Irmã Dulce dos Pobres é proclamada santa

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16 de outubro de 2019

O Papa Francisco canonizou Irmã Dulce Lopes Pontes em uma missa solene na Praça São Pedro, no Vaticano, na manhã deste domingo, 13, diante de cerca de 50 mil pessoas, dessas,  aproximadamente 15 mil brasileiros.

Além do “Anjo bom da Bahia”, também foram canonizados João Henrique Newman, Josefina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e Margarida Bays.

A celebração teve início com o rito da canonização, no qual o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Becciu, acompanhado dos postuladores, dirigiu-se ao Santo Padre para pedir que se proceda à canonização dos beatos. Em seguida, o Cardeal apresentou uma breve biografia de cada um deles. Depois, o Pontífice leu a fórmula de canonização.

INVOCAR

Na homilia, o Papa Francisco comentou o Evangelho deste 28º Domingo do Tempo Comum, que narra a cura de dez leprosos.

O Santo Padre destacou que a afirmação de Cristo “A tua fé te salvou” (Lc 17, 19), é o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que mostra a todos o caminho da fé. “Neste percurso de fé, vemos três etapas cumpridas pelos leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem”, disse o Papa.

Francisco acrescentou que, assim como hoje, os leprosos sofrem, além pela doença em si, mas pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como tais, deviam estar isolados, separados. Eles invocam Jesus “gritando” e o Senhor ouve o grito de quem está abandonado.

“Também nós – todos nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao celular, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se O invocarmos”, exortou o Pontífice.

A fé cresce assim, prosseguiu o Papa, com a invocação confiante. “Invoquemos diariamente, com confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a porta da fé, a oração é o remédio do coração.”

CAMINHAR

A segunda etapa é caminhar. Os leprosos são curados não quando estão diante de Jesus, mas depois, enquanto caminham.

“É no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz milagres, se sairmos das nossas cómodas certezas, se deixarmos os nossos portos serenos, os nossos ninhos confortáveis”, afirmou o Papa.

Outro aspecto ressaltado pelo Santo Padre é o plural dos verbos: “a fé é caminhar juntos, jamais sozinhos”. Mas, uma vez curados, nove continuam pela sua estrada e apenas um regressa para agradecer. E Jesus então pergunta: “Onde estão os outros nove?”.

“Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Quer crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante”, acrescentou o pontífice.

AGRADECER

A última etapa é agradecer. Ao leproso curado, Jesus diz: "A tua fé te salvou".

“Isto diz-nos que o ponto de chegada não é a saúde, não é o estar bem, mas o encontro com Jesus”, explicou Francisco.

O ponto culminante do caminho de fé é viver dando graças. O Papa então questiona: “Nós, que temos fé, vivemos os dias como um peso a suportar ou como um louvor a oferecer? Ficamos centrados em nós mesmos à espera de pedir a próxima graça, ou encontramos a nossa alegria em dar graças? Agradecer não é questão de cortesia, de etiqueta, mas questão de fé”.

O Papa completou que motivo para agradecer hoje são os novos santos, que caminharam na fé e agora são invocados como intercessores. Três deles, disse o Papa, são freiras, como Irmã Dulce, e mostram que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo.

QUEM FOI O IRMÃ DULCE

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914 em Salvador (BA). Aos 13 anos, manifestou o desejo de se consagrar a Deus. Já naquela época, inconformada com a pobreza, amparava miseráveis e carentes.

Aos 18 anos, recebeu o diploma de professora e entrou para a Congregação da Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito religioso e adotou, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

OS POBRES

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio mantido pela Congregação, em Salvador. No encontro, o seu pensamento estava voltado para o trabalho com os pobres. Já em 1935, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas localizado na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começou a atender também os operários que viviam no bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco.

Em 1937, fundou, com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.

