Um café inclusivo

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18 de março de 2020

Ao chegarmos ao café, fomos recepcionados por dois garçons que, com um largo sorriso no rosto, escutaram atentamente nosso pedido e, em seguida, nos acompanharam até o balcão, onde a responsável pelo local aguardava a equipe do O SÃO PAULO para o início da entrevista. 
O Chefs Especiais Café seria um estabelecimento comum, não fosse por seu quadro de funcionários ser composto por pessoas com a trissomia do cromossomo 21, popularmente conhecida como síndrome de Down: elas têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. Todos da equipe se vestem com coletes de couro e usam anéis que remetem a grupos de motoclube, juntamente com a intenção de afastar qualquer tipo de percepção vitimista. 
A cafeteria é um desdobramento do Instituto Chefs Especiais, um projeto de Gastronomia fundado em 2006 pela advogada Simone Lozano.

AUTONOMIA
“A Gastronomia é transformadora. Quando cozinhamos, percebemos mudanças em uma série de fatores: o tempo, a quantificação, o trabalho em equipe, a organização. Nós costumamos dizer que possuímos os ingredientes e que, com eles, podemos fazer algo ruim ou um prato maravilhoso, algo que depende de cada um. Assim é também na nossa vida: nós temos todos os ingredientes e fazemos com eles o que quisermos. No Instituto, não cabe nunca o pior. Por isso, eles se empenham para provar que são capazes”, reiterou a advogada. 
O Instituto Chefs Especiais atende, atualmente, 300 alunos, a maioria com a trissomia do cromossomo 21, e se mantém por meio do apoio de patrocinadores e da promoção de eventos corporativos. 
Outra preocupação é preparar os estudantes para o futuro, pois, segundo Simone, “eles sobrevivem com a ajuda dos pais e a ideia é que essa autonomia seja para a vida. Pensando à frente, que eles não sejam um peso quando estiverem sem seus cuidadores, mas continuem sendo produtivos onde quer que estejam”.

VITRINE 
Inaugurada em 2017, a primeira cafeteria inclusiva do Brasil tem cinco funcionários com síndrome de Down, um com Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma gerente e um chef de cozinha sem deficiência alguma, duas mães voluntárias e duas que colaboram eventualmente. 
“Aqui é uma cafeteria diferente. Em qualquer outra, você entra, faz o pedido, toma o seu café, permanece o tempo que quiser e vai embora. Aqui, não. As pessoas chegam e logo vem um atendente para conversar, outro para fazer massagem, outro para abraçar. É um espaço em que o café é para todos”, destacou Simone. 
Todos os funcionários, exceto a gerente, são contratados e mantidos pela empresa GRSA, presente no Brasil há mais de 40 anos. Existe, ainda, uma parceria com o grupo Três Corações, que oferece capacitação para toda a equipe. A cafeteria está em busca de empresas que aceitem arcar com o custo das mães que, no momento, atuam de forma voluntária. 

OPORTUNIDADE
Existe no local um espaço disponibilizado para que os atendentes divulguem seus trabalhos individuais, como a confecção de doces. O valor angariado com as vendas é destinado diretamente para a conta pessoal do funcionário. A única exigência feita é que o produto obedeça aos padrões de qualidade, que haja a reposição dos itens constantemente e que as mães voluntárias se revezem no atendimento na loja de doces. 
Com isso, os chefs especiais vêm conquistando cada vez mais independência financeira. São contratados em regime CLT e possuem os mesmos direitos de qualquer outro profissional, conforme lembrou o sócio da cafeteria, Luciano Piva.
Outro aspecto mencionado por ele foi a possibilidade de as mães permanecerem e ajudarem no dia a dia de trabalho, uma vez que muitas delas desejam ter essa oportunidade, o que não é permitido em outras empresas. 

O QUE ELES DIZEM?

