Continente é consagrado à Nossa Senhora de Guadalupe

Por
13 de abril de 2020

Os sinos das catedrais e templos dos países que compõe a América Latina e o Caribe tocaram, ao mesmo tempo, as 12 badaladas para anunciar que essas nações seriam, a partir daquele momento, consagrados à padroeira do continente, Nossa Senhora de Guadalupe.

O ato de consagração proposto pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) aconteceu na Basílica Nacional de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, às 12h locais, e às 14h, no horário de Brasília.

Após o toque dos sinos, deu-se início à celebração eucarística, presidida pelo Arcebispo e Primaz da Cidade do México, Dom Carlos Aguiar Retes. No início da Santa Missa, o Núncio Apostólico do México, Monsenhor Franco Coppola, leu a mensagem enviada pelo Papa Francisco para o ato de consagração, na qual o Pontífice pede a Deus pelo fim da pandemia de coronavírus e para que os que mais sofrem com a doença possam ser iluminados pela misericórdia de Deus.

Dom Carlos Aguiar enfatizou durante a homilia que para seguir Jesus Cristo é preciso ter fé e não somente crer em evidências concretas.

MÃE DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE

Após o momento da comunhão, o Presidente do Celam, Monsenhor Miguel Cabrejos Vidarte, em vídeo transmitido, salientou sobre a necessidade de confiar no amor maternal da mãe de Jesus, rememorando as falas ditas por ela a San Juan Diego. Segundo o Monsenhor, seu exemplo é capaz de abrir uma porta de luz, esperança e alegria, sobretudo aos enfermos atingidos pela COVID-19.

Em seguida, Dom Carlos Aguiar Retes leu a oração de consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe.

“Bem-aventurada, Virgem Maria de Guadalupe, Mãe do Deus verdadeiro, através do qual nós vivemos. Em momentos como o atual, sentimo-nos como Juan Diego, pequenos e frágeis diante de doenças e dores, por isso, nós vos apresentamos nossas orações e nos consagramos a vós. Nós vos dedicamos nossos povos, especialmente as pessoas mais vulneráveis, os idosos, as crianças, os doentes, os indígenas, os migrantes, os desabrigados, os provados de liberdade. Virgem Mãe, pedimos ajuda do vosso imaculado coração e imploramos a vossa intercessão, junto ao vosso amado Filho, obtende para nós a saúde e a esperança. Que nosso medo se transforme em alegria, que em meio a esta tormenta, vosso Filho Jesus seja nossa força e nossa serenidade. Que nosso Senhor levante sua mão poderosa e sesse o avanço desta pandemia”, disse o Arcebispo em um trecho.”, disse o Arcebispo em um trecho da oração.

CLIQUE E ASSISTA À ÍNTEGRA DA ATO DE CONSAGRAÇÃO

LEIA TAMBÉM

Mãe do verdadeiro Deus, Padroeira da América Latina

Comente

Mãe do verdadeiro Deus, Padroeira da América Latina

Por
11 de abril de 2020

O ano era 1531. Em 9 de dezembro, um homem indígena recém-convertido, Juan Diego, caminhava rumo à cidade do México para participar de uma catequese e missa. Ao chegar à colina de Tepeyac, a Virgem Santíssima lhe apareceu para pedir que fosse ao encontro do Bispo local, o franciscano Juan de Zumárraga, e dissesse a ele que construísse naquele mesmo lugar um santuário. O Prelado, no entanto, solicitou ao indígena, provas concretas para o desejo de Nossa Senhora.

Dois dias mais tarde, Juan Diego procurava um Sacerdote para visitar seu tio, que estava muito doente. Novamente, a mãe de Jesus apareceu e falou com ele: “Não se perturbe teu rosto, teu coração. Não estou eu aqui, tua Mãe?”.

Em seguida, pediu que Juan subisse até a colina de Tepeyac para colher algumas flores, fato improvável diante do inverno e aridez do local. Ele as colheu e as colocou em sua “tilma” (manto) e, seguindo o que a Maria lhe pedia, foi ao encontro do Bispo para apresentá-las como prova de seu desejo.

