Tempo de luzes, encantos e fé

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11 de dezembro de 2019

Para os católicos, o começo do Advento, no domingo, dia 1º, foi ocasião para a montagem dos presépios, seja nas paróquias e comunidades, seja nas próprias casas. Até o começo de janeiro de 2020, em diferentes locais da cidade, também é possível visitar exposições de presépios, como as que estão montadas no Convento e Santuário São Francisco, no Museu de Arte Sacra (MAS) e no Mosteiro de São Bento. 

`DIÁLOGO DE DEUS COM A CRIAÇÃO
Este é o tema da 30ª edição da Mostra de Presépios do Convento e Santuário São Francisco, que foi aberta no domingo, dia 1º. Estão expostos 31 presépios, de 13 países, feitos de materiais como argila, papel vegetal rendado, cascas de ovos, chifres de boi, plástico e até com miolo de pão, este último feito na Bolívia por presidiários. 
“Pelo presépio, é o próprio Deus que vem conversar com a humanidade, comunicando que Ele está conosco e veio, justamente, para mostrar seu amor para cada um de nós, ensinando ainda que também devemos cuidar uns dos outros. Se Ele tem amor pela Criação, nós, cristãos, também devemos ter”, afirma o Frei Mário Tagliari, Reitor do Santuário, localizado no Largo São Francisco, 133, Centro.
A visitação é gratuita e pode ser feita até 5 de janeiro, de terça-feira a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 8h às 13h. 

PRESÉPIOS DE ARTESÃOS PAULISTAS
Até 5 de janeiro, os passageiros do Metrô que desembarcarem na Estação Tiradentes da Linha 1 – Azul poderão visitar gratuitamente a mostra “Os Artesãos e seus Presépios III”, instalada na sala do Museu de Arte Sacra. 
Estão expostas 35 obras de artesãos paulistas, representando a diversidade cultural, social e religiosa do estado de São Paulo. “Essas peças contam a história do nosso estado por meio da fé de cada artesão. Para dar vida a essas criações, eles recorreram aos mais diversos materiais, desde tela, tinta e pincel, passando pelo barro, papel, madeira, até matérias-primas um pouco diferentes, como cabo de vassoura, palha de aço, palha de milho e bucha vegetal”, explica Renan Quevedo, que, com Beatriz Freitas, assina a curadoria da exposição. 
A visitação é gratuita aos usuários do Metrô e pode ser feita de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Há agendamento de visitas monitoradas pelo telefone (11) 3326-5393.

‘ALEGRIA EM BELÉM DA JUDEIA’
Este é o tema da 7ª Exposição Internacional de Presépios do Mosteiro de São Bento de São Paulo, que pode ser visitada até o dia 27 deste mês. 
Estão em exposição 30 presépios, incluindo obras originárias da Itália, Turquia, Bulgária e Lituânia, de outros estados do Brasil e até do acervo da clausura do Mosteiro.
“Os destaques da exposição são as três fases da história da Natividade, como a imagem de Maria ainda grávida em cima do jumentinho puxado por José, com destino a Belém; após o nascimento, Maria amamenta o Menino Jesus. A icônica imagem de Nossa Senhora do Leite, chama a atenção por exibir Maria que alimenta o seu amado Filho em seus braços, o Deus que se faz humano e é amamentado como qualquer criança; José, protetor da Sagrada Família, aparece como o guardião preocupado, que os leva ao Egito para protegê-los do Rei Herodes, seguindo a orientação de Deus”, consta  no descritivo da exposição. 
A visitação ao Mosteiro (Largo São Bento, s/nº) pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h; aos sábados, das 9h às 12h; e aos domingos após a missa das 10h (término às 12h). 

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O presépio ‘convida a nos sentirmos envolvidos na história da salvação’

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04 de dezembro de 2019

No domingo, dia 1º, início do tempo do Advento, o Papa Francisco enviou uma Carta Apostólica aos católicos de todo o mundo a respeito do valor e significado do presépio.
Intitulado Admirabile Signum (Admirável Sinal), o texto foi publicado no mesmo dia em que o Pontífice visitou a cidade de Greccio, no Vale de Rieti, a menos de 100km de Roma, local onde, em 1223, São Francisco de Assis fez o primeiro presépio. 
“Com esta Carta, quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias de prepararem o presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…”, explicou o Santo Padre. 

