Francisco nomeia Dom Ilson Montanari como Vice-Camerlengo

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06 de mai de 2020

O Papa Francisco nomeou o Arcebispo brasileiro Dom Ilson de Jesus Montanari como Vice-Camerlengo da Igreja. Dom Ilson é Secretário da Congregação para os Bispos e do Colégio Cardinalício e, por causa desses cargos, participa de um eventual conclave para eleger um novo Papa - sem direito a voto, mas na organização.

O camerlengo, que hoje é o Cardeal Kevin Farrell, assume o governo do Vaticano no caso da morte de um Papa. Ele administra a Santa Sé, mas não governa a Igreja. Tem poderes limitados, até uma nova eleição. Já o vice-camerlengo, agora Dom Ilson, o substitui se for necessário e o auxilia na transição.

Na chamada “sede vacante”, ou seja, quando a Igreja está sem Papa, o camerlengo é o único oficial da Cúria Romana que mantém sua função até a eleição papal. Todos os outros cargos ficam pendentes de uma nova nomeação do Papa eleito.

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Domingo de Ramos: ‘Coragem, abra o coração ao amor de Deus’

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08 de abril de 2020

Celebrada neste ano dentro da Basílica de São Pedro, e não na praça, como de costume, a missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, no dia 5, marcou o início da Semana Santa do Papa Francisco. Em sua pregação, ele refletiu sobre a sensação de abandono sentida por Jesus quando estava na Cruz, após enfrentar a traição, o abandono e a condenação por crimes que não cometeu. Nesse momento de dor, Cristo se assemelha a cada um de nós, segundo o Papa, e se colocou a serviço da humanidade.

O Papa Francisco comparou esse sofrimento ao momento que a humanidade vem vivendo, o da pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus, que já deixou milhares de mortos no mundo todo. “Hoje, no drama da pandemia, diante de tantas certezas que se desfazem, diante de tantas expectativas traídas, no sentido do abandono que nos dá um aperto no coração, Jesus diz a cada um de nós: ‘Coragem. Abra o coração ao meu amor. Você sentirá a consolação de Deus, que o sustenta’.

” Após vivenciar duas situações dolorosas, a traição e o abandono, até mesmo Jesus se sentiu enfraquecido, mostrando-se humano como cada pessoa. “O Senhor conhece nosso coração melhor do que nós, sabe o quanto somos fracos e inconstantes, quantas vezes caímos, quanto cansaço sentimos para levantar, e o quanto é difícil curar certas feridas”, disse o Pontífice.

ABANDONO E SERVIÇO

Ao dizer “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”, Jesus sentiu o abandono dos outros, até mesmo de seus discípulos. Mesmo assim, porém, fez o seu lamento em direção a Deus. “No abismo da solidão, pela primeira vez o chama pelo nome genérico ‘Deus’ e grita forte o ‘por que’”, observou o Papa Francisco.

“Jesus experimentou o abandono total, a situação mais estranha para Ele, para ser solidário a nós. Ele o fez por mim, por ti, por todos nós, e nos fez para dizer: ‘Não tema, você não está sozinho. Provei de toda a sua desolação para estar sempre ao seu lado’”, refletiu o Santo Padre. Desse modo, Jesus se colocou a serviço da humanidade, “caindo no abismo dos nossos sofrimentos mais atrozes”. O Papa Francisco convidou todos os cristãos, em especial os mais jovens, a se colocarem a serviço uns dos outros, inspirando-se no exemplo de Jesus. “Olhem para os verdadeiros heróis que nestes dias vêm à luz, não são aqueles que têm fama, dinheiro e sucesso, mas aqueles que doam a si mesmos para servir os outros”, comentou. “Porque a vida é um dom que se recebe doando-se.”