A OBRA

No mesmo ano, ocupando um barracão, passou a abrigar pessoas em situação de rua e doentes, levados depois ao Mercado do Peixe, nos Arcos do Bonfim. Desalojados pela Prefeitura da cidade, acolheu-os, com a permissão da madre superiora, no galinheiro do Convento, transformado, em 1960, em Albergue Santo Antônio, com 150 leitos (hoje o Hospital Santo Antônio).

Irmã Dulce inaugurou ainda um asilo, o Centro Geriátrico Júlia Magalhães, e um orfanato, o Centro Educacional Santo Antônio e, em 1983, inaugurou o novo Hospital Santo Antônio.

Em 1988, foi indicada, pelo então presidente da República José Sarney, ao Prêmio Nobel da Paz.

Em 7 de julho de 1980, teve seu primeiro encontro com São João Paulo II por ocasião da visita dele ao País. O segundo encontro foi em 20 de outubro de 1991, quando ela já estava bastante debilitada por problemas respiratórios. O Anjo bom da Bahia morreu em 13 de março de 1992, com 77 anos.

PROCESSO DE CANONIZAÇÃO

A causa da canonização de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. Suas virtudes heroicas foram reconhecidas em abril de 2009, sendo, então, considerada Venerável.

Em 10 de dezembro de 2010, o Pontífice reconheceu o primeiro milagre e autorizou a beatificação da Religiosa. Trata-se da recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica.

Para a Santa Sé, são necessárias quatro exigências para o reconhecimento de um milagre: ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração e o pedido de intercessão), duradouro e perfeito.

BEATIFICAÇÃO

A beatificação de Irmã Dulce aconteceu em 22 de maio de 2011, em Salvador, em missa presidida pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e delegado papal do rito de beatificação, então Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, com a participação de 70 mil pessoas. A Religiosa recebeu o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo como data de sua memória litúrgica o dia 13 de agosto.

No mesmo dia da beatificação, após a oração do Angelus, no Vaticano, Bento XVI dirigiu uma saudação aos fiéis de Língua Portuguesa, destacando que a Bem-Aventurada “deixou atrás de si um prodigioso rastro de caridade ao serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela ‘a mãe dos desamparados’”.

LEGADO 

Fundadas em 1959, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) atualmente são um dos maiores complexos de saúde com atendimento 100% gratuito do Brasil. São 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em situação de risco social, dependentes químicos e pessoas em situação de rua.

De acordo com as OSID, nos últimos 25 anos, foram contabilizados 60 milhões de atendimentos ambulatoriais e mais de 280 mil cirurgias realizadas.

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Irmã Dulce será canonizada no domingo

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11 de outubro de 2019

A brasileira Irmã Dulce Lopes Pontes, o “Anjo bom da Bahia”, será proclamada santa no domingo, 13. Na mesma celebração, que será presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro, também serão canoniza dos outros quatro beatos: João Henrique Newman, Margarida Bays, Josefina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan.

No Brasil, a celebração será transmitida por diversas emissoras de televisão e pela internet, a partir das 5h (horário de Brasília).  

QUEM FOI O IRMÃ DULCE

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914 em Salvador (BA). Aos 13 anos, manifestou o desejo de se consagrar a Deus. Já naquela época, inconformada com a pobreza, amparava miseráveis e carentes.

Aos 18 anos, recebeu o diploma de professora e entrou para a Congregação da Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito religioso e adotou, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

OS POBRES

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio mantido pela Congregação, em Salvador. No encontro, o seu pensamento estava voltado para o trabalho com os pobres. Já em 1935, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas localizado na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começou a atender também os operários que viviam no bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco.

Em 1937, fundou, com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.

A OBRA

No mesmo ano, ocupando um barracão, passou a abrigar pessoas em situação de rua e doentes, levados depois ao Mercado do Peixe, nos Arcos do Bonfim. Desalojados pela Prefeitura da cidade, acolheu-os, com a permissão da madre superiora, no galinheiro do Convento, transformado, em 1960, em Albergue Santo Antônio, com 150 leitos (hoje o Hospital Santo Antônio).

