Papa nomeia cardeal Raymundo enviado para o centenário da coroação de Nossa Senhora de Chiquinquirá

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26 de junho de 2019

O Papa Francisco nomeou o arcebispo emérito de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, seu Enviado Especial para a celebração dos cem anos da coroação de “Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá”, Padroeira da Colômbia.

A celebração do centenário de coroação se realizará no Santuário Mariano Nacional de Chiquinquirá, em 9 de julho próximo. A notícia foi divulgada, nesta terça-feira (25/06), pela Sala de Imprensa da Santa Sé. A celebração coincide com as comemorações do bicentenário de Independência da Colômbia.

Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá, cuja festa é celebrada no dia 09 de julho, foi proclamada padroeira da Colômbia pelo Papa Pio VII em 1829. Em 1919, foi coroada canonicamente pelo Papa São Pio X. E em 1927, o Santuário foi declarado Basílica pelo Papa Pio XI.

Chinquinquirá é uma pequena cidade situada às margens do rio Suárez, na Colômbia. É também conhecida como capital da província do ocidente e capital religiosa da nação. Seu nome, na língua dos índios Chibcha, significa “povo sacerdotal”.

 

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma saudação ao cardeal Raymundo. Eis o texto: 

 

Brasília-DF, 25 de junho de 2019

Estimado irmão, Cardeal Raymundo,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) alegra-se com a sua designação como Enviado Especial para a celebração do Centenário da Coroação da “Virgem del Rosário de Chinquinquirá”, padroeira da Colômbia, que acontecerá no próximo dia 9 de julho, coincidindo com as comemorações do bicentenário da Independência daquele país.

Saudando-o por esta designação, recordamos as palavras de Pio XII, mais tarde repetidas por são João Paulo II, em junho de 1986: “A Colômbia é um jardim Mariano, em cujos santuários domina, como o sol entre as estrelas, Nossa Senhora de Chiquinquirá”.

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva

Bispo de Roraima (RR)

Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

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Vivamos o Natal colocando Jesus no centro das ações

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24 de dezembro de 2018

No Ângelus do IV domingo do Advento, no dia 23, o Papa Francisco pediu a Maria que dê a todos a graça de viver um Natal “extrovertido e não dispersivo: que no centro não esteja o nosso ‘eu’, mas o Tu de Jesus e o tu dos irmãos, especialmente daqueles que necessitam de ajuda”.

O Evangelho da visita de Maria a Isabel prepara para a todos para bem viver o Natal, e comunica o dinamismo da fé e da caridade.

Fé e caridade

O trecho evangélico narra a visita de Maria à sua idosa parente Isabel. O anjo Gabriel lhe havia revelado que Isabel esperava um filho e já estava no sexto mês de gravidez. A Virgem, que tinha acabado de conceber Jesus por obra de Deus, partiu apressadamente de Nazaré, na Galileia, para as montanhas da Judeia.

“Este episódio nos ajuda a ler com uma luz especial o mistério do encontro do homem com Deus”, afirmou Francisco.

Um encontro que não é marcado por clamorosos prodígios, mas é marcado pela fé e pela caridade. Maria, de fato, é bem-aventurada porque acreditou: o encontro com Deus é fruto da fé.

A força vem da fé

O marido de Isabel, Zacarias, ao invés, não acreditou e ficou surdo e mudo. Sem fé, acrescentou o Papa, fica-se inevitavelmente surdo à voz consoladora de Deus; e se é incapaz de pronunciar palavras de consolo e de esperança para os nossos irmãos.

“E nós o vemos todos os dias: as pessoas que não têm fé ou uma fé muito pequena, quando deve se aproximar de uma pessoa que sofre, diz palavras de circunstância, mas não consegue chegar ao coração porque não tem força. Não tem força porque não tem fé, e se não tem fé não saem palavras que chegam ao coração.”

A fé, por sua vez, alimenta-se na caridade. O evento do nascimento de Jesus começou assim, com um simples gesto de caridade, com Maria que se levanta para ir até Isabel, demonstrando nos fatos já ser discípula daquele Senhor que carrega no ventre.

Dinamismo da fé

“O Evangelho da visita de Maria a Isabel nos prepara para viver bem o Natal, comunicando-nos o dinamismo da fé e da caridade. Este dinamismo é obra do Espírito Santo: o Espírito de Amor que fecundou o ventre virginal de Maria e a levou ao serviço da parente idosa.”

Festa em família

Ao saudar os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro para a oração do Ângelus, Francisco destacou a importância de se viver o Natal em família.

