A mensagem de Fátima traz esperança para enfrentar a pandemia

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12 de mai de 2020

A aparição da Virgem Maria a Francisco, Jacinta e Lúcia, há 103 anos, permanece ainda atual, sobretudo no contexto atual que vive a humanidade.

No fim de 1917, ano em que aconteceu a manifestação mariana em Fátima, o mundo sofreu com a epidemia da chamada gripe espanhola, que causou a morte de cerca de 50 milhões de pessoas.

Com os primeiros casos relatados durante a Primeira Guerra Mundial, as forças armadas de cada país ofuscaram a presença da enfermidade em seus campos de concentração, a fim de não demonstrarem sua fragilidade às tropas rivais. Dessa forma, a proliferação da doença originada pelo vírus influenza tomou proporções fora de controle e se tornou uma pandemia mundial em 1918.

Entre as vítimas aquela pandemia estavam Francisco, que morreu em 4 de abril de 1919, com apenas 10 anos, e Jacinta, morta em 20 de fevereiro de 1920, aos 9 anos.

PRÓPÓSITO

Em uma das usas aparições em Fátima, a Virgem Santíssima revelou que os dois irmão morreriam cedo, mas que deveriam confiar inteiramente no plano de Deus, pois seu amor é maior do que qualquer mal existente no mundo.

A vida de Francisco após as visões de Nossa Senhora, foram marcados pelo sofrimento e a fragilidade de sua saúde, sobretudo após ser acometido pela gripe espanhola. Contudo, ele oferecia seus sofrimentos pela conversão dos pecadores e a salvação da humanidade.

OFERTA DA VIDA

Nesse período, o jovem Pastorinho também sofreu com a saudade da Eucaristia, pois sua enfermidade o impedia de ir a Igreja onde costumava rezar diante do Santíssimo Sacramento. 

Jacinta, após a morte do irmão, ainda sofreu muito em um hospital de Lisboa. Em sua biografia, relata-se que seu maior consolo era poder avistar o sacrário da capela do hospital através da janela de seu quarto.

A vidente de Fátima também morreu sozinha. Sua família e amigos não puderam estar com ela as restrições da epidemia. A única coisa que ela queria antes de morrer era a Eucaristia, mas não foi possível.

ESPERANÇA E CONVERSÃO

Diante dos sofrimentos da humanidade do século passado e do atual, a Mãe de Jesus traz uma mensagem de esperança associada a um contundente convite à conversão por meio da oração e da penitência.

Assim como muitos católicos que enfrentam a atual pandemia, os dois pastorinhos, canonizados pelo Papa Francisco em 2017, foram sustentados pela fé, a comunhão espiritual e a oração do Rosário.

ATO DE ENTREGA

Um dos frutos de Fátima é o chamado “Ato de Entrega”, feito por São João Paulo II, em 7 de junho de 1981, menos de um mês após sofrer o atentado na Praça São Pedro, exatamente no dia 13 de maio, o qual ele atribui sua sobrevivência às mãos de Nossa Senhora que desviaram a bala que lhe seria fatal.

Por meio desta oração composta pelo próprio Pontífice, ele consagrou o mundo a Imaculado Coração de Maria. Esse ato foi repetido em outras ocasiões e suas palavras são oportunas para encorajar os cristãos a enfrentarei a atual circunstância. Leia, a seguir, um trecho da oração: 

“Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo diretamente ao vosso Coração, e abraçai com o amor da Mãe e da Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, ao mesmo tempo, aqueles cuja entrega também Vós esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa proteção materna a família humana inteira, que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança”.

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Papa envia mensagem para a abertura da Campanha da Fraternidade

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26 de fevereiro de 2020

O Papa Francisco enviou nesta Quarta-feira de Cinzas, 26, uma mensagem aos brasileiros por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade (CF) 2020.

Com o tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema “viu sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10,33-34)”, a CF 2020 convida os católicos a refletir sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica.

Na mensagem, o Pontífice manifestou alegria pela realização da campanha há mais de 50 anos, “anunciando a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, sobretudo os mais necessitados”.

Ao falar sobre o tema deste ano, Francisco enfatiza que a vida é “presente amoroso de Deus, que devemos continuamente cuidar. De modo particular, diante de tantos sofrimentos que vemos crescer em toda parte”.

