A mensagem de Fátima traz esperança para enfrentar a pandemia

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12 de mai de 2020

A aparição da Virgem Maria a Francisco, Jacinta e Lúcia, há 103 anos, permanece ainda atual, sobretudo no contexto atual que vive a humanidade.

No fim de 1917, ano em que aconteceu a manifestação mariana em Fátima, o mundo sofreu com a epidemia da chamada gripe espanhola, que causou a morte de cerca de 50 milhões de pessoas.

Com os primeiros casos relatados durante a Primeira Guerra Mundial, as forças armadas de cada país ofuscaram a presença da enfermidade em seus campos de concentração, a fim de não demonstrarem sua fragilidade às tropas rivais. Dessa forma, a proliferação da doença originada pelo vírus influenza tomou proporções fora de controle e se tornou uma pandemia mundial em 1918.

Entre as vítimas aquela pandemia estavam Francisco, que morreu em 4 de abril de 1919, com apenas 10 anos, e Jacinta, morta em 20 de fevereiro de 1920, aos 9 anos.

PRÓPÓSITO

Em uma das usas aparições em Fátima, a Virgem Santíssima revelou que os dois irmão morreriam cedo, mas que deveriam confiar inteiramente no plano de Deus, pois seu amor é maior do que qualquer mal existente no mundo.

A vida de Francisco após as visões de Nossa Senhora, foram marcados pelo sofrimento e a fragilidade de sua saúde, sobretudo após ser acometido pela gripe espanhola. Contudo, ele oferecia seus sofrimentos pela conversão dos pecadores e a salvação da humanidade.

OFERTA DA VIDA

Nesse período, o jovem Pastorinho também sofreu com a saudade da Eucaristia, pois sua enfermidade o impedia de ir a Igreja onde costumava rezar diante do Santíssimo Sacramento. 

Jacinta, após a morte do irmão, ainda sofreu muito em um hospital de Lisboa. Em sua biografia, relata-se que seu maior consolo era poder avistar o sacrário da capela do hospital através da janela de seu quarto.

A vidente de Fátima também morreu sozinha. Sua família e amigos não puderam estar com ela as restrições da epidemia. A única coisa que ela queria antes de morrer era a Eucaristia, mas não foi possível.

ESPERANÇA E CONVERSÃO

Diante dos sofrimentos da humanidade do século passado e do atual, a Mãe de Jesus traz uma mensagem de esperança associada a um contundente convite à conversão por meio da oração e da penitência.

Assim como muitos católicos que enfrentam a atual pandemia, os dois pastorinhos, canonizados pelo Papa Francisco em 2017, foram sustentados pela fé, a comunhão espiritual e a oração do Rosário.

ATO DE ENTREGA

Um dos frutos de Fátima é o chamado “Ato de Entrega”, feito por São João Paulo II, em 7 de junho de 1981, menos de um mês após sofrer o atentado na Praça São Pedro, exatamente no dia 13 de maio, o qual ele atribui sua sobrevivência às mãos de Nossa Senhora que desviaram a bala que lhe seria fatal.

Por meio desta oração composta pelo próprio Pontífice, ele consagrou o mundo a Imaculado Coração de Maria. Esse ato foi repetido em outras ocasiões e suas palavras são oportunas para encorajar os cristãos a enfrentarei a atual circunstância. Leia, a seguir, um trecho da oração: 

“Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo diretamente ao vosso Coração, e abraçai com o amor da Mãe e da Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, ao mesmo tempo, aqueles cuja entrega também Vós esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa proteção materna a família humana inteira, que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança”.

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‘Jovens: não deixem que lhes roubem a esperança’

