Uma ‘Manobra do Bem’ para a transformação social por meio do skate

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16 de outubro de 2019

Na cidade de Poá, no extremo leste da Região Metropolitana de São Paulo, uma quadra esportiva que tempos atrás era ocupada pela criminalidade, atualmente acolhe a Associação Social Skate. Por meio do projeto esportivo e cultural “Manobra do Bem”, a associação atende 150 crianças e adolescentes – entre meninos e meninas de 6 e 18 anos – em situação de vulnerabilidade social, e tem como proposta a inclusão pelo esporte e pela educação.

AÇÃO TRANSFORMADORA
A organização não governamental foi fundada por Sandro Soares, conhecido como ‘Testinha’, ex-atleta profissional de skate, e Leila Vieira, sua esposa, que é pedagoga e educadora no projeto. Entre os anos de 2000 e 2010, ambos conduziam um projeto educacional que levava o skate para dentro da Fundação Casa, mas após o encerramento da iniciativa por parte do governo, o casal decidiu levar o projeto para a rua do bairro onde moram.


Segundo Sandro, a experiência com os internos da Fundação Casa foi sua grande faculdade de vida: “Durante dez anos, fui professor na atual Fundação Casa, e, após o término do projeto, decidi criar a Social Skate e continuar a missão de levar a crianças e adolescentes, principalmente da periferia, atividades que eles acabam não tendo acesso devido ao descaso do poder público”, disse Testinha ao O SÃO PAULO.


O projeto foi iniciado em uma rua do bairro de Calmon Viana, em Poá, mas, devido às obras do trecho leste do Rodoanel e a retirada do asfalto do local, eles precisaram encontrar outro espaço para montagem da pista. Foi dessa forma que a iniciativa mudou para uma quadra esportiva na Rua Rosa, 439, um espaço público que, na época, estava ocupado pela criminalidade. Com o apoio da comunidade, o projeto conseguiu recuperar o local e adequá-lo para a prática do skate. 

ATIVIDADES
O projeto conta com doações via Lei Paulista de Incentivo ao Esporte e com eventuais doações de skatistas famosos, marcas e apoiadores, para acolher as 150 crianças e adolescentes que vão ao local em contraturno escolar e recebem skates, materiais de proteção e um lanche diário, além das diversas outras atividades culturais e educacionais. 


“O projeto ‘Manobra do Bem’ acredita que a atividade esportiva pode ser complementada por uma atividade cultural. Durante meio período, elas fazem uma atividade esportiva por meio do skate ou futebol, vôlei e basquete. No outro perío-do, eles fazem atividade cultural como teatro, circo e balé”, destacou Sandro.


O acompanhamento pedagógico também é realizado por Leila Vieira, esposa de Testinha, que oferece um reforço escolar para os alunos com maior dificuldade na escola, pois os boletins com as notas escolares são apresentados semestralmente pelos alunos. As atividades são realizadas de segunda a sexta-feira em dois períodos, das 9h às 11h30 e das 14h às 17h, e aos sábados em um período especial das 9h30 às 12h. 

CIDADÃOS MELHORES 
Sandro destacou que o principal objetivo não é formar atletas profissionais, mas, antes de tudo, formar cidadãos melhores. Muitos dos alunos criados no projeto já se formaram na faculdade, trabalham, constituíram uma família. Testinha reforçou que o objetivo é fazer esse elo entre Família, Educação e Esporte. 


“Tudo isso eu senti falta quando eu era criança, pois sempre morei na periferia; cresci e pretendo ficar o resto da minha vida na periferia. Nós sabemos que mesmo com as mudanças de governos, a periferia não é assistida, e foi justamente o fato de eu não ter tido essas oportunidades, como a de frequentar um projeto como esse, que me inspirou a iniciar o Social Skate e dedicar minha vida a isso”, completou.
 

(Com informações do jornal O Estado de São Paulo)

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Francisco destaca esporte como canal de promoção de paz e unidade

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27 de setembro de 2019

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 27, Sala Clementina, no Vaticano, os membros da Federação Internacional de Hóquei no Gelo que participam do congresso semestral do organismo.

“O esporte é um canal realmente especial para promover a paz e a unidade. As atividades esportivas são lugares de encontro, onde se reúnem pessoas provenientes de contextos diferentes. ”

"O Hóquei é um bom exemplo de como o esporte manifesta o sentido do estar juntos: é um jogo de equipe em que cada jogador desempenha uma função importante. Vemos nos campeonatos mundiais a alegria de pessoas provenientes de vários países, a alegria de reencontrar-se para viver a beleza do esporte."

Segundo Francisco, “o esporte desempenha uma função no crescimento e no desenvolvimento integral. Eis porque a Igreja aprecia o esporte como um campo de atividade humana em que é possível promover as virtudes da sobriedade, da humildade, da coragem e da paciência, e testemunhar de ter encontrado realidades bonitas, boas, verdadeiras e alegres”. 

Tornar o esporte inclusivo e acessível a todos

Encoraja saber que o seu objetivo, como líderes do hóquei internacional no gelo, não é apenas disciplinar as diretrizes e regras do esporte, mas também torná-lo inclusivo e acessível no âmbito global. O hóquei no gelo requer habilidades específicas e resistência. Os jogadores devem dominar as técnicas de patinagem e manter o equilíbrio no gelo, e devem também seguir o movimento de disco e levantar-se depois de uma queda. Um esporte desse tipo requer horas e horas de treinamento.

“Ao apoiar o desenvolvimento desse esporte no mundo, vocês incentivam os jovens e pessoas de mais idade, homens e mulheres, a colocarem para fora o melhor de si e a promoverem relacionamentos amigáveis dentro e fora da pista. ”

Justiça e respeito pelos adversários

O Papa recordou que, em maio passado, foram aprovados os estatutos e regulamentos atualizados da Federação Internacional de Hóquei no Gelo, e que foi inserido um novo Código ético. “A mentalidade atual pode às vezes levar as atividades esportivas para o caminho errado, mas é preciso recordar que as regras existem para servir determinadas finalidades e evitar o mergulho no caos."

