Ir ao encontro dos outros em vez de atacá-los

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15 de outubro de 2019

Em sua tradicional audiência das quartas-feiras, o Papa Francisco afirmou que os cristãos devem ir ao encontro dos outros, pessoas que são diferentes, em vez de atacá-los. Recordando a história de São Paulo antes de sua conversão, quando ainda se chamava Saulo, ele disse na manhã do dia 9 de outubro: “A condição de raiva e conflitual de Saulo convida cada um a se perguntar ‘como vivo a minha vida de fé’?”

Saulo era intransigente e perseguia os cristãos. Manifestava intolerância contra aqueles que pensavam diferente dele, “absolutizava a própria identidade política ou religiosa e reduzia o outro a potencial inimigo a combater”. Em outras palavras, era um “ideólogo”, aponta Francisco, e não uma pessoa religiosa. A religião foi instrumentalizada pela ideologia.

Como vivo a minha fé?

Por isso, devemos nos perguntar: “Vou ao encontro dos outros ou sou contra os outros? Pertenço à Igreja universal – bons, maus, todos – ou tenho uma ideologia seletiva? Adoro a Deus ou adoro fórmulas dogmáticas? Como é a minha vida religiosa? A fé em Deus que professo me torna amigável ou hostil em relação a quem é diferente de mim?”

Quem permitiu a transformação de Saulo foi o próprio Jesus Cristo. Sua voz mandou que ele se levantasse, no episódio da conversão, quando Saulo ficou cego e caiu em uma estrada. Mas foi o Cristo Ressuscitado que permitiu sua passagem “da morta à vida”, e se tornasse Paulo, um dos apóstolos mais importantes e grande anunciador do Evangelho.

“Peçamos ao Pai que faça experimentar também em nós, como em Saulo, o impacto do seu amor que só pode fazer de um coração de pedra um coração de carne, capaz de acolher em si os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”, refletiu o Papa Francisco.

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‘Somos chamados a ser uma vinha vivaz, cheia de frutos e de esperança’

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11 de outubro de 2017

Reunido com cerca de 30 mil fiéis e peregrinos na Praça de São Pedro para recitar a oração mariana do Ângelus, o Papa Francisco exortou os presentes a se tornarem verdadeiros servidores da vinha do Senhor, capazes de produzir os bons frutos esperados por Deus. 

Explicando a parábola dos vinhateiros homicidas, proposta no Evangelho daquele domingo, 8, na qual estes recusam-se a entregar a colheita aos servos do dono da vinha, Francisco ressaltou que essa narração ilustra de modo alegórico aquelas recriminações que os profetas haviam feito sobre a história de Israel.

“É uma história que nos pertence - destacou o Papa – fala-se da aliança que Deus quis estabelecer com a humanidade e à qual também nos chamou para participar. Porém – observou Francisco - essa história de aliança, como toda história de amor, conhece seus momentos positivos, mas é marcada também por traições e por rejeições.”

Para entender como Deus Pai responde às rejeições feitas a seu amor e à sua proposta de aliança, o trecho evangélico coloca nos lábios do dono da vinha uma pergunta: “Quando vier o dono da vinha, que irá fazer com esses vinhateiros?” Essa pergunta, frisou o Santo Padre, “ressalta que a desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos homens não é a última palavra!” 

“Aí está a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido com nossos erros e nossos pecados, jamais falta com a sua palavra, não se detém e sobretudo não se vinga! Irmãos e irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, nos espera para perdoar-nos, para abraçar-nos.” 

“Por meio das pedras de descarte – e Cristo é a primeira pedra que os construtores rejeitaram –, por meio de situações de fraqueza e de pecado, Deus continua colocando em circulação o vinho novo da sua vinha, ou seja, a misericórdia”, acrescentou o Pontífice. “Este é o vinho novo da vinha do Senhor: a misericórdia. Há um só impedimento diante da vontade tenaz e tenra de Deus: a nossa arrogância e a nossa presunção, que por vezes se torna também violência!”

Francisco observou, ainda, a urgência de responder com frutos, “frutos de bem ao chamado do Senhor, que nos chama a tornar-nos vinha, nos ajuda a entender o que há de novo e de original na fé cristã. Ela não é tanto a soma de preceitos e de normas morais, mas é, sobretudo, uma proposta de amor que Deus, por meio de Jesus, fez e continua fazendo à humanidade.” 

“É um convite a entrar nessa história de amor, tornando-se uma vinha vivaz e aberta, rica de frutos e de esperança para todos”, afirmou.

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