Pastorais sociais realizam tarde de formação bíblica

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29 de agosto de 2018

Cerca de 70 agentes das pastorais sociais presentes na Região Episcopal Ipiranga estiveram reunidos, no sábado, 24, no Instituto de Cegos Padre Chico, para uma tarde de formação bíblica. O encontro foi o primeiro evento organizado pelas Coordenações das Pastorais Sociais desde sua reorganização, no ano passado. 

Assessorados pelo professor Matthias Grenzer, doutor em Sagradas Escrituras e Coordenador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Teologia da PUC-SP, os agentes meditaram sobre o Salmo 128. 

Em sua apresentação, o Professor recordou que também serviu uma pastoral social, quando esteve em um ano de estágio, na região amazônica, e fez questão de ressaltar que aqueles que servem os mais sofridos estão no melhor lugar da Igreja, pois ainda acreditam na dignidade das pessoas.

O encontro serviu como um passo importante para a comunhão entre as pastorais e serviços sociais presentes na região e também apontou para a participação no Grito dos Excluídos, no próximo dia 7 de setembro. 

A expectativa é de que os encontros bíblicos formativos aconteçam duas vezes ao ano.

 

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Curso de atualização do clero de São Paulo enfatiza a necessidade de renovação das pastorais

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17 de agosto de 2018

Conversão pessoal, santidade de vida, inovação, renovação das estruturas paroquiais, planejamento estratégico elaborado em conjunto, com objetivos gerais e específicos bem definidos, em comunhão com o 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral. Esses foram alguns dos assuntos abordados durante o 16º Curso de Atualização Teológica e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo para a revitalização das paróquias em direção a uma Igreja missionária e em saída. 

O curso aconteceu em Itaici, Município de Indaiatuba (SP), entre os dias 6 e 9, e teve como tema “Paróquia: Missão e Renovação”. As palestras foram proferidas pelo religioso da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), Padre José Carlos Pereira, doutor em sociologia e autor de diversos livros sobre renovação pastoral, entre os quais “Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano” e “Renovação Paroquial”, ambos pela editora Paulus . Participaram 196 padres, entre párocos e vigários paroquiais da Arquidiocese de São Paulo. 

Sair da “zona de conforto das pastorais de conservação” - próprias de uma época em que a grande maioria da população era católica -; evangelizar aqueles que supostamente já são evangelizados; transformar todos os grupos paroquiais, de modo que seus membros recebam formação permanente e se tornem missionários; ir ao encontro das pessoas onde elas estão, com especial atenção às periferias geográficas e existenciais, foram algumas das principais urgências apresentadas ao longo do curso.

O temário foi escolhido tendo em vista o sínodo arquidiocesano em andamento, em particular como preparação à Assembleia Paroquial, que conclui a etapa sinodal paroquial e que deverá acontecer entre os meses de outubro e novembro deste ano. 

Padre José Carlos usou como base de suas exposições a Exortação Apostólica Evagelii Nuntiandi do Beato Paulo VI; a Exortação Apostólica Evagelii Gaudium do Papa Francisco; o Documento de Aparecida, além dos seguintes documentos da CNBB: Projeto Nacional de Evangelização; O Brasil no Mundo Continental; Diretrizes Gerais para uma ação Evangelizadora no Brasil; Comunidades de Comunidades: uma nova paróquia; Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. 

 

RESISTÊNCIA À RENOVAÇÃO

A preocupação da Igreja Católica no Brasil em renovar as pastorais paroquiais não é nova. Desde 1962, tem-se estudado diversas formas de inovação, afim de que a Igreja possa fazer frente aos desafios impostos pela pós-modernidade, caracterizada pela liquidez de valores, pelo relativismo cultural, pelo apego à aparência em detrimento do ser, pelo subjetivismo da fé, pela fragilização das relações humanas e comunitárias e pela substituição dos relacionamentos reais pelos virtuais.

Segundo o Padre José Carlos, o ambiente cultural da pós-modernidade, ao supervalorizar o individualismo, enfraquece as instituições comunitárias, fomenta o subjetivismo da fé, dificultando a realização do planejamento pastoral a longo prazo. No que se refere à política, a pós-modernidade tende a desqualificar os partidos políticos: o cidadão vota em pessoas sem considerar o partido ou grupo a que pertence ou representa. 

Em meio a esse oceano líquido e instável, a Igreja, com seus valores sólidos, bem definidos e perenes, deseja ser uma plataforma firme, norteadora de caminhos, de sentido, e modos de agir. 

“A Igreja, por exemplo, defende o valor sólido da vida desde a concepção em meio a um mundo que despreza a vida, em que tudo é descartável e no qual,  o indivíduo coloca seus interesses pessoais acima do bem comum. Não é a toa que os defensores do aborto afirmam que não é a Igreja ou qualquer outra instituição que pode regular o que uma mulher deve fazer. ‘Meu corpo, minha vida, minha decisão’, dizem”, exemplificou o conferencista.