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13 de março de 2020

Eles têm entre 14 e 25 anos, não estudam nem trabalham, não têm amigos e passam a maior parte do dia fechados em seus quartos. Comunicam-se com dificuldade e podem ter hábitos noturnos para evitar confronto com outras pessoas, até mesmo com pais e parentes. Sim! São adolescentes e jovens, que precisam de atenção e acompanhamento.
Há os casos extremos, como os dos “hikikomori”, que em japonês significa “isolado em casa”. O termo foi cunhado em 2013, por Tamaki Saito, psicólogo e investigador japonês e autor do livro “Isolamento Social: Uma Adolescência sem Fim”. 
Nem todos os jovens, contudo, chegam à situação de isolamento, mas o simples fato de se mostrarem cada vez mais apáticos, sem sonhos ou projetos, ainda que por um período mais curto de tempo, preocupa pais, educadores e, de certa forma, toda a sociedade. São jovens que parecem desistir da vida antes mesmo de começá-la.
É comum ouvir queixas sobre a perda de interesse dos filhos adolescentes, que passam horas em jogos on-line ou em aplicativos do celular. Concluem o Ensino Médio por volta dos 16 ou 17 anos e não sabem qual curso superior querem cursar e não apresentam uma perspectiva profissional. Muitos não têm amigos ou não se encontram com eles, e a maioria não participa de algum grupo com o qual se identifica. Mas por que isso acontece?

MUDANÇA DE HÁBITOS

Desirée Ruas, jornalista e membro do Movimento pela Infância e da Rede Brasileira Infância e Consumo (Rebrinc), explicou que a mudança de interesses na transição da infância para a adolescência é muito comum, mas que toda alteração brusca de hábitos deve ser acompanhada de perto.
“As prioridades mudam e o brincar é substituído por outros interesses. O que preocupa é quando a criança ou o adolescente perde o interesse, repentinamente, por aquilo que sempre gostou. Nestes casos, é preciso um olhar cuidadoso da família, da escola e de psicólogos para descobrir os motivos desta mudança”, disse Desirée.
Severina Epifânio, conhecida por Neta, mãe dos jovens Carolina Epifânio Lopes, 22, e Rafael Epifânio Lopes, 16, mora no Rio de Janeiro (RJ) e contou ao O SÃO PAULO a experiência que teve com seus filhos.
“Como trabalhei muitos anos em uma livraria, sempre presenteei minha filha mais velha com livros e incentivava a leitura. Com o tempo, porém, vi que ela foi perdendo o interesse até pela escola, e, quando chegou aos 15 anos, passamos por uma fase muito difícil”, relembra Neta.
Carolina perdeu o interesse pela escola e tornou-se uma jovem sem motivação quando começou a se comparar com os amigos e a se sentir inferior a eles. “Ela se sentia incapaz e, com isso, acabou indo mal nos estudos até perder a bolsa que tinha”, contou a mãe, que viu a filha se matricular num supletivo para conseguir concluir o Ensino Médio.
Foram quase quatro anos de desmotivação total, até que a jovem começou a namorar um rapaz da sua idade que, aos poucos, a ajudou a recuperar a autoestima e retomar os estudos. Hoje, Carolina está no último semestre de Biologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e se prepara para ingressar no mestrado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 
“Percebi que a identificação com outros jovens é muito importante. Engraçado é que o primeiro presente do namorado para ela foi um livro. Foi como se aquele presente tivesse ajudado minha filha a retornar às suas origens”, lembrou Neta. 
Em relação ao filho, Rafael, Neta percebe uma dificuldade em acreditar nos próprios sonhos ou fazer escolhas que tenham mais a ver com ele do que com as cobranças econômicas e sociais. 
“Ele tem medo de cursar o que gosta, porque se sente inseguro quanto ao retorno financeiro”, disse a mãe, que tenta ajudá-lo na decisão, apoiando-o o máximo possível. Recentemente, o adolescente foi aprovado no vestibular para o curso de Engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Algo muito interessante que tenho observado é o seu despertar vocacional, e tenho apoiado sempre. Ele faz acompanhamento espiritual com um padre. Percebo que isso, independentemente do caminho a ser traçado, é positivo”, continuou a mãe.

ESTÍMULOS DEMAIS?