Ao chegar, Juan Diego abriu o manto para que as flores caíssem. Na tilma estava a imagem de Nossa Senhora com os cabelos soltos, grávida, a lua sob seus pés e uma coroa sobre sua cabeça. O Bispo, então, acreditou e pediu perdão a Nossa Senhora.

No dia seguinte, Juan Diego foi visitar seu tio, que já recuperado lhe contou ter visto também a imagem e que ela disse que se chamaria Santa Maria de Guadalupe.

MÃE QUE UNIU UMA NAÇÃO

A revelação da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe acontece em um momento histórico de grandes desafios religiosos. À época, muitas etnias abitavam no vale de Anahuac, atual Cidade do México, tendo a tribo asteca como soberana.

A missão dos religiosos na cidade era ainda mais difícil, pois os nativos, que possuíam uma cultura violenta, não aceitavam mudar suas tradições. Após o fato milagroso, houve a reconciliação entre nativos e espanhóis, pois com o símbolo, ambas as culturas compreenderam a mensagem enviada do céu. Nos sete anos seguintes, cerca de 8 milhões de nativos se converteram, tornando o México um dos países com maior presença católica.

O Papa Bento XIV afirmou, em 1754, que: “Nela tudo é milagroso: uma imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiro, uma imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja, Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”.

Em 1875, o Papa Leão XIII coroou a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe e, em 12 de outubro de 1945, ela foi proclamada Padroeira de toda a América pelo Papa Pio XII.

De acordo com o Padre Eduardo Chávez, Cônego da Basílica de Guadalupe e diretor do Instituto Superior de Estudos Guadalupanos, o nome de Santa Maria de Guadalupe revela o sentindo de sua missão: “Maria tem três significados: a escolhida por Deus, a iluminadora e a mais bela. Ela não é a luz, ela é a iluminadora, que ilumina por Jesus Cristo Nosso Senhor”, e completou: “Guadalupe tem origem árabe e seu significado é o curso do rio. Ela não é água, mas a leva. Ela transporta a água, a água viva é Jesus”.

AO REDOR DA MESA

A primeira Igreja, chamada de Templo Expiatório de Cristo Rei, erguida em mármore e com as imagens de São Juan Diego, canonizado em 31 de julho de 2002, por São João Paulo II, e Dom Zamárraga começou a ser construída em 1531, e dedicada em 1709.

Contudo, problemas estruturais fizeram com que em, 1974, fosse iniciada a elevação da nova Basílica, inaugurada em 12 de outubro de 1976, que anualmente, acolhe cerca de 20 milhões de peregrinos, sendo o segundo templo católico mais visitado do mundo.

Somente nos três últimos anos, durante a festa litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe, celebrada em 12 de dezembro, a Basílica recebeu cerca de 27 milhões de devotos.

O Papa São João Paulo II foi o primeiro pontífice a visitar a Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, em janeiro de 1979, durante sua primeira viagem internacional. Na ocasião, ele também inaugurou a 3a Conferência do Episcopado Latino-Americano.

“Te oferecemos todo este Povo de Deus. Te oferecemos a Igreja do México e de todo o Continente. Te oferecemos isso como Tua propriedade. Tu, que entraste tão dentro nos corações dos fiéis através do sinal da Tua presença, que é a Tua imagem no Santuário de Guadalupe, vive como em Tua casa nestes corações, também no futuro. Esteja presente em nossas famílias, em nossas paróquias, missões, diocese e em todos os povos”, salientou o Santo Padre.

O Papa Francisco foi o segundo sucessor de Pedro a estar no santuário mariano, em viagem apostólica realizada em fevereiro de 2016. Na ocasião, o Pontífice refletiu sobre o evangelho em que Maria sai, apressadamente, ao encontro de sua prima Isabel para ampará-la durante sua gestação.