O Santo Padre recorda, ainda, que “a Quaresma é um tempo propício para que, atentos à Palavra de Deus que nos chama à conversão, fortaleçamos em nós a compaixão, nos deixemos interpelar pela dor de quem sofre e não encontra quem o ajude. É um tempo em que a compaixão se concretiza na solidariedade, no cuidado”.

 

Leia a íntegra da mensagem:

 

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
AOS FIÉIS BRASILEIROS POR OCASIÃO DA
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Iniciamos a Quaresma, tempo forte de oração e conversão em que nos preparamos para celebrar o grande mistério da Ressurreição do Senhor. Durante quarenta dias, somos convidados a refletir sobre o significado mais profundo da vida, certos de que somente em Cristo e com Cristo encontramos resposta para o mistério do sofrimento e da morte. Não fomos criados para a morte, mas para a vida e a vida em plenitude, a vida eterna (cf. Jo 10,10).

Alegro-me que, há mais de cinco décadas, a Igreja no Brasil realize, no período quaresmal, a Campanha da Fraternidade, anunciando a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, sobretudo os mais necessitados. Neste ano, o tema da Campanha trata justamente do valor da vida e da nossa responsabilidade de cuidá-la em todas as suas instâncias, pois a vida é dom e compromisso; é presente amoroso de Deus, que devemos continuamente cuidar. De modo particular, diante de tantos sofrimentos que vemos crescer em toda parte, que “provocam os gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo” (Carta Enc. Laudato Si’, 53), somos chamados a ser uma Igreja samaritana (cf. Documento de Aparecida, 26).

Por isso, estejamos certos de que a superação da globalização da indiferença (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium,54) só será possível se nos dispusermos a imitar o Bom Samaritano (cf. Lc 10,25-37). Esta Parábola, que tanto nos inspira a viver melhor o tempo quaresmal, nos indica três atitudes fundamentais: ver, sentir compaixão e cuidar. À semelhança de Deus, que ouve o pedido de socorro dos que sofrem (cf. Sl 34,7), devemos abrir nossos corações e nossas mentes para deixar ressoar em nós o clamor dos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados (cf. Mt 25, 34-40).

Queridos amigos, a Quaresma é um tempo propício para que, atentos à Palavra de Deus que nos chama à conversão, fortaleçamos em nós a compaixão, nos deixemos interpelar pela dor de quem sofre e não encontra quem o ajude. É um tempo em que a compaixão se concretiza na solidariedade, no cuidado. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7)!

Por intercessão de Santa Dulce dos Pobres, que tive a alegria de canonizar no passado mês de outubro e que foi apresentada pelos Bispos do Brasil como modelo para todos os que veem a dor do próximo, sentem compaixão e cuidam, rogo ao Deus de Misericórdia que a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, inseparavelmente vividas, sejam para todo o Brasil um tempo em que se fortaleça o valor da vida, como dom e compromisso.

Envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.

Vaticano, 26 de fevereiro de 2020.

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Francisco leva mensagem de paz à Bulgária e à Macedônia do Norte

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09 de mai de 2019

O Papa Francisco concluiu na terça-feira, 7, sua viagem apostólica à Bulgária e à Macedônia do Norte, a 29ª viagem internacional de seu pontificado. Ele desembarcou em Sófia, capital do País, no domingo, 5, sendo acolhido pelo presidente Rumen Radev

Como fez seu predecessor, São João Paulo II, na visita em maio de 2002, Francisco visitou a Catedral Patriarcal Ortodoxa de São Alexander Nevsky, para uma oração privada diante do trono dos Santos Cirilo e Metódio.

 

PONTE ENTRE ORIENTE E OCIDENTE

Depois de ser acolhido com as palavras de boas-vindas de Rumen Radev, Francisco fez seu primeiro discurso no País, expressando sua alegria por se encontrar na Bulgária, para confirmar seus irmãos na fé e encorajá-los no caminho e testemunho de vida cristã.

O Papa encorajou os governantes da Bulgária a continuar a criar condições para que, sobretudo os jovens, não sejam obrigados a emigrar. “Que esta terra fértil pelo trabalho humilde de tantas gerações e aberta aos intercâmbios culturais e comerciais, integrada à União Europeia e com sólidos laços com a Rússia e a Turquia – possa oferecer aos seus filhos um futuro de esperança!”, concluiu o Pontífice.

