XVIII Congresso Eucarístico Nacional é adiado para 2021

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31 de março de 2020

O XVIII Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que aconteceria entre os dias 12 e 15 de novembro, em Recife (PE), será adiado para a mesma data em 2021. A decisão foi tomada em conjunto pelos 21 bispos do Regional Nordeste 2, com o apoio da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na segunda-feira, 30.

O colegiado tomou a decisão diante do quadro imprevisível causado pela pandemia do novo coronavírus, tanto em relação à duração do surto epidêmico quanto em relação às possíveis sequelas econômicas.

A CNBB enviou uma nota oficial para Dom Fernando Saburido, Arcebispo de Olinda e Recife, com a resposta da solicitação de adiamento. A nota foi assinada por Dom Joel Portela Amado, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e Secretário Geral da CNBB. Confira a Íntegra:

 

Brasília, 30 de março de 2020

Exmo. Sr.

D. Fernando Saburido,

Arcebispo de Olinda e Recife

Ref: ADIAMENTO DO XVIII CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL

Excelência Revma,

De acordo com sua solicitação, a Presidência da CNBB, por unanimidade, manifesta sua concordância quanto ao adiamento do XVIII Congresso Eucarístico Nacional para o ano de 2021.

Trata-se de atitude de profundo bom senso diante de um quadro imprevisível, não apenas quanto ao tempo de duração da pandemia causada pelo coronavírus quanto em relação às sequelas econômicas que poderão advir.

Em sintonia, portanto, com V. Excia e com os demais irmãos bispos do Regional Nordeste II consultados e que se manifestaram positivamente quanto ao adiamento, esta  Presidência também assim se posiciona.

Receba, pois, caro D. Fernando, o apreço e a solidariedade da Presidência da CNBB, bem como o desejo e as orações para que todas as tratativas que deverão ser feitas para o adiamento ocorram na almejada paz.

Em Cristo Jesus,

 

D. Joel Portella Amado

Bispo auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro

Secretário Geral da CNBB

(Com informações de Arquidiocese de Olinda e Recife)

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Nos trilhos do futebol brasileiro, Nacional Atlético Clube completa 100 anos

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19 de fevereiro de 2019

Foi por meio dos trilhos da primeira ferrovia construída no Estado de São Paulo, em 1867, que o futebol pediu passagem por intermédio de Charles Miller, que teve o desejo de utilizar a bola para criar um divertimento entre funcionários da companhia ferroviária São Paulo Railway (SPR) e alguns ingleses que trabalhavam em uma companhia de gás. O Nacional Atlético Clube, equipe da Barra Funda, zona Oeste de São Paulo, completa 100 anos em 2019. O que pouca gente sabe é que a tradicional equipe paulistana teve um importante papel na primeira partida de futebol organizada no Brasil.

 

LIVRO E HOMENAGEM

O livro “Nacional - Nos trilhos do Futebol Brasileiro” (Editora Casa Flutuante), do jornalista Leandro Massoni Ilhéu, conta com o prefácio do jornalista Mauro Beting e traz em suas páginas histórias e curiosidades sobre os principais fatos que envolveram o time situado na Barra Funda. De acordo com o autor, a ideia de escrever a obra surgiu ainda quando estava na faculdade, em 2012, com o grupo que era composto por quatro pessoas para realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

“Tivemos a ideia de falar sobre a história do Nacional no documentário. Até então, eu gostava de futebol mas não a ponto de ser fanático. Na época, fiquei incumbido pela parte histórica do clube. A desconfiança logo veio por água abaixo, eu adorei a história do clube e a achei intrigante, principalmente pelo fato de a história do Nacional ter ligação com a história de São Paulo”, afirmou o autor ao O SÃO PAULO.

Após o documentário, o vice-presidente do clube, Edison Gallo, convidou o grupo para escrever o livro, por meio de Leandro e Paulo Ascenção, amigo que participou do TCC. Após algumas discordâncias no desenvolvimento do trabalho, eles resolveram adiar o projeto, e, apenas depois de realizar sua PósGraduação em Jornalismo Esportivo, Leandro decidiu retomá-lo.

“Em 2017, resolvi reativar o projeto sozinho. No meio das entrevistas, o meu amigo Paulo Ascenção veio a falecer, em decorrência de um AVC. Então, além de ser um trabalho especial pela ocasião dos 100 anos do clube, eu dedico o livro ao Paulo e a John R. Mills (biógrafo do Charles Miller, também falecido durante a produção do livro)”, disse Leandro.

 

PRIMEIRA PARTIDA

Em 1895, Charles Miller, filho de pai escocês e de mãe brasileira com ascendência inglesa, regressou de terras britânicas ao seu lugar de origem, para trabalhar na companhia ferroviária SPR, instalada no País por esforços de Irineu Evangelista do Nascimento, o Barão de Mauá.

Ao ver que os funcionários de origem inglesa precisavam praticar um esporte como forma de recreação, Miller reuniu os funcionários da companhia de gás e realizou em 14 de abril daquele ano, na região da Várzea do Carmo, a primeira partida de futebol organizada no País. O resultado foi 4 a 2 para o time da SPR diante do selecionado rival da The São Paulo Gas Company.

