Cardeal Scherer: “O Espírito Santo nos ajudará a renovar a vida de nossa Arquidiocese”

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29 de fevereiro de 2020
Na manhã desta quinta-feira, 27, Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, esteve reunido com o clero para abertura do ano pastoral na Arquidiocese de São Paulo, em evento que reuniu mais de 300 presbíteros, além de diáconos e bispos auxiliares.
 
A realização deste evento é marcado pela preparação dos trabalhos evangelizadores a serem conduzidos durante todo o ano de 2020, sob o ritmo da vida litúrgica: “Cada ano pastoral é um tempo de graça e de evangelização no ritmo da Liturgia: de anúncio, celebração e testemunho dos Mistérios da Fé. Quanta coisa podemos fazer durante um ano! Melhor conseguiremos desempenhar nossa missão, se nos organizarmos e se estivermos atentos aos apelos de Deus que se fazem presentes a todo instante, no correr do ano”, ressaltou o Cardeal ao iniciar sua prédica.
 
O tema de seu discurso foi marcado pela renovação da Igreja, seja em âmbito universal, com o recente olhar do Papa sobre a região amazônica, com a publicação do Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Querida Amazônia”, e a realização dos Congressos Eucarísticos, que recordam a centralidade do Augusto Sacramento na vida dos cristãos, seja de forma local, com a reflexão da Campanha da Fraternidade de 2020 sobre o cuidado com a vida, e, de forma especial, com a realização da Assembleia Sinodal Arquidiocesana.
 
 
RENOVAÇÃO DA ARQUIDIOCESE
 
Convidando todos os presbíteros a participarem da Abertura dos trabalhos da Assembleia Arquidiocesana, a se realizar no próximo dia 29 de fevereiro, às 15h00, na Catedral Metropolitana, Dom Odilo chamou a uma reflexão acerca dos temas já levantados nas pesquisas de campo e discutidos nas assembleias paroquiais e regionais.
 
O Arcebispo afirmou que “a Igreja que continua viva e presente na cidade de São Paulo”, ainda que pareça estar no meio de uma crise. A renovação da Igreja diante das dificuldades, afirmou Dom Odilo, “sempre aconteceu através de provações e chamados à conversão a Cristo e ao genuíno caminho do Evangelho. A renovação da Igreja nunca aconteceu através da 'conformação com o mundo’, mas através da renovada fidelidade ao Espírito de Cristo e à missão. A Igreja deve entrar no mundo, mas o espírito do mundo não deve entrar na Igreja.”
 
Mais ainda, lembrou que a “renovação da Igreja, em outras épocas, sempre se deu através de um renovado impulso missionário. Missões populares, missões ad gentes, catequese e pregação genuína ao povo, reforma da formação e da vida do clero, reforma da Vida Consagrada, centralidade da Eucaristia na vida das comunidades, prática das obras de misericórdia e caridade para com os pobres e doentes.”
 
Do mesmo modo, o Cardeal Scherer relembrou que, embora a participação do clero seja essencial neste processo de renovação, não se deve centralizar tal ação como se fosse tarefa exclusiva dele: “A Igreja também contou com a participação dos fiéis leigos: na vivência cristã em família e no processo da transmissão da fé. Essa missão não pode ficar concentrada na mão do clero e de alguns especialistas. A Igreja inteira é um povo missionário e, com frequência, damos a entender que o clero carrega sozinho a responsabilidade pela vida e a missão da Igreja.”
 
 
RENOVAÇÃO NA UNIDADE
 
Dom Odilo ressaltou que tal renovação se dá sempre na unidade e comunhão próprias da Igreja: "Sem a genuína comunhão eclesial, a Igreja desperdiça suas energias em lutas internas, movidas na maioria das vezes por vaidades pessoais, soberba e ambições humanas, em uma palavra, movida pelo 'espírito mundano'. A unidade mística e espiritual em torno de Jesus Cristo, cabeça e senhor da Igreja, deve acontecer também de forma visível, em torno dos legítimos organismos e pessoas encarregadas de assegurar a unidade e a comunhão da Igreja. Sem comunhão verdadeira, nossa Igreja pode se tornar um agregado de seitas, que já não estarão mais animadas pelo mesmo Espírito de Cristo. São preocupantes as críticas ao Papa e as pretensões de 'magistério paralelo' vindas de dentro da própria Igreja Católica. Ouvir o Papa, respeitar e obedecer às suas diretrizes não é questão de simpatia ou de palpite: para nós, é questão de fé."
 