O jornal O SÃO PAULO ouviu os funcionários e uma das mães que realizam o trabalho voluntário sobre a rotina na cafeteria:

Fabrizio Schahin Caritá, 29, “Eu gosto quando os clientes elogiam o café que eu faço. Minha mãe se sente feliz em me ver trabalhando”. Transtorno do Espectro Autista. 
Rodrigo Marques Botoni, 42, “Minha mãe tem orgulho de mim. Procuro sempre deixar o ambiente organizado”. Síndrome de Down. 
Gabriel Pereira Lima, 20, “Eu procuro estar sempre feliz e conversar sobre diferentes assuntos. Eu gosto de trabalhar aqui”. 
Síndrome de Down.
Matheus Maester Gabrielli, 27, “Eu gosto de servir e retirar os pratos. Meus amigos, minha namorada e minha mãe sempre vêm aqui e nós conversamos”. 
Síndrome de Down. 
Sandra Maester Gabrielli, mãe do Matheus: “É importante que eles estejam no mercado de trabalho para que as famílias enxerguem que há uma luz no fim do túnel. Aqui, nós mostramos que é possível que eles tenham uma vida mais independente, que eles podem ser donos da própria vida”.

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Site – www.chefsespeciaiscafe.com.br
Ou visite a cafeteria, localizada na Alameda Tietê, 43, Loja 15, Cerqueira César

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Trabalho: região central lidera o ranking com mais de 600 vagas do Cate

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05 de novembro de 2019

A Prefeitura de São Paulo começa a primeira semana de novembro disponibilizando por meio do Cate – Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo, 5.559 vagas para os munícipes da capital. As oportunidades podem ser consultadas nas 24 unidades da rede, administradas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.
 
O cargo de operador de caixa ocupa o primeiro lugar do ranking com 85 oportunidades. Na segunda posição, com 71 vagas, o setor de telemarketing. Para participar dos processos seletivos, os candidatos devem ter concluído o ensino médio e ter experiência mínima de seis meses. Os salários dos cargos variam entre R$ 998 a R$ 1.536, por mês
 
Em seguida, a área de auxiliar de limpeza conta com 48 oportunidades de emprego. Em grande parte das empresas é aceito ensino fundamental completo e a remuneração varia entre R$ 1.108 e R$ 1.511. Há também vagas temporárias com maior concentração na região sul e norte.
 
Nas oportunidades da semana, destacam-se ainda 30 postos para atendente balconista exigindo ensino médio completo - salário entre R$ 1.000 e R$ 1.430, por mês. Destaque para 10 destas voltadas para pessoas com deficiência, sendo elas oportunidades efetivas. O cargo de motorista de caminhão apresenta 15 postos com exigência de ensino médio completo, salário entre R$ 1.500 e R$ 1.954 para quem possui CNH categoria D.
 
De acordo com a distribuição regional, a zona central apresenta o maior número de oportunidades, com 610 vagas, seguida pela região leste com 202. A região sul apresenta 176 ofertas de emprego e a região norte dispõe de 137. Já a zona oeste da cidade conta com 124 possibilidades de contratação.

Todas as oportunidades de emprego podem ser consultadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, em qualquer uma das 24 unidades do Cate. É necessário apresentar RG, CPF, número do PIS e carteira de trabalho. A lista completa de endereços pode ser acessada no endereço: www.bit.ly/2ElKJnh

Cate
O Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho é uma rede de atendimento gratuito com 24 unidades distribuídas por todas as regiões da cidade de São Paulo. Visando orientar trabalhadores e empreendedores, o Cate oferece serviços de encaminhamento de vagas, oficinas de qualificação profissional e emissão de carteira de trabalho.

 

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Jovens da Fundação Casa farão cursos em Etecs e Fatecs

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30 de julho de 2019

Em julho, 26 jovens que cumprem medidas socioeducativas na Fundação Casa receberam a notícia de um importante passo para ressocialização e qualificação profissional. Eles foram aprovados nos vestibulares do Centro Paula Souza para cursos técnicos e ensino superior.

Um dos estudantes aprovados é Carlos (nome fictício), que cumpre medida no centro de Botucatu. O adolescente recebeu a notícia de que foi aprovado no processo seletivo da Escola Técnica Estadual (Etec) para o curso técnico de Mecânico de Maquinagem.

A conquista foi um complemento à trajetória do jovem, que iniciou no mês passado um estágio na Secretaria de Assistência Social, por meio do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee). O sonho do adolescente é trabalhar um dia na Embraer.

