ONU e governo brasileiro discutem riscos da obesidade para as crianças

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04 de junho de 2019

Em encontro de países latinos-americanos e caribenhos realizado em Brasília (DF), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertou na segunda-feira (3) que a obesidade compromete o futuro das crianças. Em busca de soluções para o problema do sobrepeso, o evento na capital federal promove até esta terça-feira (4) debates com acadêmicos, sociedade civil e representantes de governos de 13 nações.

Socorro Gross, representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, ressaltou que a obesidade infantil tem raízes em vários fatores — o que exige uma resposta intersetorial. A especialista elencou medidas já consagradas em publicações internacionais para combater a epidemia global de sobrepeso.

“Podemos citar como exemplos os impostos sobre bebidas adoçadas, a regulamentação da publicidade de alimentos ultraprocessados para crianças, a implementação da rotulagem frontal de advertência, a promoção da atividade física e o incentivo ao aleitamento materno”, afirmou a dirigente durante a abertura do II Encontro Regional sobre Ações de Prevenção da Obesidade Infantil.

Segundo Socorro, existem pesquisas que já comprovam que a amamentação ajuda a diminuir o risco de excesso de peso durante a infância e a adolescência.

O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a luta contra o sobrepeso entre crianças deve mobilizar outras pastas e áreas do governo, como economia, agricultura, educação e esportes.

“Há uma série de pontes a serem construídas para gradativamente reposicionar não só o Brasil, mas o mundo, na adoção de hábitos saudáveis”, defendeu o gestor.

“Quando dialogamos sobre obesidade infantil, consideramos dois pilares: primeiro, a alimentação; segundo, a atividade física, que combate o ‘tempo de tela’ das crianças. No mundo inteiro, elas passaram a ficar muito mais reclusas, muito menos expostas às atividades lúdicas típicas da infância e da adolescência”, acrescentou Mandetta.

Na avaliação do ministro, é necessário promover a atividade física nas escolas e também em contextos comunitários.

Promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a OPAS, o evento em Brasília conta com a participação de delegações da Argentina, Belize, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Risca, Equador, Granada, México, Panamá, Peru e Uruguai.

Também presente na abertura do evento, Rafael Zavala, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, lembrou o fato de que quatro países das Américas — entre eles, o Brasil — estão na lista dos dez primeiros com maior número de pessoas obesas no mundo. Para o especialista, o cenário é preocupante e exige uma resposta urgente.

“Temos um desafio no contexto de globalização da obesidade: ter maior oferta de alimentos saudáveis e sistemas alimentares sustentáveis. Nós precisamos reinventar as culturas alimentares”, ressaltou o dirigente nacional da agência da ONU.

Florence Bauer, à frente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no Brasil, alertou que a obesidade tem crescido durante a primeira infância. “A obesidade e o sobrepeso são um fenômeno global. No mundo, 40 milhões de crianças de zero a cinco anos já estão sofrendo com sobrepeso.”

Além dos tradicionais impactos na saúde física, o problema, segundo a representante do organismo internacional, pode trazer prejuízos para a saúde mental dos jovens.

“As consequências que o sobrepeso e a obesidade têm sobre a saúde já são conhecidas, mas existem muitos outros fatores. Sabemos que essas condições afetam a autoestima das crianças, têm uma relação com bullying nas escolas e consequentemente uma relação com acesso à educação. Existe também uma ligação entre o bullying e o suicídio entre crianças e adolescentes, que nos preocupa muito”, enfatizou Florence.

Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome das Nações Unidas, explicou que a redução do poder aquisitivo das famílias pode estar associada à obesidade.

“Quando as pessoas começam a ter menos condições de consumir, acabam ficando obesas. Isso acontece porque os alimentos mais acessíveis são aqueles que mais fazem mal à saúde, que têm mais açúcar e sódio, os ultraprocesados que estão em todas as prateleiras de supermercados”, frisou o especialista.

Balaban reiterou a importância de medidas regulatórias como a rotulagem com advertências frontais sobre a composição dos alimentos. Para o representante do centro da ONU, esse tipo de estratégia dá aos consumidores as informações necessárias para escolhas conscientes sobre o que comer.

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Dia Mundial da Água: do uso consciente ao direito em tê-la

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22 de março de 2019

Declarado durante a assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 21 de fevereiro de 1993, o Dia Mundial da Água é celebrado anualmente no dia 22 de março, afim de observar, mais detalhadamente, as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Desde então, o mundo é convidado nesse dia a realizar atividades concretas que promovam a conscientização pública sobre a conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos.

