Cardeal Scherer ordena quatro padres para a Arquidiocese

Por
11 de dezembro de 2019

No sábado, 7, em solene celebração eucarística, na Catedral da Sé, diáconos seminaristas receberam a ordenação presbiteral pela imposição das mãos de Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo metropolitano. A Arquidiocese de São Paulo possui quatro novos padres! 
A Santa Missa foi concelebrada pelos bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo e dezenas de padres, e contou com a participação de familiares e fiéis que, em algum momento, acompanharam a trajetória vocacional dos neossacerdotes: Carlos André Romualdo, Francisco Ferreira da Silva, Hernane Santos Módena e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho.   
O rito de ordenação presbiteral teve início logo após a Liturgia da Palavra, com a apresentação dos candidatos, quando o Padre Cícero Alves de França, Reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, deu testemunho de que eles foram considerados dignos do Ministério Presbiteral.
Em seguida, Dom Odilo proferiu a homilia da celebração, seguida dos demais ritos próprios do sacramento da Ordem, a saber: manifestação dos propósitos dos eleitos (vide box ao lado), imposição das mãos, prece de ordenação, a paramentação com a estola e a casula, unção das mãos e entrega da patena e do cálice. 

HONRA E RESPONSABILIDADE
Na homilia, Dom Odilo disse que as grandes responsabilidades necessitam de preparação. Por isso, a longa jornada de estudo e formação, de no mínimo oito anos, antes de os candidatos ao presbiterado serem apresentados para a ordenação. Contudo, o Arcebispo disse que essa preparação deve continuar ao longo de toda a vida do sacerdote, de modo que possa aprofundar sua capacidade e sua sintonia com o povo de Deus, “para estarem dispostos e disponíveis para realizar bem seu ministério”. Assumir o sacerdócio é uma “grande graça, um grande dom que Deus dá”. Assim, “exercer o sacerdócio em nome de Cristo é uma honra e uma responsabilidade”, frisou.  
 O Arcebispo recordou que os sacerdotes são chamados a configurar seu ministério ao de Cristo, sendo fiéis ao anúncio da Palavra, à missão santificadora do povo de Deus e à missão pastoral, como o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Dom Odilo ainda pediu que Nossa Senhora interceda pelos religiosos, vocacionados e todo o povo santo de Deus, e que os novos padres sejam “exemplos de oração e santidade para o seu povo”. 

EMOÇÃO
“A felicidade de um filho é a nossa felicidade”, disse Leila Pacheco Tose, mãe do ordenando Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, na Catedral da Sé, em meio às lágrimas de uma alegria incontida. 
Para Ana Carolina Romualdo, irmã de Carlos André Romualdo, o momento da ordenação foi vivido com muita gratidão a Deus e em memória saudosa do pai, Cicero Romualdo, falecido há um ano.  
As preces das comunidades por onde os novos presbíteros passaram continuarão a acompanhá-los, pela amizade construída e pelo amor com que se dedicavam à sua vocação. Com esse espírito, Laura Lúcia de Farias participou da celebração, vinda da Comunidade São José, da Paróquia Natividade do Senhor, na Região Episcopal Santana, na qual o então diácono Francisco Ferreira da Silva serviu por dois anos.  Também marcou presença na ordenação do amigo Hernane Santos Módena um numeroso grupo vindo de Poços de Caldas (MG).

SERVOS DO SENHOR
Ao fim da celebração, o Padre Hernane Santos Módena, em nome dos novos sacerdotes, manifestou gratidão à Igreja em São Paulo e ao Cardeal Scherer, pela preocupação e o esforço por fazê-los bem formados, a Dom José Roberto Fortes Palau, bispo referencial para a Pastoral Vocacional, à família, amigos seminaristas e formadores do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição. 
Impelidos pelo exemplo da Santíssima Virgem Maria, os novos padres reafirmaram seu compromisso de estar totalmente disponíveis para servir o Reino de Deus.  
No fim da missa, foram anunciadas as regiões onde os neossacerdotes desempenharão seu ministério. Os quatro padres agora se apresentarão aos bispos auxiliares das regiões episcopais designadas (veja box na página 12) a fim de assumir seus primeiros encargos pastorais. 

Comente

‘É preciso caminhar junto com a Igreja’

Por
03 de janeiro de 2019

Aos 37 anos, Padre Anderson Pereira Bispo é um dos seis novos sacerdotes ordenados para a Arquidiocese de São Paulo no dia 8. Ele conversou com O SÃO PAULO  sobre sua vocação es expectativas para o ministério presbiteral. 

