Com isolamento abaixo de 50%, Governo de SP pode não flexibilizar quarentena

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06 de mai de 2020

A taxa de isolamento no estado de São Paulo atingiu 47% na terça-feira, 5, valor abaixo das expectativas do governo paulista, que considera satisfatória taxa acima de 50% e, ideal, acima de 70%. Nos finais de semana, a taxa tende a subir e ficar na média considerada satisfatória. Mas durante a semana ela volta a cair. Desde domingo, 3, o estado não consegue atingir a marca de 50%.

Caso a média de isolamento no estado não supere os 50%, o governador de São Paulo, João Doria, ameaça não abrandar as medidas de quarentena, que perduram até o dia 10 de maio. Até esse dia, somente os serviços considerados essenciais - como de logística, segurança, abastecimento e saúde - estão autorizados a funcionar.

“Temos dito e repetido aqui que nenhuma medida de flexibilização de isolamento social será adotada no estado de São Paulo se não tivermos a média entre 50% e 60%. Infelizmente não estamos alcançando essa média”, disse o governador em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, 6, no Palácio dos Bandeirantes.

TAXA DE OCUPAÇÃO DE LEITOS

Segundo o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, a retomada das atividades e serviços não essenciais no estado será baseada não somente no índice de isolamento, mas também na taxa de ocupação de leitos e número de pessoas já contaminadas pelo coronavírus, por exemplo.

A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) no estado está em torno de 67,2%, mas na Grande São Paulo ela já está crítica, com 86,6% de ocupação. Há 3.404 pessoas internadas em UTIs em todo o estado, com suspeita ou confirmação de coronavírus, além de 5.197 em tratamento em enfermarias.

“Nós estamos vendo, de um lado, uma frouxidão do sistema de isolamento e, de outro lado, a necessidade, pela quantidade de novos infectados, de aumentarmos a taxa de isolamento pelo menos a 55%. A única arma que nós temos é o distanciamento social. Nós não temos medicamentos, nós não temos vacinas - e nem teremos a curto prazo. Então é absolutamente fundamental que a população continue se sacrificando. Mas neste momento é necessário e é a única alternativa”, disse Uip.

LUTO OFICIAL

O governador de São Paulo, decretou luto oficial em todo o estado, a partir desta quinta-feira, 7, até quando durar o período de pandemia do coronavírus. Segundo Doria, o objetivo da medida é lembrar os mortos por coronavírus no estado. O decreto será publicado no Diário Oficial.

“Lamentavelmente, ultrapassamos 3 mil mortos com coronavírus, maior volume da história do estado de São Paulo, em circunstância de apenas 60 dias. Em respeito a famílias e amigos desses que perderam suas vidas, amanhã o Diário Oficial virá com o decreto de luto oficial em todo o estado, enquanto a crise do coronavírus e a pandemia perdurarem. Será um gesto de solidariedade”, disse Doria.

Nesta quarta-feira, 6, São Paulo registrou 37.853 casos confirmados de coronavírus, com 3.045 mortes. O país já tem mais de 114 mil casos confirmados de coronavírus, somando quase 8 mil mortes.

POUPATEMPO DIGITAL

O Governo lançou nesta quarta-feira, o aplicativo Poupatempo Digital, que disponibilizará mais de 60 serviços de forma online, tais como emissão da segunda via e renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), emissão da carteira de trabalho digital, atestado de antecedentes criminais e o acesso ao seguro-desemprego.

O serviço pode ser baixado na loja de aplicativos de seu celular (Google Play ou App Store), buscando por Poupatempo Digital. O download do aplicativo é gratuito, mas é preciso fazer um cadastro.

“No momento do distanciamento social, da dificuldade natural que as pessoas têm por conta da orientação de ficar em casa, a utilização do serviço digital facilita e poupa o tempo das pessoas", destacou o governador. “Você não precisa e não deve sair de casa”, disse Doria, enfatizando que ter acesso aos serviços pelo celular.

DOCUMENTOS POPULAÇÃO DE RUA

A Secretaria de Segurança Pública promoverá, a partir de hoje, mutirões para atendimento de pessoas em situação de rua, ajudando-as a obter documentos de identidade para que, com isso, possam ter acesso ao benefício emergencial do governo federal.