OBRA DE EVANGELIZAÇÃO
Dividido em dez pontos, o texto recorda a origem franciscana do presépio, a sua obra de evangelização e as figuras e o simbolismo que o compõem. 
Francisco lembra, também, que a cena da natividade de Jesus, como é conhecida hoje, deve-se a alguns pormenores contidos no Evangelho, por exemplo, no de São Lucas, cuja narrativa diz que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, “teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7). Em latim, a palavra praesepium significa manjedoura. 
As fontes franciscanas narram de forma detalhada que, 15 dias antes do Natal, São Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo: “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-
-nascido, tendo sido reclinado na palha de uma manjedoura, entre o boi e o burro”.
O Papa enfatiza que, com a simplicidade daquele sinal, “São Francisco realizou uma grande obra de evangelização” e reforça que armar o presépio nas casas ajuda a reviver a história que aconteceu em Belém.

TERNURA DE DEUS
Francisco indaga por qual motivo esse símbolo natalino suscita tanto fascínio e comoção. “Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-se até a nossa pequenez”, responde o Papa. 
O Bispo de Roma reitera que os Evangelhos continuam a ser a fonte que permite conhecer e meditar o acontecimento de Belém. “Mas a sua representação no presépio ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a nos sentirmos envolvidos na história da salvação, contemporâneos daquele evento que se torna vivo e atual nos mais variados contextos históricos e culturais”, completou.
O Santo Padre salientou, ainda, que o presépio é um convite a “sentir” e “tocar” a pobreza que escolheu, para si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, “tornando-se, assim, implicitamente, um apelo para o seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento.”

TRANSMISSÃO DA FÉ
“Queridos irmãos e irmãs, o presépio faz parte do suave e exigente processo de transmissão da fé”, afirma o Papa, recordando que, a partir da infância e, depois, em cada idade da vida, a representação da cena da natividade do Senhor educa as pessoas para “contemplar Jesus, sentir o amor de Deus por nós, sentir e acreditar que Deus está conosco e nós estamos com Ele, todos filhos e irmãos graças àquele Menino Filho de Deus e da Virgem Maria”. 
Nesse sentido, o Santo Padre ressalta que, muitas vezes, as crianças e inclusive os adultos gostam de acrescentar no presépio outras figuras que parecem não ter qualquer relação com as narrações do Evangelho. “Contudo, esta imaginação pretende expressar que, neste mundo novo inaugurado por Jesus, há espaço para tudo o que é humano e para toda a criatura. Do pastor ao ferreiro, do padeiro aos músicos, das mulheres com a bilha de água ao ombro às crianças que brincam… tudo isso representa a santidade do dia a dia, a alegria de realizar de modo extraordinário as coisas de todos os dias, quando Jesus partilha conosco a sua vida divina”, afirma.

FIGURAS CENTRAIS
O Papa chama a atenção para a figura de Maria, a mãe que contempla seu menino e o mostra a quantos vêm visitá-lo. “Nela, vemos a Mãe de Deus que não guarda o seu Filho só para si mesma, mas pede a todos que obedeçam à palavra Dele e a ponham em prática (cf. Jo 2,5)”. 
Ao lado de Maria, em atitude de quem protege o menino e sua mãe, está São José, “o guardião que nunca se cansa de proteger a sua família” e que “trazia no coração o grande mistério que envolvia Maria, sua esposa, e Jesus”. 
Contudo, Francisco destaca a figura central desse símbolo natalino. “O coração do presépio começa a palpitar, quando colocamos lá, no Natal, a figura do Menino Jesus. Assim se nos apresenta Deus, em um menino, para fazer-se acolher nos nossos braços. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja”, escreve.

PRESENTES
O Pontífice recorda, ainda, as três figuras dos reis magos, que costumam ser inseridas na cena na proximidade da festa da Epifania do Senhor. Os presentes que são entregues ao Menino-Deus também têm um significado alegórico: “o ouro honra a realeza de Jesus; o incenso, a sua divindade; a mirra, a sua humanidade sagrada, que experimentará a morte e a sepultura”. 
“Ao fixarmos esta cena no presépio, somos chamados a refletir sobre a responsabilidade que cada cristão tem de ser evangelizador. Cada um de nós torna-se portador da Boa-Nova para as pessoas que encontra, testemunhando a alegria de ter conhecido Jesus e o seu amor; e o faz com ações concretas de misericórdia”, completa o Papa.

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O Cristo que nasce entre todos os povos

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22 de dezembro de 2018

Nesta época do ano, diante do presépio, com os olhos voltados à Sagrada Família, os cristãos em todo mundo celebram o nascimento de Cristo e podem dizer como o evangelista João: “Era esta a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todas as pessoas” (Jo 1,9). 

