Regional Sul 1 se solidariza com cristãos em Moçambique

Por
16 de abril de 2020

O Presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Pedro Luiz Stringhini e Bispo de Mogi das Cruzes, manifestou sua solidariedade com as vitimas afetadas pelos ataques na região norte de Moçambique e afirmou sua profunda solidariedade e comunhão com a Diocese de Pemba e seu sofrido povo.

O Bispo de Pemba, Dom Luís Fernando Lisboa, assim descreve o sentimento da população de Cabo Delgado, em Moçambique, face aos ataques terroristas que afetam sobretudo os distritos do norte e centro da província: “Temos sofrido há três anos sem saber porque estamos sendo atacados. Há três anos tudo mudou em nossa vida… Choramos de dor e de tristeza. Vivemos fugindo sem saber para onde”.

O episcopado paulista mantém uma Missão na Diocese de Pemba. Ao todo, 12 brasileiros entre padres, religiosos(as) e leigos(as) participam do projeto batizado “Missão África-Pemba”, nas aldeias de Nangade, Mazeze e Metoro.

Dom Pedro Luiz escreveu a seguinte mensagem em solidariedade ao Bispo de Pemba, em Moçambique, Dom Luís Fernando Lisboa,  e aos missionários e missionárias:

MENSAGEM:

Querido Dom Luiz Fernando Lisboa!
Queridos missionários e missionárias da Diocese de Pemba!

A situação da Região de Cabo Delgado, narrada no documentário da Pastoral Comunicação da Diocese de Pemba (Igreja irmã do Regional Sul 1), muito nos entristece e nos faz sentir cada vez mais impotentes.

Vamos divulgá-lo para que um número sempre maior de irmãos e irmãs se unam em oração e solidariedade.

A vida, dom sagrado de Deus e, por isso mesmo, na ótica da fé pascal dos cristãos, revestida sempre de alegria, beleza e esperança, encontra-se tão ameaçada nos dias atuais, seja pelas doenças, seja por essa violência avassaladora.

Dessa forma, Dom Luiz Fernando e demais irmãos, estejam certos da nossa profunda solidariedade e comunhão com a Diocese de Pemba e seu sofrido povo.

Continuamos acreditando que a esperança não decepciona. Contem com nossa oração e nossa afeição.

Fraternalmente,

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Presidente do Regional Sul 1 da CNBB

 

CLIQUE E ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO

 

LEIA TAMBÉM

População de Moçambique sofre com violência e avanço do COVID-19

 

 

Comente

População de Moçambique sofre com violência e avanço do COVID-19

Por
09 de abril de 2020

A população do norte de Moçambique vive uma situação fora de controle com o aumento dos ataques armados a povoados e, agora, com o avanço da pandemia de COVID-19 no país africano.

Dom Luís Fernando Lisboa, Bispo da Diocese de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, relatou ao O SÃO PAULO que os ataques de insurgentes cresceram significativamente na região.

Segundo ele, desde janeiro os ataques que antes aconteciam em povoados mais distantes gora chegaram às vilas mais populosas.  Já foram tomados pelos insurgentes distritos importantes da província de Cabo Delgado, como Mocímboa da Praia e Quissanga, e, nos últimos dois dias, Moidumbe e Nangololo.

O Bispo informou, ainda, que os missionários brasileiros que atuam na região, enviados pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos bispos do Brasil (CNBB), foram evacuados para a capital da província e a população que refugiou nas matas do entorno.

EXTREMISTAS

Desde outubro de 2017 a região de Cabo Delgado tem sido palco de diversos ataques extremamente violentos. Sobre os possíveis autores, Dom Luís Fernando explicou que, durante muito tempo, era uma verdadeira incógnita. “Porém, a partir de janeiro, eles têm se apresentado como sendo do Estado Islâmico”, relatou.

“Não sabemos exatamente se são mesmo do Estado Islâmico. Mas é assim que eles têm se apresentado. Quando tomam o lugar, mostram a sua bandeira e dizem querem fazer daqui um Estado islâmico”, acrescentou o Bispo.