Segundo a secretaria, a ação será realizada diariamente, por agendamento, no centro da capital paulista. Os atendimentos serão feitos na sede do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), na Rua Riachuelo, no Largo São Francisco, somente mediante agendamento prévio realizado pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), com apoio da Defensoria Pública.

Os interessados poderão marcar dia e horário pelo telefone (11) 3311-3202. A secretaria estima que atenderá, inicialmente, 40 pessoas por dia.

CENTROS DE IDOSOS

Após a notícia de mortes de idosos por coronavírus em centros de acolhida e asilos nas cidades de Piracicaba e Hortolância, no interior paulista, o governador anunciou a destinação de R$ 3 milhões para os centros que atendem idosos em todo o estado.

Segundo Doria, a medida deve beneficiar 19 mil idosos em 590 abrigos. “Os recursos já foram disponibilizados e liberados de acordo com os serviços sociais já cadastrados”, informou o governador.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, Celia Parnes, o dinheiro será usado para a compra de máscaras, luvas e produtos de higiene pessoal para esses centros, além de ações de vacinação para gripe, testes rápidos para covid-19 e substituição de recursos humanos. O valor para cada município levará em conta a quantidade de equipamentos e a capacidade de atendimento de cada um.

(Com informações de Governo do Estado de São Paulo e Agência Brasil)

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Uso de máscara será obrigatório no transporte público de São Paulo

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29 de abril de 2020

Um decreto que será publicado pelo Governo do Estado de São Paulo, na quinta-feira, 30, vai tornar obrigatório o uso de máscaras, podendo ser de tecido, nos transportes públicos, carros de aplicativos e táxis em São Paulo. Também o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, assinou decreto similar fazendo valer a determinação também para a capital paulista.

A medida valerá a partir da segunda-feira, 4 de maio, para passageiros do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e de ônibus intermunicipais administrados pelo Governo do Estado. Segundo o Governador, valerá também para os carros de aplicativos e táxis, nos quais tanto o motorista quanto o passageiro deverão fazer uso do equipamento.

“As empresas serão fiscalizadas pelos órgãos municipais e estaduais. Elas serão advertidas se percebermos que não estão cumprindo essa determinação, sejam elas públicas ou privadas. Depois da advertência, elas poderão ser multadas”, disse João Doria. Pelo decreto municipal, a multa poderá ser de R$ 3,3 mil por dia, para cada ônibus que tiver pelo menos uma pessoa sem máscara, explicou Bruno Covas.

“Todos os motoristas de aplicativos e de táxis deverão obrigatoriamente, a partir de 4 de maio, estarem trabalhando com máscaras e todos os usuários também deverão usar máscaras. O motorista está apto a negar corrida ao passageiro que não estiver portando máscara”, completou Doria.

LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO

Além da intensificação na limpeza e higienização nos trens, ônibus, estações e terminais desde o início da disseminação do novo coronavírus, a Secretaria de Transportes analisa, ainda, a viabilidade de passar a higienizar os trens e ônibus intermunicipais com equipamento que emite luz ultravioleta (UV).

A tecnologia idealizada no Brasil foi testada no Metrô em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e poderá ser adotada na CPTM e na EMTU. Segundo o Governo, o robô é eficaz, ágil e de baixo custo. O aparelho tem a capacidade de desinfectar cada vagão ou veículo em até um minuto.

HOSPITAL DE CAMPANHA

Doria falou hoje também que será inaugurado na próxima sexta-feira, dia 1o, um novo hospital de campanha, no Ginásio do Ibirapuera, com 268 leitos. Assim, a cidade de São Paulo passará a contar com três hospitais de campanha. Os outros dois, já inaugurados, ficam no Anhembi e no estádio do Pacaembu. Com isso, São Paulo terá 2.268 novos leitos para o tratamento do coronavírus nos hospitais de campanha.

Os hospitais de campanha foram criados para atender pacientes com coronavírus em situação de baixa ou média complexidade. Eles têm portas fechadas: os pacientes só chegam se forem transferidos de outras unidades.

COMPRA DE RESPIRADORES

O governador de São Paulo anunciou, também, a compra de 3 mil respiradores junto à China ao custo de R$ 550 milhões. A partir deste final de semana, eles começarão a ser distribuídos nos hospitais públicos.

A aquisição foi feita em caráter emergencial e permitirá a ampliação de aproximadamente 50% do número de ventiladores mecânicos já existentes no Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. Até agora, estão disponíveis 6,3 mil equipamentos do tipo, conforme registros no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES). Foram adquiridos respiradores de dois tipos: dois mil ventiladores pulmonares do modelo SH300 e mil ventiladores para anestesia COMEN AX400.