Tal unidade e comunhão se dão, além, no sentido de pertença com que cada fiel vive sua vida cristã. Como Dom Odilo afirma, "a maioria dos católicos olham a Igreja de longe, como se não fossem parte dela, ou se ela fosse uma realidade que pertence a alguém outro. É uma percepção individualista da fé e da vida cristã. Falta maior senso de identificação e de pertença à Igreja, à própria comunidade. Até mesmo para muitos católicos praticantes, a Igreja é vista na ótica do 'mercado', detentora de bens desejáveis e bons, que se buscam quando se tem necessidade ou desejo deles, mas sem se envolver com ela. Temos urgente necessidade de desenvolver o senso comunitário entre os nossos fiéis. Nossa Igreja não é uma instituição do 'mercado religioso', mas a comunidade dos discípulos de Cristo, unidos a ele e entre si por laços sobrenaturais profundos."
 
 
RENOVAÇÃO DA VIDA CRISTÃ
 
O Arcebispo Metropolitano revelou uma preocupação em torno da vida cristã dos fiéis, a queda na frequência aos Sacramentos. Afirma o Cardeal que "a frequente contraposição que se fez entre 'evangelização' e 'sacramentalização' não foi saudável e passou a impressão de que os Sacramentos não são importantes e até dispensáveis e que devemos dar todo o peso à evangelização, como se evangelização e sacramentos não fossem partes da mesma missão da Igreja. Não se pode diminuir a importância dos Sacramentos, que são sinais mediadores da ação de Deus através da ação da Igreja. Uma Igreja sem os Sacramentos desprezaria a pedagogia da encarnação, não seria mais a Igreja Católica e poderia passar a impressão de que nós mesmos, por nossas humanas capacidades, damos a eficácia à pregação e à ação da Igreja"
 
Como ponto de partida para tal renovação, Dom Odilo ofereceu três caminhos ao clero da Arquidiocese: consciência da identidade presbiteral, renovação do espírito sacerdotal, e o cuidado do esencial da missão:  "Tomarmos nova consciência de nossa identidade sacerdotal e da missão que nos foi dada pela Igreja. [...] Renovar-nos no espírito sacerdotal, como S. Paulo recomendou a Timóteo: 'não descuides o dom que está em ti e que te foi dado pela imposição das mãos' (cf 1Tm 4,14). Renovar-se também na valorização da própria vida sacerdotal, para não cair no ativismo estéril, no desânimo e no azedume paralisante."
 
Relembrando a missão específica dos padres, o Arcebispo os indagou sobre a sua atuação sacerdotal: "Quanto do nosso tempo e energias dedicamos ao povo para acolher, ouvir, visitar, confortar, alegrar? Temos missa todos os dias em nossas paróquias? Rezamos pessoalmente e com o povo, também fora da Missa? Atendemos as confissões regularmente? Visitamos e cuidamos dos doentes? Consolamos e confortamos os enlutados de nossa paróquia? Nos interessamos pelas famílias? Qual é a atenção que damos aos pobres? Acompanhamos pessoalmente a catequese? Preparamos os noivos para o casamento com interesse e dedicação? Preparamos bem as homilias? Temos outras iniciativas de formação cristã, além da Missa e da preparação aos Sacramentos? Dedicamos o nosso tempo à nossa missão principal, ou apenas uma sobrinha do nosso tempo?"
 