De acordo com a agência de notícias Deutsche Welle, as famílias desses distritos dominados não param de chagar à Pemba. Alguns chegam à pé, outros de barco. As pessoas relataram que os terroristas atiram bombas que provocam incêndios nas casas. Outros contaram, desolados, que, no meio do caminho da fuga, três crianças morreram no mar.

O governo do país, por sua vez, não tem conseguido conter o avanço dos ataques. Crescem, inclusive, os casos de deserções de militares que alegam falta de condições para enfrentar os insurgentes, que são fortemente armados.

PANDEMIA

A situação dos moçambicano ficou ainda mais difícil com à pandemia de coronavírus que avança no país. Até o momento, há 17 casos de COVID-19 confirmados em Moçambique, sendo seis desses em Cabo Delgado.

Padre Armindo Baltazar, sacerdote passionista que atua na Diocese de Pemba, relatou ao O SÃO PAULO que a situação na região é incontrolável. “Não sabemos o que escolher: se ficamos em casa de quarentena ou fugimos dos ataques para o mato!”, contou o religioso, que expressou preocupação pelas famílias refugiadas no meio da mata e pela falta de medidas eficazes do poder público para enfrentar a onda de violência.

“Estamos cumprindo as medidas de isolamento. O governo decretou estado de emergência. Procuramos fazer o isolamento que é possível aqui”, afirmou Dom Luís Fernando, ressaltando que a maior dificuldade é que a maioria das pessoas vivem dos pequenos comércios e o isolamento impactou bastante a vida da população. Tanto que houve uma flexibilização das restrições do governo, pedindo que todos estejam atentos às medidas preventivas de higiene e evitando aglomerações.

PREOCUPAÇÃO

Na África, o número de infeções de COVID-19 subiu para mais de 11,4 mil, e mortes chegam a quase 600.

O Bispo de Pemba expressou grande preocupação com o avanço da pandemia. “A África, em geral, e Moçambique em particular, tem muito poucos recursos em termos de hospitais e medicamentos. Portanto, se a pandemia entrar com força aqui, haverá muito sofrimento”, enfatizou, pedindo que os brasileiros rezem pelo povo moçambicano e de todo o continente.

 

Comente

Dioceses paulistas apoiam missões na África e na Amazônia

Por
29 de janeiro de 2020

O Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende o Estado de São Paulo, informou que houve um aumento significativo no número de benfeitores que estão ajudando financeiramente no sustento dos missionários que atuam na Amazônia e na África.

Recentemente, a Arquidiocese de Botucatu enviou R$ 100 mil para o projeto missionário do Regional. A doação, motivada pelo Arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo, referem-se à contribuição das 47 paróquias ao longo do ano de 2019.

“É uma alegria para nossa Igreja Particular ter a possibilidade de contribuir com esse projeto tão bonito, desenvolvido em Pemba, pelas dioceses do nosso Regional. Através da colaboração de cada uma de nossas paróquias, a Igreja de Botucatu se une não apenas na oração, mas também nesse gesto concreto, mostrando assim a força missionária e sua importância nos dias de hoje”, reiterou o Dom Maurício.

CONTRIBUIÇÕES

Esse montante foi encaminhado o Fundo Missionário, gerenciado pela Cáritas Brasileira Regional São Paulo, que tem por objetivo subsidiar os Projetos do Regional Sul 1 da CNBB na Amazônia e na África.

A Arquidiocese, por meio da Catedral de Botucatu, também mantém o projeto Amigos de Dombe, que auxilia a Missão em Dombe, Moçambique. O grupo é composto por dezenas de voluntários que mensalmente contribuem para a manutenção de uma escola gerida pela Fazenda da Esperança.  O auxílio dos Amigos de Dombe inicialmente era destinado para a alimentação diária para mais de 600 crianças. Desde março de 2019, o projeto auxilia também na reconstrução de moradia de alvenaria para as famílias que perderam suas casas após a destruição causada pelo ciclone Idai.