“Escutar esta passagem do Evangelho nesta casa tem um sabor especial. Maria, a mulher do sim, também quis visitar os habitantes desta terra da América na pessoa do índio São Juan Diego. Assim como se moveu pelas estradas da Judeia e da Galileia, da mesma forma alcançou Tepeyac, com as suas roupas, usando a sua língua, para servir esta grande nação. E assim como acompanhou a gravidez de Isabel, acompanhou e acompanha a gestação desta abençoada terra mexicana. Assim como se apresentou ao humilde Juanito, de igual modo continua a fazer-se presente junto de todos nós, especialmente daqueles que sentem, como ele, que não valem nada. Aquela escolha particular, digamos preferencial, de Juanito não foi contra ninguém, mas a favor de todos. Juan, o índio humilde que a si mesmo se designava como cauda, asa, necessitado ele próprio de ser conduzido, tornou-se ‘o mensageiro, muito digno de confiança’”, salientou Francisco.

CONSAGRAÇÃO

No Domingo de Páscoa, dia 12, às 14h (horário de Brasília), o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) fará um ato de consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, na Basílica a ela dedicada.

Dom Miguel Cabrejos Vidarte, Arcebispo de Trujillo, no Perú, e Presidente do Celam, e Dom Juan Carlos Sárdenas Toro, Bispo Auxiliar de Cali, na Colômbia, e Secretário-Geral do Conselho, afirmaram, em carta pública, que será um momento para que “fortaleçamos nossa fé, alentemos nossa esperança e nos comprometamos com amor solidário, especialmente com aqueles que hoje experimentam enfermidade, dor, pobreza, solidão, medo e inquietude”.

A consagração será transmitida por todas as TVs de inspiração católica, pela Rede Católica de Rádio (RCR), Signis Brasil e pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Como sinal de união, as catedrais e templos de cada país tocarão as 12 badaladas no início do Terço Missionário oferecido pela saúde das pessoas dos cinco continentes.

Em seguida, haverá a Santa Missa da Ressureição, culminando com o ato de consagração, com oração dirigida pelo Celam e apresentação de uma oferta floral, no mesmo lugar onde o Papa Francisco rezou, silenciosamente, à Virgem de Guadalupe por todo o mundo.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano e Primeiro Vice-Presidente do Celam, fez o convite para que a Arquidiocese acompanhe o ato, pedindo a intercessão pelo fim da pandemia do novo coronavírus: “Será um momento em que todo o continente estará unido, em oração, diante de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina”.

ASPECTOS DO MANTO DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

  • (Com informações de: ACI Digital, Aleteia, Vatican News, A12 e Pontifícias Obras Missionárias)O manto, de fibras de cacto, é de qualidade muito baixa. Não haveria condições de conservação de quaisquer tipos de pintura.
  • Peritos afirmam que a Imagem não é uma pintura, pois a sua coloração não apresenta elementos animais nem minerais.
  • O cabelo solto da Virgem de Guadalupe é um símbolo asteca da virgindade.
  • Uma das mãos é mais morena e a outra é mais branca, indicando a união entre os povos.
  • As 46 estrelas impressas no manto representam exatamente as constelações vistas no céu na noite de 12 de dezembro de 1531.
  • Maria está grávida.
  • Os raios do sol se intensificam justamente na região do ventre.
  • A lua sob os pés, além de evocar a “mulher vestida de sol com a lua sob seus pés”, descrita no Apocalipse, também evoca o próprio nome do México na língua asteca: “centro da lua”.
  • O anjo, aos pés, simboliza a junção entre a terra e o céu.
  • Dr. José Alte Tonsmann, um oftalmologista peruano, estudou os olhos da imagem da Virgem e foi capaz de identificar até 13 indivíduos em ambos os olhos, em diferentes proporções, exatamente como um olho humano refletiria uma imagem.
  • Parecia ser uma captura do momento exato em que Juan Diego desdobrou a “tilma” perante o Arcebispo Zumárraga.
  • A estampa tem temperatura aproximada de 36oC  a 37 oC, a mesma do corpo humano. (Fonte: A12)

 

ORAÇÃO DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

Perfeita, sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus,
​​​​​​​por quem se vive.
Mãe das Américas!

Tu que na verdade és nossa mãe compassiva, te buscamos e te clamamos.