‘NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS’

O relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos publicado no dia 19 de março, durante a 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, tendo como nome: “Não deixar ninguém para trás” abordou os sinais de exclusão ao acesso a água e discuti maneiras que alcançam a interrupção deste ciclo em todo o mundo.

O acesso a água e ao saneamento são assegurados internacionalmente como um direito humano. Entretanto, ainda assim, mais de 2 bilhões de pessoas não recebem serviços básicos, segundo a própria ONU.

Um dos aspectos defendidos pelo documento é que a oportunidade de usufruir do bem natural que é a água não pode ser diferenciada de outros direitos humanos e não deve ser relacionada com a diferença de classes sociais e financeira, como mostrado em um dos trechos do relatório.

O resumo executivo do relatório traduzido para o Português pode ser acessado no site da UNESCO.

UMA INJUSTIÇA QUE PRECISA SER CURADA

Por ocasião da data, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, em que ressalta: “A água é um bem imprescindível para o equilíbrio dos ecossistemas e a sobrevivência humana. É necessário administrá-la e cuidar dela para que não seja contaminada ou perdida. Percebe-se em nossos dias como a aridez do Planeta se estende a novas regiões, e cada vez mais aumentam as pessoas que sofrem com a falta de fontes de água adequada para o consumo”.

Em sintonia com o documento lançado pela ONU, o Pontífice reiterou que, não deixar ninguém para trás, significa “comprometer-nos a fim de acabar com essa injustiça”, defendendo que esse acesso representa o respeito com o direito humano, pois “estão em jogo a vida das pessoas e sua dignidade”.

Para o Papa Francisco, somente em conjunto é possível pôr fim neste mal que ainda afeta tantas pessoas. Na medida em que todos estiverem preocupados com o bem comum, tomando consciência de seu papel como cidadão: “É quando as medidas adotadas terão o sabor do encontro e o valor de resposta a uma injustiça que precisa ser curada”, escreveu.

É preciso ainda, segundo o Santo Padre, pensar de educação para que as novas gerações “valorizem e amem os recursos que nossa mãe Terra nos dá”. Além disso, ele alertou sobre a visão da água unicamente como uma mercadoria e disse esperar que o Dia Mundial da Água beneficie as pessoas que sofrem pela falta dela.

USO CONSCIENTE

Para os lugares que recebem abastecimento regular da água, fica o desafio em como utilizá-la sem que haja desperdícios. Dessa forma, organizações responsáveis buscam elaborar ações de conscientização para o bom uso da maior fonte de vida e energia do planeta.

Ricardo Chain, que é gerente da divisão do Programa de Uso Racional da Água (PURA), da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) falou à reportagem, que a instituição percebe nos moradores uma maior preocupação com a diminuição do consumo.

NA PRÁTICA

Para responder essa demanda, a Sabesp desenvolveu um curso permanente de pesquisa de vazamento que pode ser realizado por qualquer pessoa: “No curso, você aprende algumas técnicas básicas para detectar vazamento e quando você chamar o encanador, você já sabe qual é o determinado ponto”, explicou Chain.

Os interessados em participar podem acessar o site da Sabesp ou entrar em contato pelo telefone 08000-11-9911. O diretor completou que a proposta da formação se dá  ao grande número de reclamações de clientes com problemas de alto consumo.

MULTIPLICADORES

Nos prédios públicos, há por parte da Sabesp, um trabalho de identificação de vazamentos com gestores e funcionários desses locais. Dessa forma, os agentes se tornam fiscais – chamados - controlador.

Dentro do ambiente escolar, há um contrato entre a Sabesp e a Secretaria de Educação que prevê atividades de treinamento para as equipes de coordenação pedagógica, tendo em vista que o assunto já faz parte do currículo escolar.

No site da empresa é possível acessar cartilha "O Uso Racional da Água" , que traz orientações de casos de sucesso na redução de consumo.

RESULTADOS

Essas ações já resultaram em cerca de 2 mil pessoas capacitadas somente em 2017, e quase 4 mil prédios públicos de São Paulo: “Nós tivemos uma redução de 400 mil metros cúbicos por mês, é água suficiente para população de 80 mil pessoas”, reiterou o diretor.