Do quarto andar de uma escola na zona Norte da capital paulista, pode-se ouvir o barulho das crianças na hora do intervalo e, vez ou outra, a conversa dos adolescentes que concluem seu período escolar matinal. 
Ali, na mesma sala em que concedeu esta entrevista à reportagem do O SÃO PAULO, Everaldo Ferreira Garcia, 48, orienta pais e educadores e os ajuda a lidar com diferentes situações, sobretudo no que se refere à saúde emocional de adolescentes e jovens. Consultor educacional da Rede Passionista de Ensino, Everaldo é psicanalista, filósofo e orientador em diferentes instituições de ensino.
“Vivemos uma época em que os adolescentes e jovens não têm motivação. Muitos não encontram sentido para a vida”, afirmou o psicanalista, ao explicar que existe uma apatia juvenil causada por fatores como imaturidade e falta de autoestima.
Garcia apontou fatores como a falta de vínculo e da presença efetiva dos pais, que geram pessoas frágeis emocionalmente e sem capacidade de escolha; mas insistiu que os excessos são igualmente prejudiciais. “Às vezes, os pais agem como intrusos, decidindo sempre pela criança e tornando-a incapaz de fazer escolhas”, disse.
O psicanalista falou sobre o movimento oposto, quando crianças que receberam muito e tiveram uma infância maravilhosa parecem ter dificuldades para sair dessa fase: “É muito cômodo para um jovem continuar sendo mantido pelos pais e não buscar construir algo com o próprio esforço”.
“Recentemente, fui visitar um jovem que estava se automutilando e chegou a tentar o suicídio. Entrei no quarto dele e comecei a observar os quadros nas paredes. Aos 5 anos, ele foi à Disney com os pais. Aos 8, foi para a Austrália, e aos 11 aprendeu a esquiar em Bariloche, na Argentina. Descobri que, embora já tivesse realizado muitos sonhos, ele sentia-se sozinho, sem ninguém. Talvez o pai e a mãe poderiam, além das viagens, ter brincado com o filho no parquinho perto de casa mais frequentemente, pois a presença vale mais do que muitos presentes”, ressaltou Garcia.

PRESENÇA DOS PAIS

O filósofo, sociólogo e psicanalista italiano Umberto Galimberti, referência mundial em reflexões sobre juventude e contemporaneidade, afirmou, em uma de suas conferências sobre a juventude disponíveis no 
YouTube, que os pais acabam se descuidando da educação dos filhos por muitos motivos, sobretudo pelo excesso de trabalho.
“Nos primeiros seis anos de vida, formam-se os mapas cognitivos e emotivos de uma pessoa, ou seja, o modo como se conhece o mundo e como ressoam, dentro dela, os eventos do mundo. Alguns cientistas dizem que esse mapa se forma antes, até os 3 anos de vida. Mas o que acontece na nossa sociedade? Ambos os pais devem trabalhar para sustentar a família. Em muitos casos, falta presença afetiva. É importante lembrar que as pessoas formam a identidade de acordo com as relações sociais e o retorno dos outros”, explicou Galimberti.
Ele disse ainda que, até os 12 anos, é essencial que os pais estejam muito presentes na vida dos filhos e os acompanhem de perto. Após essa idade, os adolescentes se guiarão pelo exemplo dos pais, bem como na juventude, quando precisam de referências sólidas.  
“Hoje, as crianças têm que fazer mil coisas: ir à escola, aprender futebol, dança, inglês e a ler e escrever. Falta-lhes o ócio. Quando não temos tudo, inventamos o caminho. As crianças precisam inventar os próprios jogos. Mata-se nas crianças o desejo, não há mais o que desejar – pois elas já têm tudo – e, desse modo, quando crescem, o jovens não têm desejo de nada, nem mesmo de mudar o mundo”, acrescentou.
Everaldo Garcia considera que é preciso ajudar os adolescentes e jovens a encontrar motivações mais profundas: “A vocação é muito importante. Cada pessoa precisa descobrir o porquê veio a este mundo e a forma com que pode colaborar para que ele seja melhor. Neste sentido, a espiritualidade e a formação de valores sólidos devem ser prioritários na formação”.