“Os atletas honram o fair play (o jogo justo) não apenas quando seguem formalmente as regras, mas também quando observam a justiça e o respeito pelos adversários, a fim de que todos os competidores possam participar pacificamente do jogo. ”

O Papa encorajou a Federação a prosseguir na missão de tornar esse esporte inclusivo e garantir um ambiente comunitário saudável a todas as pessoas que aderirem a ele. 

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O esporte entra em ação para melhorar a vida das pessoas com deficiência

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23 de setembro de 2019

Reabilitação, resgate da autoestima e inclusão social são alguns dos benefícios observados na prática esportiva para as pessoas com deficiência. Especialistas incentivam a realização de atividades físicas regulares, que, além de prevenir doenças, promovem a integração social e mostram que, mesmo com as limitações da deficiência, é possível ter uma vida normal e saudável. 


“A atividade física gera inúmeros benefícios para todas as pessoas, tenham elas ou não alguma deficiência. Mas quando pensamos em uma pessoa com algum tipo de deficiência, ela terá uma considerável melhora na agilidade, equilíbrio, força, coordenação motora, e todas as capacidades físicas serão desenvolvidas dentro do aspecto e limitação que ela possui”, disse o professor e preparador físico Lucas Vilas Boas ao O SÃO PAULO.

SUPERAR LIMITES

 
O esporte adaptado surgiu no início do século XX, para deficientes auditivos, e a partir de 1920 muitas modalidades esportivas passaram a ser adaptadas. O grande pioneiro que utilizou o esporte como meio de reabilitação física foi o médico alemão Ludwig Guttmann, que em 1944 abriu um centro especializado em lesões na coluna, o Stoke Mandeville Hospital, a pedido do governo britânico.


O local foi utilizado para a recuperação dos soldados feridos após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), e passou a valer-se do esporte como meio de reabilitação física. Guttmann começou a promover competições locais com os militares recuperados. Devido ao grande sucesso, outros países se juntaram às competições, que culminaram na realização dos primeiros Jogos Paralímpicos, em Roma, na Itália, em 1960.

INCLUSÃO E AUTOESTIMA


No Brasil, o primeiro esporte adaptado praticado foi o basquete em cadeira de rodas. Enquanto realizavam tratamento médico nos Estados Unidos, brasileiros com deficiência conheceram a modalidade e a trouxeram ao País. Em 1958, foi fundado o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, por iniciativa de Robson Sampaio de Almeida e pela ação do técnico Aldo Miccolis, dois pioneiros do paradesporto no Brasil.


A exclusão da sociedade é um dos principais desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência, e fator gerador de desânimo e baixa autoestima. Segundo Rodrigo Scialfa Falcão, psicólogo especialista em Psicologia do Esporte, a atividade física é um importante instrumento, mas convém que seja acompanhada por um profissional especializado. 


“Uma das principais contribuições é com relação à autoestima de quem pratica esporte e possui alguma deficiência. Além de melhorar a saúde em geral, há toda essa questão da superação dos limites e confiança. Caso seja praticado um esporte coletivo, também há a inclusão social e a integração”, afirmou Falcão à reportagem.

BASE PARA A FELICIDADE


Por proporcionar reabilitação, desenvoltura, autoestima e inclusão social, o esporte é uma ferramenta extremamente útil para a superação dos desafios existenciais que podem advir de uma deficiência, uma vez que auxilia o deficiente a compreender que suas limitações não o impedem de encontrar um autêntico sentido para sua existência. A superação de si mesmo e a doação ao outro, isto é, a realização dos valores fundamentais para a felicidade do ser humano, estão ao alcance de qualquer pessoa, como bem mostrou o psiquiatra austríaco Viktor Frankl, fundador da Logoterapia. Apoiando-se nas bases proporcionadas pelo esporte, a pessoa com deficiência pode abrir-se a uma nova esperança, e vir a descobrir na sua deficiência uma oportunidade, mais do que uma limitação.

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Supremacia e recorde histórico do Brasil no Parapan

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06 de setembro de 2019

O Brasil retorna dos Jogos Parapan-Americanos de Lima com a 1ª colocação no quadro geral de medalhas e a melhor campanha de todos os tempos. Registrou a marca inédita de 308 medalhas, sendo 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes. 


A marca anterior era do México, que, em casa, na primeira edição, em 1999, havia conquistado 307 pódios (121 ouros, 105 pratas e 81 bronzes). Essa é quarta vez seguida que o Brasil lidera o quadro de medalhas no Parapan. 

HEGEMONIA BRASILEIRA 
Com uma delegação recorde de 512 integrantes, sendo 337 atletas, o Brasil disputou 17 modalidades e conseguiu a façanha de liderar o quadro de medalhas em 11 destas: atletismo, natação, bocha, halterofilismo, tênis de mesa, judô, badminton, taekwondo, goalball, além dos coletivos futebol de 5 (para cegos) e futebol de 7 (paralisados cerebrais). 


Desde o Parapan do Rio 2007, quando a competição passou a ser realizada na mesma sede do Pan-Americano, o Brasil é imbatível no topo do quadro de medalhas. Porém, nunca havia superado 257 medalhas e 109 ouros, recordes alcançados na edição de quatro anos atrás, em Toronto 2015. Os Estados Unidos foram os vice-campeões na capital peruana, com 57 ouros e um total de 182 medalhas, apenas dois ouros à frente do México, terceiro colocado, com 158 medalhas.