Ao encontrar-se com a comunidade católica da Bulgária, na Igreja São Miguel Arcanjo, em Rakovsky, o Papa motivou os fiéis a não se cansar de ser “uma Igreja que continua a gerar, por entre contradições, amarguras e necessidades, os filhos de que esta terra precisa hoje, no começo do século XXI, mantendo um ouvido atento ao Evangelho, e o outro ao coração do seu povo”.

 

COM O PATRIARCA

O Papa Francisco encontrou o Patriarca ortodoxo de toda a Bulgária, Sua Santidade Neofit, acompanhado de metropolitas e bispos ortodoxos. Ao saudar o Patriarca, o Santo Padre afirmou que as feridas abertas entre os cristãos ao longo da história são “dolorosos golpes infligidos no Corpo de Cristo, que é a Igreja”.

O Pontífice destacou que o ecumenismo se manifesta, sobretudo, de três maneiras: pelo sangue, pelo pobre e pela missão. Francisco lembrou-se dos cristãos que continuam a sofrer por causa da fé, dizendo que são como sementes que crescem e dão frutos. Recordando o exemplo dos Santos Cirilo e Metódio, “apóstolos eslavos”, o Papa afirmou: “Missão e comunhão: duas palavras sempre presentes na vida dos dois Santos e que iluminam o nosso caminho para crescermos em fraternidade. O ecumenismo da missão”, disse.

 

EUCARISTIA

Na Bulgária, o Papa Francisco presidiu duas missas. A primeira delas foi na Praça Knyaz Alexandar I, em Sófia. Nessa ocasião, ele recordou o povo que ser cristão é um chamado a ter confiança que o amor de Deus é maior do que qualquer limite ou pecado.

Na segunda-feira, 6, o Santo Padre presidiu missa na Igreja do Sagrado Coração, em Rakovsky, onde 245 crianças receberam a primeira Comunhão. “Jesus está vivo e está aqui conosco. Não O vemos com estes olhos, mas O vemos com os olhos da fé”, disse o Papa às crianças. “Fazer a primeira Comunhão significa querer estar cada dia mais unido a Jesus, crescer na amizade com Ele e desejar que também os outros possam gozar da alegria que Jesus nos quer dar”, acrescentou.

 

MACEDÔNIA

Na terça-feira, 7, o Papa foi acolhido na capital da Macedônia do Norte, Skopje, pelo presidente da República, Gjorge Ivanov. Francisco é o primeiro Pontífice Romano a visitar o país independente da antiga Iugoslávia em 1991.

Ao saudar as autoridades, representantes da sociedade civil e o corpo diplomático, o Santo Padre afirmou que o patrimônio mais precioso e válido daquele País “é a composição multiétnica e multirreligiosa da fisionomia do seu povo”.

“Quero ainda salientar o generoso esforço feito pelo seu País (…) para acolher e prestar assistência ao grande número de migrantes e refugiados vindos de vários países do Oriente Médio: fugiam da guerra ou de condições de pobreza extrema”, continuou o Pontífice.

 

MADRE TERESA

Na breve visita, o Pontífice presidiu uma missa campal, encontrou-se com sacerdotes e religiosas e participou de um encontro ecumênico e inter-religioso com os jovens.

O Papa também visitou o memorial dedicado à “ilustre compatriota” do povo da Macedônia, Santa Teresa de Calcutá. No local, Francisco fez uma oração especial pedindo a intercessão da Santa para “sermos sinal de amor e esperança no nosso tempo, que vê tantos indigentes, abandonados marginalizados e migrantes. Faça com que o nosso amor não seja só palavras, mas seja eficaz e verdadeiro”.

 

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Quaresma 2019: converter-nos para fazer da criação um jardim, não um deserto

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26 de fevereiro de 2019

O tema da criação inspirou a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2019.

O texto foi divulgado esta terça-feira (26/02) na Sala de Imprensa da Santa Sé, com o título “A criação encontra-se em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus”, extraído de Romanos 8,19.

O Pontífice oferece algumas propostas de reflexão para acompanharem o caminho de conversão nesta Quaresma.

 

A redenção da criação

O Pontífice destaca que a criação se beneficia da redenção do homem quando este vive como filho de Deus, isto é, como pessoa redimida. Neste mundo, porém, adverte Francisco, “a harmonia gerada pela redenção continua ainda – e sempre estará – ameaçada pela força negativa do pecado e da morte”.