Há quatro anos, a Arquidiocese de Botucatu conta com a presença missionária do Padre Luiz Aparecido Iauch, na Diocese de São Gabriel da Cachoeira (AM), como parte do Projeto Igrejas-Irmãs entre os regionais Sul 1 e Norte 1 da CNBB. O missionário auxilia, desde fevereiro de 2016, nas diversas comunidades daquela região.

AGRADECIMENTO

Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes e presidente do Regional Sul 1, agradeceu a colaboração das dioceses do estado e as muitas pessoas que têm depositado sua contribuição na conta bancária do Regional.

Há um ano, a Diocese de Jundiaí também fez uma doação ao Projeto no valor de R$ 94 mil para a compra de um carro para a missão em Metoro, Moçambique. Ao lado da ajuda financeira, acontece a conscientização missionária e a sensibilização em relação ao sofrimento dos irmãos africanos.

Dom Pedro Luiz também agradeceu a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial do Regional Sul 1, motivadora de todo esse trabalho, que constitui a Comissão Missionária Regional (Comire).  O Presidente do Sul 1 também manifestou gratidão às demais dioceses do estado que contribuem com um valor anual para a manutenção da missão. “Conclamamos outros irmãos e irmãs a abraçarem de alguma forma esse Projeto de Ação Missionária, com ardor, comunhão e corresponsabilidade. Deus abençoe cada gesto de generosidade!”, concluiu Dom Pedro.

MOÇAMBIQUE

Ao todo, o Regional Sul 1 mantém três missões na Diocese: Missão de Metoro – distante 80km de Pemba; Missão de Mazeze – distante 204Km; Missão de Nangade – distante 400km. Cada uma dessas missões atende dezenas de comunidades e aldeias, com grandes distâncias entre elas.

Em agosto, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, realizou uma visita missionária à Diocese de Pemba, no norte de Moçambique, para acompanhar os trabalhos dos missionários do Regional Sul 1 no país africano.

Na ocasião, Dom Odilo ressaltou que o trabalho dos missionários é imenso, e vai desde o atendimento religioso aos cuidados à saúde e à educação do povo. Em cada paróquia ou sede da missão, há também escolas e várias formas de promoção humana e assistência social. Ele explicou que além de enviar os missionários, as dioceses paulistas colaboram financeiramente para manter a missão.

“De fato, também são necessários os meios para a realização da missão, como veículos para os deslocamentos, a alimentação, a manutenção das casas, a saúde e, é claro, as múltiplas ajudas à população local”, destacou o Cardeal Scherer.

Para o Bispo de Pemba, o brasileiro Dom Luís Fernando Lisboa, o trabalho dos missionários brasileiros é fundamental. “O Regional Sul 1 tem feito uma grande diferença na nossa Diocese com esse apoio, com essa parceria que realizamos”, em entrevista ao O SÃO PAULO, publicada em 16 de outubro de 2019. 

COMO DOAR

Doações podem ser feitas através de depósito, DOC ou TED para a conta do projeto:

Banco: Banco do Brasil

Agência: 2800-2

Conta Corrente Nº 686868-1

Favorecido: CNBB Regional Sul 1 – CNPJ: 33.685.686/0009-08.

ASSISTA AO VÍDEO DA CAMPANHA: 

Comente

Bispo alerta para onda de violência fora de controle em Moçambique

Por
08 de novembro de 2019

O Bispo da Diocese de Pemba, em Moçambique, Dom Luís Fernando Lisboa, definiu como fora de controle a situação do norte do país africano, onde têm ocorrido inúmeros ataques violentos de autoria ainda desconhecida.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o prelado brasileiro, que pastoreia a Igreja em Pemba desde 2013, afirmou que, ainda que existam iniciativas das forças de segurança de Moçambique no local em resposta a uma série de ataques contra a população, a situação está descontrolada.

Dom Luís Fernando acrescentou que “alguns teimam” em dizer que a situação está sob controle, mas “não é verdade”. Ele destacou, ainda, que o sentimento de medo da população é evidente. Os campos agrícolas estão ficando abandonados e, como consequência disso, já se fala em fome nessa região de Moçambique.

