A Vigília Pascal vivenciada com a ajuda dos Papas

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11 de abril de 2020

A celebração da Vigília Pascal é o centro da Semana Santa. Todo o período quaresmal é uma preparação para esta Liturgia que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Este ano, os fiéis acompanharão este grande momento de suas casas, pelos meios de comunicação, respeitando as medidas de isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus.

Durante o Sábado Santo, os cristãos são convidados a realizar uma oração silenciosa, contemplando a descida de Jesus à mansão dos mortos. E à noite, a Igreja se mantém em vigia à espera da Ressurreição do Senhor e todos são convidados a renovar a fé a esperança em Cristo, luz do mundo que vence as trevas.

DA ANTIGA A NOVA ALIANÇA

Para auxiliar no aprofundamento do sentido dessa celebração, O SÃO PAULO recorda alguns trechos de homilias dos três últimos papas.

Em sua ultima Vigília Pascal, antes de partir para casa no Pai, no dia 10 de Abril de 2004, São João Paulo II, recordou que esta solene Liturgia nos convida a estarmos vigilantes em comunhão, com a Igreja em cada canto terra.

“Nesta Noite Santa, a Igreja enquanto está a vigiar, debruça-se sobre os textos da Sagrada Escritura, que descrevem o desígnio divino do Gênesis ao Evangelho e que, graças aos ritos litúrgicos do fogo e da água, conferem a esta celebração singular uma dimensão cósmica. Nesta noite, todo o universo criado está chamado a vigiar, junto ao túmulo de Cristo. Diante dos nossos olhos, descortina-se a história da salvação, da criação à redenção, do êxodo à Aliança no Sinai, da antiga à nova e eterna Aliança.”

MANTER A ESPERANÇA

O Papa Francisco, na homilia da Vigília Pascal do ano passado, em 20 de abril de 2019, falou sobre a renovada esperança a partir da Palavra de Deus:

“Como podemos alimentar a nossa esperança? A Liturgia desta noite dá-nos um bom conselho. Ensina-nos a recordar as obras de Deus. Com efeito, as leituras narraram-nos a sua fidelidade, a história de seu amor por nós. A Palavra viva de Deus é capaz de nos envolver nesta história de amor, alimentando a esperança e reavivando a alegria.”

Na ocasião, o Pontífice acrescentou: “Não esqueçamos a sua Palavra e as suas obras, senão perderemos a esperança e nos tornaremos cristãos sem esperança; por isso, façamos memória do Senhor, da sua bondade e das suas palavras de vida que nos tocaram; recordemo-las e façamo-las nossas, para sermos sentinelas da manhã que sabem vislumbrar os sinais do Ressuscitado.”

MORTE E RESSURREIÇÃO

Na homilia da primeira Vigília Pascal de seu pontificado, em 14 de Abril de 1979 , São João Paulo II enfatizou que a palavra Ressurreição se tornou a pronuncia central e fundamental para a missão dos discípulos. Já a palavra morte, sempre foi pronunciada por todos com um nó na garganta.

“Embora a humanidade, durante tantas gerações, se tenha de algum modo habituado à realidade da morte e à sua inevitabilidade, ela é, todavia, cada vez alguma coisa que perturba. A morte de Cristo entrara profundamente nos corações dos que lhe estavam mais próximos, na consciência de Jerusalém inteira. O silêncio, que desceu a seguir a ela, encheu a tarde de sexta-feira e todo o dia seguinte do sábado.”

A VITÓRIA SOBRE O PECADO

São João Paulo II reiterou que por meio do Batismo, podemos morrer pelo pecado e termos acesso a água que jorra para a vida eterna (Jo 4,14). Mas, para isso, é necessário mergulhar nesta água que nos tornar novas criaturas.

“Esta Água torna-se, no sacramento do Batismo, o sinal da vitória sobre Satanás, sobre o pecado; o sinal da vitória que obteve Cristo por meio da Cruz, por meio da Morte e que transfere depois para cada um de nós: o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que fosse destruído o corpo do pecado e deixássemos de ser escravos dele (Rm 6,6).”