No segundo semestre, 159 jovens da Fundação foram inscritos para participar das provas das Etecs e outros 57 jovens fizeram os vestibulares das Fatecs. Os aprovados cumprem medidas nas unidades de Itanhaém, São Vicente, Mongaguá, Franco da Rocha, em unidades da capital, do interior (Irapuru, Mirassol, Tanabi, Botucatu, Cerqueira César e São Carlos) e em Jacareí, no Vale do Paraíba.

De acordo com a gerente de Educação Profissional da Fundação Casa, Cristina Lumiko Nakasone Watanabe, o desempenho dos jovens é fruto de um trabalho integrado.

“As equipes multiprofissionais dos centros analisam caso a caso. Quando detectam que o jovem tem perfil para cursar uma Etec ou uma Fatec, elas começam então um trabalho de reforço”, disse. “Os servidores do setor pedagógico trazem provas antigas e refazem com eles, aplicam simulados e tiram dúvidas”, explicou.

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Eternizar o ‘lugar onde vivo’ com histórias escritas dentro da escola

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13 de abril de 2019

Com o objetivo de contribuir com a melhoria do ensino e aprendizagem da leitura e da escrita nas escolas públicas, de gerar uma reflexão sobre esses aspectos, a partir das vivências pessoais dos alunos, contemplando teoria e prática, é que a Olimpíada de Língua Portuguesa promove, há seis edições, atividades para a formação de professores de Língua Portuguesa e a realização do concurso que conta com participação de estudantes e docentes.

INÍCIO

A história do concurso entre escolas públicas vai ao encontro da criação do Programa Escrevendo o Futuro - uma iniciativa do Itaú Social, com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC) e com a parceria do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (CONSED), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e o Canal Futura - criado para apoiar a formação de professores de Língua Portuguesa e aprimorar o trabalho com leitura e escrita.

Em 2008, o programa estabeleceu uma parceria com Ministério da Educação (MEC) para a realização de um concurso de produção de textos, o que hoje é conhecida como a Olimpíada de Língua Portuguesa, que envolve professores e estudantes do 5º ano do Ensino do Ensino Médio das escolas públicas de todo o País.

Maria Aparecida Laginestra, Coordenadora da Olimpíada de Língua Portuguesa pelo CENPEC, explicou que “os textos são produzidos a partir de oficinas e atividades realizadas em sala de aula, segundo uma metodologia para o ensino de Língua Portuguesa oferecidas pelo Programa”.

IMPORTÂNCIA PARA A ESCOLA E PARA A VIDA

A metodologia adotada aborda conteúdos didáticos previstos no ensino de Língua Portuguesa, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular.

Para os professores, é oferecida a oportunidade de complementar sua formação, participando dos diversos cursos a distância e utilizando as publicações e recursos didáticos oferecidos pelo Portal Escrevendo o Futuro para perfeiçoar sua prática docente. Para os alunos, é a chance de aprimorar e aprender novas habilidades leitura e escrita em diversos gêneros textuais.

Além disso, estudantes e professores que chegam à fase semifinal do concurso viajam juntos para uma capital do País, onde participam de atividades culturais e de formação.

ETAPAS

Dividida em duas etapas, os anos com finais ímpares são destinados à capacitação dos profissionais que conduziram os alunos nas atividades, que ocorrem no ano seguinte. Para que a inscrição no concurso seja efetivada, é preciso que antes as respectivas secretarias de educação façam a adesão das escolas cadastradas.

Após isso, iniciam-se as oficinas em sala de aula, de acordo com os anos escolares e gêneros textuais envolvidos no concurso: Poema, para os 5º anos do Ensino Fundamental; Memórias Literárias para os 6º e 7º anos do Ensino Fundamental; Crônica, para os 8º e 9º ano do Ensino Fundamental; Documentário, para os 1º e 2º ano do Ensino Médio; e Artigo de Opinião, para os 3º anos do Ensino Médio.

As produções serão avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos no material didático orientador e no regulamento da Olimpíada, nas etapas escolares, municipais, estaduais e regionais, até a nacional.

