do nosso coração de pastores um grito de solidariedade em defesa de seus direitos, particularmente dos 13 milhões de desempregados.

O trabalho é fundamental para a dignidade da pessoa, constitui uma dimensão da existência humana sobre a terra. Pelo trabalho, a pessoa participa da obra da criação, contribui para a construção de uma sociedade justa, tornando-se, assim, semelhante a Deus que trabalha sempre. O trabalhador não é mercadoria, por isso, não pode ser coisificado. Ele é sujeito e tem direito à justa remuneração, que não se mede apenas pelo custo da força de trabalho, mas também pelo direito à qualidade de vida digna.

Ao longo da nossa história, as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras pela conquista de direitos contribuíram para a construção de uma nação com ideais republicanos e democráticos. O dia do trabalhador e da trabalhadora é celebrado, neste ano de 2017, em meio a um ataque sistemático e ostensivo aos direitos conquistados, precarizando as condições de vida, enfraquecendo o Estado e absolutizando o Mercado. Diante disso, dizemos não ao “conceito economicista da sociedade, que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social” (Papa Francisco, Audiência Geral, 1º. de maio de 2013).

Nessa lógica perversa do mercado, os Poderes Executivo e Legislativo reduzem o dever do Estado de mediar a relação entre capital e trabalho, e de garantir a proteção social. Exemplos disso são os Projetos de Lei 4302/98 (Lei das Terceirizações) e 6787/16 (Reforma Trabalhista), bem como a Proposta de Emenda à Constituição 287/16 (Reforma da Previdência). É inaceitável que decisões de tamanha incidência na vida das pessoas e que retiram direitos já conquistados, sejam aprovadas no Congresso Nacional, sem um amplo diálogo com a sociedade.

Irmãos e irmãs, trabalhadores e trabalhadoras, diante da precarização, flexibilização das leis do trabalho e demais perdas oriundas das “reformas”, nossa palavra é de esperança e de fé: nenhum trabalhador sem direitos! Juntamente com a Terra e o Teto, o Trabalho é um direito sagrado, pelo qual vale a pena lutar (Cf. Papa Francisco, Discurso aos Movimentos Populares, 9 de julho de 2015).

Encorajamos a organização democrática e mobilizações pacíficas, em defesa da dignidade e dos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras, com especial atenção aos mais pobres.

Por intercessão de São José Operário, invocamos a benção de Deus para cada trabalhador e trabalhadora e suas famílias.

Aparecida, 27 de abril de 2017.

 

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Expectativas e percepções de Bispos, sobre a Assembleia Geral

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27 de abril de 2017

Arquivo/CNBB

Com o início da Assembleia Geral, 26, bispos passaram a manifestar-se sobre o evento, expondo suas expectativas e percepções a seus fiéis, de modo que todos estejam próximos e situados do que ocorrerá nesses 10 dias de trabalhos e reflexões.

Mons. Bruno Elizeu Versari, nomeado bispo coadjutor de Campo Mourão (PR), transmitiu aos meios da Arquidiocese de Maringá que vê “os bispos empenhados e dedicados a construir uma Igreja cada vez mais voltada à realidade do povo. Uma assembleia em que os bispos querem viver e estar em sintonia com a realidade das comunidades”.

"Esperamos que a Assembleia seja um momento forte de escuta do que Nosso Senhor tem a dizer a Igreja. Por isso, precisamos estar atentos àquilo que o Evangelho pede de todos nós. Os bispos reunidos em assembleia buscam juntos construir indicações para responder aos desafios da evangelização hoje”, declarou Dom Jaime Spengler, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, por meio da comunicação de sua Arquidiocese.

Já, Dom Severino Clasen, Bispo de Caçador (SC), pediu que o povo rezasse pelos bispos reunidos, para que aproveitem bem as discussões. “Peço orações para que a partir de nossas reflexões sobre a Iniciação à Vida Cristã e sobre a Palavra de Deus possamos perceber como estamos preparando nossos fieis, animando e dinamizando os cultos em nossas comunidades. Nossa preocupação é que o povo seja bem assistido também nos momentos celebrativos da comunidade de fé”. Suas palavras foram transmitidas pela Pastoral da Comunicação da Diocese de Caçador

A 55ª Assembleia Geral da CNBB acontece até o dia 5 de maio, no Santuário de Aparecida.