“Foi uma competição desafiadora e, certamente, os Jogos Parapan-Americanos mais difíceis que o Brasil já disputou. Foi uma campanha memorável do Brasil. Nossos atletas lograram mais êxitos do que nós prevíamos ou imaginávamos”, comentou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

RECORDES E DESTAQUES 
A equipe de natação foi o grande destaque, pois quase metade das medalhas foram conquistadas nessa modalidade, que alcançou 126 conquistas, sendo 53 ouros. Na última edição, em Toronto 2015, haviam sido 104 medalhas e 38 ouros. No halterofilismo, o Brasil alcançou 16 medalhas, sendo seis ouros – em Toronto o total fora de 8 medalhas.


“A nossa meta interna no Comitê sempre foi superar os números de Toronto. Não só em medalhas, mas queríamos estar em mais finais, trazer a maior delegação, ter mais mulheres, contar com o maior número possível de atletas de classes baixas. Sempre apostando muito nos jovens. E acho que tudo isso foi alcançado”, disse Alberto Martins, diretor técnico e chefe da missão brasileira em Lima.


Foram muitos os destaques individuais brasileiros, mas dois nadadores chamaram a atenção. Daniel Dias alcançou a inédita marca de 33 medalhas de ouro em 33 provas disputadas em Parapans, desde o Rio 2007. Já Phelipe Rodrigues foi o competidor que mais ouros leva na bagagem de volta para casa. Ele participou de oito provas, ganhou sete ouros e um bronze. 

 

RUMO A TÓQUIO 
Agora o Brasil já está de olho na preparação rumo aos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Segundo o CPB, a delegação nacional deve ter entre 350 e 400 pessoas, sendo aproximadamente 250 atletas. Na Paralimpíada Rio 2016, o Brasil foi o oitavo colocado, com 72 medalhas (14 ouros).


“Ainda é bastante cedo para termos uma meta de resultados. Precisamos esperar os Mundiais de Natação, agora em setembro, de Atletismo, no final do ano, e os próximos até Tóquio, para podermos delimitar melhor os nossos adversários. Mas, é claro que a China é fortíssima. Rússia voltando é uma forte candidata a um posto no Top 5. Canadá e Estados Unidos devem ir com delegações bem diferentes dessas que estiveram aqui em Lima. Serão fortes rivais”, concluiu Alberto Martins.


(Com informações de CPB, Agência Brasil e Rede Nacional do Esporte)

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Vimos, ouvimos e anunciamos

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15 de agosto de 2019

Desde os Jogos Pan-Americanos realizados na cidade de São Paulo em 1963, o Brasil não terminava na segunda colocação no quadro geral de medalhas. Isso voltou a acontecer no Pan de Lima, no Peru, encerrado no domingo, 11. O Brasil alcançou 171 pódios, com 55 ouros, 45 pratas e 71 bronzes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O Time Brasil ainda conquistou 29 vagas olímpicas para Tóquio 2020.


“Temos de exaltar o resultado, porque mostra o bom momento de várias modalidades. Voltamos ao segundo lugar no quadro de medalhas após 56 anos, outro dos objetivos traçados para Lima. Apresentamos evolução em vários esportes, tendo aumentado o número de modalidades que foram ao pódio. Esse é um trabalho que vem sendo desenvolvido há algum tempo, de firmar parcerias com as confederações e tentar entender as necessidades de cada uma delas”, disse em entrevista a jornalistas Marco Antônio La Porta, chefe da missão brasileira em Lima 2019 e vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

NÚMEROS EXPRESSIVOS
Em Lima, os esportistas brasileiros conquistaram medalhas em 41 modalidades, sendo que em 22 delas houve ao menos uma de ouro. Em 18 esportes, os resultados obtidos foram melhores do que o do Pan de Toronto 2015 e, em 12 modalidades, o desempenho foi o melhor já alcançado: badminton, canoagem slalom, ciclismo BMX, ciclismo mountain bike, ginástica artística, hipismo saltos, águas abertas, natação, taekwondo, triatlo,vela e pelota basca.


Da frustração do ginasta Arthur Zanetti, prata nas argolas, a ouros inéditos no badminton, boxe feminino e taekwondo feminino, o Brasil escreveu sua história em Lima com superação e aprendizado.


“Foi uma competição longa, com muitos eventos (420), e os resultados apresentaram um número bem interessante de aletas jovens com medalhas (97 com 23 anos ou menos) e de mulheres campeãs (20 ouros). Apesar de ter sido uma competição difícil, foi muito gratificante pela boa performance apresentada em muitos esportes”, contou Jorge Bichara, Diretor de Esportes do COB.

INVESTIMENTOS 
A campanha histórica ocorreu apesar da redução de investimentos em algumas confederações em virtude da crise financeira ou casos de corrupção. Por causa disso, o COB investiu no último ano R$ 250 milhões de seu orçamento diretamente nas confederações. O Bolsa Atleta, que está passando por uma reformulação pelo Governo Federal, também contribuiu para a campanha brasileira. 


A cinco dias do fim das competições, os integrantes do Bolsa Atleta já tinham superado o patamar simbólico de cem pódios. Ao todo, 148 dos 485 atletas da delegação brasileira ficaram entre os três primeiros em suas competições. Desses, 103 são beneficiados pelo patrocínio do programa da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. 

RUMO A TÓQUIO 2020
Com o término do Pan, as atenções do COB se voltam especialmente para Tóquio 2020. Em Lima, o Brasil conquistou 29 vagas diretas para a olimpíada em nove modalidades: handebol feminino (14 atletas), hipismo adestramento (3), hipismo CCE (3), saltos do hipismo (3), pentatlo feminino (1), tênis masculino (1), tênis de mesa (1), tiro com arco (1) e vela (2). 


As vagas garantidas em Lima se juntam a outras 75 já obtidas: futebol feminino (18), maratona aquática (1), natação (12), rugby sevens (12), vela (8), vôlei feminino (12) e vôlei masculino (12).
 

