Cardeal Scherer: “O Espírito Santo nos ajudará a renovar a vida de nossa Arquidiocese”
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Clero é chamado a engajar-se pelas vocações na Arquidiocese
Na sexta-feira, 2, a Paróquia São Carlos Borromeu, na Região Episcopal Belém, acolheu os padres da Arquidiocese de São Paulo para a tradicional confraternização do clero. Esse encontro acontece anualmente em virtude das comemorações do Dia do Padre, celebrado em 4 de agosto, em memória à data de falecimento de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes.
Com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, dos bispos auxiliares da Arquidiocese – Dom Devair Araújo da Fonseca, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Dom José Benedito Cardoso, Dom José Roberto Fortes Palau, Dom Luiz Carlos Dias, além do Monsenhor Jorge Pierozan, recém-nomeado bispo auxiliar – e de diversos sacerdotes, diáconos permanentes e seminaristas, o encontro foi marcado pelo estímulo à vivência do sínodo arquidiocesano e pela necessidade de se fomentar as vocações na Arquidiocese de São Paulo.
Por meio de um convite a refletir o que já foi realizado até aqui e também para pedir ao Senhor as disposições necessárias ao seguimento no caminho exigido para atender às necessidades da Igreja em São Paulo, o momento de oração foi aberto com o Hino do sínodo arquidiocesano, e seguido da acolhida de Dom Odilo a todos os presentes. Na sequência, cantou-se o Salmo 23 e proclamou-se o Evangelho, com a passagem bíblica a respeito de ser “sal da terra e luz do mundo”.
Animação vocacional
A reflexão seguinte ficou sob a responsabilidade do Padre José Carlos dos Anjos, Animador Vocacional da Arquidiocese, que se dirigiu a todo o clero, pedindo que cada um se tornasse um animador vocacional e incentivasse os jovens a discernir seu possível chamado ao ministério ordenado e à vida religiosa, tão necessários para se prover a Igreja de mais homens e mulheres santos, que se disponham a trabalhar pelo Reino de Deus.
Posteriormente, Dom Odilo relembrou que o mês de agosto é dedicado às vocações em geral e não somente àquelas referentes ao ministério ordenado, isto é, também à família, ao casamento, à vida religiosa e consagrada e aos diversos ministérios laicais na Igreja. Destacou, ainda, a responsabilidade de todos no processo de discernimento relacionado à vocação ao ministério ordenado e à vida religiosa e consagrada.
“A iniciativa da CNBB ao proclamar agosto como mês vocacional deve aprofundar em todas as comunidades da Igreja a consciência vocacional, ou seja, todas elas são chamadas a apoiar e incentivar as vocações, a partir de si mesmas, em seus contextos e realidades. Dessa forma, deve haver consciência das próprias comunidades a respeito da importância de participar dessa preocupação com as vocações”, afirmou o Arcebispo.
Pré-Congresso Vocacional
Dom Odilo evidenciou ainda a iniciativa da Arquidiocese com a realização do Pré-Congresso Vocacional, no Colégio Madre Cabrini, na Vila Mariana, nos dias 2 e 3 (leia mais na página 11), em preparação ao 4º Congresso Vocacional do Brasil, que acontecerá em Aparecida (SP), em setembro. “Os desafios atuais para se despertar as vocações sacerdotais e religiosas nos nossos jovens são muitos, justamente porque hoje há muitos apelos do mundo que podem desviá-los do caminho. É preciso ajudá-los de forma concreta a discernir seu chamado”, concluiu.
Após o momento oracional, todos foram convidados pelo Padre Fausto Marinho Carvalho Filho, membro do Conselho de Presbíteros da Arquidiocese de São Paulo, e pelo Padre Christian Uptmoor, Administrador Paroquial da Paróquia São Carlos Borromeu, a participar de um brunch de confraternização no salão paroquial.