A previsão é que os primeiros 500 respiradores cheguem a São Paulo no final desta semana, sendo instalados no complexo do Hospital das Clínicas e outras unidades de referência da COVID-19 na capital. Até o fim de maio, a previsão é de que 500 unidades sejam entregues a cada semana para hospitais de todas as regiões do Estado.

(Com informações de Governo do Estado de São Paulo e Agência Brasil)

 

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Estado de São Paulo registra mais de 2 mil óbitos pelo novo coronavírus

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28 de abril de 2020

Mais 224 mortes relacionadas ao novo coronavírus foram confirmadas desde segunda-feira, 27, em São Paulo. Com esse novo recorde num intervalo de 24 horas, o Estado atinge um total de 2.049 óbitos nesta terça-feira, 28.

Entre o total de vítimas fatais, 728 residiam em cidades do interior, litoral e Grande São Paulo, por onde a doença tem crescido. São 141 municípios com pelo menos um óbito, incluindo a capital. A relação de casos e óbitos confirmados por cidade pode ser consultada no site do Governo do Estado.

INTERIOR PAULISTA

Quase metade do total de municípios em São Paulo já foi alcançada pela COVID-19. Das 645 cidades de SP, 305 tiveram pelo menos um caso da doença. Entre os 24.041 confirmados em todo o território, 8.644 dos infectados moravam fora da cidade de São Paulo.

“Existe uma sensação no interior de que ele é protegido [contra o coronavírus], como se algo que acontece aqui na capital não fosse acontecer no interior. E isso de fato não é real”, afirmou nesta terça-feira (28) o professor da Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, Carlos Fortaleza, também integrante do Centro de Contingência em São Paulo.

Em coltiva no Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira, o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência, alertou para a difusão da pandemia para o interior do Estado e ressaltou a importância das medidas de contenção adotadas pelo Governo, como a quarentena.

“[A pandemia no interior] está atrasada em relação ao município de São Paulo e à área metropolitana em mais ou menos duas semanas. Por quê? Por conta das medidas de isolamento social que foram adotadas precocemente no Estado de São Paulo. Isso fez com que houvesse uma contenção”, disse.

INTERNAÇÕES E LEITOS

A COVID-19 também provocou a internação de mais de 8 mil pessoas nos hospitais de SP. Hoje, há 3.124 pacientes em UTI e 4.927 em enfermaria.

Também houve crescimento de um ponto percentual na taxa de ocupação dos leitos de UTI para atendimentos a COVID-19. Nesta segunda, está em 61,6% no Estado de São Paulo e 81% na Grande São Paulo.

PERFIL DA MORTALIDADE

Entre as vítimas fatais, estão 1.189 homens e 860 mulheres. Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 74,7% das mortes.

Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (521 do total), seguida por 60-69 anos (453) e 80-89 (408). Também faleceram 150 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (260 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (156), 30 a 39 (76), 20 a 29 (17) e 10 a 19 (7), e um com menos de dez anos.

Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (60,1% dos óbitos), diabetes mellitus (43,6%), doença renal (12,1%), pneumopatia (11,6%), e doença neurológica (11,3%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 1.687 pessoas que faleceram por COVID-19 (82,3%) do total.

(Com informações de Governo do Estado de São Paulo)

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Governo de SP recomenda uso de máscaras em todo o Estado

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23 de abril de 2020

O Governador João Doria recomendou, nessa quinta-feira, 23, que a população do todo Estado utilize máscaras de proteção facial nos momentos em que houver necessidade de sair às ruas. O decreto que prevê a recomendação será publicado nesta sexta-feira, 24, no Diário Oficial do Estado e faz parte de uma série de medidas adotadas pelo Governo de São Paulo para contenção da pandemia do coronavírus.

“É importante que essa recomendação seja seguida pelas pessoas que, em caso de extrema necessidade, precisem sair das suas casas. Isso não retira a recordação de ficar em casa, para salvar vidas. Mas se você tiver que ir a um supermercado, a uma farmácia ou a algum estabelecimento essencial, vá de máscara”, disse o Governador em entrevista coletiva

EM TODO O ESTADO

A medida atende às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde e abrange todos os 645 municípios do Estado. “A recomendação do Governo de São Paulo é para uso de máscaras em todo Estado. Há alguns municípios onde prefeitas e prefeitos, acertadamente, já promoveram essa recomendação localmente, como fez o prefeito Bruno Covas na capital. Agora estamos estendendo a todos os demais municípios”, pontuou Doria.