Ao encerrar seu discurso ao clero, Dom Odilo reafirmou a esperança de que o Espírito Santo nao falharia em auxiliar a Igreja neste caminho de comunhão, conversão e renovação missionária: "Confiamos na generosa boa vontade de todos e na ação do Espírito Santo, animador e guia da vida eclesial. Ele, que “renova a face da terra”, nos ajudará a renovar a vida de nossa Arquidiocese."
 
 
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE DOM ODILO PEDRO SCHERER AQUI.

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Clero é chamado a engajar-se pelas vocações na Arquidiocese

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09 de agosto de 2019

Na sexta-feira, 2, a Paróquia São Carlos Borromeu, na Região Episcopal Belém, acolheu os padres da Arquidiocese de São Paulo para a tradicional confraternização do clero. Esse encontro acontece anualmente em virtude das comemorações do Dia do Padre, celebrado em 4 de agosto, em memória à data de falecimento de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes. 


Com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, dos bispos auxiliares da Arquidiocese – Dom Devair Araújo da Fonseca, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Dom José Benedito Cardoso, Dom José Roberto Fortes Palau, Dom Luiz Carlos Dias, além do Monsenhor Jorge Pierozan, recém-nomeado bispo auxiliar – e de diversos sacerdotes, diáconos permanentes e seminaristas, o encontro foi marcado pelo estímulo à vivência do sínodo arquidiocesano e pela necessidade de se fomentar as vocações na Arquidiocese de São Paulo. 


Por meio de um convite a refletir o que já foi realizado até aqui e também para pedir ao Senhor as disposições necessárias ao seguimento no caminho exigido para atender às necessidades da Igreja em São Paulo, o momento de oração foi aberto com o Hino do sínodo arquidiocesano, e seguido da acolhida de Dom Odilo a todos os presentes. Na sequência, cantou-se o Salmo 23 e proclamou-se o Evangelho, com a passagem bíblica a respeito de ser “sal da terra e luz do mundo”.

Animação vocacional
A reflexão seguinte ficou sob a responsabilidade do Padre José Carlos dos Anjos, Animador Vocacional da Arquidiocese, que se dirigiu a todo o clero, pedindo que cada um se tornasse um animador vocacional e incentivasse os jovens a discernir seu possível chamado ao ministério ordenado e à vida religiosa, tão necessários para se prover a Igreja de mais homens e mulheres santos, que se disponham a trabalhar pelo Reino de Deus.  


Posteriormente, Dom Odilo relembrou que o mês de agosto é dedicado às vocações em geral e não somente àquelas referentes ao ministério ordenado, isto é, também à família, ao casamento, à vida religiosa e consagrada e aos diversos ministérios laicais na Igreja. Destacou, ainda, a responsabilidade de todos no processo de discernimento relacionado à vocação ao ministério ordenado e à vida religiosa e consagrada. 


“A iniciativa da CNBB ao proclamar agosto como mês vocacional deve aprofundar em todas as comunidades da Igreja a consciência vocacional, ou seja, todas elas são chamadas a apoiar e incentivar as vocações, a partir de si mesmas, em seus contextos e realidades. Dessa forma, deve haver consciência das próprias comunidades a respeito da importância de participar dessa preocupação com as vocações”, afirmou o Arcebispo. 

Pré-Congresso Vocacional
Dom Odilo evidenciou ainda a iniciativa da Arquidiocese com a realização do Pré-Congresso Vocacional, no Colégio Madre Cabrini, na Vila Mariana, nos dias 2 e 3 (leia mais na página 11), em preparação ao 4º Congresso Vocacional do Brasil, que acontecerá em Aparecida (SP), em setembro. “Os desafios atuais para se despertar as vocações sacerdotais e religiosas nos nossos jovens são muitos, justamente porque hoje há muitos apelos do mundo que podem desviá-los do caminho. É preciso ajudá-los de forma concreta a discernir seu chamado”, concluiu.  


Após o momento oracional, todos foram convidados pelo Padre Fausto Marinho Carvalho Filho, membro do Conselho de Presbíteros da Arquidiocese de São Paulo, e pelo Padre Christian Uptmoor, Administrador Paroquial da Paróquia São Carlos Borromeu, a participar de um brunch de confraternização no salão paroquial.
 