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Começa a 55ª Assembleia Geral da CNBB

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26 de abril de 2017

A CNBB iniciou na manhã desta quarta-feira, 26, a 55ª Assembleia Geral dos Bispos. O encontro anual do episcopado nacional acontece em Aparecida (SP), até o dia 5 de maio, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.

A iniciação à vida cristã é o tema central desta assembleia, que também abordará outras questões importantes para a vida e missão da Igreja do Brasil.

A abertura foi marcada por uma missa presidida pelo arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, Cardeal Sergio da Rocha, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Durante a homília, Dom Sergio enfatizou a importância da oração para a promoção da paz e pediu orações pelos bispos e pela assembleia. “Os nossos esforços em favor da unidade, da justiça e da paz, no Brasil e no mundo, devem ser acompanhados de oração, de muita oração, e da escuta da Palavra para poder discernir os passos a serem dados e ter a força para percorrer o caminho a seguir”.

Ao falar sobre os inúmeros os desafios para a missão da Igreja, Dom Sergio comentou que as dificuldades não devem impedir o anúncio da Palavra de Deus; ao contrário, exigem ainda mais a proclamação firme e o testemunho fiel do Evangelho. “Pois ninguém pode aprisionar a Palavra de Deus. Pelo contrário [as dificuldades] são incentivo, porque a certeza do amor de Deus nos anima na missão bonita e exigente de evangelizar e levar esperança aqueles que mais sofrem com a crise política e econômica”.

Jamais perder a esperança

O presidente da CNBB também citou as palavras do Papa Francisco quando esteve em Aparecida: “Jamais perder a esperança e deixar-se surpreender por Deus". E refletiu que neste Ano Mariano todos são chamados a refazer a experiência dos três pescadores que encontraram Aparecida nas águas e deixaram-se surpreender por Deus.

Dom Sergio da Rocha também condenou as práticas de corrupção e alertou que não se pode tolerar e reproduzir atos pequenos de infidelidade e corrupção no dia a dia.  “Nós rejeitamos a perda de direitos dos pobres e pequenos nas iniciativas políticas, não podemos aceitar a falta de respeito à vida e a dignidade das pessoas, repudiamos as violações da vida, como o aborto, mas não podemos ficar indiferentes as violações sofridas ao longo da vida pelos pobres e fragilizados. Seja acompanhado da busca da paz, jamais cedendo a agressividade em Palavras ou atos. Vivemos numa época marcada pela violência”, orientou.

Dom Sergio finalizou sua homilia aconselhando a todos a crer na vitória do amor sobre o ódio, da misericórdia sobre a vingança, da paz sobre a violência, do perdão sobre o ressentimento, da vida sobre a morte. “Nós cremos no poder do amor misericordioso. Lembrando os 10 anos da Conferência de Aparecida, vamos redobrar o empenho para ser uma Igreja misericordiosa”.

Coletivas de Imprensa

A CNBB realizará entrevistas coletivas à imprensa, todos os dias (menos sábado e domingo), às 15h, na Sala de Coletivas de Imprensa do Centro de Eventos  Nesta quarta-feira participaram da entrevista o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha; bispo auxiliar de São Luís do Maranhão (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias e o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (SP). Os bispos abordarão os temas: iniciação à vida cristã, programação e objetivos da 55ª Assembleia Geral da CNBB.

(Com informações da CNBB nacional e Portal A12)
 

 

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Pensando o Brasil: Educação

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26 de abril de 2017

O trabalho coordenado por Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo coadjutor eleito de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB (leia mais na página 11), aborda o cenário da educação no Brasil, caminhos e pistas de ação para superação dos principais desafios. O texto destaca que a educação é um processo único e integral, em que as instituições sociais, como família, escola e mídias, atuam juntas, mesmo que, muitas vezes, vivam conflitos entre si.