“Tenho visitado as comunidades e sinto que algo muito triste vai acontecer. Haverá fome em Cabo Delgado porque nas regiões onde estão acontecendo os ataques as pessoas não estão mais trabalhando nos campos por medo”, diz Dom Fernando.

ATAQUES

O Bispo relatou que uma sucessão de ataques teve início há cerca de dois anos, sendo que  não se sabe quem são os responsáveis pela onda de violência.

Para Dom Luís Fernando, “a verdade é que o inimigo não tem rosto”. Apesar das iniciativas e da presença na região de pessoas das forças de segurança, “os ataques continuam de uma forma violenta. Queimam casas, as pessoas ficam sem moradia. Matam pessoas inocentes, pessoas que trabalham na agricultura. Ultimamente estão atacando veículos do transporte público, uma tristeza muito grande”, disse ainda.

POSSÍVEIS AUTORES

Há uma crescente convicção de que a região norte de Moçambique está na mira de grupos extremistas “jihadistas”. Em setembro, o grupo Estado Islâmico (EI) tinha reivindicado pela primeira vez um ataque a uma “vila cristã”.

Em uma mensagem publicada na internet no dia 26 de setembro, os extremistas se referem ao ataque ao “posto do exército moçambicano” ocorrido dias antes em Mbau. Um jornal local, a Carta de Moçambique, descreveu um “cenário de terror” e de “desespero total”, com Mbau transformada, depois do ataque, em uma aldeia fantasma.

Antes de Mbau foram registrados ataques também em Quitejaro e Cobre. No comunicado publicado na internet, Quiterajo foi classificada pelo EI como “vila cristã”. Disseram que “os soldados do califado” deixaram muitos mortos nessa ação militar. Anteriormente, em quatro de junho, o EI tinha reivindicado outro ataque no norte do país.

MEDO E INCERTEZA

Desde outubro de 2017 a região de Cabo Delgado tem sido palco de diversos ataques extremamente violentos. Calcula-se que já tenham morrido cerca 300 pessoas nesses ataques. Eles visam especialmente regiões relativamente isoladas, havendo o registro de aldeias praticamente destruídas.

Em agosto, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, fez uma visita missionária a Pemba, para acompanhar o trabalho dos missionários brasileiros mantidos pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nessa ocasião, Dom Odilo relatou que chegou a passar por povoados que haviam sofrido ataques recentemente. “Vimos os barracos queimados e os rastros de destruição”, chamou a atenção o Cardeal, destacando o clima de incerteza e medo da população, em um país onde sempre houve uma convivência pacífica e harmoniosa entre cristãos e muçulmanos. Por essa razão, existe a suspeita de que se trate de uma ação de extremistas islâmicos possivelmente vindos da Tanzânia. Outra desconfiança é de que os ataques sejam motivados por grupos interessados nas terras da região, onde recentemente foram encontradas riquezas minerais. Contudo, ainda não foram encontrados rastros dos autores. 

HISTÓRICO DE CONFLITOS

O povo moçambicano vive esse novo drama pouco tempo após o processo de reconciliação do país, que viveu uma guerra civil por décadas.

Ex-colônia de Portugal, Moçambique obteve a independência em 1975, após quase dez anos de conflito. Contudo, explodiu uma guerra civil entre as forças governamentais (Frelimo), e o movimento rebelde da oposição (Renamo). Nos 16 anos de combates morreram um milhão de pessoas, algumas de fome e milhares por ferimentos ou mutilações causadas por explosões de minas. Cerca de milhões de cidadãos foram obrigados a fugir de suas casas.

A guerra civil terminou oficialmente em 4 de outubro de 1992, em Roma, com a assinatura do Acordo Geral de Paz, pelo então presidente da república Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, então presidente da Renamo.

Em agosto deste ano, foi assinado um novo acordo no Parque Nacional da Gorongosa para pôr fim à violência que não tinha diminuído apesar do acordo anterior. Tal acordo foi firmado às vésperas visita do Papa Francisco ao país, realizada em setembro, na qual ele fez um forte apelo à esperança, paz e reconciliação.