Essa passagem bíblica inspira a realização da 29ª Exposição Franciscana de Presépios, que permanece até 6 de janeiro, com visitação gratuita, no Convento e Santuário São Francisco, no centro de São Paulo. 

O nascimento do Salvador é apresentado em 29 presépios e representações da Sagrada Família feitos na Alemanha, Chile, México, Espanha, Egito, Peru, Itália, Filipinas, Quênia e diferentes regiões do Brasil.

“São verdadeiras obras de arte que nos ajudam a refletir sobre o maior acontecimento da história da humanidade, o nascimento do Filho de Deus”, comentou o Frei Alvaci Mendes da Luz, Pároco e Reitor do Santuário, no lançamento da exposição, no dia 2.

 

ENTRE OS POBRES

A escolha dos presépios, bem como a ambientação dos nichos onde estão, busca ressaltar que Cristo nasce entre os mais pobres e na realidade de cada povo. 

“Até pelo espírito franciscano de privilegiar o mais pobre, o oprimido, o mais carente, procuramos trazer neste ano alguns elementos que remetam, ainda que sutilmente, ao cotidiano, às inúmeras manjedouras que a gente vê e que são ignoradas”, explicou, ao O SÃO PAULO , o artista plástico e ilustrador Rafael Herrera, que há três anos é o curador da exposição. “A própria história do Advento envolve Cristo na simplicidade. Ele foi adorado na simplicidade, não nasceu na opulência”, complementou.

 

A CRIATIVIDADE QUE SE CONECTA À FÉ

Herrera conduziu a reportagem em uma visita monitorada à exposição. A criatividade na ambientação dos presépios chama a atenção pela multiplicidade e arranjos dos materiais, assim como o ambiente que conecta o visitante ao mistério da fé, a partir de singelas diferenciações de luzes e sombras sobre as peças e a sonorização da Sala São Dâmaso, local da exposição, com o canto dos frades franciscanos. 

Madeira, cerâmica, gesso e barro são os principais materiais encontrados na composição das peças que representam a cena do nascimento de Cristo: o Menino, a Virgem Maria, São José, os Reis Magos, o Anjo e os animais.

O grande diferencial da exposição, porém, está no uso de materiais alternativos para a ambientação dos nichos e dos presépios: caixas de papelão, cupinzeiros, juta, pedrarias de aquários, pedra brita, caco de vidro, casca de alho, palha de arroz, capim seco, palha de milho, folhas secas, serragem, feno, casca de árvore, musgos, terra, papel kraft, esteira de palha, vaso de barro, xaxim, cesto de cipó, tijolos, telhas coloniais e até cobertores iguais aos usados por pessoas em situação de rua. 

“Todo o trabalho é feito para direcionar o espectador para o elemento central, Cristo. Tudo, por mais interessante e bonito que seja, é só moldura”, ressaltou Herrera. 

 

'VIMOS SUA ESTRELA NO QUÊNIA'

Quase a totalidade dos presépios é do próprio acervo da Província Franciscana. A exceção é um que retrata o nascimento de Cristo em um vilarejo do Quênia, no continente africano, cujas peças pertencem a Mario Festa, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. 

Esse presépio está no maior nicho da exposição e ressalta o papel da mulher negra na sociedade, tanto que, em lugar dos três Reis Magos, estão as esculturas de três mulheres que ofertam presentes ao Menino, deitado no colo de sua mãe e observado por seu pai, todos negros. 

No presépio, também está representada a riqueza da fauna e da flora africanas, do ambiente árido e das tradições do diálogo em família, indicando a transmissão de valores de geração em geração. 

“As pessoas têm se identificado com este presépio, porque remete a coisas do dia a dia. Elas o receberam com muita simpatia e entenderam que é uma visão regional, africana, que difere de uma visão europeia ou do Oriente Médio para o nascimento de Cristo”, detalhou Herrera. 

 

TRADIÇÃO INICIADA POR SÃO FRANCISCO

No centro da sala da exposição, o visitante se depara com uma imagem de São Francisco de Assis (1182-1226) e um texto explicativo que remete às origens do presépio. 

Em 1223, em Greccio, na Itália, após ler um trecho do evangelho de Lucas sobre o nascimento de Cristo, o Santo decidiu representar esse fato e montou o primeiro presépio vivo. Com o decorrer dos séculos, a cena passou a ser montada em diferentes partes do mundo com imagens esculpidas em materiais diversos.