Os cidadãos de todo Estado poderão utilizar máscaras caseiras, confeccionadas com tecido, para atender à nova recomendação do Estado. A utilização da proteção facial, associada à orientação de isolamento social, tem objetivo de reduzir os índices de contaminação entre a população.

PROTEGER SUA VIDA

“Podemos observar que uma parte considerável e majoritária da população já está usando as máscaras. Inclusive as máscaras domésticas, que são aceitáveis pela medicina. Se necessário for, em uma nova etapa, e esperamos que não haja esta necessidade, tornaremos obrigatório. Mas não consigo compreender que alguém não queira usar a máscara e proteger a própria vida”, disse Doria.

O diretor de Divisão Médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Ralcyon Teixeira, lembra da importância do uso correto para evitar contaminações. “Você não pode estar de máscara e ficar tocando nela toda hora. Tem que haver uma técnica para tirar e colocar, higienizar as mãos, ter onde guardar. (…) A partir do momento que você fica pegando na máscara no ambiente, ou você pode se contaminar ou, se você for uma pessoa que está positivo [para COVID-19], você acaba contaminando o ambiente”, afirmou Teixeira em coletiva de imprensa realizada na Secretaria da Saúde em 16 de abril.

ALERTA IMPORTANTE

O Governador fez um novo alerta para que as pessoas fiquem em casa no período da quarentena, especialmente na capital e Região Metropolitana. “Ontem, a taxa de isolamento na capital e na Região Metropolitana de São Paulo, foi de 48%. Isto é grave, acendendo o sinal amarelo. Nós não podemos baixar de 50%. Esta é a recomendação da medicina e da ciência. Portanto, você, que mora na Região Metropolitana de São Paulo, nos ajude a não disseminar o vírus e a não colocar em risco a sua vida e as vidas de seus familiares”, ponderou o Governador.

(Com informações de Governo do Estado de São Paulo)

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Governo de São Paulo prorroga quarentena até dia 10 de maio

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17 de abril de 2020

O Governador João Doria anunciou nesta sexta-feira, 17, a extensão da quarentena em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo até 10 de maio. A medida mantém o fechamento de comércio e serviços não essenciais para reforçar o isolamento social e reduzir a circulação de pessoas ante o crescimento de casos e de mortes pela COVID-19.

O anúncio foi feito durante a coletiva de imprensa que aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e novas medidas de combate ao novo coronavírus serão informadas.

“A atitude responsável do Governo do Estado de São Paulo é pela prorrogação desta quarentena e evitar o colapso no atendimento da saúde pública e privada. São Paulo acredita na ciência e nos médicos”, afirmou Doria. “Para reabrir o comércio e os serviços, nós precisamos controlar melhor a contaminação e ter o sistema de saúde em condições de atendimento para salvar vidas”, completou.

EPICENTRO DAS CONTAMINAÇÕES

No período de um mês desde o primeiro registro de morte provocada pelo coronavírus em São Paulo, o Estado registrou 11.568 casos confirmados de COVID-19 e 853 mortos pela doença. São Paulo é o epicentro das contaminações por coronavírus no Brasil – o país registrava 30.425 infectados e 1.924 mortes até quinta-feira, 16.

A restrição de acesso a estabelecimentos comerciais e o veto a eventos públicos ou privados com aglomerações está em vigor desde o dia 24 de março. Esta é a segunda vez que o Governo de São Paulo determina a prorrogação da quarentena para reduzir a velocidade de contágio do coronavírus e permitir que o sistema de saúde mantenha a capacidade de atendimento nas redes pública e privada.

De acordo como o Coordenador do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, o médico infectologista David Uip, a decisão do grupo de 15 especialistas em medicina e ciência foi unânime pela prorrogação da quarentena.

“Esta manutenção é absolutamente fundamental tanto do ponto de vista da área metropolitana da capital como os da Baixada Santista e do interior. Há a falsa impressão que a doença se limita à Grande São Paulo”, disse Uip. “As medidas atuais são efetivas e estão adequadas para este momento”, acrescentou.