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A força jovem do Time Brasil

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08 de agosto de 2019

Sebastião Dias de Oliveira sempre foi um apaixonado por natação. Tanto assim que, no fim da década de 1990, resolveu montar uma piscina para dar aulas às crianças e jovens do Morro da Chacrinha, na periferia do Rio de Janeiro (RJ). Porém, o mundo dos esportes ainda estava para levá-lo por caminhos novos: posteriormente, Sebastião conheceu o badminton, gostou da modalidade e decidiu ensiná-la à juventude da comunidade. Entre os meninos e meninas aos quais viria a ensinar estava Ygor Coelho.


Duas décadas se passaram. A Associação Miratus de Badminton continua em funcionamento. Ygor foi treinar e morar na Dinamarca. Em 2016, foi o primeiro brasileiro a representar o País em uma olimpíada no badminton. Na sexta-feira, 2, em Lima, no Peru, voltou a fazer história, tornando-se, aos 22 anos, o primeiro atleta do Brasil a conquistar uma medalha de ouro no badminton em uma edição dos Jogos Pan-Americanos. “O que passou pela minha cabeça foi toda minha dificuldade, toda minha história no esporte. Ainda não ‘caiu a ficha’. Agarrei muito bem as minhas oportunidades, lutei, fui para fora do País, lesionei-me este ano... Conquistar este ouro foi sensacional”, afirmou. 

Inédito pódio nos saltos ornamentais
Assim como Ygor, outros jovens atletas representaram o Brasil no Pan de Lima e alcançaram pódios históricos. Este foi o caso de Isaac Souza, 20, e Kawan Pereira, 17, medalhistas de bronze na plataforma sincronizada de 10m dos saltos ornamentais. Nunca uma dupla masculina brasileira havia ido ao pódio nessa modalidade. 


Isaac nasceu na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro (RJ), e teve sua primeira experiência no esporte ainda na infância com a ginástica artística. Porém, na adolescência, percebeu que sua capacidade para saltos e giros no ar poderia ser aproveitada nos saltos ornamentais. Já Kawan é natural de Parnaíba (PI) e mudou-se para Brasília (DF) em busca de melhores condições de treinamento.


O Pan de Lima foi apenas a quarta competição conjunta dos dois saltadores, mas a parceria promete render ainda mais frutos, já que no Mundial de Esportes Aquáticos, em julho, eles levaram o Brasil pela primeira vez a uma final da plataforma sincronizada de 10m.

Fazendo história aos 21 anos 
Edival Marques Pontes e Milena Titoneli têm a mesma idade: 21 anos. Em Lima, os dois fizeram o Brasil voltar ao lugar mais alto do pódio no taekwondo 12 anos após a primeira e, até então, única conquista dourada do País, com Diogo Silva, no Pan do Rio 2007.


“Eu era pequeno quando o Diogo ganhou a medalha. Meu pai queria que eu fosse jogador de futebol, mas acabei virando atleta do taekwondo. E hoje sou campeão dos Jogos Pan-Americanos [na categoria até 68kg]. Estou muito feliz”, disse o paraibano Edival, mais conhecido como Netinho, que em 2014 foi campeão mundial juvenil e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude. 


A vitória de Milena na categoria até 67kg em Lima mostrou a evolução da atleta paulista, que conquistou bronzes no Pan de taekwondo em 2018 e no mundial deste ano. “Eu nem sei por onde começar, mas começo agradecendo a Deus por me dar condições de fazer o que eu amo, por me mostrar que tudo é capaz, basta confiar nos planos Dele e trabalhar. Sou a primeira atleta mulher de taekwondo a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, isso me deixa muito feliz, e mais feliz ainda em saber que é a primeira de muitas que virão. Não tenho dúvidas”, escreveu a atleta em sua página no Facebook. 

Última semana de Pan
O Pan de Lima será concluído no domingo, 11. Nesta última semana, as atenções estão voltadas especialmente para as disputas de atletismo, natação e judô, modalidades em que o Brasil tem atletas favoritos ao pódio. No domingo, 4, o País alcançou a segunda posição no ranking de medalhas. Caso assim permaneça, igualará o melhor posto já alcançado pelo País, no Pan de São Paulo 1963. 
 

(Com informações do COB, Olimpíada 
Todo Dia e Globoesporte.com)

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3 mulheres levam o Brasil a inéditas medalhas no Pan de Lima

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01 de agosto de 2019

 

 

 

 

 

 

 

Luísa Baptista fazia sua estreia em Jogos Pan-Americanos em Toronto 2015. Aos 21 anos, a triatleta tinha concluído sem maiores dificuldades a prova de natação e estava na segunda volta do percurso de 40km do ciclismo, quando foi obstruída por outra competidora, desequilibrou-se e caiu. Recompôs-se e, mesmo com dores, seguiu em frente, cumpriu ainda os 10km da corrida e se despediu daquele Pan na 17ª posição. 


Quatro anos depois, em Lima, no Peru, no sábado, 27, Luísa voltou a representar o Brasil no triatlo e desta vez se tornou a primeira brasileira medalhista de ouro nesse esporte na história dos Pans.


“Sabia que o resultado poderia vir, e tinha de acreditar no trabalho. Não só no trabalho de alguns meses atrás, mas no trabalho de oito anos, quando comecei no triatlo”, declarou Luísa, em entrevista ao site do Comitê Olímpico do Brasil (COB).


Na mesma prova, a brasileira Vittoria Lopes conquistou a prata. Na competição masculina, Manoel Messias terminou na 2ª posição. Luísa, Manoel, Vittoria e Kauê Willy também conquistaram na segunda-feira, 29, a medalha de ouro no revezamento misto.

 

Bruna, os patins e a família


Outra medalha inédita para o Brasil em Pans também foi conquistada no sábado por Bruna Wurts, 18, da patinação artística feminina, modalidade que não é olímpica. A brasileira desbancou a favorita Giselle Soller, da Argentina, que ficou com a prata. No masculino, o brasileiro Gustavo Casado conquistou a medalha de bronze.


