Cardeal Scherer confia a Paróquia Santa Cândida a 2 padres da Canção Nova

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21 de fevereiro de 2020

“Anunciem o Evangelho integralmente, chamem o povo à conversão, aos caminhos de Deus”, exortou o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, aos sacerdotes a quem foi confiado o pastoreio da Paróquia Santa Cândida, na Região Ipiranga, na missa com rito de posse, na manhã do domingo, 9. 
A comunidade de fiéis da Paróquia Santa Cândida, no bairro Vila Santa Eulália, a poucos minutos do Parque da Independência, acolheu com alegria o novo Pároco, Padre Anderson Marçal, e o Vigário Paroquial, Padre João Gualberto, missionários da Comunidade Canção Nova.
É a primeira vez que a Arquidiocese de São Paulo confia os cuidados pastorais de uma paróquia a sacerdotes da Comunidade Canção Nova, que está presente oficialmente na capital paulista desde 1997. 
O missionário Rodrigo Luis, responsável pela Missão São Paulo da Canção Nova, que atualmente conta com 83 missionários nos trabalhos de evangelização,  considera o fato algo muito novo:  “Nosso desejo é de comunhão com os paroquianos e fazer um belo trabalho de evangelização”. 

EVANGELIZAÇÃO PELOS MEIOS 
A Comunidade Canção Nova nasceu das motivações evangelizadoras apresentadas por São Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi. Composta por sacerdotes e leigos celibatários e casados, a comunidade evangeliza principalmente por meio da comunicação social, com uma rede de rádio e televisão com o mesmo nome, além de um verdadeiro apostolado no ambiente digital. 
Com sentimento de gratidão e fraternidade, Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade, expressou o significado da continuidade da missão da comunidade reconhecida pela Santa Sé como associação internacional de fiéis, em um ambiente paroquial: “É um passo a mais. Dom Odilo abriu as portas para nós, nos depositou confiança e nós estamos começando hoje com muita alegria para fazer um trabalho forte de evangelização e de Catequese nesta Paróquia. Faremos com humildade, mas com muito ardor”, afirmou o Monsenhor, que foi um dos concelebrantes da missa.  

COMUNIDADE AVIVADA
Rosana Aparecida, 55, catequista na Paróquia Santa Cândida há 19 anos, recebeu com entusiasmo a notícia da vinda dos missionários da Canção Nova. Assim como Lourdes Faria, 74, que participa da Comunidade desde a consagração do templo, em 1968, e neste momento só tem a agradecer, emocionada por ver a igreja tomada em todos os seus espaços pelo povo de Deus: “Uma grande bênção!”, diz. 
Aline Oliveira Carneiro, 30, veio de Santos (SP) com um grupo dos Jovens Sarados – movimento nascido na Canção Nova, com a proposta de viver a santidade e renunciar ao pecado – para participar da missa na Paróquia, que, a partir de agora, será referência para ela. Vocacionada na Comunidade, Aline lembra que, desde que frequentara um acampamento de oração em Cachoeira Paulista (SP), sede da Canção Nova, abandonou velhos hábitos e pôde experimentar a real felicidade de viver a Palavra de Deus a cada dia.  

RENOVAÇÃO
Dom Odilo explicou que a nomeação e a tomada de posse dos novos padres acontecem num momento especial e propício para toda a Arquidiocese, com a realização do sínodo, que a todos convoca a “renovar a nossa presença no meio dos bairros, no meio da comunidade, onde somos chamados a ser testemunhas de Deus na cidade”. 
Nesse sentido, ao refletir sobre o Evangelho proclamado na celebração (Mt 5,13-16), o Cardeal disse que todos são chamados a fazer brilhar a luz de Deus, assumindo o compromisso de ser sal da terra e luz do mundo. Essa luz brilhará a partir da realização das obras de misericórdia. 