“O meu pensamento vai em especial às famílias, que nesses dias se reúnem: quem vive longe dos pais parte e volta para casa; os irmãos tentam se reencontrar... No Natal é belo e importante estar juntos em família”, disse o Pontífice, mencionando, porém, quem está impossibilitado de viajar e está longe de sua terra natal.

“Queridos irmãos e irmãs, o nosso Pai celeste não os esquece e não os abandona. Se vocês são cristãos, faço votos que encontrem na Igreja uma verdadeira família, onde experimentar o calor do amor fraterno.”

E a todos os que estão longe de casa, cristãos ou não cristãos, o Papa recordou: “As portas da comunidade cristã estão abertas, Jesus nasce para todos e doa a todos o amor de Deus”.

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A oração do Papa Francisco diante da Virgem Negra, na Lituânia

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22 de setembro de 2018

Na parte da tarde, Francisco visitou o Santuário da Mãe da Misericórdia, situado ao lado da “Porta Aurora”, onde os fiéis veneram a imagem da Virgem Negra, chamada “Mãe da Misericórdia”, por cuja intercessão, ao longo dos séculos, ocorreram numerosos prodígios.

Diante da Capelinha da Virgem Negra, o Santo Padre rezou com presentes o terceiro Mistério Gozoso do terço, sobre o nascimento de Jesus na gruta em Belém, fazendo a seguir, um breve pronunciamento:

“ Encontramo-nos diante da Porta da Aurora, que resta das muralhas desta cidade, que serviam para defender o povo dos perigos e provocações. Nesta Porta, que permaneceu em pé depois da invasão do exército, em 1799, já se encontrava a imagem da Virgem da Misericórdia, a Santíssima Mãe de Deus, que sempre nos socorre e vem em nosso auxílio. ”

 

Caminhar fraternalmente

Desde então - recordou o Papa –, ela nos ensina que se pode proteger sem atacar, que é possível ser prudentes sem a necessidade doentia de desconfiar. Esta Mãe, sem o Menino nos braços, toda dourada, é a Mãe de todos. No passado, foram construídas diversas fortalezas, mas, hoje, sentimos a necessidade de nos olharmos de frente, como irmãos, e caminhar juntos fraternalmente.

E Francisco afirmou:

“Todos os dias, uma multidão de pessoas vesantuariom rezar diante da imagem da Mãe da Misericórdia: lituanos, poloneses, bielorrussos e russos, católicos e ortodoxos. Tudo isso, graças à liberdade de circulação entre os países. Que bom se conseguíssemos também construir pontes de encontro e solidariedade entre todos. Como uma boa mãe, a Mãe da Misericórdia busca reunir famílias e crianças, que, com seus sofrimentos e obscuridades, anseiam pela nossa caridade, a chave que abre as portas do Céu”.

 

Construir pontes, não muros!

O Santo Padre concluiu seu pronunciamento, pedindo a proteção da Virgem Negra sobre comunidade lituana, para que possa anunciar Jesus Cristo, nossa Esperança, manter uma pátria acolhedora, paciente e solidária, e construir pontes, não muros!

Após a oração mariana, o Papa ofereceu um Terço de ouro em homenagem à Santíssima Virgem Maria. Depois, dirigiu-se à janela do Santuário da Mãe da Misericórdia, para abençoar a multidão presente.

Por fim, Francisco deslocou-se de papamóvel para a Catedral de Vilnius, dedicada aos Santos Estanislau e Ladislau, diante da qual manteve um encontro com a Juventude da Lituânia.

 

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‘Maria é elevada aos Céus, alegrem-se os coros dos anjos!’

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22 de agosto de 2018

No domingo, 19, a Igreja no Brasil festejou solenemente a Assunção da Virgem Maria. Nessa Solenidade, os cristãos recordam o dia em que a “imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.

Essa festa, celebrada já desde o século IV, mas somente declarada dogma no Ano Santo de 1950, pelo Papa Pio XII, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, apresenta seu fundamento mais profundo nas Sagradas Escrituras, de forma muita clara na primeira leitura da Santa Missa: São João, o discípulo amado, em sua visão apocalíptica, vê a Arca da Aliança adentrar o mais alto dos  Céus, e se assentar no meio do Templo  celestial. Não falava, contudo, da antiga Arca da Aliança, que continha as tábuas da Lei, o maná vindo do Céu e a Vara de Aarão, mas, sim, da Arca da Nova Aliança, a Virgem Maria, que trouxe ao mundo o autor da própria Lei, o Pão vindo dos Céus, o grande milagre em favor da humanidade: Jesus Cristo, Deus encarnado.

