Em marcha, população reafirma defesa da vida da mulher e do nascituro

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25 de setembro de 2019

Uma “onda celeste em defesa da vida”. Assim foi definida mais uma edição da “Marcha pela Vida”, realizada no domingo, 22, em São Paulo. 


A manifestação pacífica organizada por diversos grupos da sociedade civil partiu da Avenida Paulista e seguiu pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio até o pátio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no Ibirapuera, para reafirmar o “não” às tentativas de legalização do aborto no País.

 
Eram famílias com crianças, jovens, adultos, religiosos, seminaristas, padres e membros de outras confissões religiosas e organizações da sociedade, com lenços azuis no pescoço, balões, faixas e bandeiras, que não se intimidaram com a garoa e a baixa temperatura da capital paulista. 


Ao longo do trajeto, ouviam-se orações, cantos e gritos como “Sou brasileiro, sou contra o aborto, sou pelo amor!” e “Salvemos as duas vidas”, fazendo referência à defesa da vida da mulher gestante e do bebê em seu ventre. 

INICIATIVA INTERNACIONAL


O movimento nasceu inspirado nas iniciativas realizadas em outros países, como a Argentina, onde, em agosto de 2018, foi rejeitado pelo Senado o projeto de lei que liberaria o aborto até a 14ª semana de gestação.


No Brasil, o ato foi motivado pela discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 422/2017, que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. 

ATIVISMO JUDICIAL


A advogada Angela Vidal Gandra da Silva Martins, Secretária Nacional da Família, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, é uma das apoiadoras da Marcha. Em entrevista ao O SÃO PAULO, ela explicou que a manifestação tem o objetivo de demonstrar o quanto o povo brasileiro é a favor da vida, “ainda que a mídia tente mostrar para a opinião pública o contrário”. 


“O brasileiro é pró-vida e é contra o aborto, quer defender a vida em toda as circunstâncias”, ressaltou. 


Referindo-se à ADPF em discussão no Supremo, a jurista alertou para o perigo do chamado “ativismo judicial”, que busca colocar em debate um assunto que é de competência do Poder Legislativo. 


“A inviolabilidade da vida humana é um conceito absoluto. Particularmente, penso que este não é um assunto sujeito a debate, pois se trata do primeiro direito fundamental do ser humano e, por isso, deve ser protegido. Agora, se chegamos ao ponto de querer debatê-lo, não é no Judiciário que isso deve acontecer”, afirmou Angela, que também é doutora em Filosofia do Direito, pesquisadora de Antropologia Jurídica e membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp).


A doutora enfatizou que não se trata de uma marcha contra o Judiciário ou contra alguém especificamente. “É uma afirmação pelo valor da vida que deve ser prestigiada sempre dentro de cada coração brasileiro”, completou. 

APOIO ÀS MULHERES


Rose Santiago, Presidente do Centro de Reestruturação para a Vida (Cervi), também estava na organização da Marcha. A entidade que ela administra tem como missão dar apoio a mulheres que enfrentam uma gravidez inesperada, vítimas de abuso ou violência ou que tenham passado pela experiência do aborto. 


“Quando dizemos que queremos salvar as duas vidas, significa que queremos dar amparo e proteção não só para aquela vida indefesa que ainda não nasceu, mas para as mulheres e suas famílias, que, muitas vezes, se sentem sozinhas diante do fato de estarem grávidas. O acolhimento faz toda a diferença”, enfatizou Rose.

A coordenadora da Rede Nacional em Defesa da Vida, Maria José da Silva, mais conhecida como Zezé Luz, ressaltou que a “Marcha pela Vida” é uma manifestação da cidadania daqueles que não podem se calar diante da iminente ameaça à vida das mulheres e do nascituro. “Somos um movimento apartidário, supra religioso. Nós somos cidadãos e nossa voz precisa ser ouvida”, disse.

MOVIMENTO POPULAR


O jovem Eric Lopes ajudou na organização da “Marcha pela Vida” e a definiu como um “movimento orgânico”, que surgiu da própria população, “de baixo para cima”. “O objetivo da marcha é mostrar para os poderes públicos que o Brasil é contra o aborto, e é a favor das duas vidas, tanto da mãe quanto do bebê. Esse é o nosso objetivo”, reforçou, citando a participação de movimentos, novas comunidades, pastorais e outros grupos na iniciativa. 