Também o Papa Bento XIVI, na homilia de 7 de Abril de 2012, afirmou que “Por meio do sacramento do Batismo e da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, pela qual o novo dia nos alcança. No Batismo, o Senhor diz a quem o recebe: Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega também a nós. Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira. Por isso, a Igreja antiga designou o Batismo como «photismos – iluminação».”

MISTÉRIO DA LUZ

Na homilia de 11 de Abril de 2009, o Papa emérito também refletiu sobre  Círio Pascal, mistério da luz de Cristo:

“O círio pascal arde e deste modo se consuma: cruz e ressurreição são inseparáveis. Da cruz, da autodoacção do Filho nasce a luz, provém o verdadeiro resplendor sobre o mundo. No círio pascal, todos acendemos as nossas velas, sobretudo as dos neobatizados, aos quais, neste sacramento, a luz de Cristo é colocada no fundo do coração.”

Bento XVI ainda enfatizou que a importância da luz, presente na criação do mundo «Haja luz!» (Gn 1,3), e lembrou que onde existe luz, existe vida.

“A Ressurreição de Jesus é uma irrupção de luz. A morte fica superada, o sepulcro escancarado. O próprio Ressuscitado é Luz, a Luz do mundo. Com a Ressurreição, o dia de Deus entra nas noites da história. A partir da Ressurreição, a luz de Deus difunde-se pelo mundo e pela história”.

NÃO ESTAMOS SOZINHOS

Na homilia do Sábado Santo do ano de Jubilar, em 22 de Abril de 2000, São João Paulo II falou sobre a passagem do segundo para o terceiro milénio e enfatizou a presença amorosa de Maria:

“Ao lado de cada um de vós permanecerá sempre Maria, como esteve presente entre os Apóstolos amedrontados e desconcertados na hora da prova. E, com a sua fé, Ela vos indicará, para além da noite do mundo, a aurora gloriosa da ressurreição.”

“Se, às vezes, esta missão vos aparecer difícil, recordai as palavras do Ressuscitado: ‘Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (Mt 28,20). Assim, na certeza da sua presença, não temereis qualquer dificuldade nem obstáculo. A sua Palavra vos iluminará; o seu Corpo e o seu Sangue servirão de alimento e amparo no caminho cotidiano para a eternidade”, disse São João Paulo II.

Francisco em sua primeira homilia como sucessor de Pedro em uma Vigília Pascal, em 30 de março de 2013, recordou:

“Aceita, então, que Jesus Ressuscitado entre na tua vida, acolhe-O como amigo, com confiança: Ele é a vida! Se até agora estiveste longe d’Ele, basta que faças um pequeno passo e Ele te acolherá de braços abertos. Se és indiferente, aceita arriscar: não ficarás desiludido. Se te parece difícil segui-Lo, não tenhas medo, entrega-te a Ele, podes estar seguro de que Ele está perto de ti, está contigo e dar-te-á a paz que procuras e a força para viver como Ele quer.”

AS MULHERES DO TÚMULO

Os pontífices também falaram em suas reflexões sobre as mulheres que vão ao encontro do corpo de Jesus e se deparam com o túmulo vazio.

Francisco, em 30 de Março de 2013, disse:

“Elas tinham seguido Jesus, ouviram-No, sentiram-se compreendidas na sua dignidade e acompanharam-No até ao fim no Calvário e ao momento da descida do seu corpo da cruz. Podemos imaginar os sentimentos delas enquanto caminham para o túmulo: tanta tristeza, tanta pena porque Jesus as deixara; morreu, a sua história terminou. Agora se tornava à vida que levavam antes. Contudo, nas mulheres, continuava o amor, e foi o amor por Jesus que as impelira a irem ao sepulcro.”