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Os desafios da pastoral urbana são tema de aprofundamento para o clero de São Paulo
Os desafios da evangelização em meio à liquidez de valores, à diversidade cultural, à quebra de paradigma e ao mal-estar da pastoral diante do descompasso entre mudanças de época foram alguns dos assuntos apresentados por Dom Joel Portella, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na 17ª edição do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo.
Participaram do curso, entre os dias 5 e 8, no Mosteiro de Itaici, no município paulista de Indaiatuba, cerca de 220 presbíteros do clero da Arquidiocese de São Paulo, que estudam os conceitos de sinodalidade, missionariedade e urbanidade.
Dom Joel foi escolhido como assessor do curso pelo seu vasto currículo sobre o tema abordado. Cursou Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde também fez mestrado e doutorado em Teologia Pastoral, com ênfase em “Antropologia Teológica e Teologia Pastoral”, realizando seus estudos principalmente nos seguintes temas: evangelização, inculturação, pastoral urbana, teologia e urbanização. Em 2013, foi Secretário-executivo da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Integrou a comissão de elaboração das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil da CNBB. Ainda, Dom Joel foi nomeado, em 6 de outubro de 2018, como consultor para o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, do Vaticano.
A atividade teve início com uma palestra do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Segundo Dom Odilo, “o curso tem não só um caráter teológico, de aprofundamento num tema, mas possui também um caráter pastoral, em sintonia com o nosso sínodo arquidiocesano e com as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, da CNBB, que têm como foco a ‘Igreja na cidade’”.
Sínodo arquidiocesano
Tema de profunda relevância no contexto atual de caminho sinodal na Arquidiocese, o conceito de “sinodalidade” é entendido como “a ‘comunhão e participação’ que o episcopado latino-americano vem pregando desde o Documento de Puebla”, destacou Dom Odilo. Mais ainda, afirmou que “a obra da evangelização não é missão de alguns poucos, mas algo que todo batizado deve realizar, pois recebeu o dom de Deus, justamente para transmiti-lo”.
Nesse sentido, animou os sacerdotes a aprofundar no acolhimento e na participação do sínodo arquidiocesano, não só em suas assembleias sinodais, mas, principalmente na interpretação do levantamento socioeconômico-religioso, realizado em meados de 2018, e que serve como principal instrumento de trabalho para analisar a realidade da presença da Igreja na cidade de São Paulo. Segundo Padre José Arnaldo Juliano, Teólogo-Perito do sínodo, “temos uma riqueza em mãos, fruto do primeiro ano do caminho sinodal da Arquidiocese, que nos proporcionará um ‘diagnóstico’ detalhado da vida religiosa em nossa metrópole”.
Para auxiliar a reflexão acerca dos resultados da pesquisa de campo, Padre José Arnaldo conduziu uma discussão de grupos sobre a relevância de cada bloco do questionário, a fim de que cada presbítero pudesse analisar, a partir de sua própria realidade, a relevância dos dados obtidos.
Mês Missionário Extraordinário
Comentando as dificuldades da pastoral urbana, Dom Joel Portella afirmou que a resposta da Igreja frente às mudanças de paradigmas encontradas na sociedade vai se dar a partir de uma nova contextualização da mensagem da Igreja, enfrentando tais mudanças com um espírito aberto, todavia fiel ao Magistério, de um modo diverso da forma como se vinha fazendo.
Chama a atenção, assim, a proposta do Papa Francisco em realizar, em outubro próximo, um Mês Missionário Extraordinário, que visa, de forma principal, fomentar uma cultura missionária permanente no seio da Igreja.
Durante o curso, em resposta ao pedido do Pontífice, foi apresentado o projeto missionário para a Arquidiocese de São Paulo, buscando mudar o modo de pensar e atuar da Igreja em São Paulo. “A Igreja é missionária de maneira permanente e em tudo o que ela faz; ela existe para a missão, e essa Igreja somos nós!”, pontuou o Cardeal.