Irmã Dulce inaugurou ainda um asilo, o Centro Geriátrico Júlia Magalhães, e um orfanato, o Centro Educacional Santo Antônio e, em 1983, inaugurou o novo Hospital Santo Antônio.

Em 1988, foi indicada, pelo então presidente da República José Sarney, ao Prêmio Nobel da Paz.

Em 7 de julho de 1980, teve seu primeiro encontro com São João Paulo II por ocasião da visita dele ao País. O segundo encontro foi em 20 de outubro de 1991, quando ela já estava bastante debilitada por problemas respiratórios. O Anjo bom da Bahia morreu em 13 de março de 1992, com 77 anos.

PROCESSO DE CANONIZAÇÃO

A causa da canonização de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. Suas virtudes heroicas foram reconhecidas em abril de 2009, sendo, então, considerada Venerável.

Em 10 de dezembro de 2010, o Pontífice reconheceu o primeiro milagre e autorizou a beatificação da Religiosa. Trata-se da recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica.

Para a Santa Sé, são necessárias quatro exigências para o reconhecimento de um milagre: ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração e o pedido de intercessão), duradouro e perfeito.

BEATIFICAÇÃO

A beatificação de Irmã Dulce aconteceu em 22 de maio de 2011, em Salvador, em missa presidida pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e delegado papal do rito de beatificação, então Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, com a participação de 70 mil pessoas. A Religiosa recebeu o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo como data de sua memória litúrgica o dia 13 de agosto.

No mesmo dia da beatificação, após a oração do Angelus, no Vaticano, Bento XVI dirigiu uma saudação aos fiéis de Língua Portuguesa, destacando que a Bem-Aventurada “deixou atrás de si um prodigioso rastro de caridade ao serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela ‘a mãe dos desamparados’”.

LEGADO 

Fundadas em 1959, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) atualmente são um dos maiores complexos de saúde com atendimento 100% gratuito do Brasil. São 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em situação de risco social, dependentes químicos e pessoas em situação de rua.

De acordo com as OSID, nos últimos 25 anos, foram contabilizados 60 milhões de atendimentos ambulatoriais e mais de 280 mil cirurgias realizadas.

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Canonização de Irmã Dulce e mais quatro beatos será no dia 13 de outubro

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01 de julho de 2019

O Papa Francisco presidiu, nesta segunda-feira (1º/07), na Sala Clementina, no Vaticano, o Consistório Ordinário Público para a Canonização de cinco Beatos, dentre os quais Irmã Dulce Lopes Pontes.

Durante o Consistório, o Santo Padre anunciou a data de canonização dos cinco beatos. Será no domingo, 13 de outubro próximo.

Além de Irmã Dulce, serão canonizados os seguintes beatos: John Henry Newman, cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo;  Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

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Irmã Dulce será proclamada santa

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15 de mai de 2019

Os católicos brasileiros receberam a notícia de que uma das grandes testemunhas do amor a Deus e serviço ao próximo no Brasil, Irmã Dulce dos Pobres, será canonizada.

Na terça-feira, 14, o Papa Francisco reconheceu o segundo milagre atribuído à intercessão da Bem-Aventurada baiana, o que possibilita, assim, ser proclamada santa da Igreja.

A notícia foi recebida com alegria na Arquidiocese de Salvador (BA), onde Irmã Dulce nasceu e dedicou a sua vida ao cuidado dos pobres, tornando-se conhecida como “O Anjo bom da Bahia”.

Segundo informações divulgadas pela Arquidiocese de Salvador, o milagre reconhecido tem relação com uma pessoa cega que recuperou a visão enquanto dormia. Ainda não foi divulgada, no entanto, a identidade da pessoa miraculada nem quando e onde o milagre aconteceu.

 

GRAÇA E RESPONSABILIDADE

O Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, afirmou para a rádio 9 de Julho que a canonização de Irmã Dulce é para a Igreja no Brasil, ao mesmo tempo, uma graça e uma responsabilidade. “Uma graça porque será a primeira santa nascida no Brasil, em Salvador, onde viveu a maior parte de sua vida”, disse.