OCUPAÇÃO DE LEITOS

Nos últimos dias, o número de casos de contaminação pelo coronavírus aumentou a pressão sobre os hospitais públicos e privados, principalmente na rede privada. A taxa de ocupação de leitos de UTI já alcança 60% nas regiões metropolitanas da capital, litoral e interior. Algumas unidades da Grande São Paulo já atuam perto do limite de atendimento.

Outro sinal de alerta para a extensão da quarentena foi a queda do índice de isolamento social tanto na média estadual como na medição específica da capital. Na última quinta, o Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), operado em parceria entre operadoras de telefonia móvel e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) da USP, ambos os índices atingiram apenas 49% – a taxa considerada ideal é de 70%.

O Governo de São Paulo também vai intensificar as orientações educativas da Vigilância Sanitária do Estado, com apoio da Polícia Militar e de agentes municipais de fiscalização. Ao longo desta semana, a fiscalização de estabelecimentos que descumpriam a quarentena foi concentrada na Grande São Paulo.

(Com Informações de Governo do Estado de São Paulo)

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Governo de SP diz que lotação de leitos de UTI é esperada para maio

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15 de abril de 2020

O Governo de São Paulo acredita que os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do Estado começarão a ficar muito cheios a partir do mês de maio. A informação foi dada pelo secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.

"Nós vivemos de cenários. Temos de entender que, se mantivermos esse grau de isolamento e distanciamento social, nós podemos inferir que provavelmente nós teremos uma lotação de leitos de UTI a partir do mês de maio. Temos duas reservas de leitos, uma que deve se esgotar até o final de maio e outra até o final de julho", disse Germann.

PRÓXIMA DO LIMITE

Nesta quarta-feira, 15, a ocupação de leitos em São Paulo está próxima do limite. O maior número foi registrado no Hospital Sancta Maggiore Higienópolis, com 83% de ocupação. Em seguida, aparecem o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (77%), o Hospital Municipal do Tatuapé (77%), o Conjunto Hospitalar do Mandaqui (76%) e a Santa Casa de São Paulo (71%).

De acordo com o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o doente grave tem ficado em média 14 dias internado na UTI. Já o doente grave que evolui para óbito fica mais de três semanas. O grande gargalo, segundo ele, é que não faltam apenas leitos de UTI, mas tudo o que compõe o atendimento do doente grave, que começa na enfermaria e pode ir até a alta após a permanência na UTI.

“Por que o estresse? Porque você precisa ter equipamento, não só respirador, e você precisa ter equipe de saúde treinada e protocolo", disse ele. Especificamente sobre os respiradores, acrescentou Uip, o governo tem trabalhado com a indústria automobilística para que ela possa começar a produzi-los. “Talvez nós consigamos que essa indústria possa produzir esses respiradores. A compra de respiradores no mercado internacional é uma compra competitiva. O mundo está comprando. Tem dificuldades. Mas entendo que muitas coisas podem ser resolvidas pela competência e criatividade do sistema brasileiro.”

SITUAÇÃO NO ESTADO

Na manhã de hoje, Uip conversou com secretários de Saúde das cidades do Grande ABC, onde a ocupação de leitos já atinge também 70% de sua capacidade. “Isso é extremamente preocupante”, disse ele. “Já há uma pressão muito importante sobre o sistema de saúde pública do estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana do estado”, disse ele.

Outro dado que Uip destacou foi o aumento no número de mortes por coronavírus no estado, o que vem demonstrando, segundo ele, a gravidade dos casos. “Isso demonstra a necessidade de mantermos e ampliarmos as medidas de distanciamento social e ficar em casa, porque isso tem impacto relevante na curva tanto de transmissibilidade, de morbidade de doença como também de letalidade.”

TAXA DE ISOLAMENTO

Na última terça-feira, 14, a taxa de isolamento social na capital e também no estado de São Paulo estava em torno de 50%. O ideal é que chegue a 70% para evitar o colapso no sistema de saúde. “O número de 50% é bom, que altera a curva. Mas não é suficiente. Queremos e precisamos mais. Nosso objetivo sempre será alcançar os 70%”, ressaltou Uip.

São Paulo tem hoje 9.371 casos confirmados de coronavírus, com 695 óbitos. Há ainda 1.143 pessoas ocupando leitos de UTI e mais 1.215 internadas em enfermarias. Para evitar a saturação dos hospitais por causa do coronavírus, o Governador de São Paulo, João Doria, voltou a fazer um apelo para que as pessoas continuem em isolamento.