DEPENDÊNCIAS REAIS E VIRTUAIS

Aos 21 anos, o filho de Carlos, que prefere não ser identificado por completo, vive o drama da dependência química. “Ele trabalha como entregador alguns dias da semana, o suficiente para conseguir dinheiro e comprar mais entorpecentes. Depois, passa os dias em casa jogando e dormindo. Não colabora com as tarefas domésticas, não interage com as pessoas, não tem projeto algum para o futuro e não aceita ajuda. É muito complicado”, disse o pai.
A situação é vivida por muitas famílias, em que jovens fogem do convívio dos outros por meio dos vícios. E, se por um lado, a dependência pode significar a busca pelo prazer, pode, igualmente, ser uma forma de 
alienar-se do mundo.
A partir de sua experiência como educador e orientador educacional, Garcia salientou o fato de os jovens serem extremamente frágeis emocionalmente. 
“Essa fragilidade, fruto de uma educação que não ajuda a criança a se desenvolver autonomamente por excesso de cuidado ou, por outro lado, por uma carência afetiva extrema, é causadora de muitos males. Também as escolas se descuidaram do fator humano, preocupando-se, exageradamente, com a técnica ou as aprovações nos vestibulares. A consequência é uma geração que não consegue se equilibrar sobre as próprias pernas, pois lhes faltou o básico. É muito mais simples aprender uma competência técnica do que aprender uma competência de vida”, explicou.
Além da dependência química, a dependência das telas é uma realidade cada vez mais frequente. “Não se pode desconectar o jovem da tecnologia, mas precisamos encontrar caminhos para que este uso não cause um isolamento e o retire da vida social real. O tempo que as crianças e os jovens passam em frente às telas é preocupante. O que pode ser considerado saudável e o que acarreta prejuízos para estas meninas e meninos?”, indagou Desirée Ruas, que ajuda pais e educadores a pensar alternativas sobre o tema.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) referendou que “vício em games” entrará na sua classificação internacional de doenças, como um transtorno mental, a partir de 1º de janeiro de 2022. 
“Viver mergulhado em telas, internet e redes sociais é algo extremamente sedutor, pois o jogo nunca acaba, as mensagens não param de chegar e o universo de conteúdo a ser explorado é infinito. Como definir limites? As crianças e os jovens são capazes de perceber os prejuízos? Estudos mostram a relação entre as redes sociais e a depressão em jovens. É uma dependência que causa impacto nos estudos, na vida familiar e social. Nós, adultos, não sabemos o que é isso, porque não vivemos esta situação na juventude. A tecnologia trouxe muitas vantagens para todos. É preciso reforçar o uso positivo e ficar alerta quanto às consequências negativas de se viver tão conectado”, alertou Desirée.

CAMINHOS ABERTOS

Artes, música, esportes e ações de voluntariado são caminhos importantes para que os jovens possam se sentir inseridos e parte de um grupo. 
“É preciso trabalhar o valor da pessoa de forma real e debater sobre a ilusão de perfeição mostrada pelas redes sociais. O diálogo sobre valores humanos, sobre empatia e cuidado com o outro e o meio em que vivemos é fundamental, como também incentivar o engajamento dos adolescentes em projetos transformadores em que eles são os protagonistas, acreditar no potencial dos jovens e dar condições para que eles se expressem de forma plena”, aconselhou Desirée.
Garcia, por sua vez, disse que movimentos religiosos e pastorais devem se empenhar, sempre mais, em prol da juventude: “Escola de Pais, orientação clínica profissional, saúde emocional e o cultivo da espiritualidade são caminhos que as escolas podem promover sem medo”.
Em algumas escolas mantidas por instituições católicas em São Paulo, há setores que se empenham em promover os valores cristãos para crianças, adolescentes e jovens. Nas paróquias e comunidades católicas, existem grupos de jovens que se reúnem semanalmente e promovem encontros, retiros e atividades de entretenimento. 
Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus vivit (CV), o Papa Francisco recorda aos jovens algumas convicções da fé cristã e os encoraja a crescer na santidade e no compromisso em prol da própria vocação: “A Palavra de Deus diz que os jovens devem ser tratados como irmãos, e recomenda aos pais: ‘Não irriteis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo’. Um jovem não pode estar desanimado; é próprio dele sonhar coisas grandes, buscar horizontes amplos, ousar mais, ter vontade de conquistar o mundo, ser capaz de aceitar propostas desafiadoras e desejar contribuir com o melhor de si mesmo para construir algo superior. Por isso, insisto com os jovens para não deixar que lhes roubem a esperança, repetindo a cada um: ‘Ninguém escarneça da tua juventude’” (CV 15).

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O SÃO PAULO recorda o adeus a Dom Paulo, o Cardeal da Esperança

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12 de dezembro de 2019

Nesta quinta-feira, 12, a série “#TBT O SÃO PAULO” recorda mais uma edição histórica do semanário da Arquidiocese de São Paulo. A edição 3132, publicada em 20 de dezembro de 2016, destacou o adeus a Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito de São Paulo, que morreu no dia 14 do mesmo mês, aos 95 anos.