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Clero se prepara para as assembleias paroquiais
Aconteceu no dia 4, na Cúria da Região Episcopal Lapa, a reunião do clero com o objetivo de estudar o documento preparado pela Comissão Arquidiocesana do sínodo para as assembleias paroquiais.
Padre Antonio Francisco Ribeiro, após um momento de oração realizado na Capela da Paróquia Nossa Senhora da Lapa, falou sobre o andamento das entrevistas que estão sendo realizadas nas paróquias e que, até o dia 15 de setembro, deverão ser concluídas. Disse ainda sobre um segundo questionário, a ser preenchido até a mesma data, que os padres e secretários deverão responder sobre cada paróquia, com dados sobre Batismo, Primeira Eucaristia, Crisma e Casamentos nos últimos dez anos.
Em seguida, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, apresentou o documento e orientações para as assembleias paroquiais, lendo o Regulamento do sínodo.
O terceiro momento do sínodo nas paróquias, em outubro, dedicado às assembleias paroquiais, terá a coordenação dos párocos e administradores paroquiais para refletir sobre a realidade pastoral e evangelizadora das paróquias, sua vitalidade eclesial e seus desafios e urgências. Cada paróquia fará no mínimo três sessões. Uma vez realizadas as assembleias paroquiais, deverá ser produzido um relatório sobre a vida e a missão da Igreja no âmbito paroquial, a partir do levantamento e das assembleias paroquiais, seguindo as orientações da Secretaria Executiva do sínodo.
As assembleias paroquiais situam-se ainda na fase preparatória (VER) do sínodo arquidiocesano. Assim, sua preocupação não será a de chegar a conclusões finais, mas a de contribuir para a tomada de consciência da realidade eclesial na Arquidiocese como um todo.
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Sínodo arquidiocesano é assunto em destaque em reunião do clero
O clero atuante na Região Episcopal Sé reuniu-se, no dia 5, para refletir sobre o sínodo arquidiocesano, na Catedral da Sé, com a coordenação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo.
O café da manhã foi oferecido pela Missão Belém, no marco da misericórdia da Arquidiocese de São Paulo, o Edifício Nazaré, que funciona 24 horas por dia e acolhe os moradores em situação de rua e os encaminha para os sítios da Missão Belém.
A reunião começou com a acolhida feita por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Sé, seguida da oração conduzida pelo Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral da Sé, e pelo Padre Helmo César Faccioli, Auxiliar do Cura da Catedral.
Em seguida, Padre Baronto fez uma breve apresentação do histórico e da atuação pastoral da Catedral da Sé.
Dom Odilo acolheu a todos e explicou sobre os encaminhamentos do sínodo arquidiocesano. Fez ainda a leitura do Regulamento das Assembleias Paroquiais do sínodo e do Instrumento de Trabalho das Assembleias Paroquiais do sínodo.
Na sequência, Padre José Roberto Pereira, Coordenador Regional de Pastoral, comunicou alguns avisos pertinentes à Região Sé.
O encontro terminou com a Celebração Eucarística do Aniversário da Dedicação da Catedral da Sé, presidida por Dom Odilo e concelebrada por Dom Eduardo e os padres atuantes na Região Sé.
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Curso de atualização do clero de São Paulo enfatiza a necessidade de renovação das pastorais
Conversão pessoal, santidade de vida, inovação, renovação das estruturas paroquiais, planejamento estratégico elaborado em conjunto, com objetivos gerais e específicos bem definidos, em comunhão com o 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral. Esses foram alguns dos assuntos abordados durante o 16º Curso de Atualização Teológica e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo para a revitalização das paróquias em direção a uma Igreja missionária e em saída.
O curso aconteceu em Itaici, Município de Indaiatuba (SP), entre os dias 6 e 9, e teve como tema “Paróquia: Missão e Renovação”. As palestras foram proferidas pelo religioso da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), Padre José Carlos Pereira, doutor em sociologia e autor de diversos livros sobre renovação pastoral, entre os quais “Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano” e “Renovação Paroquial”, ambos pela editora Paulus . Participaram 196 padres, entre párocos e vigários paroquiais da Arquidiocese de São Paulo.