“Não façam movimentações desnecessárias [indo para as ruas]. Ao fazê-lo, vocês estão colocando em risco as suas vidas e a de seus familiares e amigos. Ninguém quer hospitais lotados e cemitérios cheios. Por isso, precisamos de ruas vazias”, falou o Governador, lembrando que a quarentena estabelecida para o Estado de São Paulo vale, neste momento, até o dia 22 de abril.

(Com informações de Agência Brasil)

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Governo de SP prorroga quarentena até 22 de abril

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06 de abril de 2020

O Governador João Doria, decidiu após reunião com os médicos do Centro de Contingência do coravírus, nesta segunda-feira, 6, prorrogar até o dia 22 de abril, a quarentena em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo. Os especialistas apontaram que o contágio já chegou a 100 cidades paulistas e mais de 400 hospitais públicos e privados.

“A prorrogação da quarentena será feita por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, em todo o estado e pelas razões que foram largamente expostas por cientistas, médicos e especialistas. Prefeitas e prefeitos terão o dever e a obrigação de seguir a orientação do Governo do Estado. Isto é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida”, afirmou o Governador.

AUMENTO DOS NUMEROS

O número de mortes pela COVID-19 entre 17 de março e 5 de abril já é quase igual ao total de óbitos por gripe registrado ao longo de todo o ano passado. As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, no último dia 3. As mortes subiram 180% em uma semana.

Somente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, são 220 pacientes suspeitos ou confirmados, dos quais 110 internados em UTI. Para tentar conter o avanço dos casos, que já está lotando hospitais o Governo do Estado determinou a prorrogação da quarentena. A recomendação é que as pessoas fiquem em casa. Os serviços considerados essenciais continuam em funcionamento.

“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que imediatamente possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, acrescentou Doria.

IMPORTÂNCIA DA QUARENTENA

A decisão segue orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), do Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo, formado por epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas sob a coordenação do médico David Uip.

Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena pode evitar 166 mil óbitos em São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTIs.

A extensão da quarentena também é importante para que o Estado organize a rede pública de saúde ao número crescente de doentes. Já foram ativados 1.524 novos leitos de UTI em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. Além disso, o Governo de São Paulo prepara a implantação de um hospital de campanha no Complexo Esportivo Ibirapuera, na capital.

PRINCIPAIS CENÁRIOS

O cenário epidemiológico de São Paulo em relação ao coronavírus é, no momento, melhor que em relação a outros países. O Governo do Estado decretou quarentena apenas 26 dias após o primeiro caso, quando havia 810 infectados e 22 mortes. Com isso, a curva de casos apresentou tendência de achatamento.

Na Itália, por exemplo, a quarentena foi decretada 49 dias do primeiro caso, já com 47.021 casos e 4.032 mortes, e mesmo assim a curva de contágio continuou crescente. O mesmo ocorreu na Espanha, onde a quarentena começou 45 dias depois do primeiro caso, quando havia 11.826 casos e 533 mortes.

Em São Paulo, o distanciamento social está ajudando a mitigar a transmissão de casos. As pessoas estão tendo menos contato entre si e, com isso, a taxa de contágio por COVID-19 caiu. Segundo estudo do Instituto Butantan em parceria com o Centro de Contingência, de acordo com os dados epidemiológicos disponíveis, antes das medidas de restrição a velocidade de transmissão do vírus era de uma para seis pessoas.

 Em 20 de março esse número caiu para uma para três. No dia 25, já era de uma para menos de duas. Mas somente quando a taxa for menor do que um para um poderá se dizer que a epidemia foi controlada.

ISOLAMENTO DIMINUIU

Ainda conforme as informações do estudo, com 66% dos paulistanos em suas casas após 23 de março, houve expressiva redução de pacientes com quadros pulmonares internados em hospitais. Mas o isolamento diminuiu nos últimos dias. Em 2 de abril, era de 52,4% na cidade de São Paulo e de 51,8% no Estado.

“Esses resultados positivos reforçam a importância das medidas de afastamento social adotadas. A evolução da epidemia indica claramente que as medidas tem que ser mantidas, e a adesão da sociedade, reforçada. O Centro de Contingência avalia diariamente o impacto das medidas na mobilidade das pessoas, e a constatação é que ainda existe espaço para melhoria. Neste momento crítico da epidemia, a única medida efetiva ao nosso dispor é o distanciamento social”, afirma o médico David Uip.