O casal Bráulio e Simone Madeira, da Pastoral Familiar da Região Episcopal Sé, já participou de várias Marchas pela Vida. 


“Esta é a festa da vida! Esse nosso grito aqui vai fazer com que as pessoas tomem consciência desse grande problema que muitas mulheres enfrentam. Estamos aqui para dizer a elas que não estão sozinhas”, disse Simone. “Nós, católicos, devemos realmente vir à rua lutar pelas duas vidas”, completou o esposo. 

(Colaborou Flavio Rogerio Lopes) 


 

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Mais de 100 mil marcham em favor da vida e da família

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26 de junho de 2019

No sábado, 22, na cidade de Guayaquil, mais de 100 mil pessoas se manifestaram em defesa da vida, da família e da Constituição. O lema da manifestação – “Respeito à Constituição, à família e à vida” – faz referência à decisão da Suprema Corte do País, que reconheceu as uniões entre pessoas do mesmo sexo, em 12 de junho.


Outras pautas das manifestações foram a rejeição às tentativas de legalizar o aborto, o uso da maconha e a mudança de sexo de menores sem consentimentos dos pais. A marcha foi organizada por diversos grupos a favor da vida e da família.


Os organizadores divulgaram comunicado e assinalaram que “nos últimos dias, a Corte Constitucional mediante a sentença nº 11-18-CN/19, aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Equador, violando o artigo 67 da Constituição, que diz: ‘O casamento é a união entre homem e mulher, com base no livre consentimento das pessoas contraentes e na igualdade de seus direitos, obrigações e capacidade jurídica’”.


Em relação ao direito à vida, o comunicado adverte que “está sendo realizado o segundo e último debate sobre a reforma do Código Orgânico Integral Penal (COIP), em que se busca a legalização do aborto em cinco causas (exceções): incesto, estupro, inseminação não consentida, malformação congênita e abuso. Além disso, nele se estabelece o limite para terminar a gravidez até o terceiro mês de gestação, ou seja, assassinar o bebê até a 14ª semana dentro do ventre materno”.


Denunciaram-se, também, as mudanças legislativas que permitirão a chamada “barriga de aluguel” e a mudança de sexo de menores sem o consentimento dos pais. Outro perigo é a mudança legislativa no Código da Criança e do Adolescente, que permitirá a adoção de crianças por pessoas em uniões homossexuais. 


Uma nova marcha será realizada em Quito, capital do País, no sábado, 29.
 

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Milhares vão às ruas de São Paulo para dizer ‘sim’ à vida

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09 de outubro de 2018

Na tarde do domingo, 30 de setembro, milhares de pessoas começaram a se concentrar diante da Paróquia Imaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, próxima à Avenida Paulista. Eram famílias com crianças, jovens, adultos, religiosos e religiosas, seminaristas, padres e membros de outras confissões religiosas e organizações da sociedade, com lenços azuis no pescoço, faixas e bandeiras. 

Às 16h, o grupo iniciou uma caminhada em direção à Praça da Sé. Nesse mesmo instante, caiu uma forte tempestade que os acompanhou por praticamente todo o percurso. Mas nem isso dispersou as pessoas que entoavam frases como: “Vida sim, aborto não!” e “Salvemos as duas vidas!”, em alusão à defesa da vida tanto da mulher quanto da criança gerada em seu ventre. 

Segundo os organizadores, a Marcha pela Vida reuniu aproximadamente 15 mil pessoas. A iniciativa faz parte da chamada “onda celeste latino-americana” frente às tentativas de legalização do aborto em diversos países do continente. No Brasil, a manifestação foi motivada pela discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 422/2017, que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. 

Ao passar em frente ao Hospital Pérola Byngton, Centro de Referência da Saúde da Mulher, os manifestantes caminharam em silêncio e soltaram balões azuis, em memória das muitas vítimas do aborto. 

Na Praça da Sé, diante da Catedral Metropolitana de São Paulo, foi colocado uma representação inflável de um feto no ventre materno com uma luz no seu interior que piscava, indicando as batidas de seu coração. De acordo com os organizadores, esse símbolo irá percorrer todo o País em futuras manifestações em favor da vida.