PADRES SÃO OS PRIMEIROS SERVIDORES DA PARÓQUIA
O Arcebispo exortou os padres a um olhar pastoral amplo, para fora dos limites territoriais, que possa alcançar os mais afastados e os que necessitam de uma “Igreja em saída”, como pede o Papa Francisco. 
Dom Odilo Scherer recordou que, ainda que não de modo exclusivo, na Paróquia se realizam as três missões da Igreja: anúncio da Palavra, santificação do povo de Deus e trabalho pastoral, no serviço da caridade. Ele fez votos para que Deus abençoe o trabalho dos padres que colaborarão com a comunidade, que esta possa ser sinal da presença de Deus no meio da cidade e que Santa Cândida, mártir, interceda por todos.  

RITO DE POSSE
Também participaram da missa Dom Edgar Madi, Eparca Maronita no Brasil; Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga; Dom Antônio Carlos Altieri, Arcebispo Emérito de Passo Fundo (RS); e o Monsenhor Jonas Abib. 
No início da missa, Padre Everton Fernandes Moraes, Chanceler do Arcebispado, leu os decretos de nomeação e provisão canônica dos Padres Anderson Marçal e João Gualberto, respectivamente Pároco e Vigário. Os sacerdotes fizeram publicamente a profissão de fé e, no momento da Aclamação ao Evangelho, Dom Odilo entregou o Evangeliário ao novo Pároco. Após a homilia, os sacerdotes fizeram a renovação das promessas sacerdotais, expressando o comprometimento com a ação pastoral. Logo depois, eles receberam das mãos do Cardeal as chaves do Sacrário da Capela do Santíssimo, o óleo para os sacramentos e a estola para administração do sacramento da Penitência. Na sequência, os Padres Anderson e João prestaram o juramento de fidelidade, e o Arcebispo os declarou empossados.  
Por fim, Padre Anderson Marçal manifestou gratidão ao Padre João Cicero, Pároco anterior, e se mostrou disposto a evangelizar com renovado ardor, em sintonia com o sínodo arquidiocesano e o carisma Canção Nova de “evangelizar os batizados”. Como primeiro ato, o Sacerdote informou à comunidade que as missas diárias, de segunda a sexta-feira, passam a ser às 19h30, sendo que, às segundas-feiras, haverá a transmissão pela TV Canção Nova. Além disso, com a comunidade local, serão intensificados a atenção à Catequese e os momentos de oração e adoração. 

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Igreja Jesus Bom Pastor inicia construção de novo Centro Pastoral

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18 de fevereiro de 2019

A Paróquia Jesus Bom Pastor, localizada no bairro Jardim Bom Pastor, em Santo André, prepara-se para dar início à construção de seu novo Centro de Pastoral, em 2019. A etapa inaugural da construção começará em 25 de fevereiro, na próxima segunda-feira, logo após a festa de inauguração da obra (24), no próximo domingo. Toda a comunidade está ansiosa e alegre pelo início desse projeto que tramita em órgãos municipais e estaduais há mais de 10 anos.

Administrador paroquial há menos de um ano, padre Vinicius se alegra com a possibilidade de dar esse primeiro passo para a concretização do sonho da comunidade. “É uma grande felicidade, após tantos anos, conseguirmos dar início a essa obra que melhorará muito nossa infraestrutura. Com os novos espaços, todos os nossos serviços de Evangelização, atendimento e serviços sociais poderão ser desempenhados de maneira mais eficiente e poderemos até mesmo desenvolver novas atividades em prol de toda a população local”. Todo o bairro e a região serão impactados com essa obra, isso porque os serviços assistenciais que a igreja realiza terão um local adequado e maior capacidade de atendimento.

Além das atividades de evangelização, os paroquianos desenvolvem diversas ações sociais com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas que vivem no entorno da paróquia, como por exemplo os serviços das pastorais dos vicentinos e da criança. Sem a necessidade de adesão à fé, inúmeros fiéis se dedicam a auxiliar o próximo. Há também o serviço de entrega de alimentos à moradores em situação de rua, realizado pela pastoral Tudo por Amor.