Escuta com piedade nosso pranto, nossas tristezas.
Cura nossas penas, nossas misérias e dores.
Tu que és nossa doce e amorosa Mãe,

Acolhe-nos no aconchego de teu manto, no carinho de teus braços.
Que nada nos aflige nem perturbe nosso coração.
Mostra-nos e manifesta-nos a teu amado filho, para que Nele e com Ele encontremos nossa salvação e a salvação do mundo.
Santíssima Virgem Maria de Guadalupe, faz-nos mensageiros teus, mensageiros da vontade e da palavra de Deus.
Amém.

 

(Com informações de: ACI Digital, Aleteia, Vatican News, A12 e Pontifícias Obras Missionárias)

Comente

América Latina e Caribe serão consagrados à Virgem de Guadalupe na Páscoa

Por
07 de abril de 2020

O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) fará um ato de consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, no Domingo de Páscoa, dia 12.

O ato proposto pela presidência da entidade acontecerá na Basílica Nacional de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, às 12h locais (14h no Brasil), e será transmitido por todas as TVs de inspiração católica, pela Rede Católica de Rádio (RCR), Signis Brasil e pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Convidamos todos os países da América Latina e do Caribe a participarem por meio das plataformas digitais e dos outros meios de comunicação”, diz o comunicado do Celam, que sugere, ainda, que os sinos das catedrais e igrejas paroquiais do continente soem 12 badaladas no horário que marcará o início da recitação do Rosário Missionário oferecido pela saúde as pessoas dos cinco continentes, culminando com o ato de consagração à Padroeira da América Latina.

FORTALECER A FÉ

“Confiamos que ao contemplar a Mãe do verdadeiro Deus por quem se vive, fortaleçamos nossa fé, alentemos nossa esperança e nos comprometamos com amor solidário, especialmente com aqueles que hoje experimentam enfermidade, dor, pobreza, solidão, medo e inquietude”, conclui a carta, assinada por Dom Miguel Cabrejos Vidarte, Arcebispo de Trujillo, no Perú, e Presidente do Celam, e Dom Juan Carlos Sárdenas Toro, Bispo Auxiliar de Cali, na Colômbia, e Secretário-Geral do Conselho.

CONTINENTE UNIDO

Na missa da manhã desta quinta-feira, 2, em sua residência, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Primeiro Vice-Presidente do Celam, convidou todo o povo da Arquidiocese a acompanharem pelas mídias esse momento de fé e devoção, pedindo a Virgem de Guadalupe a intercessão por todos os que sofrem com a pandemia.

“Será um momento em que todo o continente estará unido, em oração, diante de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira principal da América Latina”, afirmou Dom Odilo.

(Com informações de Prensa Celam)

Comente

CELAM se une ao Papa em oração pela paz no mundo

Por
08 de janeiro de 2020

Diante dos conflitos internacionais que estão fazendo sofrer tantas pessoas, a presidência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano e do Caribe) enviou uma mensagem a todo o povo de Deus, pedindo que se juntem ao Papa em oração pela paz no mundo.

O Conselho recorda o pedido do Papa, que convida “as partes envolvidas a priorizar o caminho do diálogo, a resolução pacífica das disputas e o respeito irrestrito ao direito internacional”.

O CELAM convidou também a todas as conferências episcopais a criar momentos de oração, pedindo que haja diálogo entre os principais lideres envolvidos, pois somente desta forma será possível a paz.

Leia na integra a carta:

Caríssimos irmãos e irmãs:

Em unidade com o Papa Francisco, somamos  nossas orações pela Paz no Mundo, pelo fim dos conflitos que fazem sofrer famílias e povos inteiros e, em particular, pela grave tensão que se vive atualmente entre vários países: a guerra só traz morte e destruição. Neste contexto é oportuno recordar o que o Papa Pio XII disse: "o perigo é iminente, mas ainda há tempo. Nada se perde com a paz; tudo se perde com a guerra".

É por isso que nos juntamos ao apelo do Papa Francisco convidando todas as partes envolvidas a priorizar o caminho do diálogo, a resolução pacífica das disputas e o respeito irrestrito ao direito internacional.

Unimo-nos em oração com o Papa e rejeitamos todas as formas de violência e fratura social e apelamos às grandes nações do mundo, especialmente aos seus líderes, ao respeito mútuo, à concórdia e à boa compreensão, para que não poupem esforços para evitar um cenário de maior tensão.