 

EXERCÍCIO DE CIDADANIA

O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, participou do encerramento do evento. Ele enfatizou que a Marcha foi realizada no contexto da Semana Nacional da Vida, que, neste ano, coincidiu com a semana que antecede as eleições, que acontecem no domingo, 7. “Esta manifestação quer ser também um recado para todos os políticos, candidatos e governantes que o dia 8 é Dia do Nascituro, daquele que ainda está por nascer, mas já é gente. Nós queremos defender o seu direito de viver, o primeiro de todos os direitos”.

Para Sumaya Zogbi, uma das organizadoras da Marcha, a adesão das pessoas à manifestação foi a prova da necessidade de defender a vida. “Houve uma grande conscientização que uniu os cristãos e todas as pessoas de bem envolvidas nessa causa de defesa da vida desde a sua concepção, como prevê a nossa Constituição. Nós lutamos para que o direito à vida não seja adulterado. Uma criança no ventre necessita de cuidado e proteção da mãe e de todos os que estão a sua volta. Essa é uma questão de cidadania”, afirmou, acrescentando que, assim como o nascituro, a vida da mãe é importante e necessita de proteção. “Uma mulher em crise, que passa por uma situação de gestação que não esperava, também precisa de apoio e proteção. Qualquer atitude momentânea pode trazer consequências para o resto da vida dessa mulher”, afirmou.

Ainda segundo Sumaya, o perfil do público que aderiu à Marcha comprova que a manifestação não teve caráter 
político partidário, e, sim, foi um exercício de cidadania. “Qualquer pessoa com consciência sabe que o valor da vida tem de ser defendido”.

 

TESTEMUNHOS

Um grupo de fiéis da Paróquia Nossa Senhora da Candelária, em São Caetano do Sul (SP), na Diocese de Santo André, também aderiu à proposta. Eles promovem há três anos a iniciativa Jogo pela Vida, que, por meio de partidas de futebol, conscientiza as pessoas sobre a importância de se defender a vida humana em qualquer situação. Como gesto concreto, o grupo arrecada fraldas para serem doadas para gestantes carentes. “Por meio do futebol, conseguimos não só promover uma vida saudável, como também chamar a atenção de pessoas que nem sempre vão à Igreja sobre o valor da vida”, explicou Anderson Ferre, coordenador do projeto. 

Um grupo de 30 ciclistas da Paróquia Rainha da Paz, na Diocese de Santo Amaro, participou da marcha mesmo debaixo da chuva. “Nós temos que conscientizar as pessoas que quando nos posicionamos contrários ao aborto, nós estamos defendendo também a vida da mulher”, disse a ciclista Jeanine Castilho de Freitas Rossi. 

No final da Marcha, foi lido um manifesto amplamente divulgado nas mídias sociais, no qual se enfatizava que “a vida está acima de quaisquer bens econômicos e constitui-se no primeiro direito a ser preservado por leis sábias e políticas públicas de governo, por iniciativas sociais, culturais ou econômicas”. 

“Quando o direito à vida é negado, ou não é devidamente valorizado, todos os demais direitos deixam de existir ou ficam expostos a riscos e inseguranças”, destaca o manifesto (leia o na íntegra aqui). 

 

LEIA TAMBÉM: O que você precisa saber sobre o aborto

 

 

 

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Marcha pela Vida acontecerá no dia 30

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28 de setembro de 2018

A Marcha pela Vida, em São Paulo, no domingo 30, sofreu alteração de horário e de itinerário, para que não coincida com manifestações políticas que acontecerão na cidade no mesmo dia. 

Antes prevista para começar na Avenida Paulista, agora a Marcha terá início na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em frente à Igreja Imaculada Conceição (dos Capuchinhos), às 16h, nas proximidades do Metrô Brigadeiro. Em seguida, a Marcha seguirá por esta avenida até a Praça da Sé, onde haverá o ato final. 

A Marcha pela Vida não terá caráter partidário nem religioso, e visa reforçar a defesa da vida do nascituro e da mãe, diante de projetos que tentam descriminalizar a prática do aborto do Brasil. A Marcha conta com o apoio da Arquidiocese de São Paulo.
 