Dom Murilo destacou, ainda, que Irmã Dulce demonstra que não é necessário ter dons extraordinários, cultura excepcional ou muitos recursos para ser santo. “Muito pelo contrário, ela nos ensina que o importante é fazermos a nossa parte, deixarmos que o Espírito Santo nos conduza.”

O Arcebispo acrescentou que os conterrâneos e devotos de Irmã Dulce têm a responsabilidade de imitar o seu exemplo. “Não nos tornamos santos automaticamente porque ela será canonizada. Temos nela um modelo, uma maneira de seguir Jesus Cristo e o estímulo da Igreja que nos lembra que precisamos de santos.”

 

MODELO DE SANTIDADE

“Irmã Dulce fez a parte dela e agora nos motiva a fazer a nossa parte para construirmos um mundo mais solidário e fraterno”, continuou o Arcebispo, lembrando que, na medida em que se dedicou aos pobres, a Bem-Aventurada soube multiplicar as pessoas que se dedicavam aos mais necessitados.

“Ela pedia a todos, ao presidente da República, governador, prefeito, ao quitandeiro, a uma pessoa simples que a encontrava. Pedia sempre em função dos seus pobres. Seu coração estava voltado para Jesus e, consequentemente, para os pobres.”

 

Quem foi o Anjo bom da Bahia

 

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914 em Salvador (BA). Aos 13 anos, manifestou o desejo de se consagrar a Deus. Já naquela época, inconformada com a pobreza, amparava miseráveis e carentes.

Aos 18 anos, recebeu o diploma de professora e entrou para a Congregação da Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Em 13 de agosto de 1933, recebeu o hábito religioso e adotou, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.

 

OS POBRES

A primeira missão de Irmã Dulce como religiosa foi ensinar em um colégio mantido pela Congregação, em Salvador. No encontro, o seu pensamento estava voltado para o trabalho com os pobres. Já em 1935, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas localizado na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começou a atender também os operários que viviam no bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco.

Em 1937, fundou, com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.

 

A OBRA

No mesmo ano, ocupando um barracão, passou a abrigar pessoas em situação de rua e doentes, levados depois ao Mercado do Peixe, nos Arcos do Bonfim. Desalojados pela Prefeitura da cidade, acolheu-os, com a permissão da madre superiora, no galinheiro do Convento, transformado, em 1960, em Albergue Santo Antônio, com 150 leitos (hoje o Hospital Santo Antônio).

Irmã Dulce inaugurou ainda um asilo, o Centro Geriátrico Júlia Magalhães, e um orfanato, o Centro Educacional Santo Antônio e, em 1983, inaugurou o novo Hospital Santo Antônio.

Em 1988, foi indicada, pelo então presidente da República José Sarney, ao Prêmio Nobel da Paz.

Em 7 de julho de 1980, teve seu primeiro encontro com São João Paulo II por ocasião da visita dele ao País. O segundo encontro foi em 20 de outubro de 1991, quando ela já estava bastante debilitada por problemas respiratórios. O Anjo bom da Bahia morreu em 13 de março de 1992, com 77 anos.

 

PROCESSO DE CANONIZAÇÃO

A causa da canonização de Irmã Dulce começou em janeiro de 2000. Suas virtudes heroicas foram reconhecidas em abril de 2009, sendo, então, considerada Venerável.

Em 10 de dezembro de 2010, o Pontífice reconheceu o primeiro milagre e autorizou a beatificação da Religiosa. Trata-se da recuperação de uma paciente que teve uma grave hemorragia pós-parto e cujo sangramento subitamente parou, sem intervenção médica.

Para a Santa Sé, são necessárias quatro exigências para o reconhecimento de um milagre: ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (acontecer imediatamente após a oração e o pedido de intercessão), duradouro e perfeito.

 

BEATIFICAÇÃO

A beatificação de Irmã Dulce aconteceu em 22 de maio de 2011, em Salvador, em missa presidida pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e delegado papal do rito de beatificação, então Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, com a participação de 70 mil pessoas. A Religiosa recebeu o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo como data de sua memória litúrgica o dia 13 de agosto.