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Os desafios da pastoral urbana são tema de aprofundamento para o clero de São Paulo

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09 de agosto de 2019

Os desafios da evangelização em meio à liquidez de valores, à diversidade cultural, à quebra de paradigma e ao mal-estar da pastoral diante do descompasso entre mudanças de época foram alguns dos assuntos apresentados por Dom Joel Portella, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na 17ª edição do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo. 


Participaram do curso, entre os dias 5 e 8, no Mosteiro de Itaici, no município paulista de Indaiatuba, cerca de 220 presbíteros do clero da Arquidiocese de São Paulo, que estudam os conceitos de sinodalidade, missionariedade e urbanidade.


Dom Joel foi escolhido como assessor do curso pelo seu vasto currículo sobre o tema abordado. Cursou Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde também fez mestrado e doutorado em Teologia Pastoral, com ênfase em “Antropologia Teológica e Teologia Pastoral”, realizando seus estudos principalmente nos seguintes temas: evangelização, inculturação, pastoral urbana, teologia e urbanização. Em 2013, foi Secretário-executivo da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Integrou a comissão de elaboração das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil da CNBB. Ainda, Dom Joel foi nomeado, em 6 de outubro de 2018, como consultor para o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, do Vaticano.


A atividade teve início com uma palestra do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Segundo Dom Odilo, “o curso tem não só um caráter teológico, de aprofundamento num tema, mas possui também um caráter pastoral, em sintonia com o nosso sínodo arquidiocesano e com as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, da CNBB, que têm como foco a ‘Igreja na cidade’”.

Sínodo arquidiocesano
Tema de profunda relevância no contexto atual de caminho sinodal na Arquidiocese, o conceito de “sinodalidade” é entendido como “a ‘comunhão e participação’ que o episcopado latino-americano vem pregando desde o Documento de Puebla”, destacou Dom Odilo. Mais ainda, afirmou que “a obra da evangelização não é missão de alguns poucos, mas algo que todo batizado deve realizar, pois recebeu o dom de Deus, justamente para transmiti-lo”.


Nesse sentido, animou os sacerdotes a aprofundar no acolhimento e na participação do sínodo arquidiocesano, não só em suas assembleias sinodais, mas, principalmente na interpretação do levantamento socioeconômico-religioso, realizado em meados de 2018, e que serve como principal instrumento de trabalho para analisar a realidade da presença da Igreja na cidade de São Paulo. Segundo Padre José Arnaldo Juliano, Teólogo-Perito do sínodo, “temos uma riqueza em mãos, fruto do primeiro ano do caminho sinodal da Arquidiocese, que nos proporcionará um ‘diagnóstico’ detalhado da vida religiosa em nossa metrópole”.


Para auxiliar a reflexão acerca dos resultados da pesquisa de campo, Padre José Arnaldo conduziu uma discussão de grupos sobre a relevância de cada bloco do questionário, a fim de que cada presbítero pudesse analisar, a partir de sua própria realidade, a relevância dos dados obtidos.

Mês Missionário Extraordinário
Comentando as dificuldades da pastoral urbana, Dom Joel Portella afirmou que a resposta da Igreja frente às mudanças de paradigmas encontradas na sociedade vai se dar a partir de uma nova contextualização da mensagem da Igreja, enfrentando tais mudanças com um espírito aberto, todavia fiel ao Magistério, de um modo diverso da forma como se vinha fazendo.


Chama a atenção, assim, a proposta do Papa Francisco em realizar, em outubro próximo, um Mês Missionário Extraordinário, que visa, de forma principal, fomentar uma cultura missionária permanente no seio da Igreja.


Durante o curso, em resposta ao pedido do Pontífice, foi apresentado o projeto missionário para a Arquidiocese de São Paulo, buscando mudar o modo de pensar e atuar da Igreja em São Paulo. “A Igreja é missionária de maneira permanente e em tudo o que ela faz; ela existe para a missão, e essa Igreja somos nós!”, pontuou o Cardeal.