 

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Em defesa da vida da mulher e do nascituro

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25 de setembro de 2018

O dia 30 de setembro é a data marcada para a realização da chamada “onda celeste latino-americana” pela vida. A iniciativa popular reúne diversas organizações da sociedade para uma manifestação silenciosa da Avenida Paulista, em frente à Paróquia Imaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 2071, até a Praça da Sé, a partir das 16h, em defesa da vida e contra as tentativas de legalizar o aborto no Brasil e em outros países do continente.

O movimento nasceu inspirado nas iniciativas realizadas em outros países, como a Argentina, onde, no dia 9 de agosto, foi rejeitado pelo Senado o projeto de lei que liberaria o aborto até a 14ª semana de gestação. Em São Paulo, no dia 14 do mesmo mês, também aconteceu uma caminhada silenciosa entre a Praça Adolfo Bloch e a Praça da Paz, contra a discussão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 422/2017, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

Na sexta-feira, 14, o novo presidente do STF, Dias Toffoli, e o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), concordaram que o assunto da descriminalização do aborto será discutido no Parlamento a ser eleito em outubro.

 

APOIO DA ARQUIDIOCESE

Em carta enviada a toda a Arquidiocese de São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, manifestou apoio à Marcha pela Vida e ressaltou que a iniciativa é “‘em favor das duas vidas’ – da mãe e do filho que ela gera”.

“O direito à vida do ser humano, ainda em fase de gestação, é defendido claramente pela Igreja, que também defende a dignidade e a vida da mulher gestante”, afirmou Dom Odilo na carta, ressaltando que políticas de saúde adequadas podem oferecer segurança e amparo à mulher nas situações de “gravidez de alto risco”, sem o recurso ao aborto como solução.

O Arcebispo incentivou as organizações eclesiais a participarem da Marcha e enfatizou que a manifestação não terá caráter partidário nem propriamente religioso, “e quer contar com o apoio e a participação de todas as pessoas que tenham essa mesma convicção de respeito, valorização e defesa ‘das duas vidas’”.

 

DIREITO À VIDA É FUNDAMENTAL

A advogada Angela Vidal Gandra da Silva Martins, doutora em Filosofia do Direito e pesquisadora de Antropologia Jurídica, e membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), é uma das apoiadoras da Marcha. Em entrevista ao O SÃO PAULO, ela considerou a ADPF apresentada pelo PSOL como “oportunismo político” a fim de deslocar o debate sobre o aborto das casas legislativas para o Judiciário.

“A inviolabilidade da vida humana é um conceito absoluto. Particularmente, penso que este não é um assunto sujeito a debate, pois se trata do primeiro direito fundamental do ser humano e, por isso, deve ser protegido. Agora, se chegamos ao ponto de querer debatê-lo, não é no Judiciário que isso deve acontecer”, afirmou a Jurista.

Angela Martins esclareceu, ainda, que não existe um suposto “direito constitucional ao aborto”, pois esse assunto foi amplamente debatido durante a elaboração da Constituição de 1988. Por isso, não pode haver um descumprimento constitucional, como foi alegado na discussão levada ao STF. “Não há nenhuma abertura mínima ao aborto como direito, com exceção do Código Penal que despenaliza a prática em duas situações concretas [quando a gravidez é resultante de um estupro e se não há outro meio de salvar a vida da gestante], mas não o descriminaliza”, enfatizou.

Angela Martins esclareceu, ainda, que não existe um suposto “direito constitucional ao aborto”, pois esse assunto foi amplamente debatido durante a elaboração da Constituição de 1988. Por isso, não pode haver um descumprimento constitucional, como foi alegado na discussão levada ao STF. “Não há nenhuma abertura mínima ao aborto como direito, com exceção do Código Penal que despenaliza a prática em duas situações concretas [quando a gravidez é resultante de um estupro e se não há outro meio de salvar a vida da gestante], mas não o descriminaliza”, enfatizou.