LEIA TAMBÉM

Missão África- Pemba

Cardeal Scherer realiza visita missionária em Pemba, Moçambique

Em Moçambique, a vivência de um caminho de fraternidade

Papa Francisco semeia paz e esperança na África

Comente

Anunciado os nomes dos presidentes da Comissões Episcopais de Pastoral

Por
23 de agosto de 2019

A Comissão Episcopal Representativa do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reuniu, na quinta-feira, 22, na sede da entidade, na Capital Paulista, e anunciou, para o próximo quadriênio (2019-2023), os nomes dos Presidentes das Comissões Episcopais de Pastoral do Regional Sul 1 da CNBB, que são os presidentes das Províncias Eclesiásticas do Estado. Eis os nomes, como segue:

1. Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso: 

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer (Província de São Paulo: SP I);

2. Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada: 

Dom Moacir Silva (Província de Ribeirão Preto: RP I);

3. Laicato, Vida e Família: 

Dom João Bosco Barbosa de Souza (Província de São Paulo: SP II);

4. Ação Missionária e Cooperação intereclesial: 

Dom José Carlos Chacorowski (Província de Aparecida);

5. Animação Bíblico-catequética:

Dom Milton Kenan Júnior (Província de Ribeirão Preto: RP II);

6. Liturgia: 

Dom Eduardo Malaspina (Província de Campinas);

7. Ação Sociotransformadora: 

Dom Júlio Endi Akamine (Província de Sorocaba);

8. Cultura, Educação, Comunicação Social: 

Dom Benedito Gonçalves dos Santos (Província de Botucatu);

Outros temas

A escolha do tema da Assembleia das Igrejas e a visita do Cardeal Odilo Scherer à Diocese de Pemba, em Moçambique, também foram assunto em destaque em reunião.

Todos os citados estiveram presentes na reunião. Estiveram também o Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Pedro Luiz Stringhini; o Vice-Presidente, Dom Edmilson Amador Caetano; o Secretário Regional, Dom Luiz Carlos Dias; e o Secretário-Executivo, Padre João Carlos Deschamps.

No início da reunião, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, fez um interessante relato apresentando aspectos diversos da sua visita pastoral missionária, na Diocese de Pemba, pelo Projeto do Regional Sul 1 da CNBB.

Segundo Dom Luiz Carlos Dias, na reunião houve um balanço da última Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em junho passado. Os bispos também sugeriram o tema da próxima Assembleia das Igrejas, que será realizada em outubro, na cidade de Aparecida (SP).

O tema se desenvolverá a partir das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, enfocando a ideia central do objetivo geral, na expressão Comunidades eclesiais missionárias, e o relacionamento entre cultura urbana e evangelização.

Ficou acertado que a presidência do Regional Sul 1 da CNBB realizará uma reunião nos próximos dias para detalhar a programação da Assembleia das Igrejas.

(Com informações do Regional Sul 1 da CNBB)

 

Comente

Visita missionária a Pemba

Por
16 de outubro de 2019

                       

Há alguns anos, o Bispo da Diocese de Pemba, no norte de Moçambique, é um missionário passionista brasileiro: Dom Luís Fernando Lisboa, nascido em Osasco (SP). Vista a falta de pessoal missionário na sua imensa diocese, equivalente à metade do Estado de São Paulo, ele apelou por ajuda aos bispos brasileiros. E foram justamente os bispos do Estado de São Paulo que abraçaram a missão de Pemba, enviando sacerdotes, religiosos e leigos para trabalhar na Igreja na Diocese de Pemba. Ao todo, já são 12 sacerdotes, e um grupo de consagrados, leigos e leigas. Também a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Regional de São Paulo, participa da missão com uma comunidade intercongregacional. E há várias congregações religiosas, como os Saletinos e Passionistas, que também mantêm missionários brasileiros nesta mesma Diocese.