Na opinião do Padre José Carlos, não obstante todos esses desafios que a pós-modernidade trouxe, ao que parece, as paróquias têm resistido à renovação. Citando o diagnóstico apresentado no documento 104 da CNBB, o palestrante afirmou que “historicamente as paróquias parecem ter resistido a quaisquer propostas de mudança. Nos últimos 50 anos, preocuparam-se prioritariamente com o culto e muito pouco com a vida comunitária, com a pregação, com o testemunho e com o serviço”. Em consequência, as dimensões proféticas e missionárias ficaram enfraquecidas. 

 

CONVERSÃO MISSIONÁRIA

Citando a Evangelii Gaudium, Padre José Carlos apresentou as seguintes diretrizes para que a Igreja e as paróquias vivam uma verdadeira conversão missionária:​​​​​​

1 .  A Igreja tem que estar a serviço. Para tanto, ela necessita ser acolhedora. “Todas as pastorais são importantes, mas algumas são condições para outras funcionem bem. Entre essas, a mais importante é a pastoral da acolhida. Se as paróquias não forem acolhedoras, todas as outras pastorais serão precárias porque as pessoas não ficam onde não se sentem acolhidas”.

2 Visitar, escutar e ajudar. São os pilares de uma paróquia missionária e acolhedora. “Acolher não significa apenas receber as pessoas na porta da Igreja. Acolhimento é algo mais profundo: é ir ao encontro. Qualquer pessoa que procure uma comunidade eclesial deve ser recebida por alguém que a escute e ajude a encontrar uma solução para a sua necessidade”. 

3 . Igreja missionária em saída.  “A Igreja tem que ir ao encontro das periferias, seja ela física ou existencial”. 

4 . Santidade de vida. “Igreja missionária requer presbíteros e leigos que busquem a santidade e ofereçam ao mundo um testemunho verdadeiro e coerente de seguimento de Jesus Cristo. Tolerância, mansidão, alegria interior, ousadia apostólica, ardor, oração pessoal, honestidade, comprometimento com a verdade são alguns elementos da santidade de vida”.

5 . Inovação pastoral. “Não ter medo de mudanças e de criar novas pastorais quando forem necessárias”.  

6 . Investir na formação pessoal dos leigos. “Se queremos que as paróquias sejam centros de irradiação da fé temos que fazer de modo que todos os que dela participam estejam em formação permanente. Transformar todos os grupos em unidades formativas: que em cada encontro se aprenda alguma coisa”. 

 

GRAÇA E PECADO

A Missa de encerramento do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na quinta-feira, 9, na capela do Mosteiro de Itaici. 

Em sua homilia, Dom Odilo, refletindo sobre o texto do profeta Jeremias, chamando a atenção para o fato de que o Profeta, ao mesmo tempo em que denuncia o pecado do povo, anuncia uma nova aliança e o perdão dos pecados. “É um resumo da nossa história”, disse o Cardeal. “Graça e pecado, pecado e graça. Deus sempre quer renovar a aliança. Os desafios para a pastoral são grandes e muitos. Mas temos Deus ao nosso lado. Contemos com a sua ajuda!” concluiu. 

A segunda parte da homilia foi dedicada a Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), cuja memória era celebrada no dia. Dom Odilo enfatizou que Santa Edith Stein representa a pessoa que busca a verdade. “E quem busca a verdade encontra a Deus”, afirmou.

“Os santos são testemunhas da fé, da busca da verdade e da vida na verdade. A bíblia é a narrativa da história dos santos que fizeram a história da salvação: patriarcas, profetas e apóstolos. Esses santos foram referencia de verdade e amor para com Deus e para com o povo. Os santos da Igreja são referencias históricas da história da Igreja”, afirmou o Cardeal.

Ao final Dom Odilo exortou os padres a usar o testemunho dos santos para evangelizar. “Mais do que contar sobre os seus milagres, enfatizar as histórias de suas buscas, de suas vidas, de suas orações, lutas e boas ações em modo a provocar no coração dos cristãos o desejo de santidade de vida”. 


 

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Encontros Nacionais movimentaram a vida da Igreja no Brasil em 2017

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29 de dezembro de 2017

A Comissão para a Juventude realizou grandes encontros nacionais como a Romaria Nacional da Juventude, em abril, em Aparecida (SP). Com ampla programação, a Romaria que teve como tema: “Maria e a Doutrina Social da Igreja”, foi uma experiência transformadora na vida dos jovens de todo o Brasil.

Em setembro, jovens de todo o país se reuniram em Brasília para o 2º Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil. O encontro reuniu cerca de 300 pessoas, entre jovens e religiosos dos setores arquidiocesanos e diocesanos de 17 regionais da CNBB. Na ocasião, o bispo de Imperatriz do Maranhão e presidente da Comissão Juventude, dom Vilson Basso, disse que o sentido da missionariedade dos jovens é ser simples e doar-se à causa comum.

