Papa Francisco manifesta preocupação com tensão no Oriente Médio
O Papa Francisco e toda a Igreja Católica acompanham com preocupação a situação de tensão e conflitos no Iraque, depois do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, em um ataque dos Estados Unidos, em Bagdá, na quinta-feira, 2.
No sábado, 4, por meio de sua conta oficial no Twitter, o Pontifice manifestou: “Devemos acreditar que o outro tem a nossa mesma necessidade de paz. Não se obtém a paz se não se espera por ela. Peçamos ao Senhor o dom da paz!”.
Durante a oração do Angelus deste domingo, 5, o Santo Padre voltou a expressar sua preocupação com o clima de tensão em várias partes do mundo e voltou a invocar a paz. “Em tantas partes do mundo se sente um terrível ar de tensão. A guerra traz apenas morte e destruição. Convido todas as partes a manterem acesa a chama do diálogo e do autocontrole e a evitarem a sombra da inimizade. Rezemos em silêncio para que o Senhor nos dê esta graça”.
CAMPO DE BATALHA
O Patriarca da Igreja Católica Caldeia, Dom Louis Raphael Sako, afirmou que os iraquianos ainda estão chocados com o que aconteceu na semana passada e temem que o país se torne um “campo de batalha”, em vez de ser “uma nação soberana capaz de proteger seus cidadãos e suas riquezas”.
O Patriarca, pediu, ainda, que seja realizado “um encontro em que todas as partes envolvidas se sentem em torno de uma mesa para um diálogo sensato e civilizado que poupará consequências inesperadas para o Iraque”.
“Nós imploramos a Deus Todo-Poderoso que garanta ao Iraque e à região uma "vida normal, pacífica, estável e segura, à qual aspiramos”, concluiu Sako, em mensagem publicada no site oficial do Patriarcado.
CONFLITO
O funeral do general Soleimani, realizado em Bagdá, no sábado, teve a presença de dezenas de milhares de pessoas, que gritavam slogans contra os Estados Unidos. O Irã ameaça vingança. Mísseis e morteiros foram lançados na área verde de Bagdá, onde se encontra a embaixada norte-americana, e contra uma base militar mais ao norte, onde estão destacados soldados dos Estados Unidos, sem causar vítimas.
O Irã pede a evacuação das bases militares dos Estados Unido na região, prometendo vingança se isso não ocorrer e afirmando que já identificou 35 alvos a serem atingidos. Não seriam descartados ataques no Estreito de Hormuz, por meio do qual passa cerca de 20% do tráfego mundial de petróleo por mar.
O presidente norte-americano, Donald Trump, por sua vez, declarou que no caso de um ataque iraniano, os Estados Unidos estão prontos para a ação contra 52 locais importantes para a cultura iraniana, número igual ao dos reféns norte-americanos sequestrados por Teerã em 1979. No twitter, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Zarif, escreveu que “atingir locais culturais seria um crime de guerra”.
PREOCUPAÇÃO INTERNACIONAL
Líderes mundiais manifestaram preocupação com a tenção entre Estados Unidos e Irã. O presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu, no sábado, com o presidente do Iraque, Barham Salih e afirmou ter conversado com outros líderes mundiais.
“A escalada de tensões no Oriente Médio não é inevitável. A França tem duas prioridades que eu compartilho com todos os líderes envolvidos com os quais entro em contato: a soberania e segurança do Iraque, bem como a estabilidade da região; a luta contra o ISIS e o terrorismo. Nada deve nos distrair desses objetivos”, escreveu Macron no Twitter.
MANTER A CALMA
O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, afirmou que o Reino Unido sempre reconheceu a ameaça agressiva da força iraniana Al-Qods liderada por Qassem Soleimani. “Após sua morte, pedimos a todas as partes que diminuam a escala. Outro conflito não é de forma alguma do nosso interesse”, declarou.
A China, por meio disse um porta-voz da diplomacia, Geng Shuang, expressou sua “preocupação” a todas as partes envolvidas, principalmente aos Estados Unidos, pedindo que “mantenham a calma e exercitem autocontrole para evitar novas tensões”.
Para o presidente russo, Vladimir Putin, o assassinato ameaça “seriamente agravar a situação” no Oriente Médio.