Dos estudantes matriculados na educação básica, aproximadamente 8 milhões estão na educação infantil, 15,3 milhões nos anos iniciais do ensino fundamental, 12,2 milhões nos anos finais do ensino fundamental, 8,1 milhões no ensino médio, 106 mil no ensino profissionalizante e 930 mil na educação especial. Apesar desses números expressivos, o subsídio aponta que ainda 15% dos jovens em idade escolar não estão matriculados no sistema de educação brasileiro.

Participação

A análise também destaca as diferentes formas de participação na educação: professores, alunos e funcionários, planejando juntos as atividades que acontecem no âmbito escolar; pais e responsáveis, acompanhando o que acontece na escola, dialogando com os professores e ajudando concretamente na gestão e organização de atividades; organizações sociais que desenvolvem projetos educacionais, colaborando para melhorar a qualidade do ensino oferecido; da comunidade escolar (gestores, professores, alunos e pais), estabelecendo as prioridades e linhas de ação dos planos educacionais desenvolvidos nos Municípios, Estados e na União; toda a sociedade, participando por meio das instâncias especialmente construídas para esse fim (conselhos, comitês, etc.).

Destaca-se nesse aspecto, o papel da família na escola. Para que a família possa participar com autoridade nesse diálogo, ela tem que se fortalecer internamente, para ser capaz de enfrentar tanto algumas marcas da cultura pós-moderna, como seu relativismo e individualismo, quanto as dificuldades decorrentes do ritmo cada vez mais frenético e estressante da vida atual, em que jornadas de trabalho crescentes e outros fatores dificultam a interação entre pais e filhos.

Formação integral

A reflexão do subsídio também aponta para a necessidade de uma educação mirada em um humanismo integral, no qual todas as dimensões da personalidade do educando sejam contempladas e desenvolvidas em harmonia, como explica a Congregação para a Educação Católica:  “É importante que a educação escolar valorize não só as competências relativas aos âmbitos do saber e do saber fazer, mas também aquelas do viver junto com outros e crescer em humanidade. Existem competências como aquela de tipo reflexivo, em que se é autor responsável dos próprios atos; aquela intercultural, deliberativa, da cidadania, que aumentam de importância no mundo globalizado e se referem a nós diretamente, como também as competências em termos de consciência, de pensamento crítico, de ação criadora e transformadora”.


Leia também a entrevista com Dom Justino

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Sem o primeiro anúncio, a iniciação cristã não pode acontecer

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25 de abril de 2017

Já no primeiro dia da Assembleia,26, os bispos brasileiros terão acesso ao texto “Iniciação à vida Cristã: um processo formativo do discípulo missionário de Jesus Cristo”, elaborado pela comissão presidida pelo arcebispo de Curitiba (PR) Dom José Antônio Peruzzo, com o auxílio de estudiosos e especialistas na área.

Não é a primeira vez que o episcopado brasileiro se dedica a esse tema. Em 2009, foi publicado um documento de estudo, do qual foram a profundadas as reflexões que deram origem ao atual texto. A expectativa da Comissão responsável pelo trabalho é que, após a apreciação e contribuições dos bispos, o texto seja aprovado enquanto documento da CNBB sobre o tema.

 

Iniciação ao mistério

Segundo a definição do Documento 42 do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam): “Entende-se como iniciação à vida cristã o processo pelo qual uma pessoa é introduzida no mistério de Jesus Cristo e na vida da Igreja, através da Palavra de Deus e da mediação sacramental e litúrgica, que acompanhe as mudanças de atitudes fundamentais de ser e existir com os outros e com o mundo, em uma nova identidade como pessoa cristã que testemunha o evangelho inserido em uma comunidade eclesial viva e testemunhal.”

Padre Luiz Alves de Lima, doutor em Teologia Pastoral Catequética e professor do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), é um dos assessores que participaram da redação do texto. Ele explicou ao O SÃO PAULO que a iniciação é uma experiência humana, antropológica. “Toda pessoa humana precisa ser introduzida no grupo do qual faz parte. Por isso, as religiões possuem ritos de iniciação, assim como o cristianismo”.