Sair da “zona de conforto das pastorais de conservação” - próprias de uma época em que a grande maioria da população era católica -; evangelizar aqueles que supostamente já são evangelizados; transformar todos os grupos paroquiais, de modo que seus membros recebam formação permanente e se tornem missionários; ir ao encontro das pessoas onde elas estão, com especial atenção às periferias geográficas e existenciais, foram algumas das principais urgências apresentadas ao longo do curso.
O temário foi escolhido tendo em vista o sínodo arquidiocesano em andamento, em particular como preparação à Assembleia Paroquial, que conclui a etapa sinodal paroquial e que deverá acontecer entre os meses de outubro e novembro deste ano.
Padre José Carlos usou como base de suas exposições a Exortação Apostólica Evagelii Nuntiandi do Beato Paulo VI; a Exortação Apostólica Evagelii Gaudium do Papa Francisco; o Documento de Aparecida, além dos seguintes documentos da CNBB: Projeto Nacional de Evangelização; O Brasil no Mundo Continental; Diretrizes Gerais para uma ação Evangelizadora no Brasil; Comunidades de Comunidades: uma nova paróquia; Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade.
RESISTÊNCIA À RENOVAÇÃO
A preocupação da Igreja Católica no Brasil em renovar as pastorais paroquiais não é nova. Desde 1962, tem-se estudado diversas formas de inovação, afim de que a Igreja possa fazer frente aos desafios impostos pela pós-modernidade, caracterizada pela liquidez de valores, pelo relativismo cultural, pelo apego à aparência em detrimento do ser, pelo subjetivismo da fé, pela fragilização das relações humanas e comunitárias e pela substituição dos relacionamentos reais pelos virtuais.
Segundo o Padre José Carlos, o ambiente cultural da pós-modernidade, ao supervalorizar o individualismo, enfraquece as instituições comunitárias, fomenta o subjetivismo da fé, dificultando a realização do planejamento pastoral a longo prazo. No que se refere à política, a pós-modernidade tende a desqualificar os partidos políticos: o cidadão vota em pessoas sem considerar o partido ou grupo a que pertence ou representa.
Em meio a esse oceano líquido e instável, a Igreja, com seus valores sólidos, bem definidos e perenes, deseja ser uma plataforma firme, norteadora de caminhos, de sentido, e modos de agir.
“A Igreja, por exemplo, defende o valor sólido da vida desde a concepção em meio a um mundo que despreza a vida, em que tudo é descartável e no qual, o indivíduo coloca seus interesses pessoais acima do bem comum. Não é a toa que os defensores do aborto afirmam que não é a Igreja ou qualquer outra instituição que pode regular o que uma mulher deve fazer. ‘Meu corpo, minha vida, minha decisão’, dizem”, exemplificou o conferencista.
Na opinião do Padre José Carlos, não obstante todos esses desafios que a pós-modernidade trouxe, ao que parece, as paróquias têm resistido à renovação. Citando o diagnóstico apresentado no documento 104 da CNBB, o palestrante afirmou que “historicamente as paróquias parecem ter resistido a quaisquer propostas de mudança. Nos últimos 50 anos, preocuparam-se prioritariamente com o culto e muito pouco com a vida comunitária, com a pregação, com o testemunho e com o serviço”. Em consequência, as dimensões proféticas e missionárias ficaram enfraquecidas.
CONVERSÃO MISSIONÁRIA
Citando a Evangelii Gaudium, Padre José Carlos apresentou as seguintes diretrizes para que a Igreja e as paróquias vivam uma verdadeira conversão missionária:
1 . A Igreja tem que estar a serviço. Para tanto, ela necessita ser acolhedora. “Todas as pastorais são importantes, mas algumas são condições para outras funcionem bem. Entre essas, a mais importante é a pastoral da acolhida. Se as paróquias não forem acolhedoras, todas as outras pastorais serão precárias porque as pessoas não ficam onde não se sentem acolhidas”.