 

NACIONAL ATLÉTICO CLUBE

Passados quase 124 anos desse acontecimento e 100 anos após a fundação do SPR como clube profissional - em 16 de fevereiro de 1919 -, o atual Nacional Atlético Clube, nome que a antiga agremiação adquiriu após o vencimento da concessão de 90 anos da ferrovia com o governo federal, tem várias de suas histórias reunidas em um livro.

“Foi muito gratificante saber que o clube queria que eu contasse a história deles, por meio do livro, pois já era um desejo antigo, inclusive é um sonho meu poder divulgar esse livro. É muito gratificante ver o quanto as pessoas ainda se importam com os pequenos clubes, que têm grandes histórias, como é o caso do Nacional, da Juventus, da Portuguesa, e também dos clubes do interior”, concluiu Leandro.

 

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Estádio do Nacional: patrimônio histórico do futebol paulista

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16 de janeiro de 2018

Após 14 anos driblando as empreiteiras, que fizeram inúmeras ofertas para adquirir seu valorizado terreno no bairro da Água Branca, na zona Oeste da Capital Paulista, o Nacional Atlético Clube teve a arquibancada coberta e o gramado de seu estádio, Nicolau Alayon, tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), no fim de 2017. 

Histórico

O Estádio Nicolau Alayon também é conhecido como Comendador Souza, devido o nome de uma das ruas que dá acesso às suas dependências. 

Em 1919, o então superintendente da antiga São Paulo Railway (SPR), Arthur Owen, cedeu uma grande área do terreno próximo à atual estação Água Branca da CPTM para instalação do campo de esportes, destinado a funcionários e atletas da recém-fundada São Paulo Railway Athletic Club (SPRAC). 

Após 18 anos da doação, o uruguaio Nicolau Alayon, então presidente da SPRAC, decidiu pela construção do Estádio, inaugurado no dia 14 de maio de 1938. O campo é o único do Brasil a homenagear um estrangeiro: Alayon, que foi um dos mais entusiastas dirigentes do time da Água Branca. 

O Estádio foi palco de partidas de seleções que disputaram os Jogos Pan-americanos de 1963, que ocorreu na cidade de São Paulo, recebendo, por exemplo, o confronto entre Chile e Argentina, que terminou sem gols.

Atualmente, além dos jogos do Nacional, o Estádio sedia partidas de divisões inferiores do futebol paulista, além de jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior e de campeonatos amadores. É, também, sede da seleção brasileira de rugby.

Tombamento

Em 29 de novembro de 2017, o Estádio Nicolau Alayon teve sua arquibancada coberta e o gramado tombados pelo Conpresp. O processo corria desde 2003 e foi definido por votação no Conselho do Patrimônio Municipal, realizada em outubro. 

O principal objeto do tombamento é preservar, por meio da aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. 

Desde que o bem continue sendo preservado com as características que possuía na data da sua inscrição no livro do tombo, não existe qualquer impedimento para a venda, aluguel ou herança do bem tombado. 

Na decisão, o Conpresp lembrou a relevância do Estádio para memoria do futebol paulista no inicio do século XX: “O campo de futebol do Estádio Nicolau Alayon foi implantado em área vizinha à estrada de ferro da antiga São Paulo Railway e à estação Água Branca, ao contrário de grande parte dos campos e estádios paulistanos, implantados nas várzeas dos rios.” 

O Conpresp também considerou que “o Estádio integra a memória de uma tradição operária de clubes de futebol ligados a fábricas e empresas. A arquibancada coberta do Estádio Nicolau Alayon, construída em 1938, é remanescente da primeira configuração daquela praça de esportes e é exemplar da tipologia arquitetônica dos primeiros estádios implantados em São Paulo e no Brasil”, concluiu o órgão na Resolução Nº30 de 2017.

O clube 

O Nacional foi fundando em 1919 por funcionários da empresa São Paulo Railway Company, controlada por ingleses e responsável pela primeira ferrovia construída no Estado, que ligava as cidades paulistas de Santos e Jundiaí. A equipe adotou o nome de Nacional Atlético Clube, a partir da nacionalização da estrada de ferro, em 1947. 

O Nacional assumiu o carácter de clube operário, assim como acontecera com o Palestra Itália (fundado em 1914 – atual Palmeiras), Corinthians (1910) e Juventus (1924). No entanto, viu os investimentos minguarem em 1947, quando a São Paulo Railway saiu da mão dos ingleses, após 80 anos de operações nas ferrovias. 

Nos gramados, o clube vive uma boa fase e disputará a série A2 do Campeonato Paulista em 2018, junto a times tradicionais como a Portuguesa, o Guarani e o Juventus. A estreia na competição está marcada para o dia 17, às 16h, no Estádio Nicolau Alayon.

(Com Informações de Folha de SP, Nacional Atlético Clube e Conpresp)
 

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