Com informações: ONU e Ministério do Meio Ambiente

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ONU premia Bompar entre as 10 melhores instituições pela ODS Brasil

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21 de dezembro de 2018

O Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto recebeu menção honrosa na 1ª edição do Prêmio Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Prêmio ODS Brasil), e ficou entre as dez melhores instituições da categoria organizações sem fins lucrativos com o programa “A Gente na Rua”. 

O evento, realizado pelo Governo Federal, ocorreu na quinta-feira, 13, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). A presidente da entidade, Irmã Judith Lupo, esteve na solenidade, assim como a coordenadora do programa “A Gente na Rua”, Marta Regina Marques Akiyama, e os interlocutores técnicos Marivaldo Silva Santos, Mônica Vieira Prado e Ana Paula Cruz Almeida. 

A população em situação de rua tem um contexto plural e heterogêneo na cidade de São Paulo, considerando que as vulnerabilidades apresentam diversos aspectos, tais como desemprego, violência doméstica e familiar, pessoas advindas do sistema penitenciário, além do uso problemático de substâncias psicoativas. Diante dessas vulnerabilidades, há também os agravos de saúde, como tuberculose, HIV/Aids, sífilis adquirida e congênita, bem como as infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) de modo geral, além do comprometimento mental.

Os projetos do programa “A Gente na Rua” visam atender uma população que vem de um processo de exclusão e discriminação social significativo, identificando quais são as principais dificuldades encontradas pelas equipes. Também busca parcerias com a comunidade local, a iniciativa privada e o terceiro setor, com o objetivo de desconstruir os paradigmas que afastam a população em situação de rua no que se refere à inclusão e cuidado social.
 

 

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Agências da ONU se mobilizam para apoiar Indonésia após terremoto e tsunami

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02 de outubro de 2018

Equipes de resgate tentam chegar a áreas de Sulawesi, na Indonésia, afetadas por um terremoto e um tsunami, afirmaram funcionários humanitários da ONU na sexta-feira, 28, observando que mais de 840 pessoas morreram e mais de 600 foram gravemente feridas no desastre.

A informação do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) se segue ao tremor de magnitude 7.4 que atingiu o centro de Sulawesi às 14h05, hora local, na última sexta-feira.

O terremoto causou um tsunami que atingiu áreas costeiras em Palu e Donggala, deixando mais de 48 mil pessoas desabrigadas, que foram reunidas em cerca de 200 abrigos.

No Twitter, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta segunda-feira, 1, que ele estava “acompanhando a tragédia que se desenrolava”.

“Nossos corações vão para todos os afetados pelo terremoto e pelo tsunami. Minhas sinceras condolências a todos que perderam familiares e amigos”, disse ele, acrescentando que o Sistema ONU estava “se mobilizando para apoiar os esforços de resgate e socorro liderados pelo governo, conforme necessário”.

Antes do desastre de Sulawesi, em 7 de agosto, a ilha indonésia de Lombok foi abalada por um terremoto de magnitude 7, que deixou centenas de mortos.

Na ocasião, o terremoto deixou cerca de 80% dos edifícios danificados ou totalmente destruídos no norte da ilha, que abriga cerca de 200 mil pessoas.

Além das equipes nacionais de busca e resgate atuando em Sulawesi, o esforço de socorro inclui as forças armadas, a polícia e funcionários do governo, informou a atualização do OCHA.

A agência da ONU acrescentou que o governo da Indonésia “acolheu ofertas específicas” de assistência internacional que estejam de acordo com as necessidades atuais, que segundo a agência nacional de gestão de desastres (BNPB) incluem alimentos, materiais de abrigo, combustível e geradores, água limpa e assistência médica.

Este é o sexto tsunami a atingir o país desde o enorme tsunami de 2004 no Oceano Índico que matou 226 mil pessoas em 12 países, a maioria na Indonésia.

 

LEIA TAMBÉM: Humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano, diz ONU em dia mundial

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ONU: 9 em 10 moradores do planeta respiram ar altamente poluído

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28 de setembro de 2018

Em encontro de especialistas e gestores de saúde em Brasília, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ressaltou na terça-feira, 25, que a poluição do ar mata 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Nove em cada dez moradores do planeta Terra respiram altos níveis de poluentes. Organismo da ONU pediu esforço conjunto das nações para combater a contaminação da atmosfera.

“Vivemos um cenário alarmante no mundo em relação à qualidade do ar”, afirmou Katia Campos, coordenadora de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental do escritório da OPAS no Brasil.