 

A força destruidora do pecado

Com efeito, prossegue o Papa, quando não vivemos como filhos de Deus, muitas vezes adotamos comportamentos destruidores do próximo, das outras criaturas, mas também de nós mesmos. Isso leva a um estilo de vida que viola os limites que a nossa condição humana e a natureza nos pedem para respeitar, seguindo desejos incontrolados.

“ Se não estivermos voltados continuamente para a Páscoa, para o horizonte da Ressurreição, é claro que acaba por se impor a lógica do tudo e imediatamente, do possuir cada vez mais. ”

A aparição do mal no meio dos homens interrompeu a comunhão com Deus, com os outros e com a criação, a ponto de o jardim se transformar num deserto.
Trata-se daquele pecado que leva o homem a considerar-se como deus da criação, explica o Papa, a sentir-se o seu senhor absoluto. Quando se abandona a lei de Deus, a lei do amor, acaba por se afirmar a lei do mais forte sobre o mais fraco.

“O pecado, manifestando-se como avidez, ambição desmedida de bem-estar, desinteresse pelo bem dos outros – leva à exploração da criação (pessoas e meio ambiente), movidos por aquela ganância insaciável que considera todo o desejo um direito e que, mais cedo ou mais tarde, acabará por destruir inclusive quem está dominado por ela.”

 

A força sanadora do arrependimento e do perdão

Por isso, a criação tem impelente necessidade que se revelem os filhos de Deus. E o caminho rumo à Páscoa chama-nos precisamente a restaurar a nossa fisionomia e o nosso coração de cristãos, através do arrependimento, a conversão e o perdão, para podermos viver toda a riqueza da graça do mistério pascal.

A Quaresma chama os cristãos a encarnarem, de forma mais intensa e concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar e social, particularmente através do jejum, da oração e da esmola.

Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de «devorar» tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos.

“ Queridos irmãos e irmãs, a ‘quaresma’ do Filho de Deus consistiu em entrar no deserto da criação para fazê-la voltar a ser aquele jardim da comunhão com Deus. Que a nossa Quaresma seja percorrer o mesmo caminho, para levar a esperança de Cristo também à criação. ”

“Não deixemos que passe em vão este tempo favorável!”, é o apelo final do Papa.

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Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

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01 de janeiro de 2019

"Paz para esta casa!" Com estes votos o Papa Francisco inicia o novo ano e abre a sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz, divulgada nesta terça-feira, 18, em vista da recorrência do próximo 1º de janeiro. São as palavras com as quais Jesus envia os apóstolos em missão e a casa da qual fala, é "toda família, comunidade, todo país, todo continente" e é também "a nossa casa comum", da qual Deus nos confia os cuidados.

O desafio da boa política

O coração da mensagem, datada de 8 de dezembro de 2018, é a estreita relação entre a paz e a política da qual Francisco descreve potencialidades e vícios na perspectiva presente e futura, colocando ambas em um  "desafio" diário, em um "grande projeto" fundado "na responsabilidade recíproca e na interdependência dos seres humanos".

A paz, como uma "flor frágil que tenta florescer no meio das pedras de violência" - escreve o Papa, citando o poeta Charles Peguy – se choca com "abusos" e "injustiças", "marginalização e destruição" que a política provoca, quando "não é vivida como um serviço à comunidade".

A boa política, por outro lado, é um "veículo fundamental para construir cidadania e obras" e, se "implementada no respeito fundamental da vida, liberdade e dignidade", pode se tornar uma "forma eminente de caridade".

Caridade e virtude por uma política a serviço da paz e dos direitos

E se a ação do homem é sustentada e inspirada pela caridade, recorda Francisco citando Caritas in Veritate de Bento XVI - "contribui para a edificação daquela cidade universal de Deus para a qual avança a história da família humana".

É um programa em que os políticos de todas as afiliações podem encontrar-se, contanto que operem para o bem da família humana, praticando virtudes que “sujeitam-se ao bom agir político”: justiça, equidade, respeito, sinceridade, honestidade, lealdade.

O bom político é - conforme descrito pelas bem-aventuranças do cardeal vietnamita François Xavier Nguyễn Vãn Thuận que o Papa retoma - quem tem a consciência de seu papel, quem é coerente, credível, capaz de ouvir, corajoso e comprometido com a unidade e a mudança radical. Disto a certeza expressa na Mensagem de que "a boa política está a serviço da paz".