2 . Visitar, escutar e ajudar. São os pilares de uma paróquia missionária e acolhedora. “Acolher não significa apenas receber as pessoas na porta da Igreja. Acolhimento é algo mais profundo: é ir ao encontro. Qualquer pessoa que procure uma comunidade eclesial deve ser recebida por alguém que a escute e ajude a encontrar uma solução para a sua necessidade”.
3 . Igreja missionária em saída. “A Igreja tem que ir ao encontro das periferias, seja ela física ou existencial”.
4 . Santidade de vida. “Igreja missionária requer presbíteros e leigos que busquem a santidade e ofereçam ao mundo um testemunho verdadeiro e coerente de seguimento de Jesus Cristo. Tolerância, mansidão, alegria interior, ousadia apostólica, ardor, oração pessoal, honestidade, comprometimento com a verdade são alguns elementos da santidade de vida”.
5 . Inovação pastoral. “Não ter medo de mudanças e de criar novas pastorais quando forem necessárias”.
6 . Investir na formação pessoal dos leigos. “Se queremos que as paróquias sejam centros de irradiação da fé temos que fazer de modo que todos os que dela participam estejam em formação permanente. Transformar todos os grupos em unidades formativas: que em cada encontro se aprenda alguma coisa”.
GRAÇA E PECADO
A Missa de encerramento do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na quinta-feira, 9, na capela do Mosteiro de Itaici.
Em sua homilia, Dom Odilo, refletindo sobre o texto do profeta Jeremias, chamando a atenção para o fato de que o Profeta, ao mesmo tempo em que denuncia o pecado do povo, anuncia uma nova aliança e o perdão dos pecados. “É um resumo da nossa história”, disse o Cardeal. “Graça e pecado, pecado e graça. Deus sempre quer renovar a aliança. Os desafios para a pastoral são grandes e muitos. Mas temos Deus ao nosso lado. Contemos com a sua ajuda!” concluiu.
A segunda parte da homilia foi dedicada a Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), cuja memória era celebrada no dia. Dom Odilo enfatizou que Santa Edith Stein representa a pessoa que busca a verdade. “E quem busca a verdade encontra a Deus”, afirmou.
“Os santos são testemunhas da fé, da busca da verdade e da vida na verdade. A bíblia é a narrativa da história dos santos que fizeram a história da salvação: patriarcas, profetas e apóstolos. Esses santos foram referencia de verdade e amor para com Deus e para com o povo. Os santos da Igreja são referencias históricas da história da Igreja”, afirmou o Cardeal.
Ao final Dom Odilo exortou os padres a usar o testemunho dos santos para evangelizar. “Mais do que contar sobre os seus milagres, enfatizar as histórias de suas buscas, de suas vidas, de suas orações, lutas e boas ações em modo a provocar no coração dos cristãos o desejo de santidade de vida”.
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Aos 67 anos, morre o Padre João Bosco dos Santos
A Arquidiocese de São Paulo comunica o falecimento no sábado, 23 de dezembro, do Padre João Bosco dos Santos, aos 67 anos, no Hospital Santa Catarina, em decorrência de um câncer de próstata.
Nascido em Cachoeira Paulista (SP), em 5 de abril de 1950, Padre João Bosco foi ordenado sacerdote em 1982, aos 32 anos de idade.
Na Arquidiocese de São Paulo, atuou especialmente na Região Episcopal Belém. Foi pároco nas paróquias Santa Madalena, Natividade do Senhor, São José do Maranhão e São Benedito. Também colaborou na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O sepultamento do sacerdote foi em Cachoeira Paulista. Pelas redes sociais, amigos de sacerdócio e leigos que atuaram com o Padre João Bosco dos Santos recordaram da disponibilidade do presbítero em servir à Igreja e também de suas homilias, que faziam todos a aprofundar cada vez mais os valores da fé católica.