O projeto missionário das dioceses do Regional Sul 1 da CNBB, correspondente ao Estado de São Paulo, além de enviar pessoal missionário, providencia a ajuda financeira para manter a missão. Cada diocese participa com uma cota anual. De fato, além de manter os próprios missionários, também são necessários os meios para a realização da missão, como veículos para os deslocamentos, a alimentação, a manutenção das casas, a saúde e, é claro, as múltiplas ajudas à população local. 


Moçambique foi colônia portuguesa desde o século XVI até a década de 1970. Houve uma longa guerra pela independência e, uma vez conseguida esta, houve uma dura guerra civil pela tomada efetiva do poder. Depois de um período de governo marxista, o País vive hoje uma realidade democrática ainda em evolução. Possui muitas riquezas, mas a população é, em geral, muito pobre e vive de uma maneira bem simples. Os analfabetos ainda são muitos e há problemas de saúde endêmicos, como a malária, lepra e Aids. A economia popular é feita de agricultura de subsistência e de pequeno comércio. Base da alimentação diária são o arroz, a mandioca, o milho, do qual fazem uma espécie de polenta.


A população é jovem e as mulheres, geralmente, têm muitos filhos, começando a tê-los bem cedo, até com 13 ou 15 anos de idade. Há crianças e jovens por toda a parte!


O trabalho dos missionários é imenso, e vai desde o atendimento religioso aos cuidados à saúde e à educação do povo. Em cada paróquia ou sede da missão, há também escolas e várias formas de promoção humana e assistência social. As reuniões e celebrações das comunidades são muito bem participadas, sempre com muita música, ritmo e bailado. O povo é profundamente religioso e conserva, além da fé cristã recebida, certos ritos e costumes religiosos ancestrais. Além da Igreja Católica, há uma forte presença muçulmana e também alguns grupos evangélicos. A convivência, até agora, tem sido pacífica e harmônica. Infelizmente, porém, nos anos mais recentes, houve alguns atentados e ataques a aldeias, atribuídos a grupos religiosos extremistas, que arriscam perturbar  essa convivência religiosa harmônica.


Dom Luís Fernando recebe, na casa episcopal de Pemba, os missionários e sacerdotes locais com grande hospitalidade. Sua casa é um centro de apoio missionário, onde sempre há movimento. Isso é importante para o apoio ao serviço missionário, além de facilitar os cuidados da saúde e o abastecimento das missões espalhadas pelo vasto território. Há paróquias com mais de 400km de distância da sede da Diocese, que fica à beira do Oceano Índico. Pemba é a capital política da Província de Cabo Delgado, que já faz divisa com a Tanzânia.


Em Maputo, a Capital do País, tive a ocasião de visitar a comunidade missionária da Aliança de Misericórdia, que ali atua com um padre e alguns leigos consagrados. Estão dedicados a uma comunidade muito pobre, onde também cuidam da assistência religiosa, da saúde, alimentação e formação humana geral. Além deles, outros numerosos missionários brasileiros atuam em Maputo e em outras dioceses do País. 


Em visita ao Núncio Apostólico local, Dom Piergiorgio Bertoldi, que foi secretário da Nunciatura no Brasil, pude perceber a movimentação para preparar a visita do Papa Francisco a Moçambique, no próximo dia 4 de setembro. De fato, também na Diocese de Pemba essa preparação é sentida por toda a parte. Delegações de todas as dioceses do País já estão se organizando para o encontro com o Papa Francisco na capital, Maputo. A visita do Papa em Moçambique, além do seu significado missionário, também tem importância para a unidade e a consolidação da paz no País. Acompanhemos essa importante visita com a nossa oração.

 

Comente

Cardeal Odilo Scherer: ‘Vocês são os templos vivos de Deus’

Por
16 de agosto de 2019

No quarto dia de visita pastoral à Diocese de Pemba, em Moçambique, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, inaugurou duas obras sociais: os projetos Santa Clara e São Francisco de Assis. Também abençoou a construção da futura igreja paroquial, em Nangade, nas proximidades da fronteira com a Tanzânia.

Os projetos estão sendo instalados pelos missionários brasileiros da Fraternidade O Caminho, na Missão São Miguel Arcanjo.