Caminhemos e rezemos juntos para que nunca mais na nossa história tenhamos de nos envergonhar da forma como um ser humano eliminou o outro porque não foi capaz de dialogar e encontrar consenso para caminhar juntos.

Neste tempo de Epifania, quando recordamos a manifestação de Jesus como Salvador de todos os homens, convidamos as Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe e as Conferências Episcopais do mundo, unidas ao Santo Padre, a realizar dias de oração pela Paz.

Que Maria, nossa Mãe, Rainha da Paz, nos conceda este presente.

A Presidência do CELAM

Comente

Cardeal Scherer fala sobre encontro do Papa com a presidência do Celam

Por
18 de setembro de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, conceceu uma entrevista ao Vatican News sobre o encontro do Papa Francisco com a presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), nesta terça-feira, 12. Desde maio, Dom Odilo é o Primeiro Vice-Presidente da Entidade. 

As novas perspectivas do Celam, sua renovação, o serviço intercontinental às Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, a promoção de iniciativas e subsidiariedade foram alguns dos temas citados por Dom Odilo na entrevista. 

OUÇA A ENTREVISTA COM CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

Comente

Presidência do Celam manifesta preocupação com incêndios na região amazônica

Por
22 de agosto de 2019

Os incêndios que especialmente nos últimos dias têm consumido parte da vegtação natural da Amazônia são causa de preocupação para a Presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), que emitiu uma nota a respeito nesta quinta-feira, 22.

Com o título “Levantamos nossa voz pela Amazônia”, a nota é assinada pelos membros da Presidência do Celam:  Monsenhor Héctor Miguel Cabrejos Vidarte (Presidente),  Cardeal Odilo Pedro Scherer (Primeiro Vice-Presidente), Cardeal Leopoldo José Brenes (Segundo Vice-Presidente), Monsenhor Rogelio Cabrera López (Presidente do Conselho de Assuntos Econômicos) e Monsenhor Juan Carlos Cárdenas Toro (Secretário Geral).

Reproduzimos a seguir a íntegra da nota, em Português e em Língua Espanhola.

 

LEVANTAMOS NOSSA VOZ PELA AMAZÔNIA

Conscientes dos terríveis incêndios que consomem grandes proporções da flora e fauna do Alasca, Groenlândia, Sibéria, Ilhas Canárias, e, particularmente, na Amazônia, nós, bispos da América Latina e Caribe, queremos expressar nossa preocupação com a gravidade dessa tragédia que não só é de impacto local, nem mesmo regional, mas de proporções planetárias.

A esperança pela proximidade do Sínodo Amazônico, convocado pelo Papa Francisco, está manchada pela dor dessa tragédia natural. Aos irmãos povos indígenas que habitam este amado território, expressamos toda a nossa proximidade  e nos unimos às suas vozes para gritar ao mundo por solidariedade e por atenção imediata para acabar com essa devastação.

O Instrumento de Trabalho do Sínodo já adverte profeticamente: "Na floresta amazônica, de vital importância para o planeta, uma crise profunda foi desencadeada por uma prolongada intervenção humana, onde predomina uma ‘cultura do descarte’ (LS 16) e mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região de rica biodiversidade, multiétnica, multicultural e multirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, Estados e da Igreja. Essa realidade vai além do campo estritamente eclesiástico da Amazônia, porque se concentra na Igreja universal e também no futuro de todo o planeta” (Instrumentum laboris para o Sínodo da Amazônia, preâmbulo).

É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente Brasil e Bolívia, as Nações Unidas e a Comunidade Internacional adotem medidas sérias para salvar os pulmões do mundo. O que acontece com a Amazônia não é apenas uma questão local, mas de alcance global. Se a Amazônia sofre, o mundo sofre.

Lembrando as palavras do Papa Francisco, gostaríamos de “pedir, por favor, a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social, todos os homens e mulheres de boa vontade: [que] sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que. os sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo” (Homilia do início do ministério Petrino, 19 de março de 2013).