“Além dos serviços de atendimento direto às necessidades básicas” destaca padre Vinicius, “outros atendimentos não menos importantes são realizados, como: atendimento em velórios e aos enfermos em hospitais e alfabetização de adultos”.

Sobre a construção

A falta de espaço para encontro dos paroquianos é o principal motivador da construção. O centro de pastoral contará com um salão social com capacidade para aproximadamente 250 pessoas, uma ampla cozinha industrial para atender os eventos paroquiais e as ações caritativas promovidas, um auditório com capacidade para cerca de 230 pessoas e 7 salas multiuso que, juntas, têm capacidade para 260 pessoas. O acesso aos pisos superiores poderá ser feito por elevador ou escada. No entorno haverá um estacionamento e uma área de convivência interna para os paroquianos.

A Paróquia Jesus Bom Pastor está localizada na Rua Felício Pedroso, 201, no Jardim Bom Pastor, em Santo André. Mais informações pelo telefone: 4425-1557

Com Informações de Igor Santos – Comunicação da Paróquia Jesus Bom Pastor

 

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No Jaraguá, renovação da ‘Aliança de Amor’ no Santuário Mãe Rainha

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22 de agosto de 2018

No Santuário da Mãe Rainha do Jaraguá, no sábado, 18, foi celebrada a missa de renovação da Aliança de Amor.  A celebração foi presidida pelo Padre Ailton Brito, do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, com a participação aproximadamente 350 pessoas.

A tradição espiritual de consagração a Maria e a prática da Aliança de Amor são a base da espiritualidade de Schoenstatt. Na homilia, Padre Ailton afirmou: “O olhar de Mãe é sempre bondoso e cura muitas vezes nossas feridas. Que possamos pedir por sua intercessão a cura de vícios e nos encaminhar assim a uma verdadeira transformação interior, não piedosa, mas em atitudes.” 

Após a missa, houve uma apresentação do Coral Lírico “Coral em Canto”, sob regência de Gabriel Roma Rosário, que apresentou músicas marianas comemorativas deste dia dedicado à Assunção de Nossa Senhora. 

 

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Haverá efetiva renovação do Congresso nas urnas?

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18 de agosto de 2018

Na quarta-feira, 15, será finalizado o período de registro de candidaturas para as eleições deste ano e, salvo grandes mudanças, o número de congressistas que tentarão se reeleger deve ser um dos maiores desde a redemocratização do País. 

Um levantamento do site Congresso em Foco, feito em julho, indicou que ao menos 457 congressistas - sendo 424 deputados e 33 senadores – tentarão se reeleger este ano, número que, se confirmado, superará o de 443 ocupantes do Legislativo federal que tentaram se reeleger em 1998, recorde atual. 

Nesses números não estão contabilizados os políticos que tentarão mudar de casas legislativas, como, por exemplo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que concorrerá a uma vaga na Câmara, e Miro Teixeira (Rede-RJ), que após 11 mandatos como deputado federal, vai disputar uma vaga no Senado. 

 

CENÁRIO FAVORÁVEL

O tempo mais curto de campanha do que anteriormente – 45 dias e não mais 90 –, os rostos mais conhecidos e a maior probabilidade de que recebam os maiores volumes de recursos dos partidos a que são filiados, são algumas das condições que podem fazer os candidatos à reeleição saírem na frente de quem está na primeira candidatura. 

Em entrevista à Agência Brasil, no começo deste mês, Antônio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), disse que as novas candidaturas estão em desvantagem em relação a quem tentará se reeleger, pois “o candidato não pode contratar espaço na televisão e tem limite de gastos na campanha, R$ 2,5 milhões (teto para deputados federais), que não é suficiente para fazer uma campanha e se tornar conhecido em 45 dias”. Desse modo, conforme afirmou, as “novidades de nomes” devem ficar por conta de algum “político que já era conhecido e está voltando, e daqueles que ocupavam cargo no Executivo e as celebridades”. 