Carioca, Bruna se encantou pela patinação já aos 3 anos de idade. “Desde pequena, sempre quis me dedicar à patinação e às competições. Foi tanto tempo de dedicação e tantas coisas que deixei de fazer para ir treinar, mas tudo valeu a pena”, afirmou.


Aos 11 anos, Bruna foi campeã sul-americana. Desde então, a família não poupou esforços para que pudesse seguir em alto nível. Entre 2011 e 2013, a jovem morou em Madri, na Espanha. Em 2015, voltou a viver naquele País, na cidade de Barcelona, dessa vez na companhia da mãe e da irmã. Eric, pai da campeã pan-americana, permaneceu no Rio de Janeiro. “Ele mora no Brasil sozinho, para que eu possa estar lá [Barcelona] e dar o meu melhor. Vou ser eternamente grata. Desde pequena, meus pais sempre me ajudaram”, declarou a atleta ao site Globoesporte.com. 

 

A versátil Jaqueline Mourão


Ao cruzar a linha de chegada em 3º lugar na disputa do ciclismo mountain bike, no domingo, 28, Jaqueline Mourão se emocionou. Motivos não faltavam. Aos 43 anos, ela se tornou a primeira brasileira medalhista pan-americana nesse esporte e conseguiu a medalha que viu escapar no Pan do Rio, em 2007, quando terminou em 4º lugar. 


“Foi um duelo muito forte. Quando vimos a Campuzano [mexicana, medalhista de ouro] tão perto, aceleramos o ritmo. Eu tentei atacar nas subidas, mas senti muita câimbra, batalhei até o fim para conseguir fechar o gap com a segunda colocada, mas sabia que para o sprint a Sofia [argentina que conquistou a prata] viria muito forte. Estou muito feliz com o meu resultado. Parabéns para toda a minha equipe”, declarou ao site do COB.


Além dos Pans de Lima 2019 e do Rio 2007, Jaqueline competiu no ciclismo em Santo Domingo 2003 e participou das olimpíadas de Atenas 2004 e Pequim 2008. Atualmente, é a brasileira mais bem colocada no ranking internacional do ciclismo mountain bike, o que lhe assegura a vaga para os Jogos de Tóquio 2020. 


Jaqueline vive no Canadá desde 2008, onde encontrou melhores condições para a prática do esqui cross-country, modalidade em que já representou o Brasil em quatro edições dos Jogos Olímpicos de Inverno, sendo a primeira esportista da história do País a ter participado de olimpíadas de inverno e de verão. 

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O futebol ‘entra em campo’ para integrar os refugiados

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29 de junho de 2019

“Não está em jogo apenas a causa dos migrantes; não é só deles que se trata, mas de todos nós, do presente e do futuro da família humana. Os migrantes, especialmente os mais vulneráveis, ajudam-nos a ler os ‘sinais dos tempos’. Por meio deles, o Senhor chama-nos a uma conversão, a libertar-nos dos exclusivismos, da indiferença e da cultura do descarte.”
O trecho acima é da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Refugiado 2019, comemorado em 20 de junho, com o intuito de conscientizar sobre a situação dos refugiados em todo o mundo e celebrar a força, a coragem e a perseverança das pessoas que foram forçadas a deixar seus países por causa de guerras e perseguições. 
A inclusão dos refugiados em diferentes partes do mundo acontece por meio do esporte. No Brasil, de modo especial, é realizada anualmente a Copa dos Refugiados, com o propósito de integração e transformação social. O torneio, criado em 2014, é organizado pela ONG África do Coração, com apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

LINGUAGEM UNIVERSAL
Cada time representa o país de seus jogadores. O campeonato conta com as etapas estaduais, que serão realizadas entre os meses de julho e agosto, com jogos em Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). A etapa nacional, decisiva, será no Rio de Janeiro, em setembro.
“O futebol é uma paixão humana, uma paixão brasileira e de qualquer país. A gente usa essa linguagem, porque não precisamos usar nossas línguas. Quando alguém entra em campo para fazer um gol em nome de sua bandeira e de sua comunidade, não é necessário falar língua alguma”, disse o sírio Abdulbaset Jarour, coordenador da Copa dos Refugiados, em entrevista ao O SÃO PAULO.
Não são apenas os homens que participam das disputas. As mulheres também competem em times de futebol mistos. Além disso, cada equipe é apadrinhada por uma mulher brasileira que dá o suporte desde o transporte até a montagem dos times. 

OUVIR O PRÓXIMO
Além do campeonato de futebol, o projeto promove oficinas para a integração de mulheres, crianças e homens refugiados, como palestras, sarau, noite cultural, e desfile de moda. 
Cada edição da Copa tem um tema para incentivar reflexões sobre o preconceito e quebrar barreiras culturais acerca da inclusão social dos refugiados no Brasil. O tema deste ano será “Reserve um minuto para ouvir uma pessoa forçada a deixar seu País”.
“Nós conseguimos, por meio desses projetos, ter fala e poder falar sobre a nossa situação. A gente provoca a sociedade para que ela nos possa ouvir. Nós estamos vendo situações, como o médico nos dar uma receita sem saber da nossa dor. Então, nós sofremos muito e precisamos ter uma fala”, reforçou Abdulbaset. 

AFRICA DO CORAÇÃO 
A ONG África do Coração (Federação das Comunidades dos Imigrantes e Refugiados no Brasil) surgiu em 2013, na Casa dos Migrantes, da Missão Paz, organização mantida pela Arquidiocese de São Paulo. Formalizada em 2016, a organização presta trabalho de assistência social e atua na promoção da integração dos refugiados e imigrantes entre si e com a sociedade brasileira. 
“Nós queremos, na verdade, unir a nossa capacidade e demonstrar nossa força e nossa capacidade para fazer vários projetos sociais ligados ao tema de refúgio e imigração, para chamar a atenção da sociedade brasileira, do setor público e privado, para que sempre esteja presente nos eventos sobre o tema”, concluiu Abdulbaset.