Monsenhor Héctor Miguel Cabrejos Vidarte, OFM

Arcebispo de Trujilo, Peru - Presidente do Celam

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo, Brasil – Primeiro Vice-Presidente do Celam

Cardeal Leopoldo José Brenes

Arcebispo de Managuaá, Nicarágua – Segundo Vice-Presidente do Celam

Monsenhor Rogelio Cabrera López

Arcebispo de Monterrey, México - Presidente do Conselho de Assuntos Econômicos do Celam

Monsenhor Juan Carlos Cárdenas Toro

Bispo Auxiliar de Cali, Colômbia - Secretário Geral do Celam

 

EM LÍNGUA ESPANHOLA

LEVANTAMOS LA VOZ POR EL AMAZONAS

Enterados de los terribles incendios que consumen grandes porciones de la flora y fauna en Alaska, Groenlandia, Siberia, Islas Canarias, y de manera particular de la Amazonía, los Obispos de América Latina y El Caribe queremos manifestar nuestra preocupación por la gravedad de esta tragedia que no solo es de impacto local, ni siquiera regional sino de proporciones planetarias.

La esperanza por la cercanía del sínodo Amazónico, convocado por el Papa Francisco, se ve ahora empañada por el dolor de esta tragedia natural. A los hermanos pueblos indígenas que habitan este amado territorio, les expresamos toda nuestra cercanía y unimos nuestra voz a la suya para gritar ai mundo por la solidaridad y la pronta atención para detener esta devastación.

Ya el Instrumento de trabajo del sínodo advierte proféticamente: “En la selva amazónica, de vital importancia para el planeta, se desencadenó una profunda crisis por causa de una prolongada intervención humana, donde predomina una ‘cultura del descarte’ (LS 16) y una mentalidad extractivista. La Amazonia es una región con una rica biodiversidad, es multiétnica, pluricultural y plurirreligiosa, un espejo de toda la humanidad que, en defensa de la vida, exige cambios estructurales y personales de todos los seres humanos, de los Estados y de la Iglesia. Esta realidad supera el ámbito estrictamente eclesial amazónico, porque se enfoca en la Iglesia universal y también al futuro de todo el planeta” (Instrumentum laboris para el sínodo de la Amazonia, preámbulo).

Urgimos a los gobiernos de los países amazónicos, especialmente de Brasil y Bolivia, a las Naciones Unidas y a la comunidad internacional a tomar serias medidas para salvar ai pulmón del mundo. Lo que le pasa ai Amazonas no es un asunto solo local sino de alcance global. Si el Amazonas sufre, el mundo sufre.

Recordando las palabras del Papa Francisco, quisiéramos “pedir, por favor, a todos los que ocupan puestos de responsabilidad en el ámbito económico, político, social, a todos los hombres y mujeres de Buena voluntad: [que] seamos custodios de la creación, del designio de Dios inscrito en la naturaleza, guardianes del otro, del medio ambiente; no dejemos que los signos de destrucción y de muerte acompaíien el camino de este mundo nuestro” (Homilía del inicio del ministerio Petrino, Marzo 19, 2013).

Comente

Nova presidência do Celam realiza primeira reunião

Por
07 de junho de 2019

Eleita na XXXVII Assembleia Ordinária do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), em maio, a nova presidência do organismo reuniu-se pela primeira vez entre os dias 4 e 5 junho, em Bogotá, na Colômbia.

A partir da reunião teve início oficial a agenda de trabalhos do novo quadriênio. Entre os participantes estiveram o Presidente do Celam, Monsenhor Héctor Miguel Cabrejos Vidarte; o Primeiro Vice-Presidente, Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; o Segundo Vice-Presidente, Cardeal Leopoldo José Brenes; além do presidente do Conselho do Conselho de Assuntos Econômicos, Monsenhor Rogelio Cabrera López; e o Secretário Geral, Monsenhor Juan Carlos Cárdenas Toro.

No primeiro dia de trabalhos, a nova presidência saudou os secretários executivos e os funcionários do Celam. Também ouviram os informes do ex-secretário-geral, Monsenhor Juan Espinoza Jiménez, que apresentou uma avaliação do último quadriênio e tratou de maneira específica da projeção do que será a nova sede do Celam, atualmente em construção. Também foram feitos informes sobre a situação econômica do Conselho Episcopal Latino-Americano.