Virtudes e vícios da política

Mas a política não é feita apenas de virtudes e de respeito pelos direitos humanos fundamentais. Francisco dedica um parágrafo de sua Mensagem aos "vícios" que "enfraquecem o ideal de uma autêntica democracia". São aquele que ele define "inépcia pessoal", "distorções no meio ambiente e nas instituições", sobretudo a corrupção e, em seguida, o não respeito das regras, a justificação do poder com a força, a xenofobia, o racismo: eles "tiram credibilidade aos sistemas", são “a vergonha da vida pública e colocam em perigo a paz social".

Política, jovens e confiança no outro

Mas há também outro aspecto vicioso da política que o Papa destaca e que tem a ver com o futuro e os jovens. Quando o exercício do poder político - escreve ele - visa apenas "salvaguardar os interesses de certos indivíduos", o futuro "fica comprometido e os jovens podem ser tentados pela desconfiança, por ser verem condenados a permanecer à margem".

Quando, por outro lado, a política é concretamente traduzida em encorajar jovens talentos e vocações que requerem a sua realização, a paz propaga-se nas consciências e “torna-se uma confiança dinâmica". Uma política está, portanto, a serviço da paz - afirma Francisco. - se reconhece os carismas de cada pessoa entendida como "uma promessa que pode liberar novas energias".

Necessidade de artesãos da paz

Mas o clima de confiança, é a consideração do Pontífice, não é "sempre fácil", em particular "nestes tempos". A esse respeito, Francisco recorda o "medo do outro" generalizado, os "fechamentos", "os nacionalismos" que marcam a política de hoje,  colocando em discussão a fraternidade de que nosso mundo globalizado tanto necessita. Disto a referência a "artesãos da paz" e autênticos "mensageiros" de Deus que animam nossas sociedades.

A este desejo se soma também, por parte do Papa, um apelo - cem anos após o fim da Primeira Guerra Mundial - de cessar com a "proliferação descontrolada de armas" e com a "escalada em termos de intimidação".

Recordam-nos a paz – diz o Pontífice-  especialmente as muitas crianças vítimas da guerra . “A paz não pode jamais reduzir-se ao mero equilíbrio das forças e do medo. Manter o outro sob ameaça significa reduzi-lo ao estado de objeto e negar a sua dignidade. 

A política da paz inspirada no Magnificat

O afresco que emerge da Mensagem do Papa conclui-se no último parágrafo com ênfase na relação entre direitos e deveres, para reiterar que - como nos recorda o septuagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos - o "grande projeto político da paz" baseia-se na "responsabilidade recíproca e na interdependência dos seres humanos".

Isso nos desafia no compromisso diário e nos pede uma "conversão de coração e da alma". Para aqueles que querem se comprometer na "política da paz", o Papa sugere por fim o espírito do Magnificat que Maria canta em nome de todos os homens:  A «misericórdia [do Todo-Poderoso] estende-se de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes (...), lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre» (Lc 1, 50-55).

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Papa recorda que Direitos Humanos reconhecem dignidade da pessoa

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13 de dezembro de 2018

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do congresso internacional intitulado “Os direitos humanos no mundo contemporâneo: conquistas, omissões, negações”. No texto, ele diz que os direitos humanos reconhecem “a igual dignidade de toda pessoa humana, da qual derivam direitos e liberdades fundamentais que, radicados na natureza da pessoa humana – unidade inseparável de corpo e alma – são universais, indivisíveis, interdependentes e interconexas”. 

O evento aconteceu no contexto dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do 25º aniversário da Declaração e do Programa de Ação de Viena. “No ano em que se celebram esses significativos aniversários, parece oportuna uma reflexão aprofundada sobre o fundamento e o respeito dos direitos do homem no mundo contemporâneo, reflexão que, eu espero, seja prenúncio de um renovado empenho em favor da defesa da dignidade humana, com especial atenção aos membros mais vulneráveis da comunidade”, acrescentou Francisco. 

Ele lamentou, entretanto, as diversas formas de injustiças que ainda existem no mundo, “nutridos por visões antropológicas redutivas e por um modelo econômico fundado sobre o lucro, que não hesita em desfrutar, em descartar e, além disso, em matar o homem”. Francisco recordou que enquanto parte da humanidade vive na opulência, outra tem sua dignidade desprezada. 