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As primeiras brasileiras de destaque na história dos Jogos Olímpicos

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08 de março de 2019

A cada edição dos Jogos Olímpicos, o número de atletas brasileiras tem aumentado: em Londres 2012, por exemplo, foram 123 esportistas e no Rio 2016 o número chegou a 209.

A pioneira brasileira e também sul-americana nos Jogos foi a nadadora Maria Lenk, a única mulher entre os 67 atletas do País em Los Angeles 1932, que competiu nos 100m livre, 100m costas e 200m peito.

Participar das primeiras edições dos Jogos Olímpicos exigia das atletas alguns esforços, como recordou ao O SÃO PAULO, em 2016, Eleonora Schmidtt Buelau, que competiu na natação na olimpíada de 1948: “Foi difícil, porque nós, mulheres, fomos colocadas em um bairro em Londres sem comida, sem condução, sem assistência médica, uma vez que todas essas estruturas ficaram para os homens em outros lugares”.

Em 1964, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Aída dos Santos foi a primeira brasileira a disputar uma final olímpica do atletismo e alcançou a melhor colocação, conseguindo o quarto lugar no salto em altura. Nessa edição, Aída era a única mulher da delegação brasileira.

PRIMEIRAS MEDALHAS

As primeiras medalhas femininas do Brasil em Jogos Olímpicos vieram em Atlanta 1996. Na edição que marcou a estreia do vôlei de praia, quatro brasileiras chegaram à final, vencida pela dupla Sandra Pires e Jaqueline Silva sobre Adriana Samuel e Mônica Rodrigues.

O memorável time de basquete feminino conquistou a inédita prata, contando com nomes como “Magic” Paula, Hortência e Janeth, e houve ainda o bronze no vôlei feminino, com o time formado por Ana Moser, Márcia Fu, Leila, Fernanda Venturini entre outras jogadoras.

SALTO PARA HISTÓRIA

Um salto de 7,04 m entrou para a história do atletismo brasileiro. Com ele, Maurren Maggi tornou-se a primeira mulher na história do Brasil e da América do Sul a ser campeã olímpica em uma prova individual. Foi no salto em distância, nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.

PEQUENA GIGANTE

A pequena Sarah Menezes carregava na barragem rumo aos Jogos Olímpicos de Londres 2012 uma expectativa desproporcional ao seu 1,52m e 48kg. A atleta acabou sendo a grande esperança da primeira final olímpica do Brasil na história da modalidade. A jovem piauiense, foi muito além do que esperava.

A vitória sobre a romena Alina Dumitru, até então atual campeã olímpica da modalidade, entrou para a história como a primeira mulher do País a ganhar uma medalha de ouro no judô em jogos olímpicos.

A primeira judoca medalhista pelo Brasil, no entanto, foi Ketleyn Quadros, que conquistou o bronze em Pequim 2008. Também naquela edição, Natália Falavigna ganhou um inédito bronze no taekwondo.

NO GRAMADO, NAS QUADRAS E PISTAS

No futebol, as brasileiras, comandadas por Marta, conquistaram duas medalhas de prata, nas edições de Atenas 2004 e de Pequim 2008, e nessa última houve ainda a inédita medalha de ouro nas disputas do vôlei feminino.

Ainda em Pequim, Rosemar Coelho, Lucimar de Moura, Thaissa Presti e Rosângela Santos terminaram em 4º lugar na prova do revezamento 4x100m rasos. Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) caçou a medalha de ouro conquista pela Rússia nesta prova e assim as brasileiras herdaram o bronze.

FAMÍLIA DOURADA

Martine Grael e Kahena Kunze fizeram história nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Juntas elas conquistaram a primeira medalha de ouro da vela feminina em olimpíadas.

Filhas de dois nomes históricos da vela nacional – Torben Grael, bicampeão olímpico, e Claudio Kunze, campeão mundial na década de 1970 -, elas mantiveram a tradição do Brasil na vela, uma vez que desde 1992 o País não passa em branco no pódio olímpico nessa modalidade. Com as mulheres, a primeira conquista foi o bronze de Fernanda Oliveira e Isabel Swan.

Outras duas medalhistas pioneiras para o Brasil foram Yane Marques, que conquistou o bronze na prova do pentatlo moderno em Londres 2012, e Poliana Okimoto, também medalhista de bronze nas maratonas aquáticas nos Jogos Rio 2016.

(Com informações de COB, O Globo, Globoesporte.com e Agência Brasil)

(Colaborou: Daniel Gomes)

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Ana Marcela Cunha e Isaquias Queiroz são os melhores atletas de 2018

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19 de dezembro de 2018

Uma verdadeira celebração do passado, para inspirar o presente e motivar novas conquistas no futuro. Assim pode ser definida a 20ª edição do Prêmio Brasil Olímpico (PBO), realizada nesta terça, dia 18, no Teatro Bradesco, no Rio de Janeiro. A festa de gala organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) coroou a nadadora Ana Marcela Cunha, tetracampeã do Circuito Mundial, e o canoísta Isaquias Queiroz, campeão mundial nas provas C1 500m e C2 500m como os Melhores Atletas do Ano em 2018. Durante a cerimônia, foram relembrados grandes momentos do Time Brasil ao longo dos últimos 20 anos, tempo em que o PBO é realizado, e homenageados nomes históricos do esporte brasileiro.

“Estamos hoje reunidos para celebrar a 20ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, um momento muito simbólico para nós. Não apenas para homenagear os principais resultados dos atletas brasileiros em 2018, como para lembrar das grandes conquistas das últimas duas décadas e que seguem inspirando a todos nós. É a partir desses exemplos que construiremos o nosso futuro. Um futuro que precisa ser escrito a cada dia, com coragem e vontade de vencer. Com vontade de se reinventar sempre”, disse Paulo Wanderley, presidente do COB, em seu discurso.