O cristianismo primitivo encontrou no catecumenato de adultos um modelo de iniciação. Esse processo é constituído de etapas marcadas por ritos de admissão e preparação até a celebração dos sacramentos da iniciação, Batismo, Confirmação e Eucaristia, celebrados na Vigília Pascal.

A partir do século V, com o início do período da Cristandade, o modelo catecumenal começou a dar espaço para uma catequese mais voltado para a formação doutrinal. “A catequese que se consolidou correspondeu à necessidade de uma época em que a sociedade era predominantemente cristã e, especialmente a família, e, de certa forma, colaborava no processo de iniciação das pessoas ao mistério e vivência do mistério divino”, explicou Padre Lima.

Para Dom Peruzzo, há bastante tempo se constata que o modelo atual de catequese não corresponde mais aos desafios atuais. “Nossa catequese tem um estilo muito escolar. Não se trata apenas de conteúdos a ensinar, de disciplinas a propor, mas transmitir a pessoa de Jesus e proporcionar um encontro pessoal com Ele... Por isso que se impõe com urgência que a nossa evangelização tenha um caráter iniciático, isto é, inire [do latim], colocar para dentro, participar do mistério”, destacou o Bispo ao O SÃO PAULO.

A partir do Concílio Vaticano II foi retomada com maior força a reflexão sobre a necessidade de desenvolver uma catequese mais voltada para a iniciação cristã das pessoas. O grande referencial para a Igreja para esse modelo de catequese é o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (Rica). “No início da Igreja, a catequese e a liturgia eram uma coisa só. Não existia a separação que existe hoje”, disse Padre Lima.

Querigma: primeiro anúncio

A proposta de documento da CNBB destaca que a Igreja precisa ser uma comunidade querigmática e missionária. É chamado de querigma (do grego Kerygma, proclamação) o primeiro anúncio de Jesus Cristo. No processo de iniciação cristã, esse anúncio é considerado uma etapa pré-catecumenal essencial. “Sem o primeiro anúncio, o processo de iniciação cristã não pode acontecer. É como construir paredes sem o alicerce”, ressaltou Padre Lima.

O Teólogo constatou ainda que há muitos cristãos que até receberam os sacramentos da iniciação ou ao menos o Batismo, porém, que não receberam efetivamente o querigma e, por isso, não aderem eficazmente à fé recebida sacramentalmente.

Por esse motivo, o querigma não pode estar restrito a uma pastoral específica, mas deve ser de responsabilidade de todos os cristãos. “Não são os catequistas que irão fazer o primeiro anúncio, mas vão acolher as pessoas que manifestaram interesse pelo Cristo a elas anunciado e aprofundar o conhecimento da sua pessoa e da sua Igreja”, ressaltou Padre Lima.

Embora o Teólogo reconheça que atualmente há muitos movimentos eclesiais que tem forte a dimensão do anúncio querigmático, ele destacou que a Igreja como um todo precisa assumir e sistematizar essa dimensão como prática permanente.

Mudança de paradigma

Mais do que propor uma mudança de metodologia, a CNBB reflete sobre uma mudança de paradigma da catequese cujos interlocutores não são somente as crianças que se preparam para os sacramentos, mas principalmente os adultos. “Há muitos católicos que precisam de uma ‘nova iniciação’. Isso não é somente para aqueles que ainda não receberam os sacramentos”, afirmou Dom Peruzzo. Essas pessoas não receberiam os sacramentos novamente, mas fariam um caminho de catequese semelhante ao dos catecúmenos em vista de um aprofundamento na fé e para uma renovação convicta de suas promessas batismais.

Padre Lima ressaltou ainda que, uma vez efetivamente iniciados na vida cristã, esses adultos serão os responsáveis pelo primeiro anúncio a seus filhos.

Por isso, o texto também apresenta uma proposta de projeto diocesano para a iniciação cristã que, como reforçou Padre Lima, se for bem assumido não apenas em âmbito diocesano, mas sobretudo nas paróquias, pelos padres, “essa mudança de paradigma pode acontecer efetivamente a fim de despertar e encantar as pessoas por Jesus Cristo e sua Igreja”.