“Penso sobretudo nos nascituros, a quem é negado o direito de vir ao mundo; àqueles que não têm acesso aos meios indispensáveis para uma vida digna; àqueles que são excluídos de uma educação adequada; a quem é injustamente privado do trabalho ou obrigado a trabalhar como um escravo; àqueles que são detidos em condições desumanas, que sofrem torturas, ou a quem é negada a possibilidade de se redimir; às vítimas de desaparecimentos forçados e às suas famílias”, resumiu. 

Ele citou, também, quem vive no contexto de conflitos armados e dos “mercadores de morte”; e pediu que todas as pessoas, no contexto em que vivem, procurem “contribuir com coragem e determinação com o respeito dos direitos fundamentais de cada pessoa, especialmente aquelas ‘invisíveis’”. 

 

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Migrantes são vítimas da cultura do descarte, enfermidade do mundo contemporâneo

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04 de dezembro de 2018

Os migrantes, refugiados e desabrigados são “ignorados, explorados, violados e abusados em silêncio”, vítimas das inúmeras injustiças da atual cultura do descarte, que é uma enfermidade contemporânea. Assim escreveu o Papa Francisco em mensagem enviada a o “Foro Social de Migraciones 2018”, um evento organizado na Cidade do México, no Méxoco, entre os dias 2 e 4, buscando promover um novo conceito de migração, isto é, a ideia de que a mobilidade humana é parte de um processo permanente.

No texto, Francisco diz que o primeiro passo para superar tais injustiças é dar voz aos que não a têm. Depois, “é necessário identificar pautas de solução concretas e viáveis, esclarecendo papéis e responsabilidades de todos os atores”, diz a mensagem.

“No âmbito migratório, a transformação se alimenta da resiliência dos migrantes, refugiados e desabrigados, e aproveita suas capacidades e aspirações para a construção de sociedades inclusivas, justas, solidárias, capazes de restituir a dignidade àqueles que vivem com grande incerteza e que não conseguem sonhar com um mundo melhor”, escreveu o Pontífice.

Francisco defende, ainda, uma urgente colaboração da comunidade internacional para lidar com a questão migratória em âmbito regional e global, com pactos bilaterais e multilaterais entre os países. Para isso, a Seção Migrantes e Refugiados, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, no Vaticano, elaborou um documento com “20 Pontos de Ação para os Pactos mundiais”

Conforme observa o Pontífice, os pactos mundiais sobre migração constituem “um marco de referência para desenvolver propostas políticas e colocar em prática medidas concretas”.

 

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As felicitações do Papa pelas festividades da comunidade judaica

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18 de setembro de 2018

“Que o Altíssimo nos abençoe com o dom da paz e desperte em nós um maior compromisso de promovê-la incansavelmente ".

Estes são os votos do Papa Francisco ao Rabino Chefe de Roma Rav Riccardo Di Segni e à Comunidade Judaica, pelas festividades de Rosh Ha Shanà (Ano Novo Judaico), Yom Kipur e Sukkot (Festa das Cabanas).

"Por ocasião das solenes recorrências de Rosh Ha-Shanah, Yom Kippur e Sukkot, tenho o prazer de oferecer a senhor e à comunidade judaica de Roma minhas mais  inceras felicitações”,  escreve o Pontífice na mensagem divulgada esta terça-feira, 18, pela comunidade judaica de Roma.

"Faço votos cordialmente que as iminentes festividades, reavivando a memória dos benefícios recebidos do Altíssimo, sejam para as Comunidades judaicas no mundo uma fonte de ulteriores graças e de espiritual consolação".

"Que em sua bondade infinita, fortaleça nossos laços de amizade em todos os lugares e o desejo de favorecer um constante diálogo para o bem de todos. Shalom Alechem ".

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Presidência da CNBB lança mensagem pelo 7 de setembro

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06 de setembro de 2018

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião do Dia da Pátria, a ser celebrado em 7 de Setembro, faz chegar a todos os brasileiros e brasileiras sua mensagem de ânimo e esperança por um Brasil justo, solidário, ético e fraterno.

No documento, assinado pelos três membros que integram a presidência da entidade, os prelados afirmam que apesar do cenário de desencanto, justificável pela má conduta de grande parte dos atores políticos, as eleições trazem a possibilidade e a força de mudar os rumos da nação brasileira. “Longe de nos desanimar, essa realidade nos desafia e nos põe em estado de vigilância”, diz o texto.