Com representantes da academia e governo, a reunião na capital federal antecipou a realização em Nova Iorque da Primeira Conferência Global sobre Poluição do Ar e Saúde.

“A ideia é que as deliberações deste evento possam contribuir para uma agenda sistemática de medidas práticas para reduzir os índices de poluição do ar nas cidades do Brasil, contribuindo também para a diminuição dos poluentes em nível global”, acrescentou Campos sobre o encontro em Brasília.

Mais de 4,3 mil cidades em 108 países estão incluídas no banco de dados de qualidade do ar ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS). A plataforma é o banco de dados mais abrangente sobre o tema, com as concentrações médias anuais de material particulado fino (PM10 e PM2.5) nos municípios cadastrados.

Essas substâncias penetram profundamente no corpo, agravando o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC), doenças cardiovasculares, câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, inclusive pneumonia.

Também participam do evento em Brasília membros da ONU Meio Ambiente, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Cidades, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério do Meio Ambiente, Ministério dos Transportes, Ministério de Minas e Energia, Universidade do Estado de Mato Grosso, Universidade de São Paulo (USP), Instituto Saúde e Sustentabilidade, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Procuradoria Regional da República, Instituto Energia e Meio Ambiente e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

 

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Dia de apoio às vítimas de tortura. Papa: "Torturar é pecado mortal"

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26 de junho de 2018

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 26 de junho Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. A ONU sempre condenou a tortura como um dos atos mais vis cometidos por seres humanos contra seus semelhantes.

Segundo o Direito Internacional, trata-se de um crime que não pode ser justificado em nenhuma circunstância. Isso se aplica a todos os membros da comunidade internacional, independentemente do fato de que o Estado tenha ou não ratificado tratados internacionais em que a tortura é expressamente proibida.

Não obstante o Direito Internacional e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda hoje esta prática se verifica em muitas prisões ou como arma de guerra.

 

A condenação do Papa

No decorrer do seu pontificado, o Santo Padre foi contundente ao condenar esse crime. “Torturar as pessoas é um pecado mortal, é um pecado muito grave”, disse no Angelus de 22 de junho de 2014. “Convido os cristãos a se empenharem para colaborar à sua abolição e apoiar as vítimas e seus familiares”.

 

A visita do Pontífice a Auschwitz

Durante a sua viagem à Polônia, assim se expressou: "A crueldade não acabou em Auschwitz e Birkenau. Hoje, pessoas são torturadas. Muitos prisioneiros são torturados para que falem, terrível, hoje há homens e mulheres que vivem como animais em prisões superlotadas”.

 

Combate e prevenção à tortura

No Brasil, a Pastoral Carcerária tem um trabalho de combate e prevenção à tortura em todos seus aspectos: físico, psicológico, social e espiritual.
Um dos resultados deste trabalho de denúncia foi o relatório Tortura em Tempos de Encarceramento em Massa, lançado em 2016.

O relatório é resultado de dois anos de acompanhamento e análise de 105 casos de torturas que foram denunciados pela Pastoral Carcerária, além de uma experiência de monitoramento em 19 unidades prisionais no Estado de São Paulo que abrigam presos provisórios.

 

Tortura não é exceção, e sim a regra 

O estudo mostra que a tortura no Brasil continua extremamente viva e presente, e que a quase totalidade da população carcerária brasileira se encontra em condições desumanas e de absoluta ilegalidade; sendo assim, não seria equivocado afirmar que nunca antes tantos brasileiros privados de liberdade foram expostos à tortura.

Todas as denúncias dos 105 casos de tortura presentes no relatório foram arquivadas pelo Ministério Público.

Para o Padre Valdir Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, isso mostra que a tortura não é exceção, e sim a regra do sistema carcerário.

“O sistema carcerário do Brasil é caracterizado por produzir massacres, torturas e mortes. É um sistema criado para deixar a pessoa doente. Quando uma pessoa se adapta ao sistema carcerário, quer dizer que ela é imprópria para viver na sociedade, porque ela se adaptou a um ambiente que tirou toda sua individualidade, criatividade e habilidade de agir como um ser humano racional”.

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Brasileira é eleita para comissão da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência

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14 de junho de 2018

A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi eleita na terça-feira (12) integrante da Comissão da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência na sede da Organização, em Nova Iorque.