‘O LUGAR ONDE VIVO’

Em todas as suas edições, a Olímpiada pretende por meio de seu tema central “O lugar onde vivo” valorizar a interação de crianças, adolescentes e jovens e professores com seus territórios e comunidades, transformando essas perspectivas em frases, versos e histórias, que quando escritas são eternizadas.

Aos 15 anos, Ana Heloisa Coelho ganhou, em 2016, a medalha de ouro na categoria crônica ao escrever: “O palhaço e o menino”. Ana era aluna do 1º ano do Ensino Médio da ETEC Fernando Febeliano da Costa, em Piracicaba (SP) quando decidiu contar a história dos artistas de rua de sua cidade.

A inspiração para escrevê-la veio enquanto aguardava sua mãe dentro de um carro no centro de Piracicaba, e viu um palhaço -, curiosamente, no mesmo momento a estudante ouvia uma música do grupo musical Teatro Mágico, que falava sobre um palhaço pintado de piada. O fato fez com que ela decidisse expressar a vida no trânsito e o valor que os artistas de rua deveriam receber. Em seu texto, uma criança não oferece dinheiro como pagamento pelo trabalho, mas sim uma flor, simbolizando a gratidão.

UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA

Ana Heloisa esteve em Porto Alegre (RS) para uma das etapas do programa: “Nós conhecemos uma cidade nova, aprendemos uma nova forma de enxergar o mundo escrevendo uma crônica”, expressou.

Seu sentimento com as diferentes realidades mudou com a ida ao Rio Grande do Sul. Lá, teve contato com alunos que não tinham ao menos roupas para viajar e que foram ajudados pela mobilização de suas respectivas cidades. A espera de dias melhores por meio da educação demostrada por esses estudantes também lhe motivou.

Para a jovem, a Olímpiada tem o significado de oportunidade. Após ganhar o concurso, Ana Heloisa recebeu uma bolsa de estudos no Colégio Luiz de Queiroz.

NOVIDADES EM 2019

A Coordenadora da Olímpiada contou que a partir deste ano, a Olimpíada celebrará um escritor ou escritora que apadrinhará a edição. A primeira homenageada é a mineira Conceição Evaristo.

Outra novidade é a inclusão do gênero “Documentário” para estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Médio, já como uma adequação às habilidades e competências colocadas pela Base Nacional Comum Curricular.

Por fim, professores e estudantes finalistas serão premiados com medalha, leitor de livros digital e assinatura de livros digitais, e a escola receberá uma placa de homenagem.

Os ganhadores serão premiados com medalha e uma semana de imersão pedagógica internacional, e estudantes vencedores ganham medalha e viagem cultural para uma cidade brasileira. As escolas vencedoras recebem placa de homenagem e acervo para a biblioteca escolar, definido pela organização do concurso.

As inscrições para a 6ª edição das Olímpiadas seguem até o próximo dia 30, e devem ser realizadas no Portal Escrevendo o Futuro.

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Mutirão do Emprego oferece mais de 6 mil vagas em São Paulo

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26 de março de 2019

Pelo menos seis mil pessoas estão hoje (26) em uma fila por vagas de emprego no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. Os postos de trabalho são oferecidos no Mutirão do Emprego, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e o Sindicato dos Comerciários.

As vagas abrangem os segmentos de telemarketing, operador de caixa, atendente e vendedor de loja.

Segundo informações da prefeitura, a ação faz parte de uma parceria firmada entre prefeitura e sindicato. No primeiro dia do mutirão serão distribuídas as senhas para os quatro dias.

O atendimento será feito até sexta-feira (29), no prédio do Sindicato dos Comerciários, na Rua Formosa, 99, das 8h às 17h. Para se candidatar a uma vaga de emprego basta levar carteira de identidade, Cadastro de Pessoa Física (CPF), carteira de trabalho e currículo impresso.

“Essa união tem um único objetivo: oferecer à população uma oportunidade de reconquistar sua posição no mercado de trabalho. Com a diversidade de vagas oferecidas, os interessados podem se candidatar a uma oportunidade em que já têm experiência ou até mesmo para uma nova área de atuação”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

VAGAS

Para a prefeitura, os cargos com mais oportunidades são telemarketing e operador de caixa (mais de mil vagas para cada). Há ainda pontos de trabalho para pessoas com deficiência, que podem se candidatar para empacotador, balconista, repositor e jovem aprendiz. Muitas vagas de emprego têm como requisitos mínimos ensino fundamental completo e idade acima de 16 anos.