Anteriormente, em uma reportagem publicada no próprio site do Diap, em fevereiro, Queiroz afirmou que o índice de renovação do Congresso Nacional deve ficar abaixo dos 50%. Na ocasião, ele lembrou, ainda, que os que tentarão se reeleger contam com “uma série de vantagens que quem está chegando não tem — como o auxílio gasolina para rodar o estado, verba de correio, funcionários de gabinete para campanha. Como o espaço será pequeno, com o tempo de campanha reduzido, embora haja no Brasil um desenho de renovação, não há condições objetivas para novatos se elegerem”.

 

REJEIÇÃO

Por outro lado, deputados federais e senadores que tentarão se reeleger terão que superar a percepção negativa que a opinião pública tem sobre o Congresso Nacional. Pesquisa DataFolha divulgada em junho – a partir de 2.824 entrevistas com eleitores de 174 municípios – mostrou que 67% dos brasileiros não têm confiança no Congresso Nacional, percentual mais alto já registrado por esse instituto de pesquisa. 

A busca da reeleição por parte de um candidato apenas para tentar manter o benefício do foro privilegiado, no caso daqueles que respondem por ações na Justiça, também pode vir à tona durante a campanha eleitoral e dificultar a recondução de alguns dos políticos aos cargos Legislativos.

De acordo com o Diap, nas sete últimas eleições gerais, em média 408 deputados tentaram se reeleger. Em 2014, este número foi de 387 legisladores, dos quais 273 foram reconduzidos nas urnas aos postos que ocupavam, mais de 70% do total.

 

UM NOVO CONGRESSO

A insatisfação com a atual legislatura federal levou um grupo de entidades, incluindo alguns organismos da Arquidiocese de São Paulo, como o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, a Pastoral da Educação e a Pastoral Fé e Política, a lançar, em março, a plataforma Um Novo Congresso.

A iniciativa busca alertar que o voto para os cargos do Legislativo é tão importante quanto a votação para presidente da República, e que somente a escolha de candidatos comprometidos com a justiça social e a democracia tornará o exercício da política menos suscetível a barganhas. 

“Se a atual composição do Congresso se repetir na próxima eleição, nós iremos entrar em um período muito complicado, pois hoje é composto de um nível baixíssimo, do ponto de vista político e ético”, analisou em entrevista O SÃO PAULO, Chico Whitaker, integrante da Comissão Brasileira de Justiça e Paz e um dos idealizadores da plataforma Um Novo Congresso. “O que queremos é exatamente mostrar que a decisão está nas nossas mãos, eleitores. Os que estão lá, estão porque alguém os colocou”, complementou. 

Para ele, o atual Congresso não representa todos os setores da sociedade brasileira, é pautado por uma politica de negociata com empresas e outras instâncias do poder público, de modo que “os congressistas votam coisas que não têm nada a ver com o interesse da população, mas só das grandes empresas e financiadores que os apoiam”.

Whitaker avaliou que, pelo fato de o período da campanha eleitoral ser mais curto do que antes, não será possível mobilizar todo o eleitorado brasileiro para uma efetiva mudança na representatividade do Congresso. Ele também comentou que a falta de confiança da população nos políticos será percebida nas urnas: “Muito possivelmente nesta eleição, haverá uma taxa de rejeição muito grande, o que significa que vão ser eleitos deputados e senadores que representam menos ainda a população, pois grande parte dos eleitores não vai escolher seus representantes. Há um descrédito da própria atividade política e isso é muito perigoso, porque no fundo, é o próprio processo democrático que acaba desacreditado”.

A campanha Um Novo Congresso projeta ações que visam mudanças a longo prazo. “Vamos trabalhar muito este ano para começar a sacudir as pessoas para o fato de que, sim, é importante pensar no presidente da República, mas é tão ou mais importante pensar nos deputados e senadores. Continuaremos com esse propósito na próxima eleição municipal, porque são nas câmaras municipais que as carreiras políticas começam”, disse Whitaker, pontuando, ainda, que a iniciativa estimula que se constituam rodas de conversa e grupos de discussão para a escolha dos melhores candidatos e para maior aprofundamento sobre as questões políticas.