“São Francisco sempre quis viver radicalmente o Evangelho e desejava ver a encarnação sendo encenada. Três anos antes de morrer, pediu ajuda para montar essa representação, a fim de contemplar este Deus que se faz humilde, e que vem até nós na forma humana, na fragilidade de uma criança. Então, São Francisco convidou todos os frades a celebrar o Natal e toda a comunidade de Greccio a contemplar o presépio, onde nós não encontramos preconceito, mas sim um Deus que acolhe, que se mostra no outro, que se mostra na expressão cultural”, comentou o Frei Francisco Dalilson, que acompanha os visitantes ao longo da exposição no Convento e Santuário São Francisco. 

Na primeira semana de exposição, mais de 600 pessoas já haviam apreciado os presépios, e a estimativa é que o local receba cerca de 5 mil visitantes até 6 de janeiro. 

 

EXPERIÊNCIA DE FÉ

Quem entra na Sala São Dâmaso não sai de lá indiferente ao que vê. “Há quem se emocione a ponto de vir partilhar com a gente. Vir aqui é poder entrar no espírito de Natal e a cada dia esperar este Deus que vem até nós”, comentou o Frei Francisco. 

Aos que estão diretamente envolvidos na organização da exposição, esta também não é só mais uma atividade. “Às vezes, as pessoas entram na exposição com um aspecto meio cansado e saem sorridentes ou chorando, emotivas, pois retomam o contato com o divino e depositam nesse contato suas esperanças. Então, para mim, participar de tudo isso é uma redescoberta, um reforçar da fé, é entender que no Natal há uma importância queA vai além do estético, do decorativo”, concluiu Herrera. 

 

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Exposição de presépios acontece em igreja no centro de São Paulo

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28 de novembro de 2018

A abertura da 29ª Exposição Franciscana de Presépios ocorrerá com missa, às 10h30 do domingo, 2, no Santuário São Francisco, patrimônio histórico de São Paulo. A mostra reúne obras de vários países, como Brasil, Alemanha, Chile, México, Espanha, Egito, Peru, Itália e Filipinas. 

Iniciada há quase três décadas, a exposição faz parte do calendário das festividades natalinas da cidade de São Paulo e ficará disponível para visitação gratuita até 6 de janeiro, no Salão São Dâmaso, no Claustro do Convento. 

São 28 conjuntos, entre presépios e representações da Sagrada Família que chamam a atenção pela beleza e pela diversidade. O material utilizado nos presépios é variado, desde barro e cerâmica, até sementes, tecido, musgo, juta e corda. 

“São verdadeiras obras de arte que nos ajudam a refletir sobre o maior acontecimento da história da humanidade, o nascimento do Filho de Deus”, relata o Frei Alvaci Mendes da Luz, Pároco e Reitor do Santuário.

A 29ª Exposição Franciscana de Presépios ficará aberta de terça-feira a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos, das 8h às 13h. Não haverá expediente nos dias 25 e 1º de janeiro. O Convento São Francisco fica localizado no Largo São Francisco, 133, no centro de São Paulo, próximo à estação Sé do Metrô.

 

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A Capital Paulista se prepara para o Natal

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18 de dezembro de 2017

Luzes, árvores e até neve fazem parte da decoração nas casas, lojas e shoppings da cidade. As ruas mais movimentadas e o clima quente e chuvoso dizem que, por aqui, no país tropical, o Natal está chegando também, como em todo o mundo. Maior festa cristã depois  da Páscoa, o dia 25 de dezembro marca um acontecimento que mudou o rumo da história e até mesmo a contagem do tempo. São 2017 anos do nascimento de Jesus, na antiga Judeia, hoje região da Cisjordânia.

Há uma tradição, que foi iniciada por São Francisco, na cidade italiana de Greccio, no ano de 1223, que ajuda a todos – crianças, jovens, adultos e idosos – a compreenderem melhor o Natal e toda a profundidade humana e espiritual que ele contém: o presépio. Segundo dados históricos, o primeiro presépio aconteceu com uma encenação do nascimento de Jesus numa cena preparada com tochas, numa gruta, inclusive com um boi e um jumento. A ideia surgiu enquanto São Francisco lia um trecho bíblico que narrava o nascimento de Cristo.

Em São Paulo, são muitas as oportunidades de conhecer e viver melhor o Natal por meio da arte e das exposições de presépios. Uma delas, que chegou à sua 28ª edição, é a Exposição Franciscana de Presépios, que reúne 30 conjuntos, originários de diversos países, e feitos dos mais diferentes materiais, de argila à sucata.