O Papa Bento XVI, na homilia do dia 15 de Abril de 2006, na primeira vez que celebrou a Vigília Pascal como Sumo Pontífice, também recordou o anuncio do mensageiro às mulheres que foram até o túmulo:

“Na Páscoa, alegramo-nos porque Cristo não ficou no sepulcro, o seu corpo não conheceu a corrupção; pertence ao mundo dos vivos, não ao dos mortos; alegramo-nos porque – como proclamamos no rito do Círio Pascal – Ele é o Alfa e simultaneamente o Ómega, e portanto a sua existência é não apenas de ontem, mas de hoje e por toda a eternidade (cf. Hb 13,8). 

A CORRIDA ATÉ O SEPULCRO

O Papa Francisco, em sua homilia de 26 de março de 2016, lembra o apóstolo Pedro, que mesmo sem acreditar nas mulheres, correu até o sepulcro, apesar de ter o coração cheio de dúvida e tristeza por ter negado o Mestre.

“Mas há um detalhe que assinala a sua transformação: depois que ouvira as mulheres sem ter acreditado nelas, Pedro ‘pôs-se a caminho’(v. 12). Não ficou sentado a pensar, não ficou fechado em casa como os outros. Não se deixou enredar pela atmosfera pesada daqueles dias, nem aliciar pelas suas dúvidas; não se deixou absorver pelos remorsos, o medo e as maledicências sem fim que não levam a nada. Procurou Jesus; não a si mesmo.”

E concluiu:

“Preferiu a via do encontro e da confiança e, assim como era, pôs-se a caminho e correu ao sepulcro, donde voltou depois ‘admirado’ (v. 12). Isto foi o início da ‘ressurreição’ de Pedro, a ressurreição do seu coração. Sem ceder à tristeza nem à escuridão, deu espaço à voz da esperança: deixou que a luz de Deus entrasse no seu coração, sem a sufocar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Teologia do Corpo é tema estudado por agentes de pastorais em simpósio

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27 de junho de 2019

A Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Paulo promoveu, no dia 15, um simpósio com o tema “Teologia do Corpo”.

O evento foi realizado no auditório da Unifai da Vila Mariana e contou com a participação de agentes pastorais de diversos grupos como Acolhida, Batismo, Liturgia, Judiciária, Pascom, Vicentinos, Juventude, Grupos de Oração, ECC, Projeto Raquel, entre outros. 

Também estiveram no evento Dom Sergio de Deus Borges, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Santana e Referencial para o Setor Família e Vida; e Padre Zacarias Paiva, Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar na Arquidiocese.

As reflexões foram conduzidas pelo casal Ronaldo e Tatiana Melo, assessores do Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar (INAPAF) no Rio de Janeiro, com base em reflexões de São João Paulo II sobre a teologia do corpo. Eles disponibilizaram vários materiais para que os participantes pudessem se aprofundar no tema. 

Ao final, a coordenação da Pastoral Familiar expressou agradecimentos ao Prof. Dr. Padre Edélcio Ottaviani, reitor da UNIFAI, à Professora Jô Camargo, coordenadora de eventos, e aos diversos funcionários da universidade pela acolhida recebida.

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‘Evangelização no presente e no futuro da América Latina’

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16 de mai de 2019

A 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano aconteceu em Puebla, no México, entre os dias 27 de janeiro e 13 de fevereiro de 1979. Foi convocada por São Paulo VI em 12 de dezembro de 1977, com o tema “Evangelização no presente e no futuro da América Latina”.

O evento seria realizado entre os dias 12 e 18 de outubro de 1978. No entanto, com o falecimento do Papa, em 6 de agosto daquele ano, e o breve pontificado do Papa João Paulo I, o evento foi adiado para o ano seguinte, sendo inaugurado por São João Paulo II.

A Conferência de Puebla reuniu 364 pessoas, sendo 21 cardeais, 66 arcebispos, 131 bispos, 80 padres, 16 religiosos, 33 leigos, cinco observadores não católicos, quatro diáconos permanentes, quatro camponeses e quatro indígenas.

 

REFERÊNCIAS

Além das referências da Conferência de Medellín, na Colômbia, realizada 11 anos antes, e do próprio Concílio Vaticano II, a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (1975), de São Paulo VI, inspirou significativamente as reflexões do evento.