A votação ocorreu no primeiro dia da 11ª Sessão da Conferência dos Estados-Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. O tema deste ano é “Não deixar ninguém para trás através da implementação completa da convenção”.

O documento protege os direitos de quem vivem com deficiência em todo o mundo, e é um dos tratados internacionais de direitos humanos mais amplamente ratificados, com 177 Estados signatários desde a sua adoção, em 2006.

Mara Gabrilli concorreu ao lado de outros 23 candidatos de diferentes países. Havia no grupo representantes de Austrália, China, México e Ucrânia.

A deputada federal foi eleita no fim da tarde com 103 votos. Ela falou à ONU News sobre a vitória, logo após o anúncio na sede das Nações Unidas.

“As pessoas com deficiência precisam de tecnologias acessíveis. E, em qualquer lugar do mundo, esses equipamentos são muito caros. A gente precisa fazer acordos entre os países, os Estados-partes, para desonerar esse tipo de equipamento. Porque uma cidade pode ter a acessibilidade que for, se as pessoas não tiverem equipamentos, a gente não consegue se mover”, declarou

A deputada ficou tetraplégica aos 26 anos, após um acidente de carro. Publicitária e psicóloga, fundou um instituto com o seu nome três anos depois. Em 2011, foi eleita deputada federal e autora do texto final da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, aprovada em 2015.

Imperativo moral de defender direitos das pessoas com deficiência

Cimentar e proteger os direitos de cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, é um “imperativo moral”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na terça-feira (12).

As declarações foram feitas durante uma conferência de signatários da Convenção, realizada na sede da ONU em Nova Iorque. Ele descreveu o documento como um dos tratados internacionais de direitos humanos mais amplamente ratificados, o que reafirma que as pessoas com deficiência têm direito ao mesmo tratamento que todos os demais.

“Mas assinar e ratificar a Convenção não é suficiente. A implementação é essencial”, disse Guterres. “As sociedades devem ser organizadas de modo que todas as pessoas, incluindo as pessoas com deficiência, possam exercer seus direitos livremente”.

O secretário-geral da ONU ressaltou que os países aplicam a Convenção às suas políticas de desenvolvimento, investimentos e sistemas jurídicos, o que é um passo importante “se quisermos cumprir o compromisso central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável: não deixar ninguém para trás”.

“Não podemos ignorar ou marginalizar as contribuições de 1,5 bilhão de pessoas”, afirmou, destacando que é preciso fazer mais para que as pessoas com deficiência participem plenamente da sociedade.

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São Paulo inaugura novas instalações de centro de atendimento para refugiados e migrantes

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24 de mai de 2018

Em São Paulo, o Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI) agora conta novas instalações. Inaugurados na terça-feira (22), os espaços reformados oferecerão orientações sobre regularização migratória. Instituição também funciona como porta de entrada para os serviços da rede pública que estão disponíveis para refugiados e migrantes.

“Aqui, os imigrantes recebem auxilio jurídico, qualificação para o mercado de trabalho, atendimento psicológico, social e encaminhamento para cursos de português. Ou seja, a pessoa sai daqui com algum tipo de encaminhamento para refazer a sua vida”, explicou a secretária de Direitos Humanos e Cidadania, Eloísa Arruda, durante a cerimônia de inauguração. A pasta sob sua direção é responsável pela administração do centro.

“Nossa missão é fazer com que os que chegam – sejam eles imigrantes ou refugiados – possam realizar um processo de adaptação segura e tranquila, com todas as garantias legais”, completou.

Qualquer pessoa pode ser atendida pelo CRAI, independentemente de sua situação migratória e documental. Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), o organismo é uma iniciativa pioneira no Brasil, reconhecida internacionalmente. Desde sua criação, em 2014, já foram realizados mais de 15 mil atendimentos no local.

“O CRAI é um exemplo de política pública que efetivamente funciona e dialoga com as grandes necessidades existentes na vida das pessoas refugiadas e migrantes, facilitando o acesso à informação, o processo de integração local e o tratamento digno a essa população”, elogiou a chefe do escritório do ACNUR em São Paulo, Maria Beatriz Nogueira.

Além de indicar serviços especializados nas áreas de emprego, assistência social, saúde, moradia e educação, a equipe da instituição atende imigrantes vítimas de violações de direitos humanos, em especial de trabalho análogo à escravidão.