De acordo com informações do Frei Alvaci Mendes da Luz, Pároco e Reitor do Santuário São Francisco, a exposição acontece no contexto da celebração dos 370 anos do Convento de São Francisco e, por isso, tem como tema: “370 Anos da Casa de Francisco: a Casa do Presépio!”

A abertura aconteceu no dia 3. A exposição faz parte do calendário das festividades natalinas da cidade de São Paulo. “Um dos destaques é uma reprodução vinda de Assis. A obra, com 43 peças, é feita em argila e resina, e retrata, além da cena do nascimento de Jesus, a Assis da época em que São Francisco viveu”.

Museu de Arte sacra 

O tema esperança inspirou 25 convidados do Museu de Arte Sacra (MAS-SP) a criarem suas versões do nascimento de Jesus para a mostra que tem como curador Sergio Zobaran. A exposição, que tradicionalmente encerra a programação anual do MAS, exibe 24 presépios de diferentes origens, procedências, épocas, materiais e estilos, montados a partir de peças do acervo do Museu. “A proposta curatorial envolve o olhar para o futuro, representado pela esperança, exibindo objetos desta arte religiosa que perdura por séculos e que simboliza o nascimento de Jesus”, explica o material preparado para divulgação da exposição.

A mostra é o resultado de um esforço coletivo e representa uma história universal do nascimento de Jesus. “Foi um trabalho de equipe que envolveu por um mês cerca de 50 pessoas, entre a diretoria do Museu, seus museólogos e técnicos, sua assessoria de comunicação e as empresas apoiadoras, além dos padrinhos convidados”, comenta o curador, Sergio Zobaran.

“O que recebemos de volta deste grupo de pessoas amigas que aderiram à nossa causa (...), independentemente de seus credos ou religiões, foi coerente: por meio deles, e de seus pensamentos e textos, constatamos que a esperança está mesmo intimamente ligada à família, ao amor e à fé. É nesse sentido que queremos a sua atenção para cada um dos presépios em exposição, pois neles estão contidas todas as nossas esperanças”, conclui o curador.

Paralelamente à “Esperança”, outra exposição entra em cartaz na Sala-Metrô Tiradentes: “Os Artesãos e seus Presépios”, uma parceria com a Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), com curadoria de Marlene Augusta dos Santos. Feitos por 15 artesões da Capital Paulista e do interior do Estado, são expostos 21 presépios únicos e manufaturados em diversos materiais e suportes - desde palha de milho até os mais tradicionais de barro e madeira.

Caixas de fósforo e Cabaças Para o nascimento de Jesus

Presépios de todo o mundo estão em exposição no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, para a 5ª Exposição Internacional de Presépios, com o tema “Eu vim para que todos tenham vida!” As informações são de Dom João Baptista Barbosa, monge responsável pela programação cultural.

“Na mostra, o visitante poderá contem plar representações do nascimento de Jesus de vários países e estados brasileiros, confeccionados com os mais diversos materiais. Por ter um espaço propício à visitação dos fiéis e turistas que visitam diariamente o cenóbio, os monges tiveram a preocupação pastoral de exibir alguns dos presépios existentes na clausura do Mosteiro, dando a oportunidade de serem apreciados pelos visitantes”, explicou o Monge. Ele informou, também, que, na exposição, os visitantes poderão apreciar um presépio produzido inteiramente com caixas de fósforo e outro que foi feito com cabaça. Também será possível encontrar os mais tradicionais.

No Coração da Capital
Quem chega ao Conjunto Nacional, na avenida Paulista, vê-se diante de um grande presépio dourado e, ao aproximar-se um pouco mais, percebe os garfos, potes e demais embalagens de plástico que foram pintadas.

A Companhia de Imprensa informou que o presépio é uma criação do cenógrafo e artista plástico Silvio Galvão e contém figuras realistas feitas com silicone (com cerca de um metro de altura). Foram utilizados, além dos frascos de leite fermentado Yakult, 500 canetas esferográficas, 200 escovas de dentes, 300 talheres descartáveis, cem pentes, 70 embalagens de esmalte e 70 embalagens de iogurte, entre outros materiais, para criar a riqueza dos mantos da Sagrada Família e dos reis magos.

Os frascos foram pintados de dourado e adornam as bordas dos mantos dos três reis magos, que fazem parte do presépio que enfeita a galeria do edifício. O material reciclado foi transformado em arte por dezenas de artesãos atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps Itapeva), Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) e Grupo Fênix, sob a coordenação da Cooperativa Social de Trabalho e Produção de Arte Alternativa e Coleta Seletiva (Cooperaacs).

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