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Clero se prepara para as assembleias paroquiais

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13 de setembro de 2018

Aconteceu no dia 4, na Cúria da Região Episcopal Lapa, a reunião do clero com o objetivo de estudar o documento preparado pela Comissão Arquidiocesana do sínodo para as assembleias paroquiais.

Padre Antonio Francisco Ribeiro, após um momento de oração realizado na Capela da Paróquia Nossa Senhora da Lapa, falou sobre o andamento das entrevistas que estão sendo realizadas nas paróquias e que, até o dia 15 de setembro, deverão ser concluídas. Disse ainda sobre um segundo questionário, a ser preenchido até a mesma data, que os padres e secretários deverão responder sobre cada paróquia, com dados sobre Batismo, Primeira Eucaristia, Crisma e Casamentos nos últimos dez anos.

Em seguida, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, apresentou o documento e orientações para as assembleias paroquiais, lendo o Regulamento do sínodo.

O terceiro momento do sínodo nas paróquias, em outubro, dedicado às assembleias paroquiais, terá a coordenação dos párocos e administradores paroquiais para refletir sobre a realidade pastoral e evangelizadora das paróquias, sua vitalidade eclesial e seus desafios e urgências. Cada paróquia fará no mínimo três sessões. Uma vez realizadas as assembleias paroquiais, deverá ser produzido um relatório sobre a vida e a missão da Igreja no âmbito paroquial, a partir do levantamento e das assembleias paroquiais, seguindo as orientações da Secretaria Executiva do sínodo.

As assembleias paroquiais situam-se ainda na fase preparatória (VER) do sínodo arquidiocesano. Assim, sua preocupação não será a de chegar a conclusões finais, mas a de contribuir para a tomada de consciência da realidade eclesial na Arquidiocese como um todo.

LEIA TAMBÉM: O Kairós das assembleias paroquiais do sínodo arquidiocesano!

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Sínodo arquidiocesano é assunto em destaque em reunião do clero

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13 de setembro de 2018

O clero atuante na Região Episcopal Sé reuniu-se, no dia 5, para refletir sobre o sínodo arquidiocesano, na Catedral da Sé, com a coordenação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo.

O café da manhã foi oferecido pela Missão Belém, no marco da misericórdia da Arquidiocese de São Paulo, o Edifício Nazaré, que funciona 24 horas por dia e acolhe os moradores em situação de rua e os encaminha para os sítios da Missão Belém.

A reunião começou com a acolhida feita por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Sé, seguida da oração conduzida pelo Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral da Sé, e pelo Padre Helmo César Faccioli, Auxiliar do Cura da Catedral.

Em seguida, Padre Baronto fez uma breve apresentação do histórico e da atuação pastoral da Catedral da Sé.

Dom Odilo acolheu a todos e explicou sobre os encaminhamentos do sínodo arquidiocesano. Fez ainda a leitura do Regulamento das Assembleias Paroquiais do sínodo e do Instrumento de Trabalho das Assembleias Paroquiais do sínodo.

Na sequência, Padre José Roberto Pereira, Coordenador Regional de Pastoral, comunicou alguns avisos pertinentes à Região Sé.

O encontro terminou com a Celebração Eucarística do Aniversário da Dedicação da Catedral da Sé, presidida por Dom Odilo e concelebrada por Dom Eduardo e os padres atuantes na Região Sé.

 

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Curso de atualização do clero de São Paulo enfatiza a necessidade de renovação das pastorais

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17 de agosto de 2018

Conversão pessoal, santidade de vida, inovação, renovação das estruturas paroquiais, planejamento estratégico elaborado em conjunto, com objetivos gerais e específicos bem definidos, em comunhão com o 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral. Esses foram alguns dos assuntos abordados durante o 16º Curso de Atualização Teológica e Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo para a revitalização das paróquias em direção a uma Igreja missionária e em saída. 