A morte gerou comoção nacional e fez com que milhares de pessoas fossem à Catedral da Sé para prestar as últimas homenagens ao Cardeal da Esperança, que foi sepultado na cripta da Catedral, no dia 16, após a celebração de exéquias presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano.  

Inúmeras foram as manifestações de pesar enviadas à Arquidiocese por conta do falecimento daquele que se destacou pelo agir misericordioso, em especial com os mais frágeis.

DOM ODILO SOBRE O CARDEAL ARNS

“Dom Paulo abraçou e aliviou a cruz dos irmãos durante todo o tempo de seu serviço sacerdotal e episcopal, fazendo-os experimentarem a esperança. Segurando firme a sua cruz peitoral de bispo, já no seu leito de morte, ele mostrou que também para ele próprio o Cristo crucificado era seguro sinal de esperança e vida. Na cruz, Cristo amou até o fim e deu a prova extrema do seu amor por nós. O “Cardeal da esperança” viveu 95 anos bem vividos; 76 deles como religioso franciscano, 71 anos como sacerdote de Cristo, 50 anos como bispo da Igreja, dos quais 43 como cardeal. Uma vida inteira dedicada a Deus e aos irmãos!”

(Artigo publicado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer na Edição 3132 do O São Paulo)

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Educação e esperança para as meninas do povo Gumuz

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15 de fevereiro de 2019

A tribo Gumuz vive no oeste da Etiópia, próxima à fronteira com o Sudão. Outrora nômades, entre os séculos XIX e XX, eles foram vítimas de escravagistas muçulmanos vindos do Sudão. Até hoje vivem na pobreza, e a sua vida é extremamente difícil, principalmente para as mulheres.

É muito difundida a crença de que o sangue da mulher durante o parto traz uma maldição para a família. Por isso, as mulheres devem dar à luz sozinhas, em lugares distantes e sem nenhuma ajuda. Como muitas são forçadas a se casar muito novas, quando seus corpos ainda não estão maduros o suficiente para a gravidez e o parto, as complicações são frequentes e, muitas vezes, fatais. Essas e outras superstições são causa de grande sofrimento e dor.

Há poucos anos, esse povo teve seus primeiros contatos com o cristianismo. Muitos deixaram de ser nômades e têm buscado o batismo. Nos últimos três anos, as irmãs da Congregação de São José da Aparição têm trabalhado com eles. Três irmãs preparam os candidatos ao batismo e ajudam-nos a entender melhor e viver a fé católica. Uma ajuda especial é direcionada às meninas e jovens mulheres para assegurar sua educação.

Vivendo em condições precárias, numa pequena cabana, as irmãs trabalham diretamente com as famílias, para convencê-las a oferecer às meninas uma boa formação.

Fonte: Ajuda à Igreja que Sofre
 

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‘Famílias são a esperança da Igreja e do mundo’, diz o Papa

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31 de agosto de 2018

O Papa Francisco passou o fim de semana na Irlanda, em uma importante viagem para participar do Encontro Mundial das Famílias, em Dublin. “As famílias são a esperança da Igreja e do mundo”, exortou, em discurso na Festa das Famílias, no sábado, 25. 

Ele quis que o tema desse encontro fosse “O Evangelho da família, alegria para o mundo”. Foi a segunda vez que o Papa Francisco compareceu ao evento, que ocorre a cada três anos – o anterior foi em Filadélfia, nos Estados Unidos, em 2015. 

“Deus deseja que cada família seja um farol que irradia a alegria do seu amor no mundo. O que isso significa?”, disse. E, imediatamente, respondeu: “Significa que nós, depois de ter encontrado o amor de Deus que salva, tentamos, com ou sem palavras, manifestá-lo por meio de pequenos gestos de bondade na nossa rotina e nos momentos mais simples de nossa jornada. Isso se chama santidade.”

Nesse sentido, Francisco retomou três palavras que ele costuma apresentar como chave da vida familiar e o melhor remédio no dia a dia das famílias cristãs: por favor, obrigado e desculpe. “Perdoar quer dizer doar alguma coisa de si. Jesus nos perdoa sempre. Com a força do seu perdão, também nós podemos perdoar os outros, se quisermos de verdade”, pontuou. 