No segundo dia da reunião, os participantes dialogaram sobre as conclusões da Assembleia realizada em maio, o que permitirá estabelecer um conjunto de propostas para aplicar as disposições da Assembleia e definir a data de reunião com o grupo de oito bispos eleitos para assessor a presidência do processo de reestruturação do Celam.

Os participantes também refletiram sobre os encargos pastorais dos secretários executivos e do secretário geral adjunto, assim como as instâncias de investigações e bem como órgãos de pesquisa e de colaboração acadêmica, como o Observatório Sócio - Pastoral e a Assessoria de Imprensa.

O encontro foi concluído com um visita aos participantes do Núncio Apostólico da Colômbia, o Monsenhor Luis Mariano Montemayor.

Comente

Celam: organismo de comunhão, reflexão, colaboração e serviço do episcopado da América Latina

Por
28 de mai de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, foi eleito Primeiro Vice-Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), durante a 37ª Assembleia Ordinária do organismo, realizada entre os dias 13 e 18, em Tegucigalpa, Honduras. Dom Odilo participou da Assembleia do Celam como representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Organismo, cargo para o qual foi eleito no dia 9, durante a 57ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP).

O evento do episcopado latino-americano teve o objetivo de “discernir os sinais dos tempos que marcam a realidade da América Latina e do Caribe, para projetar o novo quadriênio compreendido entre 2019 e 2023 à luz da natureza sinodal da Igreja”.

Desde 2009, o Cardeal Scherer é membro da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), organismo da Santa Sé instituído pelo Papa Pio XII em 1958, com a finalidade de aconselhar e ajudar as dioceses do subcontinente a aprofundar as questões doutrinais e pastorais próprias da Igreja nessa região. Dom Odilo também foi SecretárioGeral adjunto da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina, realizada em maio de 2007, em Aparecida.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Odilo explicou, de maneira sintética, a natureza e missão do Celam na Igreja da América Latina. Confira:

O SÃO PAULOO que é o Celam?

Cardeal Odilo Pedro Scherer – O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) é um organismo de comunhão, reflexão, colaboração e serviço do Episcopado da América Latina e do Caribe, expressão e instrumento da colegialidade dos bispos deste subcontinente americano.

Isso então equivale a uma conferência episcopal?

Não é a mesma coisa. As conferências episcopais, como a CNBB, congregam os bispos de um determinado país e possuem competências previstas no Direito Canônico. Diversamente, o Celam é um Conselho que une conferências episcopais, e não os bispos individualmente.

Quem participa do Celam?

O Celam reúne as conferências episcopais de todos os países da América, exceto as dos Estados Unidos e Canadá. As conferências que são membros do Celam agrupam-se em quatro grandes regiões: México e América Central, Caribe, países bolivarianos e Cone Sul (Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile).

Não sendo uma Conferência Episcopal, mas um conselho, que tipo de missão e competências possui o Celam?

São várias, como a promoção do exercício da colegialidade episcopal, da comunhão e da comunicação entre as conferências episcopais; o estudo das questões de interesse comum para as conferências episcopais da área; a elaboração de critérios e linhas comuns para a ação pastoral; a promoção de iniciativas de interesse geral; o assessoramento às conferências episcopais que o solicitarem; o incentivo à comunhão hierárquica e à colaboração entre as conferências episcopais; a preparação das conferências gerais do episcopado da América Latina e do Caribe; e o acompanhamento e a implementação de suas conclusões.

Como o Celam desempenha essas suas competências?

Existe uma presidência e um secretariado executivo, com sede em Bogotá, na Colômbia. Há um plano quadrienalde metas e ações e, a cada dois anos, acontecem as assembleias gerais ordinárias, durante as quais se acompanha a execução do plano quadrienal do Celam. Das assembleias gerais, participam também os presidentes e os delegados de cada Conferência Episcopal membro. O secretariado executivo coordena o trabalho de cada um dos departamentos executivos que expressam as várias linhas de ação do Celam.

O Celam possui, portanto, um plano de ação, com projetos definidos a serem executados?