No mesmo dia da beatificação, após a oração do Ângelus, no Vaticano, Bento XVI dirigiu uma saudação aos fiéis de Língua Portuguesa, destacando que a Bem-Aventurada “deixou atrás de si um prodigioso rastro de caridade ao serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela ‘a mãe dos desamparados’”.

(Colaborou Flávio Rogério Lopes)
 

O LEGADO DE IRMÃ DULCE

Fundadas em 1959, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) atualmente são um dos maiores complexos de saúde com atendimento 100% gratuito do Brasil. São 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), entre idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em situação de risco social, dependentes químicos e pessoas em situação de rua.

De acordo com as OSID, nos últimos 25 anos, foram contabilizados 60 milhões de atendimentos ambulatoriais e mais de 280 mil cirurgias realizadas.

 

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Fiéis festejam a canonização de Dom Oscar Romero

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19 de outubro de 2018

A noite do domingo, 14, foi de festa para os fiéis da Comunidade Dom Oscar Romero, da Paróquia Cristo Rei, no Setor Pastoral Perus. A missa presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelos Padres Rafael Vicente, Vigário Paroquial, e Adriano Robson, foi em ação de graças pela canonização de Dom Oscar Romero, realizada naquele dia pelo Papa Francisco, no Vaticano. Na ocasião, o Pontífice canonizou outros seis beatos, entre os quais o Papa Paulo VI (leia mais na página 8). 

As comemorações pela canonização do Padroeiro da Comunidade foram iniciadas com um tríduo, em março, e em outubro aconteceu a novena, tudo isso em meio às obras de recuperação do telhado da Comunidade, destruído após uma forte chuva. Também foi acolhida a Cruz Peregrina da Jornada Mundial da Juventude, que tem sido levada a paróquias do Setor Perus. 

Dom Devair, na homilia, lembrou que os cristãos devem se orientar pela Palavra de Deus e buscar uma riqueza que não é material, mas espiritual, de santas virtudes. Lembrou, ainda, que a pobreza não se resume a um aspecto puramente econômico e social, e que se deve considerar que a pobreza maior é a de fé e de virtudes. 

Padre Rafael, em entrevista, lembrou que a comunidade historicamente tem tradição de rezar nas casas e nos grupos de rua, além de uma forte ligação com a vida social e política, por suas origens de uma comunidade eclesial de base (CEB). Ele afirmou que, mesmo antes da beatificação de Dom Oscar Romero, em 2015, sempre houve grande devoção ao Arcebispo de San Salvador, assassinado em 1980. “Com o anúncio da canonização, essa devoção continuou aumentando. O povo tem uma fé muito simples, mas muito rica. De dois anos para cá, nós começamos uma meditação na Comunidade no viés da espiritualidade de Dom Oscar Romero, sobre o que o motivou a ser um bom cristão e um ótimo bispo, fato que o levou para o martírio também”, afirmou. 

A Comunidade Dom Oscar Romero está localizada na rua Igaporã, 15, no Jardim Canaã -Morro Doce. As missas semanais acontecem sempre aos domingos, às 18h.

(Colaborou: Daniel Gomes)
 

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Papa Francisco canoniza Paulo VI e Oscar Romero

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17 de outubro de 2018

Um domingo muito festivo marcou o início da terceira semana do Sínodo dos Bispos sobre os jovens: a canonização de sete santos da Igreja, entre eles o Papa Paulo VI e o popular arcebispo e mártir de El Salvador, Dom Oscar Romero. Bispos do mundo inteiro e jovens que participam do Sínodo estiveram na celebração, no dia 14, com outras 70 mil pessoas.

Além de Paulo VI e Romero, entraram no catálogo dos santos o jovem Nunzio Sulprizio, morto aos 19 anos; os sacerdotes Francesco Spinelli e Vincenzo Romano; e as Irmãs Maria Cateria Kasper e Nazaria Ignazia de Santa Teresa de Jesus March Mesa, esta última considerada a primeira santa da Bolívia. 