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Todas as realidades devem ser iluminadas pelo Evangelho

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25 de abril de 2017

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil falou sobre a preparação para a Assembleia da CNBB, que começa na quarta-feira, 26 e vai até 5 de maio. “É sempre um momento muito especial, de comunhão do episcopado brasileiro. Encontramo-nos anualmente para reforçar os laços de unidade, na vida e na missão da Igreja. No Brasil, particularmente entre nós bispos, é uma oportunidade para crescer na colegialidade episcopal e na comunhão que nos une”.

O Arcebispo explicou também que, como acontece a cada ano, a Assembleia é um momento para discutir temas que desafiam a Igreja e a sociedade. “Um dos temas que já estão sendo estudados é justamente o da Iniciação à Vida Cristã, que é o assunto central.” Dom Sérgio disse ainda que, além dessa temática, de especial importância para a Igreja, haverá outras questões que compõe a pauta da CNBB.

“Lembramos o Ano Nacional Mariano, portanto, dentro da Assembleia vamos ter um momento especialmente dedicado ao Ano Mariano, uma grande celebração. Haverá pronunciamentos a respeito de situações atuais da vida da Igreja no Brasil e sobre a situação nacional, questões políticas e econômicas. Todas as realidades necessitam da luz do Evangelho e da Palavra da Igreja”, afirmou Dom Sérgio.

 

Bispos refletem sobre questões atuais

“A vivência cristã, em sua plenitude, não permite a existência da corrupção, da desigualdade, da exploração, da manipulação das consciências e, assim, o cristão cidadão é chamado pelo seu compromisso de fé em Jesus Cristo a ser sinal de transformação permanente no Brasil de nossos dias”, alerta dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF).

Em declaração ao Estado de Minas, o bispo falou sobre um documento elaborado conjuntamente intitulado “Pensando o Brasil”.  “Temos levado adiante, no âmbito da Conferência dos Bispos, um constante estudo sobre a realidade brasileira por meio de uma iniciativa que damos o nome de Pensando o Brasil. Ele prevê que, na próxima Assembleia, os bispos darão passos nessa reflexão e não escaparão de situações tão graves como as geradas pela corrupção no Brasil”, disse.

 

Já o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Darci José Nicioli, arcebispo de Diamantina (MG), disse ao Estado de Minas que é preciso pensar com honestidade sobre o bem comum. Ele acenou para questões como os lucros dos bancos e a cobrança de imposto sobre herança e grandes fortunas.

 

Com informações da Rádio Vaticano e do Estado de Minas

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O que os bispos estão falando sobre a 55º Assembleia Geral da CNBB?

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25 de abril de 2017

Começa na próxima quarta-feira, 26, a 55º assembleia geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). São esperados cerca de 350 bispos de todas as dioceses do Brasil, que se reunirão em Aparecida até o dia 5 de maio. Neste ano com o tema central “iniciação à vida cristã”.

Além de debaterem sobre temas da vida e missão da Igreja e sobre as questões sociais da vida do povo, a assembleia também é um momento para a oração, retiro espiritual e comunhão fraterna entre o colegiado episcopal.

Em preparação para o evento, alguns bispos já se pronunciaram sobre a 55º Assembleia Geral da CNBB e suas expectativas.

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, em sua coluna diária da Rádio 9 de Julho, Encontro com o Pastor, desta segunda-feira, 24, falou sobre o tema e pediu que os fiéis desde já rezassem pela assembleia geral, e para que ela tenha bons frutos.

Dom Odilo comentou que é um momento muito importante, bonito e forte, onde toda a Igreja do Brasil estará reunida e representada através dos seus bispos, para refletir sobre a realidade do país, do povo e da Igreja.

 “Refletiremos sobre as questões que precisam de uma palavra, de uma decisão, sobre as questões da vida interna da Igreja, a liturgia, catequese, a formação do clero, da vida religiosa; a religiosidade do nosso povo. Sobrem as questões que desafiam a evangelização e o trabalho da Igreja”.

Ao comentar sobre o tema central desta assembleia, o Cardeal Scherer enfatizou que a iniciação à vida cristã é formar bons cristãos por meio de uma boa catequese, é formar discípulos e missionários de Jesus Cristo. “Gente preparada para viver a fé com generosidade, com coragem e com decisão ao longo de toda a sua vida”, comentou.