ORAÇÃO DO ANGELUS

Após a missa, o Papa rezou o Angelus e, novamente, referiu-se aos jovens e pediu a eles que cultivem e testemunhem “a esperança, a generosidade, a solidariedade das quais todos precisamos neste tempo difícil”. Além disso, o Santo Padre recomendou a todos os católicos que acompanhem as celebrações da Semana Santa pelos meios de comunicação e rezando de casa.

“Pensemos espiritualmente nos doentes, nos seus familiares e naqueles que cuidam deles com tanta abnegação. Rezemos pelos mortos, na luz da fé pascal. Cada um está presente em nosso coração, na nossa lembrança, na nossa oração”, disse.

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Contra o coronavírus, respondamos com a oração

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01 de abril de 2020

A pandemia do novo coronavírus é alvo de reflexão e oração do Papa Francisco. Após o Angelus do domingo, 22, ele disse que, nestes dias de grande provação, a proposta cristã é a unidade por meio da oração.
Ele convocou todos os cristãos do mundo a rezarem juntos o Pai Nosso no dia 25 de março, quarta-feira, ao meio-dia no horário do Vaticano (8h no horário de Brasília): “Convido todos os chefes de igrejas e líderes de todas as comunidades cristãs, juntos com todos os cristãos das várias confissões, a invocar o Altíssimo, Deus onipotente, recitando contemporaneamente a oração que Jesus Nosso Senhor nos ensinou”, disse o Santo Padre.
Dessa forma, Deus escutará “a oração unânime, de todos os seus discípulos”, acrescentou. 

URBI ET ORBI ESPECIAL
O Papa também informou que vai presidir um momento de oração na entrada da Basílica de São Pedro na sexta-feira, 27 de março, às 14h (horário de Brasília), a ser transmitido pelo site Vatican News. Embora a Praça São Pedro esteja constantemente vazia, por causa dos limites de mobilidade impostos pela pandemia, o Papa promoverá um momento especial de súplica, adoração e bênção.
“Elevaremos a nossa súplica, adoraremos o Santíssimo Sacramento, com o qual, ao final, darei a bênção Urbi et Orbi, à qual será anexa a possibilidade de receber a indulgência plenária”, explicou. Essa bênção, cujo nome significa “para a cidade [de Roma] e para o mundo”, geralmente é concedida somente na Páscoa e no Natal, da varanda central da Basílica de São Pedro. 

INDULGÊNCIAS
A bênção Urbi et Orbi é especial porque permite ao fiel receber a remissão das penas de todos os pecados, a “indulgência plenária”, desde que também faça a confissão sacramental, a comunhão eucarística e reze pelas intenções do Papa.
Entretanto, como as restrições atuais de locomoção e de celebração não permitem receber os sacramentos normalmente, a Penitenciaria Apostólica publicou na sexta-feira, 20, um decreto regulamentando a concessão das indulgências.
Para os doentes, profissionais de saúde e pessoas em quarentena, a indulgência é válida desde que assistam à missa pelos meios de comunicação, rezem o Terço, a Via Crucis ou, pelo menos, recitem o Creio, o Pai Nosso e uma oração a Nossa Senhora, comprometendo-se a realizar as três condições normais quando for possível (confissão, comunhão e oração pelas intenções do Papa).

As mesmas condições ficaram válidas para pessoas que rezem pelo fim da atual pandemia e o conforto dos que sofrem, além da salvação eterna para os que morreram. Conta para elas também a visita ao Santíssimo Sacramento, a adoração eucarística, a leitura da Bíblia por, pelo menos, meia hora, a oração do Terço, a Via-Sacra, a coroa da Divina Misericórdia.
A essas pessoas fica vinculada a condição de poder realizar as três condições quando a vida se normalizar.
Para os doentes que desejem receber a Unção dos Enfermos e não conseguirem, a Igreja supre essa carência por meio de sua oração e da comunhão com os santos. Segundo o decreto, basta confiar-se à misericórdia divina e a indulgência plenária será concedida, desde que o fiel tenha rezado durante a vida, se possível usando ou segurando um crucifixo.

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