 

MÉDICOS PELA VIDA

Um dos grupos que aderiram à manifestação do dia 30 é o movimento Médicos pela Vida, que reúne profissionais de diversas especialidades da Medicina, com posicionamento contrário ao aborto. A primeira iniciativa do grupo foi a elaboração de um vídeo que circulou pelas redes sociais, em que 80 profissionais manifestam seu posicionamento em favor da vida, a partir do juramento de Hipócrates, datado de 500 anos antes de Cristo, feito tradicionalmente pelos médicos no momento da formatura, que, em um dos trechos, diz: “A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza à perda. Do mesmo modo, não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva”. Após a divulgação do vídeo, outros médicos aderiram ao movimento por meio das redes sociais.

Membro do movimento Médicos pela Vida, o psiquiatra Ricardo Toniolo explicou à reportagem que aborto induzido nunca é uma solução saudável para a mãe. Ele chamou a atenção para uma realidade que não costuma ser levada em conta no debate sobre a legalização do aborto por parte dos grupos favoráveis à prática: a chamada síndrome pós-aborto. “Além das inúmeras consequências físicas para a saúde da mulher, há diversas consequências psicológicas, que, muitas vezes, causam transtornos mentais crônicos, ou seja, para o resto da vida das mulheres que fizeram o aborto”, enfatizou Ricardo Toniolo, reforçando que não existe aborto seguro. “As consequências são gravíssimas, ainda mais porque a mulher que toma decisão está insegura e, muitas vezes, é aconselhada de uma maneira que agride a sua própria consciência. Portanto, do ponto de vista psicológico, a decisão pelo aborto nunca é pela saúde”.

Diante desses riscos, o Psiquiatra salientou que uma real preocupação com a saúde da mulher se daria por meio de serviços de apoio, aconselhamento psicológico e social às mulheres em situações de gravidez indesejada, para que não busquem o recurso do aborto. Ele também alertou para o risco de a legalização do aborto acabar expondo mais mulheres a sofrerem as consequências psicológicas desse procedimento. “A legalização do aborto é uma solução paliativa e mentirosa”, afirmou.

Ricardo Toniolo destacou que é preciso informar adequadamente e ajudar a população a desenvolver um pensamento crítico bem fundamentado a respeito do tema, para que as pessoas não sejam enganadas por aquilo que ele chamou de “jogos linguísticos” ou “brincadeiras semânticas” que são feitos pelo movimento pró-aborto, e que confundem a opinião pública, como, por exemplo, a expressão “saúde reprodutiva da mulher”, usada em muitos discursos e até em programas de governo de candidatos às eleições do Legislativo e do Executivo. “Tenta-se equivaler a prática do aborto a um suposto direito reprodutivo da mulher, quando é óbvio que a criança gerada não faz parte do corpo da mãe. Usam-se, portanto, palavras que, no inconsciente das pessoas, estão ligadas a bons significados, mas que, na verdade, estão significando outra coisa”, explicou.

 

 

OBJETIVOS DA MARCHA PELA VIDA

Pressionar os poderes públicos a respeitarem a vida desde a fecundação;

• Promover a divulgação das associações que oferecem orientação e apoio às gestantes em crise;

• Conscientizar a população sobre a importância de se votar em políticos e partidos pró-vida, especialmente para o Legislativo;

• Oferecer argumentos reais aos 14% dos brasileiros que são a favor do aborto ou sua descriminalização, mostrando que esse “procedimento” é um atentado contra a humanidade;

• Pedir o arquivamento da ADPF 442/2017, que quer legalizar o aborto até a 12ª semana do nascituro;

• Pedir a aprovação do PL (projeto de lei) 4754/2016, para coibir o ativismo judicial e impedir que o Poder Judiciário usurpe o Poder Legislativo;

• Não permitir que a Marcha seja utilizada como ferramenta eleitoral.

 

 

 

 

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Em São Paulo, marcha em defesa da vida do nascituro

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22 de agosto de 2018

Na Argentina, o Senado derrubou, na madrugada do dia 9, o projeto de lei que permitiria a interrupção da gravidez apenas pela vontade da mulher até a 14ª semana de gestação. Depois de uma sessão que durou 17 horas e causou muita expectativa, com o Congresso rodeado de pessoas que acompanharam a votação, os senadores votaram contra a lei do aborto que já havia sido aprovada pela Câmara de Deputados. 

No Brasil, a audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) começou no dia 3, e continuou na segunda-feira, 6, dia em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi representada por Dom Ricardo Hoepers e pelo Padre José Eduardo de Oliveira e Silva.  