Porque, então, uma festa tão antiga quanto esta, crida por tanto tempo na fé da Igreja e com sólida fundamentação bíblica, foi somente reconhecida como divinamente revelada em meados do século XX?

 

O ANO DE 1950

O século passado pode ser considerado como um dos tempos mais belicosos da humanidade: tendo se iniciado com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), abalado por diversas revoluções na sociedade e arrasado pelos horrores da Segunda Grande Guerra (1939-1945), esse século foi marcado por uma série de eventos contra a dignidade do próprio homem, que levaram a um pensamento pessimista em relação a si mesmo, não encontrando um sentido em sua própria existência, caindo no erro do materialismo ateu; da negação de Deus e da perda do sentido sobrenatural da vida humana; e do consequente surgimento de diversas ideologias que diminuíam o homem a mero produto da natureza, sem fim à eternidade.

Diante dessa realidade, o Papa Pio XII, através da proclamação do dogma, esperava “que, ao meditarem nos exemplos gloriosos de Maria, mais e mais se persuadam todos do valor da vida humana, se for consagrada ao cumprimento integral da vontade do Pai celeste e a procurar o bem do próximo. Enquanto o materialismo e a corrupção de costumes que dele se origina ameaçam subverter a luz da virtude, e destruir vidas humanas, suscitando guerras, é de esperar ainda que este luminoso e incomparável exemplo, posto diante dos olhos de todos, mostre com plena luz qual o fim a que se destinam a nossa alma e o nosso corpo.” (Munificentissimus Deus, 42.)

Esse fim referido pelo Sumo Pontífice não era outro que o proclamado no dogma em relação à Santíssima Virgem: que, após o fim da vida terrestre, todos os homens que praticaram a virtude e buscaram a santidade, teriam o mesmo destino da Mãe de Deus: participar, em corpo e alma, da beatitude eterna. Num período marcado pelo desencanto e desespero, contemplar a vida de Maria Santíssima iluminava a existência humana e permitia ao homem encontrar seu fim último, a vida em Deus.

 

OS PRIVILÉGIOS DE MARIA

Contudo, mais ainda, a proclamação deste dogma torna clara a vida de excelsa santidade e união com Cristo que Maria teve nesta terra. Assim disse o Papa Pio XII: “É de esperar também que todos os fiéis cresçam em amor para com a Mãe celeste, e que os corações de todos os que se gloriam do nome de cristãos se movam a desejar a união com o corpo místico de Jesus Cristo, e que aumentem no amor para com aquela que tem amor de Mãe para com os membros do mesmo augusto corpo.” (Munificentissimus Deus, 42.)

O amor à Virgem leva os cristãos todos a aprofundar no conhecimento de sua vida, e, assim, louvar a Deus por ter feito obra tão perfeita em sua Santa Mãe. D fato, a vida de Nossa Senhora foi marcada por uma série de privilégios da parte de Deus: desde toda a eternidade o Criador olhou para a Virgem Maria com particular complacência, adornando-a de diversos dons, dentre os quais, a própria Conceição Imaculada, preservando- -a de toda mancha do pecado original. Além disso, recebendo a embaixada do anjo, teve a dita de ser Mãe do próprio Deus. Mais ainda, preservando em seu corpo e alma a integridade e santidade, Maria Santíssima teve uma terceira grande graça, a de permanecer virgem antes, durante e depois do parto. Toda a vida de Maria se dirige a um único fim: unir-se a Jesus Cristo! Para isso Deus preparou sua alma e seu corpo; para isso, Deus a santificou e a tornou cheia de graça; para isso ela foi criada, e foi assim que ela respondeu à sua vocação, devotando toda sua vida à vida de Jesus, do nascimento à Cruz.

Claro que Deus não poderia desfazer essa união perfeita entre Maria e seu Filho depois da vida terrestre daquela, uma vez que “Cristo, com a própria morte, venceu a morte e o pecado, e todo aquele que pelo batismo de novo é gerado, sobrenaturalmente, pela graça, vence também o pecado e a morte” (Munificentissimus Deus, 6). Maria, mais do que ninguém, venceu junto a Cristo sua própria morte, e, por isso, no final de sua vida terrestre, foi ressuscitada e glorificada pelo Pai Celeste, sem sofrer a corrupção do sepulcro, para assim participar plenamente da glória eterna.

Por isso, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora pode ser considerada o coroamento da vida da Virgem e a grande esperança da humanidade: modelo universal de santidade, intercessora onipotente, indicadora da glória futura, Maria aponta o caminho aos peregrinos e enche de consolo os que lutam para ser fiéis a Deus nesta vida e receber, como ela, um dia, a glória da eternidade.

 

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