CHAMADO 

Desde a adolescência, quando atuava na Pastoral da Juventude em sua cidade natal, Bom Jesus da Lapa (BA), os padres sempre interpelavam Anderson sobre a vocação sacerdotal, mas ele nunca havia dado atenção. Na época, tinha uma namorada, mas não pensava em caminhar para o Matrimônio e, ao mesmo tempo, sentia que faltava algo que também não era suprido apenas pelo engajamento pastoral. Foi quando terminou o namoro e decidiu estudar e trabalhar em São Paulo, onde conheceu uma nova comunidade paroquial que foi determinante para o despertar vocacional.

Depois de fazer contato com várias congregações religiosas e de ter uma experiência de quatro anos na Fraternidade Toca de Assis, discerniu que Deus o chamava para ser padre secular e, em 2011, ingressou no Seminário Arquidiocesano.

SERVIÇO

Ordenado Diácono em 10 de dezembro de 2017, Padre Anderson exerceu seu ano diaconal na Paróquia Santa Paulina, em Heliópolis, zona Sul de São Paulo. Para ele, a experiência foi fundamental na sua preparação para o sacerdócio. “Essa é uma Paróquia cheia de desafios, mas é um grande sinal profético em meio a uma comunidade que embora pareça pequena tem aproximadamente  300 mil habitantes”, destacou o Padre. 

“Nós aprendemos com o povo que a cada dia luta, batalha, que nos ensina que o ministério presbiteral vale a pena”, completou, ressaltando o testemunho dos inúmeros fieis leigos da Paróquia. 

Para o Padre Anderson, a experiência missionária de dois meses na Diocese de Alto Solimões (AM) também foi de suma importância para o amadurecimento do seu ministério. “Ali, encontramos um povo muito disposto para a ação de Deus, de coração simples, não apegado a tantas coisas que temos aqui, sobretudo às tecnologias muito próximas de nós”, relatou.

CAMINHO DE COMUNHÃO

Quando perguntado sobre como pretende colaborar para que a Arquidiocese realize sua missão na cidade, Padre Anderson destacou, em primeiro lugar, buscar corresponder às urgências da evangelização contidas no 12º Plano de Pastoral. 

Nesse sentido, o Neo-sacerdote apontou o sínodo arquidiocesano como uma oportunidade para aprofundar a comunhão com a Igreja de São Paulo. “Não podemos querer caminhar sozinhos. Portanto, para responder a esse propósito de renovação e conversão pastoral e missionária, é preciso caminhar junto com a Igreja, conforme a proposta do sínodo”, disse. 

Comente

‘Sobretudo, vejo Jesus presente na Eucaristia sobre o altar’

Por
01 de janeiro de 2019

O Padre Cláudio José Ribeiro, 46, é um dos seis neossacerdotes da Arquidiocese de São Paulo ordenados pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, no dia 8, na Catedral da Sé.

Natural de Santa Rita do Pardo (MS), ele veio para São Paulo com 17 anos, para trabalhar. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Sacerdote contou como iniciou sua caminhada vocacional e partilhou suas expectativas para o exercício do ministério presbiteral. 

VOCAÇÃO

Formado em Direito, Cláudio começou a frequentar a Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América, próxima a seu local de trabalho. Na igreja, ele passou a participar do Apostolado da Oração. Certa ocasião, em 2009, Cláudio foi surpreendido por uma pergunta: “Você gostaria de ser padre?”. 

“Isso me inquietou por algum tempo, até que decidi fazer a experiência no seminário”, contou.

O Padre resume todo o processo de formação em um versículo bíblico do livro de Jó: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te veem” (Jó 42,5). “Quando entrei para o seminário, tudo aquilo que eu só ouvia passei a ver concretamente. Vejo Jesus Cristo no pobre, não só o material, mas também o espiritual. Passo a vê-lo na família, nos pais, nos filhos, no homem que se une com a mulher, nos jovens que hoje se encontram desamparados, vejo também nas idosas das paróquias. Mas, sobretudo, vejo Jesus presente na Eucaristia sobre o altar”.

EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA

O último ano dos candidatos ao sacerdócio foi repleto de atividades pastorais e missionárias. Uma vez concluídos os estudos teológicos, eles exerceram o ministério diaconal em paróquias da Arquidiocese, tendo a oportunidade de conhecer mais de perto a realidade das pessoas e os desafios que um padre enfrenta para realizar sua missão na cidade.

A experiência diaconal em vista do sacerdócio também permitiu ao padre uma vivência mais intensa da vida sacramental. “Vivi intensamente o diaconato, podendo celebrar batismos e assistir matrimônios”, frisou o Padre Cláudio, que colaborou na Paróquia Santa Ângela e São Serapião, na Região Episcopal Ipiranga.

“Fiquei em uma paróquia com 53 comunidades. Pude visitar todas elas. Em algumas, levávamos um dia inteiro de viagem. Lá celebrei cerca de 150 batismos. Pude experimentar a intensidade da fé e da devoção popular”, concluiu.

 

LEIA TAMBÉM

Padre Maykom Florêncio: ‘Desejo ser um padre em estado permanente de missão’

 

Comente

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.