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Bibliotecas Municipais recebem óculos que transformam textos em áudio

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27 de junho de 2018

A Prefeitura de São Paulo adquiriu 15 unidades do aparelho OrCam MyEye, uma espécie de óculos que escaneia e transforma instantaneamente textos em áudio. O prefeito Bruno Covas participou nesta terça-feira (26) da entrega da primeira unidade na Biblioteca Paulo Sérgio Duarte Milliet, no bairro da Água Rasa, na Zona Leste da cidade.

“A estimativa é que tenha na cidade de São Paulo até 1 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Todas elas poderão ser beneficiadas por esse programa. Com esses óculos, elas poderão pegar qualquer livro da estante e ter acesso a esta obra, sem depender de livros traduzidos em braile ou áudiolivros. A gente espera com esta iniciativa democratizar o acesso às bibliotecas municipais na cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito.

Inicialmente, 12 bibliotecas receberão o equipamento, permitindo que usuários com algum tipo de deficiência visual, com déficit de atenção e dislexia tenham acesso a todos os livros do acervo das unidades. “Esta é uma iniciativa muito importante para propiciar o acesso à leitura às pessoas com deficiência visual. Foi uma experiência muito boa, é um aparelho bacana mesmo, que me dá autonomia para poder ler os livros em tinta, que a gente não conseguia ter esse acesso”, disse o jornalista Gustavo Torniero, deficiente visual.

Nesta fase de teste, os óculos serão distribuídos nas bibliotecas Mário de Andrade (Centro), Centro Cultural São Paulo (Zona Sul), Affonso Taunay (Zona Leste), Alceu A. Lima (Zona Oeste), Álvares de Azevedo (Zona Norte), Brito Broca (Zona Norte), Hans Christian Andersen (Zona Leste), Monteiro Lobato (Centro), Mário Schenberg (Zona Oeste), Paulo Duarte (Zona Sul), Paulo Sérgio Millet (Zona Leste) e Viriato Corrêa (Zona Sul).

A expectativa é que até o final de 2020, todas as 54 bibliotecas municipais tenham, pelo menos, um par de óculos, fazendo com que todos os livros do acervo municipal fiquem à disposição do leitor com deficiência visual, e não somente o acervo em Braille e áudiolivros. “A cidade de São Paulo precisa ser para todos, não dá para ter uma biblioteca que só uma parte da população possa usar”, disse Covas.

“Nós temos mais de 5 milhões de exemplares nas nossas bibliotecas. Com esse aparelho, todos passarão a ser acessíveis à população com deficiência visual e às pessoas que não conseguem ler livros, mas que poderão utilizar este serviço nas bibliotecas. Isso é estimular a leitura, com autonomia e liberdade”, disse o secretário municipal de Cultura, André Sturm.

A iniciativa faz parte do programa Biblioteca Viva, lançado no ano passado com o objetivo de incentivar a leitura. Com o aparelho, as pessoas com deficiência visual poderão buscar nas próprias estantes das bibliotecas o livro que desejar, garantindo também mais autonomia de cada um.

“É uma iniciativa fantástica. Investimento em tecnologia assistiva como essa é fundamental. Irá atender uma demanda crescente, já que a população com deficiência está cada vez mais na rua, nos espaços públicos”, afirmou o secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Cid Torquato.

Desenvolvido pela “Mais Autonomia Tecnologia Assistiva”, o equipamento pode ser aplicado não só em livros, mas também jornais, revistas, placas de rua, cardápios de restaurantes, nomes de lojas, mensagens do celular, placas de sinalização e folhetos. Trata-se de uma pequena câmera inteligente que, acoplada nas hastes de qualquer par de óculos, escaneia e lê instantaneamente textos em português e inglês, em qualquer superfície, reconhecendo também produtos, código de barras, cores, cédulas de dinheiro e até mesmo rostos que estiverem cadastrados previamente, tudo em tempo real.

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