A escolha dos vencedores do Troféu de Melhor Atleta do Ano foi realizada por um júri formado por jornalistas, dirigentes, ex-atletas e personalidades do esporte. Além dos vencedores, concorreram ao troféu de melhor do ano Ana Sátila (canoagem slalom) e Marta (futebol), no feminino, e Gabriel Medina (surfe) e Pedro Barros (skate), no masculino.

Em 2018, Ana Marcela Cunha conquistou o tetracampeonato do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas. Ao longo do ano, a baiana de 26 anos venceu duas etapas da competição, em Belafontured, na Hungria, e em St Lac Jean, no Canadá; além de um segundo lugar na etapa de Victoria, em Seychelles; e duas provas como terceiro em Chun’an, na China, e em Abu Dhabi. Antes, Ana Marcela já havia vencido nas temporadas de 2010, 2012 e 2014. Vencedora do Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Atleta do Ano em 2016, Ana Marcela ainda dominou o Campeonato Sul-americano com três medalhas de ouro e garantiu a vaga do Brasil nos Jogos Pan-americanos Lima 2019.

“Achei que dessa vez, concorrendo com a Marta e a Ana Sátila eu não fosse levar. Mas isso não quer dizer que eu sou a melhor. Acho que todo mundo que chegou como o melhor da sua modalidade merece esse prêmio. Essa é a minha segunda conquistando o PBO e estou muito feliz de estar aqui de novo. Obrigada”, disse Ana Marcela, que esse ano passou a morar no Rio de Janeiro, em um projeto do COB para ela e seu técnico Fernando Possenti, que também foi premiado no PBO.

Vencedor do Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Atleta do Ano em 2015 e 2016, o baiano Isaquias Queiroz chegou ao tri com um grande desempenho em 2018. Na principal competição do ano, o pupilo de Jesus Morlán, que faleceu em novembro, conquistou mais três medalhas em Campeonatos Mundiais, chegando a dez na história da competição. Em Montemor-o-Velho, Portugal, conquistou o ouro no C1 500m e no C2 500 metros, ao lado de Erlon Souza, e o bronze na prova olímpica de C1 1000m.

“Agradeço ao COB e a todos que votaram. Competir com atletas como Gabriel Medina e Pedro Barros é uma honra. Foi um ano de muitas conquistas, mas também de muita perda. Vocês estão me vendo aqui, e muitas vezes as pessoas só vêem o atleta, mas não sabem a organização que está por trás. Perdemos há um mês o nosso treinador, Jesus Morlán. Um cara que, sem ele, eu não teria os resultados que consegui na minha carreira. Ele levantou a canoagem brasileira. Agradeço a toda minha equipe e a todos que me apoiaram até aqui”, ressaltou Isaquias, que seguirá treinando em Lagoa Santa, no projeto idealizado por Jesus Morlán e apoiado pelo COB.

O voto popular deu a Henrique Avancini o prêmio de Atleta da Torcida. O ciclista teve 73,5% dos votos. Nascido em Petrópolis (RJ), Henrique Avancini fez de 2018 seu melhor ano desde que começou a pedalar, duas décadas atrás. Em agosto, entrou para a história ao conquistar o título mundial de mountain bike maratona. Também conseguiu o segundo posto no ranking masculino de mountain bike da União Ciclística Internacional (UCI) e o 4º lugar geral do campeonato mundial de Cross-Country (XCO), a modalidade olímpica do esporte – três feitos inéditos na história do ciclismo brasileiro. em outubro, ganhou mais uma edição da ultramaratona Brasil Ride, na Bahia, coroando um ano espetacular. 

“Esse momento é super especial para mim. Vai muito além do reconhecimento de uma conquista pessoal ou de um título meu. Acho que esse momento mostra a força da comunidade da bicicleta no Brasil. Então, isso para mim tem um significado enorme. Desde que eu comecei no esporte, a bicicleta gerou tantas coisas boas na minha vida. Não quero dizer que o meu esporte seja melhor que o das outras feras aqui, mas preciso ressaltar a importância e a força da comunidade da bicicleta no nosso país. Obrigado!”, agradeceu Avancini.

Além dele, concorreram ao Atleta da Torcida: Ágatha e Duda (vôlei de praia), Arthur Zanetti (ginástica artística), Bruno Fratus (natação), Bruno Rezende (vôlei), Eduarda Amorim (handebol), Érika Miranda (judô), Gabriel Medina (surfe), Henrique Avancini (ciclismo mountain bike), Letícia Bufoni (skate) e Marta (futebol).

Um dos pontos altos da cerimônia foi a entrega do Troféu COI para o técnico de judô Geraldo Bernardes. Em 2018, a premiação teve o tema “Olimpismo em ação”, destinado a pessoas que tenham promovido a atividade física, a educação e o desenvolvimento por meio do esporte, a igualdade de gêneros e a ajuda aos refugiados por meio do esporte. O mentor Rafaela Silva, campeã olímpica na Rio 2016, e de Flávio Canto, bronze em Atenas 2004, foi um dos fundadores do Instituto Reação que já atendeu mais de 10 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, e orientou os judocas refugiados, Yolande Bikasa e Popole Misenga, tanto no clube quanto nos Jogos Rio 2016.

“Conquistar esse prêmio é uma honra muito grande, além de uma grande emoção. Preciso agradecer ao Paulo Wanderley, ao presidente do COI, Thomas Bach, que me deu a honra de ser o técnico da equipe de Refugiados nos Jogos Rio 2016, e me permitiu participar da minha quinta edição dos Jogos Olímpicos. Agradecer também à minha esposa e a todos os meus companheiros do Instituto Reação. Esse prêmio é do pessoal do Reação também”, garantiu Bernardes.