 

Leia a íntegra abaixo:

 

A força transformadora de um Povo

O que nós esperamos são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça” (2P 3,13)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, por ocasião do Dia da Pátria, faz chegar a todos os brasileiros e brasileiras sua mensagem de ânimo e esperança por um Brasil justo, solidário, ético e fraterno. A Igreja une sua voz à dos que, em defesa da vida e da dignidade de cada pessoa, denunciam a desigualdade que gera violência e sustenta privilégios, contrariando o Evangelho e a justiça social.

Nossas esperanças se renovam com as eleições que se aproximam. Apesar do cenário de desencanto e desalento, justificável pela má conduta de grande parte dos atores políticos, as eleições trazem a possibilidade e a força de mudar os rumos da nação brasileira. A escolha, através do voto consciente e livre, dos que hão de governar o País é um dos caminhos eficazes para a construção do Brasil que seja para todos. Mais que direito, o voto é um dever. É expressão de cidadania, tradução de nossa corresponsabilidade na busca do bem comum e compromisso de quem crê numa nação igualitária, livre da pobreza, da miséria, da exclusão, da corrupção e capaz de superar a violência.

A fé que caracteriza o povo brasileiro alimenta sua alegria e seu otimismo, sem alienálo da dura realidade nacional, assinalada por uma crise política, econômica, social que, ancorada na falta de ética e na corrupção, se alastra e se prolonga indefinidamente. Suas consequências são sentidas, particularmente, pelos mais pobres, crianças e jovens, idosos, estudantes, pessoas em situação de rua, enfermos, encarcerados, desempregados, trabalhadores e trabalhadoras, aposentados, populações indígenas, afrodescendentes, ribeirinhos e tantos outros que carregam o peso do descompromisso com o bem comum de grande parte das lideranças políticas, muitas delas, inclusive, pleiteando reeleição.

Longe de nos desanimar, essa realidade nos desafia e nos põe em estado de vigilância. “Todos sentimos necessidade de reabilitar a dignidade da política” (Papa Francisco - Bogotá, dezembro 2017). Está em nossas mãos colaborar para que isso aconteça, participando das eleições, que desempenham papel fundamental na sociedade democrática. O Estado Democrático de Direito, a ser fortalecido e defendido sempre mais, não condiz com atitudes como o autoritarismo, o fundamentalismo e a intolerância. Ao contrário, requer a convivência respeitosa entre as pessoas e a efetivação dos direitos fundamentais da população, especialmente dos empobrecidos e fragilizados, com os investimentos necessários na saúde, educação, na segurança pública e na cultura. “A perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, tem aumentado o número dos pobres e dos que vivem em situação de vulnerabilidade” (CNBB, Eleições 2018: Compromisso e Esperança).

Nas eleições de outubro, o eleitor avalie com seriedade cada candidato, cada candidata, suas promessas, sua campanha, as alianças de seu partido e sua atuação política passada. “O bem maior do País, para além das ideologias e interesses particulares, deve conduzir a consciência e o coração tanto de candidatos, quanto de eleitores” (CNBB, Eleições 2018: Compromisso e Esperança). Especial atenção merece a escolha dos senadores e deputados, que constituem o Poder Legislativo. No Congresso Nacional e nas Assembleis Legislativas é que se votam as leis que podem ajudar ou prejudicar o povo. Anular o voto ou votar em branco favorece o pior político, enfraquece a democracia e põe em risco a oportunidade de purificar a política. A cidadania, no entanto, não se esgota no voto. É preciso continuar acompanhando os eleitos, cobrando-lhes o cumprimento de seu dever de servir o povo.

A CNBB exorta a população brasileira “a fazer desse momento difícil uma oportunidade de crescimento, abandonando os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto” (CNBB, Eleições 2018: Compromisso e Esperança). Nesse dia também, em que se realiza o Grito dos Excluídos, lembra às comunidades católicas, a necessidade dos “leigos católicos não permaneçam indiferentes à vida pública, nem fechados nos seus templos” (Papa Francisco - Bogotá, dezembro 2017), mas sejam “sal da terra” e “luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14), conforme o lema deste Ano Nacional do Laicato.

Suplicamos as bênçãos de Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira do Brasil, para que a nossa Pátria seja soberana, justa e fraterna.

Brasília-DF, 07 de setembro de 2018

Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB Dom Murilo
 
Dom Murilo S. R. Krieger SCJ, Arcebispo Primaz de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB
 
Dom Leonardo Ulrich Steiner OFM, Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

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Papa: A busca da verdade é o mais radical antídoto ao vírus da falsidade

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24 de janeiro de 2018

Nesta quarta-feira, 24 de janeiro, festa de São Francisco de Sales, padroeiro da imprensa católica, foi divulgada por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais a mensagem do Papa Francisco aos comunicadores de todo o mundo. O tema é: "A verdade vos tornará livres (Jo 8,32). Fake News e jornalismo de paz".