“Saímos do encontro vendo um rumo comum e respeitando as especificidades de cada trabalho com os jovens na Igreja”.

E a jornada juvenil não parou por aí, em setembro, teve a Missão Jovem na Amazônia, na diocese de Caxias (MA). Foram 35 jovens de diferentes regionais da CNBB e outros 70, entre diocesanos de Caxias e de outras Igrejas particulares do Maranhão. A dinâmica da Missão Jovem contou com momentos de formação, espiritualidade e o trabalho missionário em si, nas diversas realidades, como presídios, centros de recuperação, periferias e áreas rurais.

As famílias também se encontraram em três momentos importantes. Em maio, a Pastoral Familiar se reuniu na 9ª Peregrinação e o 7º Simpósio Nacional da Família, no Santuário Nacional de Aparecida (SP). O evento promovido pela Comissão para a Vida e a Família por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), teve como lema: “No Ano Mariano, a família peregrina para a Casa da Mãe”.

Além disso, em novembro e dezembro, a comissão realizou dois encontros: o primeiro com os assessores eclesiásticos da Pastoral Familiar, que acompanham as atividades nos regionais e dioceses e na sequência, foi a vez de reunir os responsáveis pela formação de agentes da pastoral que tiveram seu primeiro encontro em âmbito nacional. Os objetivos foram, respectivamente, a reflexão a respeito da função do assessor da Pastoral Familiar e o conhecimento da realidade dos Núcleos de Formação e Espiritualidade.

Na ocasião, o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, dom João Bosco Barbosa de Sousa, disse que pela primeira vez foi dedicado um tempo mais longo ao aprendizado, a reflexão e a partilha.

“A importância do assessor se verifica no sentido de que é ele que faz a ligação entre a pastoral e a Comissão, de modo a garantir a unidade da caminhada, a comunhão entre os diversos regionais”, conta dom João Bosco.

A Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB promoveu em setembro, em Curitiba (PR) juntamente com a Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano e o Núcleo Ecumênico e Inter-Religioso da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) o Simpósio Mariológico Ecumênico sobre o ‘Louvor de Maria’. A formação aprofundou o comentário de Martín Lutero sobre a obra Magnificat, na ótica católica e luterana. Em outubro, a comissão concluiu uma série de celebrações e eventos relacionados aos 500 anos da Reforma Protestante.

Voltando a juventude, o Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da CNBB, realizou, setembro, o IV Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos (EBRUC). O evento que aconteceu em Manaus (AM), reuniu mais de 300 pessoas de onze dos dezoito regionais da CNBB e de sete países diferentes (Alemanha, Bolívia, Brasil, Filipinas, Guiana Inglesa, Itália e Venezuela), que partilharam a vida, os desafios e alegrias de ser presença Cristã na Universidade. No evento, foi lançado o livro “Pensando o Brasil: Educação” – Edições CNBB, o lançamento oficial do Programa Missão País e do novo portal de notícias do Setor Universidades da CNBB.

A recém-criada Comissão Episcopal Especial para os Bens Culturais na CNBB também foi destaque este ano com a realização do Seminário Preservação dos Bens Culturais da Igreja do Brasil, em outubro. O encontro reuniu professores, estudantes, padres, especialistas e empresários comprometidos com a preservação dos bens culturais da Igreja.

A liturgia também marcou presença nos encontros nacionais. O Setor de Música Litúrgica da Comissão para a Liturgia da CNBB promoveu o encontro anual entre compositores, letristas e músicos instrumentistas de diversas regiões do Brasil que se dedicam à criação e à divulgação da música litúrgico-ritual. Participaram desta 12ª edição, ocorrida em São Paulo, 33 compositores e letristas, cujo tema estudado foi “Canto e música nas celebrações do sacramento do Matrimônio”.

Finalizando esta retrospectiva de vários encontros nacionais, a Amazônia teve grande destaque em 2017. Em agosto, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) com o apoio da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB e do Grupo de Trabalho Igreja e Mineração da CNBB, realizou, em Brasília, o Encontro sobre Ecoteologia.

Em novembro, foi a vez do 16º Seminário Laudato Sì e Repam que aprofundou os temas discutidos nos 15 seminários realizados desde junho de 2016 a setembro de 2017 no território da Amazônia legal, com o apoio da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB. Além disso, foi o grupo refletiu sobre a realidade da Amazônia no contexto nacional e internacional e debateu sobre o Sínodo Pan-amazônico, recentemente anunciado pelo papa Francisco para 2019.

Neste Seminário participam lideranças dos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, seringueiros, camponeses, agentes de Pastoral, religiosas/os, padres e bispos de toda a Amazônia Legal. Também estiveram presentes o cardeal Cláudio Hummes, presidente da Rapam, de dom Ervin Krautler, presidente da Repam-Brasil, a delegação da Rede Eclesial da Bacia do Congo (REBAC) e representantes do Equador e Inglaterra.

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