Em São Paulo, aconteceu uma Marcha pela Vida, na terça-feira, 14, às 20h. A caminhada silenciosa começou na Avenida Brasil esquina com a Rua Colômbia e terminou na Praça da Paz, no Parque Ibirapuera. Organizada pelos paroquianos da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, agregou cerca de 2 mil participantes de diferentes paróquias, movimentos e religiões.

“Uma caminhada silenciosa pela vida, na esperança de um Brasil mais humano” era a inscrição da faixa que foi carregada durante a caminhada. Os manifestantes pró-vida cantaram o hino do Brasil com velas acesas nas mãos e anunciaram que esta será a primeira de outras caminhadas que acontecerão com objetivo de defender a vida “daqueles que são mais indefesos, os bebês no ventre materno”.

 

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Dom Ricardo Hoepers, Bispo de Rio Grande (RS) e Padre José Eduardo de Oliveira, da Diocese de Osasco (SP), participaram da audiência pública e representaram a CNBB na audiência pública no STF sobre a Arguição de Preceito Fundamental (ADPF) 442, a qual propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. 

No início da sua fala, Dom Ricardo fez três perguntas para reiterar a posição da CNBB em defesa da vida humana: “Onde está o fundamentalismo religioso em aderir aos dados da ciência que comprovam o início da vida desde a concepção?”; “Onde está o fanatismo religioso em acreditar que todo atentado contra a vida humana é crime?” e “Onde está o fundamentalismo religioso em dizer que queremos políticas públicas que atendam saúde das mães e os filhos?” 

O Bispo continuou falando sobre a questão da presença do bebê e do direito desta criança de nascer. “O problema que ninguém quer nominar esse inocente. Ele foi apagado, deletado dos nossos discursos para justificar esse intento em nome da autonomia e liberdade da mulher. Mas a criança em desenvolvimento na 12º semana é uma pessoa, uma existência, um indivíduo real, único e irrepetível e, provavelmente, neste momento, a mãe já escolheu um nome para seu filho”, continuou Dom Ricardo.

Entre as alternativas propostas, o Bispo salientou que é urgente combater as causas do aborto. “Com a implementação e o aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil, e isto não é matéria para ser discutida nesta Suprema Corte e, sim, no Legislativo”, disse. 

Ele apresentou projetos sociais alternativos para ajudar as mães a gerar e cuidarem de seus filhos. Entre esses centros de ajuda à mulher, Dom Ricardo citou: Casa Pró-vida Mãe Imaculada, em Curitiba (PR), Casa Luz, em Fortaleza (CE), Casa mater Rainha da Paz, Canoinhas (SC), Associação Guadalupe, em São José dos Campos (SP), Casa da Gestante Pró-Vida São Frei Galvão, em Nilópolis (RJ), Pró-Vida de Anápolis(GO) e Comunidade Santos Inocentes, em Brasília (DF). 

Depois de participar de audiência pública no Supremo Tribunal Federal sobre a descriminalização do aborto e apontar o ativismo judicial, Padre José Eduardo denunciou que sua fala foi cortada em vídeo publicado no canal oficial da instituição, o qual foi retirado do ar em seguida.

“Para minha surpresa, eles simplesmente cortaram a parte final do meu discurso, justamente aquela em que eu começava falando sobre a Romênia, que foi muito citada na audiência e é apresentada como exemplo de diminuição do número de aborto após a aprovação e eu mostrava que, muito pelo contrário, o aborto na Romênia é nove vezes maior do que no Brasil”, explicou o Padre. 

Padre José Eduardo salientou que, “mostrando esses números, chegava à conclusão de que, exatamente ao contrário do que tinha sido sustentado na audiência de sexta-feira, quando se legaliza o aborto, o número de abortos aumenta”.

 

SEMANA DA FAMÍLIA

No sábado, 11, a Arquidiocese de São Paulo realizou a abertura da Semana da Família, que acontece em todo o Brasil. Entre os temas principais está a defesa da vida e da família. Em uma das faixas levadas durante a procissão que foi do Pateo do Collegio até a Catedral da Sé, lia-se “A Democracia e a Vida dos Nascituros em risco, aborto não”.

(Com informações da CNBB e ACI/digital)
 

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