Numa mensagem articulada em 4 pontos, o Papa Francisco pede aos homens da comunicação que voltem aos fundamentos de sua profissão, ou melhor, à sua “missão”: “ser guardiões das notícias”.

O tema da mensagem é de grande atualidade, no entanto, o Papa recorda que já em 1972 o seu predecessor Paulo VI escolhera para o Dia das Comunicações Sociais o tema da informação “a serviço da verdade”.

Precisamos de um jornalismo que “não queime as notícias”, mas busque sempre a verdade e seja sempre “comprometido a indicar soluções alternativas às “escalation” do clamor e da violência verbal”.

 

A desinformação desacredita as pessoas e fomenta conflitos

Na primeira parte da Mensagem, o Papa analisa o fenômeno das “fake news”. As falsas notícias, observa, visam “enganar e até mesmo manipular o destinatário”. Observa que às vezes sua difusão visa “influenciar as escolhas políticas e favorecer os lucros económicos”. Hoje em dia, sua difusão “pode contar com um uso manipulador das redes sociais” que tornam “virais” as notícias falsas.

O drama da desinformação, adverte Francesco, é “o descrédito do outro, a sua representação como inimigo” que pode até mesmo “fomentar conflitos”. Francisco destaca que muitas vezes afunda suas raízes “na sede de poder” que “se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração”.

 

Fake news baseiam-se na “lógica da serpente”, nunca são inofensivas

Todos, exorta a Mensagem, somos chamados a contrastar essas falsidades e chamar a atenção para as “iniciativas educativas” que ajudam a “não ser divulgadores inconscientes de desinformação, mas atores do seu desvendamento”. E aqui o Papa, voltando ao Livro do Gênesis, observa que, na base das notícias falas, há a “lógica da serpente” que, de alguma forma, tornou-se “artífice da primeira fake news”.

O tentador, lê-se na Mensagem, “assume uma aparência credível” e concentra-se "na sedução que abre caminho no coração do homem com argumentos falsos e sedutores”. Precisamente como as notícias falsas. Este episódio bíblico mostra que “nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiar-se daquilo que é falso produz consequências nefastas”, já que também “uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos”.

 

A busca da verdade é o mais radical antídoto ao vírus da falsidade

“Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras – escreve Francisco citando Dostoevskij, autor que muito aprecia - chega ao ponto de já não poder distinguir a verdade”. E precisamente a verdade, sublinha a Mensagem, é o antídoto mais radical ao “vírus da falsidade”.

Portanto, ampliando o horizonte, o Papa enfatiza que a “libertação da falsidade e a busca do relacionamento” são os “dois ingredientes que não podem faltar, para que as nossas palavras e os nossos gestos sejam verdadeiros, autênticos e fiáveis”.

 

O jornalista seja “guardião das notícias”, vencendo a lógica do scoop

As pessoas e não as estratégias, sublinha o Papa, são o melhor “antídoto contra falsidades”. As pessoas, acrescenta, que “livres da ambição, estão prontas a ouvir e, através da fadiga dum diálogo sincero, deixam emergir a verdade”. Evidencia assim a responsabilidade dos jornalistas ao informar.

O jornalista, observa a Mensagem, é o “guardião das notícias” e tem a tarefa, “no frenesi das notícias e na voragem dos “scoop”, de lembrar que, no centro da notícia, não estão a velocidade em comunicá-la nem o impacto sobre a “audience”, mas as pessoas”.

 

Promover um jornalismo de paz que cria comunhão

A Mensagem de Francisco termina com um forte apelo para um “jornalismo da paz”. Não se trata, adverte, de um "jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves”, mas de um jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a “slogans” sensacionais e a declarações bombásticas”. Serve, escreve o Papa, um jornalismo “feito por pessoas para as pessoas, um jornalismo como “serviço”, que dê voz a quem não tem voz.

O documento se conclui com uma oração inspirada em São Francisco. Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão, é a invocação do Papa, “onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade; e onde houver falsidade, fazei que levemos verdade”.

 

(Alessandro Gisotti e Silvonei José - Vatican News)

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