Em sua reflexão, o arcebispo considera que todos nós aprendemos a ser cristão; a buscar a Deus; e a perseverar através da nossa fé. Por isso a importância e a preocupação da Igreja com deste tema.

Nas palavras de Dom Odilo, por algum tempo a Igreja não prestou muita atenção nesta urgência, e atualmente há muitas pessoas que não sabem o que é ser cristão e nem o que é ser católico, e possuem uma fé muito superficial. “Na prática, não passou da catequese de primeira comunhão, e talvez nunca mais tiveram a oportunidade de ir ao encontro de aprofundamento da fé”, afirmou.

E indagou, por exemplo, aquelas pessoas que não frequentam regularmente a Igreja, que não vão as missas todos os domingos, “De onde tiram esclarecimentos e também a força de viver e testemunhar a sua fé? ”. O Cardeal disse que cerca de 85% dos católicos nunca ou quase nunca vão à Igreja, estas pessoas acabam não sabendo o que é ser cristão, pois não alimentam a sua fé, e não possuem vivência com Deus, e por muitas vezes na primeira dificuldade da vida, abandonam tudo.

Por isso a necessidade de melhorar esta urgência, para que mais pessoas tenham o conhecimento da fé e aprofundem sua experiência de Deus através da religião e dos primeiros sacramentos. São estes e outros temas que os bispos debateram durante estes 9 dias de assembleia.

Dom Odilo concluiu sua mensagem informando que tudo que será debatido e trabalhado na Assembleia, poderá resultar em um documento final para toda a Igreja do Brasil. Que será útil para a catequese, para as famílias, comunidades e sobretudo no trabalho permanente de evangelização e formação do cristão.

Porque trabalhar a Iniciação à vida Cristã como tema central?

Em entrevista ao Portal A12, o Cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, falou que a escolha do tema foi baseada nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora para o Brasil (DGAE), que é o documento que traz as orientações pastorais do quadriênio 2015-2019. A iniciação à vida cristã é uma das cinco urgências desta ação.

“A iniciação cristã se aplica àqueles que estão sendo iniciados na fé, sejam crianças, adultos ou jovens. Nós estamos precisando dar mais atenção à iniciação cristã, isto é, à catequese primeiramente, mas também aos ritos de iniciação cristã, a começar do Batismo, que precisa ser mais valorizado, melhor preparado e vivenciado”, explicou Dom Sérgio.

Já Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB, explicou como será trabalhado o tema na 55ª AG: “O tema central da assembleia deste ano já vem sendo trabalhado em nossas comunidades há vários anos. Vamos retomar a reflexão sobre a ‘Iniciação à Vida Cristã’. Uma comissão especial, instituída pela Presidência da CNBB, tem trabalhado o assunto nos últimos meses. Durante a Assembleia, todos os bispos terão oportunidade de se manifestar diante do tema. Um texto de trabalho já está em ampla discussão, e teremos, seguramente, uma oportunidade frutuosa para aprofundar essa questão central na caminhada da Igreja”.

Iniciação à Vida Cristã: o foco da evangelização na Diocese

Em um artigo publicado no site da CNBB Sul 3, Dom Adelar Baruffi – Bispo da Diocese de Cruz Alta, escreveu sobre o tema da 55º Assembleia Geral dos bispos. A iniciação à vida cristã já está estava inserida nos compromissos assumidos pela diocese em seu 19º Plano da Ação Evangelizadora: “promover o processo da Iniciação à Vida Cristã como eixo integrador de toda a ação eclesial. ”

Dom Baruffi afirmou que já deram importantes passos, sobretudo na catequese a serviço da iniciação à vida cristã, integrada com a liturgia, a comunidade de fé, a leitura orante da Palavra e a vida. “Ainda não temos tudo claro, vamos construindo juntos, buscando iluminação com assessorias, estudos e experiências já realizadas. Vimos com muita esperança o fato que o tema central da 55º Assembleia Geral da CNBB, deste ano, será sobre “A iniciação cristã no processo formativo do discípulo missionário de Jesus Cristo. ”. E continou: “Contudo, todos nós, bispos, padres, religiosos e leigos envolvidos na ação evangelizadora temos certeza que não podemos mais supor que nossos batizados, pelo fato de terem realizado a catequese, já tenham consciência de sua condição de discípulos de Jesus Cristo, tendo livremente aderido a Ele, vinculados numa comunidade de fé e vivendo as consequências éticas desta fé professada”.