Também na missa do domingo, 26, em Dublin, ele pediu às famílias que deem testemunho no mundo do que é ser cristão: “Como é difícil perdoar aqueles que nos ferem! Que desafio é sempre aquele de acolher o migrante e o estrangeiro! Como é doloroso suportar a desilusão, a rejeição, a traição! Como é incômodo proteger os direitos dos mais frágeis, dos que ainda não nasceram e dos idosos, que parecem perturbar nosso senso de liberdade!”

 

NÃO TENHAIS MEDO

No mesmo dia, mais cedo, o Pontífice se reuniu com jovens casais na Pró-Catedral de Santa Maria. Alguns são recém-casados e outros se preparam para o matrimônio. No início da conversa, Francisco brincou: “Olhando para vocês, assim tão jovens, me pergunto: então não é verdade que os jovens não querem se casar? Obrigado! Casar-se e compartilhar a vida é uma bela coisa.”

O Papa respondeu a perguntas que haviam sido enviadas para ele com antecedência. Mais de uma vez ele recomendou aos casais que dialoguem de modo sincero e aberto. As brigas podem até ser parte disso, mas, aconselha o Papa, é sempre melhor fazer as pazes antes do fim do dia. “Caso contrário, inicia-se uma espécie de guerra fria no dia seguinte, o que é muito perigoso”, adverte.

O Santo Padre indicou, ainda, que o casal fale de “coisas boas e santas”, que rezem a Nossa Senhora e que celebrem juntos as festas cristãs.

 

INICIAR A REVOLUÇÃO DO AMOR

Às vezes, o mundo de hoje considera “impopulares” as propostas da Igreja para as famílias – disse o Papa, criticando a priorização dos interesses individuais, em detrimento da vida compartilhada e, portanto, da família. Mas, mesmo assim, continuou, “as virtudes e verdades do Senhor” devem servir como base para que se inicie uma verdadeira “revolução do amor” nas próprias famílias. 

Uma das formas de promover essa revolução, diz Francisco, é por meio do diálogo intergeracional. “Assim, o vosso amor, que é dom de Deus, criará raízes ainda mais profundas. Nenhuma família pode crescer se esquece as próprias raízes. As crianças não crescem no amor se não aprendem a se comunicar com seus avós. Então, deixem que o vosso amor crie raízes profundas”, aconselhou o Papa.
 

 

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Terminou no domingo, 10 de setembro, a 20 ª Viagem Apostólica Internacional do Papa Francisco à Colômbia

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11 de setembro de 2017

O Papa Francisco foi conquistado pelo sorriso dos colombianos na visita ao país, afirmou na sexta-feira, 8 de setembro,o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke. O jornalista estadunidense adiantou à mídia local que o Papa está “muito contente” com o andamento da viagem, que termina domingo, 10 de setembro. Depois de visitar Medellín sábado, 9 de setembro, o Pontífice encerrou a visita em Cartagena.

Para Burke, o importante da viagem até então são a “alegria e a esperança” de Francisco, como demonstrado na primeira noite na Colômbia, quando pediu aos jovens que o aguardavam na Nunciatura que “não se deixassem roubar as esperanças”. Burke afirmou ainda que o encontro em Villavivencio dedicado à reconciliação entre as vítimas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ex-guerrilheiros, foi uma “lição de como pedir e oferecer perdão”.

Encontros da Nunciatura são destaque
Outro evento destacado, a seu ver, foi a noite de quinta-feira, 7 de setembro, quando um grupo de meninas com síndrome de Down falou sobre a vulnerabilidade. Para ele, a mensagem foi uma “lição de pura teologia de que todos somos vulneráveis”.
O porta-voz ainda garantiu que apesar da longa viagem, Francisco está muito bem e suportou com boa disposição o calor em Villavivencio. Uma prova disso, disse, foi o período dedicado depois do almoço para tirar fotos com seminaristas e outros fiéis sob o sol.
Em declaração exclusiva à Rádio Vaticano, Greg Burke se concentrou nos temas do perdão e da misericórdia, centrais na sexta-feira, em Villavicencio.
“Desde o início de seu Pontificado, o Papa fala do perdão e da misericórdia. Nós o vemos sempre diante de Deus, pedindo perdão. Não existe um dia mais importante do que outro, mas claramente este dia teve algo de especial”.
(CM)

(Texto da Rádio Vaticano)

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