(Com informações de Congresso em Foco, Diap, Agência Brasil e DataFolha)
 

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Curso de atualização do clero de São Paulo enfatiza a necessidade de renovação das pastorais

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17 de agosto de 2018

Conversão pessoal, santidade de vida, inovação, renovação das estruturas paroquiais, planejamento estratégico elaborado em conjunto, com objetivos gerais e específicos bem definidos, em comunhão com o 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral. Esses foram alguns dos assuntos abordados durante o 16º Curso de Atualização Teológica e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo para a revitalização das paróquias em direção a uma Igreja missionária e em saída. 

O curso aconteceu em Itaici, Município de Indaiatuba (SP), entre os dias 6 e 9, e teve como tema “Paróquia: Missão e Renovação”. As palestras foram proferidas pelo religioso da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), Padre José Carlos Pereira, doutor em sociologia e autor de diversos livros sobre renovação pastoral, entre os quais “Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano” e “Renovação Paroquial”, ambos pela editora Paulus . Participaram 196 padres, entre párocos e vigários paroquiais da Arquidiocese de São Paulo. 

Sair da “zona de conforto das pastorais de conservação” - próprias de uma época em que a grande maioria da população era católica -; evangelizar aqueles que supostamente já são evangelizados; transformar todos os grupos paroquiais, de modo que seus membros recebam formação permanente e se tornem missionários; ir ao encontro das pessoas onde elas estão, com especial atenção às periferias geográficas e existenciais, foram algumas das principais urgências apresentadas ao longo do curso.

O temário foi escolhido tendo em vista o sínodo arquidiocesano em andamento, em particular como preparação à Assembleia Paroquial, que conclui a etapa sinodal paroquial e que deverá acontecer entre os meses de outubro e novembro deste ano. 

Padre José Carlos usou como base de suas exposições a Exortação Apostólica Evagelii Nuntiandi do Beato Paulo VI; a Exortação Apostólica Evagelii Gaudium do Papa Francisco; o Documento de Aparecida, além dos seguintes documentos da CNBB: Projeto Nacional de Evangelização; O Brasil no Mundo Continental; Diretrizes Gerais para uma ação Evangelizadora no Brasil; Comunidades de Comunidades: uma nova paróquia; Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. 

 

RESISTÊNCIA À RENOVAÇÃO

A preocupação da Igreja Católica no Brasil em renovar as pastorais paroquiais não é nova. Desde 1962, tem-se estudado diversas formas de inovação, afim de que a Igreja possa fazer frente aos desafios impostos pela pós-modernidade, caracterizada pela liquidez de valores, pelo relativismo cultural, pelo apego à aparência em detrimento do ser, pelo subjetivismo da fé, pela fragilização das relações humanas e comunitárias e pela substituição dos relacionamentos reais pelos virtuais.

Segundo o Padre José Carlos, o ambiente cultural da pós-modernidade, ao supervalorizar o individualismo, enfraquece as instituições comunitárias, fomenta o subjetivismo da fé, dificultando a realização do planejamento pastoral a longo prazo. No que se refere à política, a pós-modernidade tende a desqualificar os partidos políticos: o cidadão vota em pessoas sem considerar o partido ou grupo a que pertence ou representa. 

Em meio a esse oceano líquido e instável, a Igreja, com seus valores sólidos, bem definidos e perenes, deseja ser uma plataforma firme, norteadora de caminhos, de sentido, e modos de agir. 

“A Igreja, por exemplo, defende o valor sólido da vida desde a concepção em meio a um mundo que despreza a vida, em que tudo é descartável e no qual,  o indivíduo coloca seus interesses pessoais acima do bem comum. Não é a toa que os defensores do aborto afirmam que não é a Igreja ou qualquer outra instituição que pode regular o que uma mulher deve fazer. ‘Meu corpo, minha vida, minha decisão’, dizem”, exemplificou o conferencista.