A abertura da Assembleia será na próxima quarta-feira, 26, os trabalhos dos bispos começam com a missa diária no Santuário Nacional com laudes, sessões pela manhã e à tarde; no final de semana acontece o retiro dos bispos e os encontros da Assembleia se concluem no dia 04 de maio.

 (Com informações da CNBB Nacional e CNBB Sul 3)

 

 

 

 

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Dom Leonardo dá detalhes sobre a 55ª Assembleia Geral da CNBB

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25 de abril de 2017

Com a proximidade da 55ª Assembleia Geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário-geral da CNBB, concedeu entrevista à Canção Nova explicando a escolha do tema central do encontro¸ “Iniciação à Vida Cristã”, a rotina de trabalho dos bispos e o cenário político. A Assembleia começa na quarta-feira, 26, e vai até 5 de maio, reunindo, aproximadamente 350 presbíteros de todo o país, em Aparecida (SP).

Ao ser questionado de como foi feita a escolha do tema central, Dom Leonardo respondeu que a escolha é do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de modo que o tema “centraliza as preocupações e ocupa um bom espaço dos dias da Assembleia Geral. A Conferência de Aparecida havia apontado algumas preocupações em relação à evangelização na América Latina. Essas preocupações foram acolhidas nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil no quadriênio 2011 a 2015 como cinco urgências. Entre essas Urgências estava 'Igreja: casa da iniciação à vida cristã'. Nas Diretrizes do quadriênio atual, essas urgências permaneceram. Em Assembleia anteriores, abordamos 'Igreja: comunidade de comunidades', 'Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade'. Os bispos, no diálogo, escolheram a realidade da iniciação à vida cristã, para ser refletida e debatida durante a 55ª Assembleia Geral. O tema nos despertará para uma vida cristã mais misericordiosa, missionária e fraterna. Estamos sempre sendo iniciados na vida de Jesus Cristo.”

Falando sobre a rotina diária dos participantes, a descreveu sendo de muito trabalho, oração e diálogo. “A rotina: levantar, café da manhã celebração da eucaristia, trabalho, intervalo, trabalho, oração, almoço, descanso, oração, trabalho, intervalo, trabalho, oração, jantar. À noite acontecem encontros de grupos. A Assembleia expressa a comunhão entre os bispos, por isso temos momentos de escuta no plenário, diálogo no trabalho de grupo, troca de ideia e experiências nos intervalos, momentos celebrativos intensos. Naturalmente que os bispos também descansam e se alimentam. Participarão cerca de 350 bispos, contando com os eméritos.”

A respeito do cenário político, social e econômico a ser também discutido, Dom Leonardo declarou que há sempre uma análise da conjuntura tanto da política social quanto da questão eclesial. Ele lembrou que no Dia do Trabalho, em 1º de maio,  “os bispos deverão fazer um pronunciamento.” Assim como, dependendo “da decisão do plenário pode haver alguma outra manifestação sobre a realidade do país. Temos sempre recordado a realidade indígena e dos mais pobres, como também a realidade da Amazônia.”

É o encontro das igrejas particulares na pessoa dos bispos. A Assembleia é a oportunidade de nos encontrarmos. Às vezes, é o único momento em que nos vemos como bispos, mas temos o mesmo ministério, estamos a serviço da mesma Igreja e trazemos as alegrias e as angústias do nosso povo. É extraordinário participar da celebração onde estão presentes os pastores desse imenso Brasil com sua diversidade cultural; onde ecoam as vozes de tantas igrejas; onde todos estão com o olhar voltado para Jesus, cuidados pelo amor da Trindade. E em Aparecida acompanhados pela Virgem feita Igreja”, esclareceu sobre a importância, em sua visão, do encontro anual.