LUTA CONTRA O TERRORISMO
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chegou a dizer que o governo não se manifestaria sobre o assunto por não ter o “poderio bélico” dos Estados Unidos. Depois, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota na qual afirmou que apoia a “luta contra o flagelo do terrorismo”.
“Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, diz nota divulgada pelo Itamaraty, na sexta, 3.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, estimou que “o mundo não pode permitir uma nova guerra no Golfo”, e apelou “aos líderes a fazerem prova de máxima contenção” neste momento de tensões.
UNIÃO EUROPEIA
O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, expressou “profunda preocupação com o aumento dos confrontos no Iraque” e exortou à moderação para evitar uma nova escalada de violência.
Borrell convidou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, para ir a Bruxelas. Entretanto, continuam as acusações recíprocas entre Washington e Teerã.
(Com informações de Vatican News, Asia News e G1)
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Violento protesto contra falta de recursos básicos
Em Baçorá, um violento protesto contra a corrupção e a falta de recursos básicos tem provocado o incêndio e a destruição de prédios públicos. Enquanto a temperatura ultrapassa frequentemente os 48 graus, a poluição da água já adoeceu milhares de moradores locais nas últimas semanas; os hospitais estiveram tão cheios que muitos pacientes ficaram deitados no chão esperando um atendimento, que nunca veio. A cidade também tem sofrido com a falta de eletricidade: nos últimos meses, a interrupção do fornecimento de energia elétrica tem se repetido frequentemente.
A falta de água limpa e os cortes de energia elétrica não são tudo; os manifestantes também protestaram contra a corrupção do governo e a interferência iraniana nos assuntos do Iraque. Além de diversos prédios do governo, os manifestantes também incendiaram o consulado iraniano; os funcionários puderam fugir antes do ataque. O principal porto da região foi forçado a fechar.
O governo respondeu ao protesto com violência: pelo menos 12 manifestantes foram mortos e dezenas ficaram feridos. Um toque de recolher foi decretado e vigorou entre 16h e 23h do sábado, 8.
O Arcebispo caldeu de Bassora, Dom Habib al Naufali, pediu que o governo se atenha a critérios morais na execução de seus deveres, considerando a situação de extrema injustiça que motivou a revolta. O Arcebispo também convocou os fiéis a rezar pelos manifestantes mortos e pelas pessoas privadas de seus direitos mais fundamentais.
Fontes: Fides/ Iraqi News/ BBC/ VoxComente
Assentamentos suspendidos pelo bem do equilíbrio demográfico
O conselho da Província de Nínive decidiu suspender o assentamento de 450 famílias muçulmanas sunitas na região, pedindo que elas sejam assentadas ao sul e a leste de Mossul. O objetivo é impedir ou ao menos atenuar a transformação do equilíbrio demográfico na Planície de Nínive, uma região tradicionalmente habitada por comunidades cristãs iraquianas e outras minorias religiosas, como os yazidis e os shabaks.
O retorno das famílias cristãs, que tiveram que abandonar a Planície por causa da ocupação do grupo Estado Islâmico, tem sido longo e difícil. A região está localizada em um ponto estratégico do Iraque e poderia ter um papel na formação de um estado curdo independente, projeto que a Turquia não aceita.
Fonte: Fides
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Casal iraquiano assumirá a direção do primeiro hospital católico
Após a derrota do grupo Estado Islâmico no Iraque, Dom Bashar Warda, Arcebispo Caldeu de Erbil, pediu a um casal iraquiano – Saveen Oghana e Ban Isaqi – que assumisse a administração do primeiro hospital católico pós-guerra, que atenderá, entre outros, as vítimas do conflito com o grupo terrorista. Os dois trabalham na área de saúde, como médico e dentista, e fazem mestrado em Administração de Saúde na Austrália.
“Pelo que sabemos, será o primeiro hospital católico na região do Curdistão e, provavelmente, será o único hospital católico em todo o Iraque, não o primeiro, mas sim o único”, disse Saveen à Chaldean View .
O novo hospital está sendo construído no bairro cristão de Ankawa, em Erbil, no Norte do Iraque e será chamado Shlama, que quer dizer “paz”.
Fontes: ACI/ Chaldean View