Além de Geraldo, um dos treinadores brasileiros mais vitoriosos da história, o COB também recordou o legado de dois grandes líderes, falecidos recentemente, durante o PBO 2018. O Troféu de Melhor Técnico Individual se chamou Troféu Jesus Morlán e foi entregue a Fernando Possenti, técnico de Ana Marcela Cunha, ouro na Copa do Mundo de Maratona Aquática em 2018, pelos canoístas Isaquias Queiroz e Erlon Souza. 
Já o Troféu de Melhor Técnico de Esportes Coletivos foi nomeado Troféu Bebeto de Freitas. Renan Dal Zotto, comandante da seleção masculina de vôlei vice-campeã mundial na temporada, recebeu o troféu das mãos de Jorge Barros, o Jorjão, auxiliar técnico de Bebeto durante grande parte de sua carreira.

“É um orgulho e uma emoção muito grande estar aqui nesse evento, que se transforma em um Templo do esporte brasileiro. Preciso agradecer a cada atleta, cada jogador que acreditou no nosso trabalho, nas longas e cansativas viagens, cada membro da comissão técnica e de toda equipe multidisciplinar. E, nesse momento, quero deixar um registro forte, que a pessoa que mais me preparou para ser jogador foi o Bebeto de Freitas. Muito obrigado por esse prêmio”, ressaltou Renan.

Como já é tradição, um dos momentos mais emocionantes do PBO 2018, foi a entrega do Troféu Adhemar Ferreira da Silva a Jackie Silva, do vôlei de praia. Primeira medalhista olímpica do esporte feminino brasileiro, com o ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta 96, ao lado de Sandra Pires, a levantadora titular da seleção nos Jogos de Moscou 1980 e Los Angeles 1984 foi homenageada por representar valores como coragem, espírito de liderança e eficiência.

“Quero falar o quanto estou honrada e feliz. Esse prêmio é um reconhecimento do que os atletas fazem pelo nosso país. Muitos atletas já ganharam, e esse é o reconhecimento da minha história no voleibol. Esse prêmio é um símbolo de mudança para o esporte nacional, de uma nova era do COB. Tudo que aconteceu antes não era em causa própria. Era uma luta pelo direito das mulheres. Hoje, o que quero pedir, é que, daqui em diante, nenhuma mulher passe por isso”, disse Jackie Silva, que atualmente se dedica à preparação de novos atletas de alto rendimento em sua escolinha e a um projeto social em um CIEP de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio.

O COB também entregou estatuetas para os melhores atletas dos Jogos Escolares da Juventude 2018, que foram realizados em Natal, em novembro. Na etapa 12 a 14 anos, foram escolhidos Giulia Takahashi, do Tênis de Mesa, e Luan Gomes, do Badminton. Na etapa 15 a 17 anos, os premiados foram João Paulo Silva, da Natação, e Thayane Lemos, do Judô.

O PBO 2018 fez ainda uma homenagem aos medalhistas nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018 e premiou os melhores do ano em 51 modalidades olímpicas.

As celebrações ao passado de glórias começaram ainda antes da cerimônia com o lançamento do Hall da Fama do COB, homenageando personagens que contribuíram de maneira marcante com o esporte olímpico brasileiro, promovendo o olimpismo e inspirando novas gerações. O Hall da Fama foi lançado em grande estilo. Os primeiros atletas a deixarem suas marcas eternizadas foram Torben Grael (vela), dono de cinco medalhas olímpicas; a dupla Sandra Pires e Jackie Silva (vôlei de praia), primeiras mulheres brasileiras a ganharem ouro nos Jogos; e Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo), único brasileiro a receber a medalha Pierre de Coubertin, maior honraria do Comitê Olímpico Internacional.

Conheça os vencedores em cada modalidade do Prêmio Brasil Olímpico 2018:

Atletismo: Darlan Romani
Badminton: Ygor Coelho
Basquete: Yago Mateus
Basquete 3x3: Luiz Felipe Soriani
Beisebol: Felipe Burin 
Boxe: Beatriz Ferreira
Canoagem Slalom: Ana Sátila
Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz
Ciclismo BMX (Freestyle): Leandro Neto 
Ciclismo BMX (Racing): Anderson Ezequiel de Souza Filho (Andinho) 
Ciclismo Estrada: Vinicius Rangel Costa 
Ciclismo Mountain Bike: Henrique Avancini 
Ciclismo Pista: Kacio Fonseca da Silva Freitas
Desportos na Neve: Jaqueline Mourão
Desportos no Gelo: Isadora Williams
Escalada Esportiva: Thais Makino Shiraiwa 
Esgrima: Alexandre Camargo 
Futebol: Marta Silva
Ginástica Artística: Arthur Zanetti
Ginástica Trampolim: Camilla Gomes
Ginástica Rítmica: Natália Gaudio
Golfe: Luiza Altmann
Handebol: Eduarda Amorim
Hipismo adestramento: João Victor Oliva 
Hipismo CCE: Márcio Carvalho Jorge
Hipismo saltos: Pedro Veniss      
Hóquei sobre grama: Rodrigo Faustino            
Judô: Érika Miranda
Karatê: Vinicius Figueira
Levantamento de pesos: Fernando Saraiva Reis
Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha
Nado Artístico: Maria Clara Lobo
Natação: Revezamento (Pedro Spajari /Gabriel Santos/Marcelo Chierighini/Marco Antonio Ferreira Junior)
Pentatlo moderno: Maria Iêda Guimarães
Polo Aquático: Gustavo Guimarães
Remo: Uncas Tales Batista
Rugby: Bianca dos Santos Silva
Saltos Ornamentais: Ingrid de Oliveira
Skate: Pedro Barros 
Softbol: Fernanda Ayumi Missaki
Surfe: Gabriel Medina 
Taekwondo: Edival Pontes (Netinho)
Tênis: Marcelo Melo
Tênis de mesa: Hugo Calderano 
Tiro com arco: Marcus Vinícius D´Almeida 
Tiro esportivo: Julio Almeida 
Triatlo: Manoel Messias 
Vela: Martine Grael e Kahena Kunze 
Vôlei:  Douglas Souza
Vôlei de praia: Agatha Bednarczuk / Duda Lisboa
Wrestling: Laís Nunes

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