Para o ACNUR, o trabalho do centro garante o atendimento digno e especializado de pessoas em situação de refúgio. Uma das estratégias do equipamento público é a contratação de refugiados para melhor acolher quem busca informações.

A equipe está preparada para atender indivíduos em diversos idiomas, como português, espanhol, francês, inglês, árabe, creole, suaíli e lingala. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Também presente na abertura do novo CRAI, o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, ressaltou que “São Paulo é uma cidade de imigrantes, que sempre acolheu bem, e o mínimo que podemos fazer é dar orientações e auxiliar essas pessoas, até porque muitas delas passaram por grandes traumas saindo do país onde estavam para vir para cá”.

Serviço:
CRAI – Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes
Rua Major Diogo, 834, Bela Vista
(11) 2361 3780 / (11) 2361 5069
Atendimento das 8h às 18h.

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Chefe da ONU elogia diálogo político promovido na Nicarágua pela Igreja Católica

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22 de mai de 2018

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, elogiou no sábado (19) o começo de um diálogo nacional na Nicarágua, liderado pela Igreja Católica. Desde abril, o país é palco de protestos contra o presidente Daniel Ortega, há 11 anos no poder. Manifestações foram reprimidas com uso de força letal. Grupos de direitos humanos relataram que pelo menos 65 pessoas, muitas delas estudantes, já foram mortas até o momento.

Segundo o vice-porta-voz do chefe da ONU, Farhan Haq, embora veja com otimismo as negociações capitaneadas pela Igreja, o secretário-geral “permanece preocupado com a violência recente”. O dirigente máximo do organismo internacional “chama todos os nicaraguenses a agir em acordo com o Estado de Direito, respeitar os direitos humanos e a resolução pacífica das diferenças”.

Guterres também celebrou a chegada à nação centro-americana de uma equipe da Comissão Inter-americana de Direitos Humanos (CIDH). O organismo é responsável por monitorar violações e abusos, promovendo e protegendo os direitos humanos em todos os países das Américas.

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Fundo de População da ONU promove reunião em PE para discutir vigilância do zika

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21 de mai de 2018

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) participa na terça-feira (22) de um encontro entre organizações da sociedade civil, apoiadores nacionais e internacionais e representantes governamentais para discutir a vigilância epidemiológica e as políticas públicas no contexto do vírus zika em Pernambuco.

Denominada “Sala de Situação da Sociedade Civil sobre Direitos e Saúde Sexual e Reprodutiva no Contexto das Epidemias de Arboviroses no estado de Pernambuco”, a reunião conta com organizações como o Fundo Posithivo, a International Planned Parenthood/ Western Hemisphere Region, o Grupo Curumim, a Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero, a Casa da Mulher do Nordeste, o GTP+ e o Instituto Papai.

Desde 2015, as organizações estão engajadas em ações de promoção dos direitos e da saúde sexual e reprodutiva no contexto da epidemia de zika. As ações vão desde capacitação de profissionais da área de saúde e educação até a sensibilização de comunidades locais.

O representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, salienta que a epidemia de zika mostra a necessidade de melhorar o acesso à educação para a sexualidade, assim como o acesso universal a serviços de planejamento da vida reprodutiva. As ações com a sociedade civil são fundamentais, pois estão na linha de frente com a população em situação de maior vulnerabilidade.

“Considerando as áreas de maior incidência de infecção pelo vírus zika, Pernambuco e Bahia, e as caraterísticas da população mais afetada — mulheres, jovens e população negra — é possível concluir que a epidemia de zika não é apenas um problema de saúde pública, mas também o resultado das desigualdades que mantêm distante da realidade da população questões fundamentais como o planejamento familiar, formas de prevenção e tudo o que abarca a saúde sexual e reprodutiva”, afirma Nadal.

Para a Casa da Mulher do Nordeste, o Sistema ONU forneceu às organizações da sociedade civil envolvidas no trabalho em prol da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos dados atualizados, acesso ao diálogo com especialistas governamentais e a espaços multilaterais e centros de pesquisa e academia.

“Isso, além de possibilitar a qualificação técnica das organizações, articulações, redes e movimentos da sociedade civil no tema da tríplice epidemia das arboviroses e suas repercussões, criou um espaço crucial para que esses conhecimentos pudessem ser aplicados em uma atuação política”, diz a instituição por meio de assessoria de imprensa.

O evento acontece das 14h às 18h, no Hotel Nobile Suites Executive, localizado na Avenida Boa Viagem, em Recife.

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