O curso aconteceu em Itaici, Município de Indaiatuba (SP), entre os dias 6 e 9, e teve como tema “Paróquia: Missão e Renovação”. As palestras foram proferidas pelo religioso da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), Padre José Carlos Pereira, doutor em sociologia e autor de diversos livros sobre renovação pastoral, entre os quais “Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano” e “Renovação Paroquial”, ambos pela editora Paulus . Participaram 196 padres, entre párocos e vigários paroquiais da Arquidiocese de São Paulo. 

Sair da “zona de conforto das pastorais de conservação” - próprias de uma época em que a grande maioria da população era católica -; evangelizar aqueles que supostamente já são evangelizados; transformar todos os grupos paroquiais, de modo que seus membros recebam formação permanente e se tornem missionários; ir ao encontro das pessoas onde elas estão, com especial atenção às periferias geográficas e existenciais, foram algumas das principais urgências apresentadas ao longo do curso.

O temário foi escolhido tendo em vista o sínodo arquidiocesano em andamento, em particular como preparação à Assembleia Paroquial, que conclui a etapa sinodal paroquial e que deverá acontecer entre os meses de outubro e novembro deste ano. 

Padre José Carlos usou como base de suas exposições a Exortação Apostólica Evagelii Nuntiandi do Beato Paulo VI; a Exortação Apostólica Evagelii Gaudium do Papa Francisco; o Documento de Aparecida, além dos seguintes documentos da CNBB: Projeto Nacional de Evangelização; O Brasil no Mundo Continental; Diretrizes Gerais para uma ação Evangelizadora no Brasil; Comunidades de Comunidades: uma nova paróquia; Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. 

 

RESISTÊNCIA À RENOVAÇÃO

A preocupação da Igreja Católica no Brasil em renovar as pastorais paroquiais não é nova. Desde 1962, tem-se estudado diversas formas de inovação, afim de que a Igreja possa fazer frente aos desafios impostos pela pós-modernidade, caracterizada pela liquidez de valores, pelo relativismo cultural, pelo apego à aparência em detrimento do ser, pelo subjetivismo da fé, pela fragilização das relações humanas e comunitárias e pela substituição dos relacionamentos reais pelos virtuais.

Segundo o Padre José Carlos, o ambiente cultural da pós-modernidade, ao supervalorizar o individualismo, enfraquece as instituições comunitárias, fomenta o subjetivismo da fé, dificultando a realização do planejamento pastoral a longo prazo. No que se refere à política, a pós-modernidade tende a desqualificar os partidos políticos: o cidadão vota em pessoas sem considerar o partido ou grupo a que pertence ou representa. 

Em meio a esse oceano líquido e instável, a Igreja, com seus valores sólidos, bem definidos e perenes, deseja ser uma plataforma firme, norteadora de caminhos, de sentido, e modos de agir. 

“A Igreja, por exemplo, defende o valor sólido da vida desde a concepção em meio a um mundo que despreza a vida, em que tudo é descartável e no qual,  o indivíduo coloca seus interesses pessoais acima do bem comum. Não é a toa que os defensores do aborto afirmam que não é a Igreja ou qualquer outra instituição que pode regular o que uma mulher deve fazer. ‘Meu corpo, minha vida, minha decisão’, dizem”, exemplificou o conferencista.

Na opinião do Padre José Carlos, não obstante todos esses desafios que a pós-modernidade trouxe, ao que parece, as paróquias têm resistido à renovação. Citando o diagnóstico apresentado no documento 104 da CNBB, o palestrante afirmou que “historicamente as paróquias parecem ter resistido a quaisquer propostas de mudança. Nos últimos 50 anos, preocuparam-se prioritariamente com o culto e muito pouco com a vida comunitária, com a pregação, com o testemunho e com o serviço”. Em consequência, as dimensões proféticas e missionárias ficaram enfraquecidas. 