(Com informações de Governo do Estado de São Paulo)

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É tempo de solidariedade com os mais vulneráveis

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01 de abril de 2020

O Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) oferece um importante auxílio para população de rua, na região central de São Paulo (SP). O Sefras Pop Rua, popularmente conhecido como “Chá do Padre”, é um espaço de acolhida, escuta e partilha, que oferece diariamente 300 refeições e 300 lanches da tarde, com chá e pão, daí vem o nome dado pelos próprios frequentadores do local. A assistência é realizada de segunda a domingo das 7h às 19h, na Rua Riachuelo, 268.

Todo esse trabalho social é mantido por doações e parcerias públicas e privadas. Nesse período de pandemia do novo coronavíruis (COVID-19), a organização têm estado sob absoluta vigília para não interromper suas atividades, garantindo que não exista aglomeração ou transmissão de qualquer tipo de infecção por vírus, aderindo aos procedimentos de saúde para que todos estejam seguros.

SENTIR-SE EM CASA

O Sefras nesse período conta com a ajuda de voluntários e necessita de muitas doações, pois a demanda de atendimentos a crianças, famílias, idosos, população em situação de rua e imigrantes aumentou.

“Estão faltando doações e isso acaba sobrecarregando o espaço. Os funcionários e voluntários têm se esforçando muito e isso tem ajudado bastante. Muitos moradores em situação de rua reclamam da falta de doação e do medo de ficarem na rua. Eles nos procuram, pois se sentem em casa”, disse ao O SÃO PAULO Silvia Regina, Assistente Social do Sefras.

IMPORTÂNCIA DAS DOAÇÕES

Segundo Frei Diego Melo, que auxilia neste trabalho do Sefras, está sendo um período desafiador, pois muitas organizações e pastorais que ajudavam na distribuição de alimentos para população de rua suspenderam as atividades por estarem de quarentena.

“Nós tivemos a iniciativa de criarmos uma tenda em frente ao Largo São Francisco, com o objetivo de distribuir os alimentos. Estamos pedindo para que os grupos que faziam entregas de marmitex e não estão fazendo mais em função do coronavírus, que nos tragam essas doações, pois faremos esse repasse. Assim, preservamos a saúde das pessoas e também alimentação a população de rua”, afirmou o Frei.

COMO DOAR?

Os materiais que o Sefras mais precisa neste momento são: álcool liquido, álcool em Gel, copos descartáveis, luvas, máscaras, toucas e aventais descartáveis, óculos de proteção, máscara N95, alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e de higiene pessoal.

As doações podem ser entregues na Paróquia Santo Antônio do Pari (Praça Padre Bento, 13, Pari - todos os dias, das 8h às 18h), Paróquia São Francisco de Assis (Largo de São Francisco, 133, Centro - todos os dias, das 8h às 18h), Casa de Alice Tibiriça (Rua Bom Pastor, 1.914, Ipiranga - de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h), e Casa de Clara (Rua Serra de Jairé, 316, Belenzinho - de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h). Para ser voluntário ou para mais informações acesse www.sefras.org.br.

RESTAURA-ME

A Casa Restaura-me, da Aliança de Misericórdia, é um núcleo de convivência para adultos em situação de rua, que atende em média 450 pessoas por dia, entre homens e mulheres adultos, que podem escolher entre permanecer na casa durante o atendimento das 8h às 16h, ou participar apenas de alguma atividade pontual.

O serviço oferece acolhida, alimentação, espaço de estar e convívio, encaminhamento para acesso aos benefícios socioassistenciais, banho e higiene pessoal, atividades culturais e recreativas, oficinas de preparação para o mundo do trabalho e geração de renda.

Neste período de pandemia, a Casa Restaura-me também necessita de doações para prevenção de doenças e higienização de todos.

As principais demandas são de: álcool em gel, desinfetante, sabonete líquido, máscaras e luvas, sabão em pó e sabonetes. Além de descartáveis como garfos, facas e isopores para marmitex.

As doações podem ser entregues na Rua Monsenhor Andrade, 746, Brás, todos os dias, das 8h Às 16h. Mais informações pelo site www.misericórdia.com.br, pelos telefones (11) 3926-7134 e (11) 3228-6503 ou pelo Whatsapp (11) 99764-6252.

(Colaborou: Luciney Martins)

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