Tendo em vista o Ano Mariano Nacional, reforçou que, do mesmo modo que este é celebrado nas comunidades e dioceses, será celebrado também na Assembleia. Isso se dará por meio de “uma peregrinação até a imagem no Santuário durante o retiro. Os bispos devem oferecer às nossas comunidades uma reflexão que aborde a devoção à Nossa Senhora.”

Por fim, questionado sobre a discussão do Sínodo dos Bispos, declarou que “será abordado durante a Assembleia, mas como um momento de reflexão, pois ainda não teremos as respostas ao questionário que as dioceses e comunidades estão respondendo. Elas poderão enviar as respostas até o fim de julho quando faremos na CNBB uma síntese que será enviada ao Secretariado do Sínodo em Roma.”

(Com informações da Canção Nova)

 

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Iniciação à vida cristã é o tema da Assembleia Geral da CNBB

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26 de abril de 2017

Entre 26 de abril e 5 de maio, os bispos do Brasil se reunirão em Aparecida (SP) para a 55a Assembleia Geral da CNBB. O encontro anual do episcopado brasileiro terá como tema: “Iniciação à vida cristã: um processo formativo do discípulo missionário de Jesus Cristo”. São aguardados mais de 300 bispos (entre ativos e eméritos), que participarão das discussões da Assembleia.

Em entrevista ao Portal A12, o Cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, contou que a escolha do tema foi baseada nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora para o Brasil (DGAE), que é o documento que traz as orientações pastorais do quadriênio 2015-2019. A iniciação à vida cristã é uma das cinco urgências desta ação.

“A iniciação cristã se aplica àqueles que estão sendo iniciados na fé, sejam crianças, adultos ou jovens. Nós estamos precisando dar mais atenção à iniciação cristã, isto é, à catequese primeiramente, mas também aos ritos de iniciação cristã, a começar do Batismo, que precisa ser mais valorizado, melhor preparado e vivenciado”, explicou Dom Sérgio.

A elaboração do texto que será trabalhado durante a Assembleia foi feita por uma comissão de assessores ligados às comissões que estão envolvidas com o tema da iniciação a vida cristã, como Liturgia, Animação Bíblico Catequética e os setores Universidades e Cultura da CNBB.

Dom José Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico Catequética da CNBB, também presidente desta comissão do tema central, informou em entrevista a CNBB nacional, que o texto foi preparado para que sirva de estimulo às lideranças comunitárias e eclesiais, “na implementação de caminhos evangelizadores que contemplem experiências consistentes e vivenciais de encontro com o Senhor”.

Segundo Dom Peruzzo, assim como indicado nas DGAE, trata-se da aplicação da Iniciação à vida cristã como inspiração catecumenal. “Em importantes documentos sobre Evangelização e Catequese a temática se reapresentou. Passou quase desapercebida nas assembleias do episcopado latino-americano. Mas, graças a Deus, surgiu com grande força em Aparecida”, destacou.

Dom Peruzzo, concedeu uma entrevista a Rádio 9 de Julho, tratando do texto

 

Outros temas também serão abordados

Além do tema central, a Assembleia também trará outros assuntos para o debate, como o Ano Mariano Nacional e o tricentenário do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, as novas formas de consagração e as novas comunidades, além dos dez anos da Conferência de Aparecida e o Sínodo dos Jovens.

A Conjuntura Político-Social do Brasil também será tratada, sob o aspecto do cenário da educação no Brasil: os caminhos para a superação dos principais desafios e políticas públicas específicas neste âmbito.

A programação conta ainda com uma celebração Ecumênica no dia 2 de maio, recordando os 500 anos da Reforma Protestante. Na quinta-feira, dia 4 de maio, será realizada uma Sessão Mariana, em comemoração pelos 300 anos do Encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida e 100 anos das Aparições de Fátima.

O começo da 55a Assembleia Geral na quarta-feira, 26, será com a celebração da missa com laudes, às 7h30, no Santuário Nacional de Aparecida. Na sequência, as demais atividades serão no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida.

(Com informações da CNBB Nacional e A12)

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