 

CONVERSÃO MISSIONÁRIA

Citando a Evangelii Gaudium, Padre José Carlos apresentou as seguintes diretrizes para que a Igreja e as paróquias vivam uma verdadeira conversão missionária:​​​​​​

1 .  A Igreja tem que estar a serviço. Para tanto, ela necessita ser acolhedora. “Todas as pastorais são importantes, mas algumas são condições para outras funcionem bem. Entre essas, a mais importante é a pastoral da acolhida. Se as paróquias não forem acolhedoras, todas as outras pastorais serão precárias porque as pessoas não ficam onde não se sentem acolhidas”.

2 Visitar, escutar e ajudar. São os pilares de uma paróquia missionária e acolhedora. “Acolher não significa apenas receber as pessoas na porta da Igreja. Acolhimento é algo mais profundo: é ir ao encontro. Qualquer pessoa que procure uma comunidade eclesial deve ser recebida por alguém que a escute e ajude a encontrar uma solução para a sua necessidade”. 

3 . Igreja missionária em saída.  “A Igreja tem que ir ao encontro das periferias, seja ela física ou existencial”. 

4 . Santidade de vida. “Igreja missionária requer presbíteros e leigos que busquem a santidade e ofereçam ao mundo um testemunho verdadeiro e coerente de seguimento de Jesus Cristo. Tolerância, mansidão, alegria interior, ousadia apostólica, ardor, oração pessoal, honestidade, comprometimento com a verdade são alguns elementos da santidade de vida”.

5 . Inovação pastoral. “Não ter medo de mudanças e de criar novas pastorais quando forem necessárias”.  

6 . Investir na formação pessoal dos leigos. “Se queremos que as paróquias sejam centros de irradiação da fé temos que fazer de modo que todos os que dela participam estejam em formação permanente. Transformar todos os grupos em unidades formativas: que em cada encontro se aprenda alguma coisa”. 

 

GRAÇA E PECADO

A Missa de encerramento do Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na quinta-feira, 9, na capela do Mosteiro de Itaici. 

Em sua homilia, Dom Odilo, refletindo sobre o texto do profeta Jeremias, chamando a atenção para o fato de que o Profeta, ao mesmo tempo em que denuncia o pecado do povo, anuncia uma nova aliança e o perdão dos pecados. “É um resumo da nossa história”, disse o Cardeal. “Graça e pecado, pecado e graça. Deus sempre quer renovar a aliança. Os desafios para a pastoral são grandes e muitos. Mas temos Deus ao nosso lado. Contemos com a sua ajuda!” concluiu. 

A segunda parte da homilia foi dedicada a Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), cuja memória era celebrada no dia. Dom Odilo enfatizou que Santa Edith Stein representa a pessoa que busca a verdade. “E quem busca a verdade encontra a Deus”, afirmou.

“Os santos são testemunhas da fé, da busca da verdade e da vida na verdade. A bíblia é a narrativa da história dos santos que fizeram a história da salvação: patriarcas, profetas e apóstolos. Esses santos foram referencia de verdade e amor para com Deus e para com o povo. Os santos da Igreja são referencias históricas da história da Igreja”, afirmou o Cardeal.

Ao final Dom Odilo exortou os padres a usar o testemunho dos santos para evangelizar. “Mais do que contar sobre os seus milagres, enfatizar as histórias de suas buscas, de suas vidas, de suas orações, lutas e boas ações em modo a provocar no coração dos cristãos o desejo de santidade de vida”. 


 

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Aos 67 anos, morre o Padre João Bosco dos Santos

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24 de dezembro de 2017

A Arquidiocese de São Paulo comunica o falecimento no sábado, 23 de dezembro, do Padre João Bosco dos Santos, aos 67 anos, no Hospital Santa Catarina, em decorrência de um câncer de próstata.

Nascido em Cachoeira Paulista (SP), em 5 de abril de 1950, Padre João Bosco foi ordenado sacerdote em 1982, aos 32 anos de idade.