TEMPLOS VIVOS

Em pouco mais de um ano de presença e com a ajuda das dioceses do Regional Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo), os missionários liderados pela Irmã Hadasse, 43, e o Frei Boaventura dos Pobres de Jesus, 35, já criaram uma escola de educação infantil (projeto Santa Clara), um centro de nutrição (Projeto São Francisco), e já ergueram as paredes de uma igreja que será a futura paróquia.

“Estas são as paredes do templo paroquial que vocês estão construindo. Elas são as paredes, vocês são a Igreja de Cristo. Vocês são os templos vivos de Deus”, disse o Cardeal, no momento da bênção da igreja em construção.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Irmã Hadasse contou que a ideia de criar um centro de nutrição veio do desejo de salvar da morte crianças em grave situação de desnutrição. Assim, fizeram um convênio com um posto hospitalar local.

“Muitas das crianças que atendemos são soropositivas, o que agrava muito a situação. A pobreza é grande, mas a esperança deste povo é maior”, afirmou a religiosa.

TESTEMUNHO DA FÉ NAS ADVERSIDADES

Antes de chegar em Nangade, Dom Odilo visitou a Missão de Macumia, local fortemente afetado pelo ciclone que em março fez grandes estragos em Moçambique.

A Igreja local – São João Bosco – que completa 60 anos em 2019, foi parcialmente destruída e completamente destelhada.

Na Missão de Macuia atua um pequeno grupo de religiosas da Congregação das Carmelitas Teresas de São José e  três religiosos da Congregação dos Padres Cavanis. Além da Igreja, há um centro social e uma escola secundária.

A região é também uma das que recentemente sofreram com ataques realizados por grupo terrorista desconhecido, que na semana passada invadiu e queimou todas as casas e celeiros de uma aldeia próxima da missão. Os moradores conseguiram fugir e não houve mortos.

(Com informações do Padre Michelino Roberto)

Comente

Cardeal Scherer faz visita pastoral a missões apoiadas pelo Regional Sul 1

Por
18 de agosto de 2019

No prosseguimento da visita pastoral às missões apoiadas pela Regional Sul 1 da CNBB em Moçambique, no continente africano, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, esteve nesta quinta-feira, 15, na Missão de Mazeze, distante 200km da cidade de Pemba.

No caminho, membros das comunidades católicas das Aldeias de Muamula, Moege e Milapande, todas localizadas no município de Chiuri, esperavam à beira da estrada para dar boas-vindas a Dom Odilo e aos brasileiros que o acompanham nessa visita.

A MISSÃO

A Missão de Mazeze leva o nome do posto administrativo onde está localizada. Foi instalada no bairro de Mirepane, no município de Chiuri, tendo sido iniciada em 2017, quando Dom Luís Fernando Lisboa criou no local a Área Pastoral Nossa Senhora da África.

Ainda não foi construído um templo para reunir fiéis, mas possui uma comunidade católica grande, piedosa e bastante atuante, o que compensa de longe a precariedade física.

ATUAÇÃO PASTORAL

A implantação de pastorais é recente e está acontecendo gradualmente, graças ao trabalho e a oração do Padre Salvador Brito, sacerdote da Diocese de Guarulhos. Ele está há dois anos em missão na Diocese de Pemba.

Enquanto a Igreja não é construída, o Padre celebra a Santa Missa na varanda de uma pequena construção feita de barro, madeira e capim, com o povo reunido e sentado a sombra de uma grande mangueira. E foi lá, sob a sombra da mangueira, que o Cardeal Scherer, emocionado, presidiu a missa da Solenidade de Nossa Senhora da Assunção.

Aproximadamente 300 famílias vivem ao entorno da Missão de Mazeze, metade das quais são muçulmanos. Já a Área Pastoral Nossa Senhora da África engloba outras 25 aldeias.

(Com informações do Padre Michelino Roberto)

Comente

Cardeal Scherer realiza visita missionária em Pemba, Moçambique

Por
18 de agosto de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, realiza até 21 de agosto uma visita missionária à Diocese de Pemba, em Moçambique, no continente africano, como representante da presidência do Regional Sul 1 da CNBB.