“Este documento se converte num testamento espiritual que a Conferência deverá esquadrinhar com amor e diligência para fazer dele outro ponto de referência obrigatório e ver como colocá-lo em prática”, destacou São João Paulo II, ao referir-se à Exortação de seu Predecessor, no discurso inaugural da Conferência.

O contexto sociopolítico e cultural vivido no continente também marcou fortemente essa Conferência, como o agravamento de regimes ditatoriais e as decorrentes violações de direitos individuais, o crescimento da pobreza e da desigualdade social.

“Como atuar pastoralmente na América Latina, numa total fidelidade ao Evangelho? Quais são os critérios e as linhas de uma verdadeira e autêntica evangelização para a América Latina?”, indagou, no início da Conferência, o Cardeal Aloísio Lorscheider, então Arcebispo de Fortaleza (CE) e Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

 

DOCUMENTO

As conclusões da Conferência de Puebla foram publicadas em um documento que, conforme as palavras de São João Paulo II, é “fruto de uma oração assídua, de uma profunda reflexão e de cuidados apostólicos intensos”. Ainda segundo o Pontífice, o texto aprovado por unanimidade pelo episcopado latino- -americano oferece “uma vasta gama de orientações pastorais e doutrinais acerca de questões da máxima importância”.

O Documento desdobra-se em cinco partes segundo o método ver-julgar-agir: visão pastoral da realidade da América Latina; desígnio de Deus sobre a América Latina; a evangelização na Igreja da América Latina: comunhão e participação; a Igreja missionária a serviço da evangelização na América Latina; e opções pastorais.

 

REALIDADE

Os bispos chamam a atenção para o fenômeno da desigualdade e da injustiça social no continente, que gera uma “pobreza desumana”, expressa pela mortalidade infantil, falta de moradia, problemas de saúde, fome, desemprego e subemprego, entre outros fatos vistos como “escândalo e uma contradição com o ser cristão”.

Uma das contribuições da Exortação Evangelii Nuntiandi para o Documento de Puebla se refere à evangelização da cultura e o valor da religiosidade popular para a evangelização, como “presentes na alma de nosso povo”. O Documento acentua a importância da organização de uma adequada catequese, como “primeira opção pastoral” capaz de formar indivíduos pessoalmente comprometidos com Cristo.

 

POBRES

O episcopado voltou a reafirmar a opção preferencial e solidária pelos pobres feita em Medellín, como “compromisso evangélico da Igreja”. Ressalta, ainda, que “o serviço dos pobres é medida privilegiada, embora não exclusiva, do seguimento de Cristo”.

O Documento explica que, para o cristão, o termo “pobreza” não é somente expressão de privação e marginalização das quais ele precisa se libertar. Designa também um modelo de vida que é vivido e proclamado por Jesus como bem-aventurança.

“A pobreza evangélica une a atitude de abertura confiante em Deus com uma vida simples, sóbria e austera, que aparta a tentação da cobiça e do orgulho”, reforça o texto, explicando que, no mundo de hoje, essa pobreza é “um desafio ao

materialismo e abre as portas a soluções alternativas da sociedade de consumo”.

 

JOVENS

Os bispos em Puebla também assumiram uma opção preferencial pela juventude. Tal compromisso implica apresentar a eles “o Cristo vivo, como único Salvador, para que, evangelizados, evangelizem e contribuam, como em resposta de amor a Cristo, para a libertação integral do homem e da sociedade, levando uma vida de comunhão e participação”. “A Igreja vê na juventude da América Latina um verdadeiro potencial e o futuro de sua evangelização. Por ser verdadeira dinamizadora do corpo social e especialmente do corpo eclesial, com vistas à sua missão evangelizadora no continente”, completa.

 

SACRAMENTO DE COMUNHÃO

O episcopado latino-americano reafirmou a opção por uma “Igreja-sacramento de comunhão”, servidora e missionária, “que anuncia alegremente ao homem de hoje que ele é filho de Deus em Cristo, que denuncia as situações de pecado, que chama à conversão e compromete os fiéis na ação transformadora do mundo”.