Na opinião do Padre José Carlos, não obstante todos esses desafios que a pós-modernidade trouxe, ao que parece, as paróquias têm resistido à renovação. Citando o diagnóstico apresentado no documento 104 da CNBB, o palestrante afirmou que “historicamente as paróquias parecem ter resistido a quaisquer propostas de mudança. Nos últimos 50 anos, preocuparam-se prioritariamente com o culto e muito pouco com a vida comunitária, com a pregação, com o testemunho e com o serviço”. Em consequência, as dimensões proféticas e missionárias ficaram enfraquecidas. 

 

CONVERSÃO MISSIONÁRIA

Citando a Evangelii Gaudium, Padre José Carlos apresentou as seguintes diretrizes para que a Igreja e as paróquias vivam uma verdadeira conversão missionária:​​​​​​

1 .  A Igreja tem que estar a serviço. Para tanto, ela necessita ser acolhedora. “Todas as pastorais são importantes, mas algumas são condições para outras funcionem bem. Entre essas, a mais importante é a pastoral da acolhida. Se as paróquias não forem acolhedoras, todas as outras pastorais serão precárias porque as pessoas não ficam onde não se sentem acolhidas”.

2 Visitar, escutar e ajudar. São os pilares de uma paróquia missionária e acolhedora. “Acolher não significa apenas receber as pessoas na porta da Igreja. Acolhimento é algo mais profundo: é ir ao encontro. Qualquer pessoa que procure uma comunidade eclesial deve ser recebida por alguém que a escute e ajude a encontrar uma solução para a sua necessidade”. 

3 . Igreja missionária em saída.  “A Igreja tem que ir ao encontro das periferias, seja ela física ou existencial”. 

4 . Santidade de vida. “Igreja missionária requer presbíteros e leigos que busquem a santidade e ofereçam ao mundo um testemunho verdadeiro e coerente de seguimento de Jesus Cristo. Tolerância, mansidão, alegria interior, ousadia apostólica, ardor, oração pessoal, honestidade, comprometimento com a verdade são alguns elementos da santidade de vida”.

5 . Inovação pastoral. “Não ter medo de mudanças e de criar novas pastorais quando forem necessárias”.  

6 . Investir na formação pessoal dos leigos. “Se queremos que as paróquias sejam centros de irradiação da fé temos que fazer de modo que todos os que dela participam estejam em formação permanente. Transformar todos os grupos em unidades formativas: que em cada encontro se aprenda alguma coisa”. 

 

GRAÇA E PECADO

A Missa de encerramento do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na quinta-feira, 9, na capela do Mosteiro de Itaici. 

Em sua homilia, Dom Odilo, refletindo sobre o texto do profeta Jeremias, chamando a atenção para o fato de que o Profeta, ao mesmo tempo em que denuncia o pecado do povo, anuncia uma nova aliança e o perdão dos pecados. “É um resumo da nossa história”, disse o Cardeal. “Graça e pecado, pecado e graça. Deus sempre quer renovar a aliança. Os desafios para a pastoral são grandes e muitos. Mas temos Deus ao nosso lado. Contemos com a sua ajuda!” concluiu. 

A segunda parte da homilia foi dedicada a Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), cuja memória era celebrada no dia. Dom Odilo enfatizou que Santa Edith Stein representa a pessoa que busca a verdade. “E quem busca a verdade encontra a Deus”, afirmou.

“Os santos são testemunhas da fé, da busca da verdade e da vida na verdade. A bíblia é a narrativa da história dos santos que fizeram a história da salvação: patriarcas, profetas e apóstolos. Esses santos foram referencia de verdade e amor para com Deus e para com o povo. Os santos da Igreja são referencias históricas da história da Igreja”, afirmou o Cardeal.

Ao final Dom Odilo exortou os padres a usar o testemunho dos santos para evangelizar. “Mais do que contar sobre os seus milagres, enfatizar as histórias de suas buscas, de suas vidas, de suas orações, lutas e boas ações em modo a provocar no coração dos cristãos o desejo de santidade de vida”. 


 

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