Na Arquidiocese de São Paulo, atuou especialmente na Região Episcopal Belém. Foi pároco nas paróquias Santa Madalena, Natividade do Senhor, São José do Maranhão e São Benedito. Também colaborou na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

O sepultamento do sacerdote foi em Cachoeira Paulista. Pelas redes sociais, amigos de sacerdócio e leigos que atuaram com o Padre João Bosco dos Santos recordaram da disponibilidade do presbítero em servir à Igreja e também de suas homilias, que faziam todos a aprofundar cada vez mais os valores da fé católica.

(Com informações do Padre Fausto Marinho)

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‘Os padres não caem do céu, surgem da comunidade’

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11 de agosto de 2017

Na missa da Festa da Transfiguração do Senhor, na Catedral da Sé, no domingo, 6, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, conferiu os ministérios de Leitor e Acólito a um grupo de seminaristas da Arquidiocese. A celebração marcou o início do mês das vocações no Brasil, cujo primeiro domingo recorda a vocação para os ministérios ordenados.

A missa foi concelebrada por padres formadores do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição e pelo Coordenador da Pastoral Vocacional, Padre Messias de Moraes Ferreira.

O Leitorato foi conferido aos seminaristas Àlvaro Moreira Gonçalves, Eldino José Pereira, Francisco Ferreira da Silva, Jonathan Aparecido Lopes Gasques e Sulliver Rodrigues do Prado. Já aos seminaristas Benedito Aparecido Maria de Borba, Fabio Nunes dos Santos, Hernane Santos Modena e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho foi conferido o Acolitato.

 

Chamado ao serviço

Na homilia, Dom Odilo explicou que os ministérios recebidos pelos seminaristas são um primeiro chamado ao serviço no processo formativo que antecede a ordenação. “Os ministros leitores são encarregados de ajudar a Igreja a realizar a parte mais importante da sua missão: o anúncio da Palavra de Deus... Na celebração, na pregação, mas de muitas outras formas: na Catequese, nos cursos de formação cristã, na leitura bíblica, nos retiros, nas missões. Tudo isso é evangelizar”, afirmou. 

Quanto ao ministério dos acólitos, o Cardeal ressaltou que não se resume ao serviço do altar, mas ao serviço daquilo que se celebra no altar, o mistério central da redenção: Jesus que continua a se doar pela humanidade. “Os acólitos, ajudando os sacerdotes a bem celebrar, ajudam o povo de Deus a se oferecer a Cristo no altar. Os acólitos estão em função da Eucaristia, a serviço do culto eucarístico”. 

Dom Odilo pediu, ainda, a toda a comunidade que sempre reze pelas vocações, pelos seminaristas, pelos padres e diáconos, para que, “com a graça de Deus, com a ajuda de todos e com o próprio esforço e a resposta de cada um ao chamado de Deus, possam realizar bem a sua vocação, seu serviço a Deus e aos irmãos na Igreja”. O Arcebispo também reforçou o pedido para sempre rezarem pelo ministério dos bispos e do Papa. “Nós também somos sacerdotes, precisamos da oração de todos”, acrescentou. 

O Cardeal Scherer recordou, ainda, os 13 diáconos seminaristas da Arquidiocese que estão realizando uma experiência missionária na Amazônia e no Nordeste nos meses de julho e agosto e que, no final de novembro, serão ordenados sacerdotes.

 

Oração nas paróquias

Dom Odilo agradeceu as paróquias que realizam um trabalho de promoção vocacional. “Os padres não caem do céu, surgem da comunidade. O Papa São Joao Paulo II dizia que a vocação é uma resposta de Deus providente a uma comunidade orante, que pede. ‘Pedi ao Senhor da messe que envie operários’. Deus ouve e chama”, disse. 

“Que bom seria se em cada comunidade e paróquia houvesse vocacionados. Precisamos trabalhar muito para isso. Será que Deus parou de chamar? Deus continua a chamar. Talvez nós estejamos um pouco distraídos e não ouvimos o chamado ou não o acolhemos devidamente”, completou o Arcebispo.

No final da celebração, agentes da Pastoral Vocacional depositaram flores na imagem de Nossa Senhora, Mãe das Divinas Vocações, e um dos jovens vocacionados fez uma saudação a Dom Odilo. 
 

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