(Com informações do Padre Fausto Marinho)
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‘Os padres não caem do céu, surgem da comunidade’
Na missa da Festa da Transfiguração do Senhor, na Catedral da Sé, no domingo, 6, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, conferiu os ministérios de Leitor e Acólito a um grupo de seminaristas da Arquidiocese. A celebração marcou o início do mês das vocações no Brasil, cujo primeiro domingo recorda a vocação para os ministérios ordenados.
A missa foi concelebrada por padres formadores do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição e pelo Coordenador da Pastoral Vocacional, Padre Messias de Moraes Ferreira.
O Leitorato foi conferido aos seminaristas Àlvaro Moreira Gonçalves, Eldino José Pereira, Francisco Ferreira da Silva, Jonathan Aparecido Lopes Gasques e Sulliver Rodrigues do Prado. Já aos seminaristas Benedito Aparecido Maria de Borba, Fabio Nunes dos Santos, Hernane Santos Modena e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho foi conferido o Acolitato.
Chamado ao serviço
Na homilia, Dom Odilo explicou que os ministérios recebidos pelos seminaristas são um primeiro chamado ao serviço no processo formativo que antecede a ordenação. “Os ministros leitores são encarregados de ajudar a Igreja a realizar a parte mais importante da sua missão: o anúncio da Palavra de Deus... Na celebração, na pregação, mas de muitas outras formas: na Catequese, nos cursos de formação cristã, na leitura bíblica, nos retiros, nas missões. Tudo isso é evangelizar”, afirmou.
Quanto ao ministério dos acólitos, o Cardeal ressaltou que não se resume ao serviço do altar, mas ao serviço daquilo que se celebra no altar, o mistério central da redenção: Jesus que continua a se doar pela humanidade. “Os acólitos, ajudando os sacerdotes a bem celebrar, ajudam o povo de Deus a se oferecer a Cristo no altar. Os acólitos estão em função da Eucaristia, a serviço do culto eucarístico”.
Dom Odilo pediu, ainda, a toda a comunidade que sempre reze pelas vocações, pelos seminaristas, pelos padres e diáconos, para que, “com a graça de Deus, com a ajuda de todos e com o próprio esforço e a resposta de cada um ao chamado de Deus, possam realizar bem a sua vocação, seu serviço a Deus e aos irmãos na Igreja”. O Arcebispo também reforçou o pedido para sempre rezarem pelo ministério dos bispos e do Papa. “Nós também somos sacerdotes, precisamos da oração de todos”, acrescentou.
O Cardeal Scherer recordou, ainda, os 13 diáconos seminaristas da Arquidiocese que estão realizando uma experiência missionária na Amazônia e no Nordeste nos meses de julho e agosto e que, no final de novembro, serão ordenados sacerdotes.
Oração nas paróquias
Dom Odilo agradeceu as paróquias que realizam um trabalho de promoção vocacional. “Os padres não caem do céu, surgem da comunidade. O Papa São Joao Paulo II dizia que a vocação é uma resposta de Deus providente a uma comunidade orante, que pede. ‘Pedi ao Senhor da messe que envie operários’. Deus ouve e chama”, disse.
“Que bom seria se em cada comunidade e paróquia houvesse vocacionados. Precisamos trabalhar muito para isso. Será que Deus parou de chamar? Deus continua a chamar. Talvez nós estejamos um pouco distraídos e não ouvimos o chamado ou não o acolhemos devidamente”, completou o Arcebispo.
No final da celebração, agentes da Pastoral Vocacional depositaram flores na imagem de Nossa Senhora, Mãe das Divinas Vocações, e um dos jovens vocacionados fez uma saudação a Dom Odilo.