O objetivo da visita é acompanhar de perto as missões mantidas pela CNBB na região, além de motivar os missionários brasileiros.

A Regional Sul 1 da CNBB mantém três projetos missionários na Diocese de Pemba. Ao todo, 12 brasileiros entre padres, religiosos(as) e leigos(as) participam do projeto batizado Missão Africa-Pemba, nas aldeias de Nangade, Mazeze e Metoro.

A Diocese de Pemba tem como bispo Dom Luís Fernando Lisboa, brasileiro radicado em Moçambique há 17 anos, seis como bispo. Possui 2,1 milhão de habitantes, 22 paróquias, cada qual com dezenas de capelas e comunidades espalhadas em aldeias.

Dom Luís Fernando, em entrevista ao O SÃO PAULO, conta que a Igreja Católica em Moçambique desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da população. Segundo o Bispo, milhares de pessoas nunca pisaram em uma escola. O sistema público de ensino é bastante precário, chegando a ter até cem alunos em uma única sala de aula.

“Nas pequenas aldeias, é oferecido somente o primeiro estágio do ensino fundamental. Nas aldeias médias, o ensino vai ate o segundo estágio, e somente nas grandes cidades há o ensino médio. Cerca de 40 % da população é analfabeta. Grande parte da rede de ensino disponível é mantida pela Igreja Católica, com subsídios do Estado”, explicou o Bispo.

Missão de São Jose

Em seu segundo dia de visita, na terça-feira, 13, Dom Odilo conheceu a Missão de São Jose. Fundada em 1934 por missionários Monfortinos e localizada no município-distrito de Montepuez,  a missão comporta o Santuário Nossa Senhora de Fatima, centro de peregrinação e sede da paróquia local; o Seminário Propedêutico São Paulo Apóstolo e a Escola Comunitária Secundaria Dom Bosco, uma das poucas em Moçambique a oferecer o ensino médio. Atualmente, a escola atende cerca de 400 jovens com até 25 anos.

Com 220 mil habitantes, Montepuez é a segunda maior cidade de Pemba.

Na chegada, Dom Odilo e a equipe que o acompanha foram recebidos pelos seminaristas com um canto de boas -vindas. Após conhecer todo o complexo da missão, o Cardeal presidiu a Santa Missa, cantada pelos seminaristas em Makua, um dos mais de 30 idiomas nativos falado em Moçambique.

Em sua homilia, o Cardeal Scherer, falando dos mártires São Ponciano, Papa; e Santo Hipólito, Presbítero, cuja memoria foi celebrada, recordou a todos que a Igreja Católica, ao longo dos séculos, sofreu e tem sofrido diversas perseguições, incluindo o martírio de Papas, mas nem por isso acabou. “A Igreja pertence a Jesus Cristo”, recordou.

Pemba tem sofrido violentos ataques nos últimos meses. Um grupo de homens invadiu quatro aldeias durante a noite, matando seus moradores e incendiando as suas casas. Nenhum grupo reclamou a autoria.

“Estamos diante de um inimigo invisível”, afirmou Dom Luís Fernando à reportagem. O Bispo não acredita que os ataques tenham motivação religiosa, mas sim, econômica. Suspeita que visam afastar a população local da região, rica em gases e derivados de petróleo.  

A missa foi concelebrada por Dom Luís Fernando, pelo Padre Dinis, Reitor do Seminário Propedêutico, pelos sacerdotes brasileiros em missão na região e pelo Diretor do Jornal O SÃO PAULO, Padre Michelino Roberto, que acompanha Dom Odilo nessa visita missionaria. Participaram ainda o Diácono Marco Domingues, Secretario Administrativo da Regional Sul 1; jornalistas da TV Canção Nova, além de um grupo de leigos que fazem parte da missão.

CLIQUE E VEJA AS FOTOS DA VISITA DE DOM ODILO À MISSÃO SÃO JOSÉ

Comente

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.