 

SÃO JOÃO PAULO II

NÃO HÁ EVANGELIZAÇÃO VERDADEIRA SEM O ANÚNCIO DO FILHO DE DEUS

“É um grande consolo para o pastor universal constatar que vos congregais aqui não como um simpósio de peritos, não como um parlamento de políticos, não como um congresso de cientistas ou técnicos, por mais importantes que possam ser estas reuniões, mas como um fraterno encontro de pastores da Igreja”, afirmou São João Paulo II, no discurso inaugural da Conferência de Puebla, recordando o dever dos bispos de serem “mestres da verdade”

Referindo-se à Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, o Papa enfatizou: “Não há evangelização verdadeira enquanto não se anunciar o nome, a vida, as promessas, o Reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus”.

No discurso, o Pontífice também indicou algumas tarefas prioritárias para a Conferência: a família, as vocações sacerdotais e religiosas e a juventude.

 

RELEITURAS DO EVANGELHO

O Pontífice polonês também alertou para o fenômeno das “releituras” do Evangelho resultantes de especulações teóricas. “Elas causam confusão ao afastar-se dos critérios centrais da fé da Igreja e se cai na temeridade de comunicá-las, a modo de catequese, às comunidades cristãs”, destacou.

Ainda de acordo com São João Paulo II, tais “releituras” silenciam a divindade de Cristo ou incorrem em interpretações contrárias à fé da Igreja, apresentando Jesus apenas como um “profeta” anunciador do Reino de Deus. Em outros casos, Jesus é apresentado apenas como “comprometido politicamente, como um lutador contra a dominação romana e contra os poderes, e inclusive implicado na luta de classes (...) Esta concepção de Cristo como político revolucionário, como o subversivo de Nazaré, não se coaduna com a catequese da Igreja”.

 

DIGNIDADE HUMANA

São João Paulo II reconheceu a preocupação dos bispos com a América Latina sobre as relações existentes entre evangelização e promoção humana. “Se a Igreja se faz presente na defesa ou na promoção da dignidade do homem, o faz na linha de sua missão, que, mesmo sendo de caráter religioso e não social ou político, não pode deixar de considerar o homem na integridade de seu ser”, afirmou.

“Quem pode negar que hoje em dia existem pessoas individuais e poderes civis que violam impunemente direitos fundamentais da pessoa humana, tais como o direito de nascer, o direito à vida, o direito à procriação responsável, ao trabalho, à paz, à liberdade e à justiça social; o direito de participar nas decisões que concernem ao povo e às nações?”, indagou o Santo Padre, ressaltando, ainda, formas variadas de violência coletiva, como a discriminação racial de indivíduos e grupos, a tortura física e psicológica de prisioneiros e dissidentes políticos. “Clamamos novamente: Respeitai o homem! Ele é imagem de Deus!”, manifestou.

 

LIBERTAÇÃO

Nesse sentido, São João Paulo II falou da necessidade de “uma reta concepção cristã da libertação”, em seu sentido integral, profundo, como anunciou e realizou Jesus. “Libertação de tudo o que oprime o homem, mas que é, antes de tudo, salvação do pecado e do maligno, dentro da alegria de conhecer a Deus e de ser conhecido por Ele”, disse, citando São Paulo VI.

“Libertação feita de reconciliação e perdão. Libertação que nasce da realidade de ser filhos de Deus, a quem somos capazes de chamar ‘Abba, Pai!’ e pelo qual reconhecemos em todo homem um irmão nosso, capaz de ser transformado em seu coração pela misericórdia de Deus”, acrescentou o Pontífice.

Lembrando, ainda, o texto da Evangelii Nuntiandi, o Papa concluiu que, dentro da missão própria da Igreja, a libertação “não pode reduzirse à simples e estreita dimensão econômica, política, social ou cultural... que jamais se pode sacrificar às exigências de uma estratégia qualquer, de uma práxis ou de um êxito a curto prazo”.

 

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