Sim. No presente, o Celam possui ao menos nove departamentos (catequese, família, ação social, formação e outros). Cada departamento possui um bispo presidente, que faz equipe com mais alguns bispos e acompanha as ações próprias do departamento.

Quais são as grandes questões acompanhadas pelo Celam a partir da recente assembleia geral, que também foi eletiva?

A Assembleia decidiu promover uma restruturação do Celam, para que este corresponda melhor às necessidades e desafios gerais da Igreja. Nas áreas de ação, constam a promoção da justiça e caridade, a evangelização missionária, a formação do clero e dos leigos, a dignidade humana, as questões ambientais, a família e a vida, a paz e o diálogo ecumênico e inter-religioso, o diálogo com o mundo e a cultura. Já se passaram 12 anos desde a 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida em 2007.

Já seria chegado o tempo de uma nova Conferência Geral?

A conferencia de Aparecida foi muito rica de impulsos para a vida e a missão da Igreja neste Continente e também em outras partes do mundo. Creio que ainda temos muito a trabalhar para que as indicações da Conferência de Aparecida sejam mais plenamente acolhidas em nossa Igreja. Mesmo assim, muitas questões novas já apareceram em nosso Continente nesses 12 anos transcorridos após a Conferência de Aparecida e já se começa a sugerir que seria oportuno pensar numa nova Conferência Geral.

 

Comente

Encontro do Celam promove reflexão sobre a iniciação à vida cristã na América Latina

Por
18 de março de 2019

A cidade de Puebla de los Ángeles, no México, recebe de 18 a 22 de março a I Semana Latino-Americana sobre a Iniciação à Vida Cristã. O evento é promovido pelo Departamento de Missão e Espiritualidade do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) e tem a presença do arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Antônio Peruzzo, e do assessor da Comissão, padre Antônio Marcos Depizzoli.

Várias temáticas no contexto da iniciação à vida cristã estão na pauta do encontro para serem discutidas, refletidas e aprofundadas, a partir da metodologia contemplar – discernir – propor. Na primeira parte, os aspectos de mudança de época e crise na transmissão da fé. Na segunda, perspectivas da iniciação à vida cristã: bíblica, com reflexão conduzida por dom Peruzzo; Patrística e Pastoral a do Magistério Latino-americano, considerando o processo evangelizador da Igreja, o processo de formação dos discípulos missionários e o Rito de Iniciação Cristã de Adultos (RICA).

A terceira parte da metodologia, que compreende o “propor”, os participantes terão um painel para discutir os elementos de um itinerário de iniciação cristã, considerando o processo, a pessoa, a introdução a Jesus e à vida da Igreja, a mediação da Palavra e dos Sacramentos, a mudança de atitude e testemunho de comunidade.

A semana de iniciação à vida cristã também contará em sua dinâmica com momentos de trabalho em grupos, celebrações, como a dos 40 anos da III Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, missa na basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, momentos culturais e a conclusão com a Eucaristia com renovação das promessas batismais e envio missionário.

LEIA TAMBÉM

Medellín completa 50 anos

América Latina precisa de ‘uma política boa e nobre’

Comente

Leigos da América latina e do Caribe se reúnem em Congresso

Por
01 de novembro de 2018

Leigos e leigas de todo mundo irão participar do Congresso Continental de Laicos que acontece de 2 a 4 de novembro, no Centro de formação Mariápolis, em São Paulo. O evento é uma organização do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM, juntamente com a Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB, responsável pelo processo organizativo e operacional desse evento no país.

Em 2017, o CELAM organizou três pré-congressos sobre os leigos nas regiões: Cone Sul (Buenos Aires), países bolivarianos (Chosica, Peru) e CAMEXPA (San Salvador). Representantes dos Conselhos nacionais participaram e tiveram a oportunidade de aprofundar a carta escrita pelo Papa Francisco dirigida para a Pontifícia Comissão para a América Latina em 2016, e que resultaram no Congresso Continental que ocorrerá em novembro. “Cristãos leigos e leigas sujeitos da Igreja e da sociedade a serviço do reino”, concluiu Marilza.

O objetivo geral do ano do Laicato é: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

(Com informações Carol Franco)

Comente

Páginas

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.