Comentando a passagem do Evangelho de Marcos em que Jesus diz “Vende aquilo que tens e dá aos pobres… vem e segue-me!”, o Papa Francisco pregou que Cristo não veio ao mundo para fazer teorias sobre pobreza e riqueza, mas apontou diretamente para o valor de se entregar a vida a Deus. “Ele te pede para deixar aquilo que pesa no teu coração, de esvaziar-se de bens para abrir lugar para Ele, o único bem. Não se pode seguir verdadeiramente Jesus quando se é apegado às coisas”, afirmou o Pontífice, na homilia da missa de canonização. 

“Se o coração estiver lotado de bens, não haverá espaço para o Senhor, que se tornará uma coisa entre as outras”, alertou. “Por isso, a riqueza é perigosa e, diz Jesus, torna difícil até mesmo alguém se salvar. Não porque Deus seja severo. O problema está no nosso lado: o nosso ter demais, o nosso querer demais nos sufoca. Sufocam o nosso coração e nos tornam incapazes de amar.” 

Acrescentando que Jesus “dá tudo e pede tudo”, o Papa comparou o coração humano com um imã: pode deixarse atrair pelo amor, mas somente de um lado e, portanto, deve escolher entre deixar-se atrair por Deus ou pelas riquezas materiais do mundo. “Jesus nos convida hoje a voltar à fonte da alegria, que são o encontro com Ele, a escolha corajosa de arriscar-se para segui-lo”, disse. 

Mencionando como exemplos dessa coragem, Francisco falou de modo especial de seu predecessor, São Paulo VI, e do Arcebispo salvadorenho São Oscar Romero. “Paulo VI, mesmo no cansaço e em meio às incompreensões, testemunhou de modo apaixonado a beleza e a alegria de seguir Jesus totalmente”, comentou. Dom Romero, por sua vez, “deixou as seguranças do mundo, até mesmo a sua própria proteção, para dar a vida segundo o Evangelho, próximo dos pobres e da sua gente, com o coração atraído por Jesus e pelos irmãos”.

 

ENCONTRO COM SALVADORENHOS

Durante a canonização, era notável a quantidade de bandeiras, roupas e símbolos nas cores azul e branco, as cores da bandeira de El Salvador. Pelo menos 6 mil peregrinos vieram do país da América Central especialmente para celebrar a canonização de Dom Óscar Romero. Embora não tenha feito menção aos numerosos salvadorenhos durante a missa, o Papa quis ter um encontro separado com os fiéis da terra de São Oscar Romero, na segunda-feira, 15. 

Nesse encontro, Francisco definiu Romero como “um pastor eminente do continente americano” e disse que ele soube encarnar “com perfeição” a imagem do bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas. “Agora, após a canonização, muito mais gente poderá encontrar nele um exemplo e um estímulo”, disse o Papa, explicando que Romero foi um exemplo na predileção aos mais pobres e representa um estímulo para testemunhar “a solicitude pela Igreja”. 

Conforme mencionou o Pontífice, São Oscar Romero “repetia com força que cada católico tem de ser um mártir, porque ‘mártir’ quer dizer testemunha, isto é, testemunha da mensagem de Deus aos homens”. Francisco afirmou, ainda, que o povo de Deus sabe “sentir o cheiro de santidade” e que, por esse motivo, Romero se tornou um pastor tão popular em seu país.

BIOGRAFIAS OFICIAIS DE SÃO PAULO VI E SÃO OSCAR ROMERO

Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio (Itália) em 1897. Ordenado sacerdote em 1920, estudou em Roma, ocupando cargos na diplomacia da Santa Sé. Tornou-se Substituto da Secretaria de Estado em 1937, durante a 2ª Guerra Mundial, na qual realizou pesquisas sobre os desaparecidos e deu assistência a perseguidos Em 1952, foi nomeado Pró- -Secretário de Estado e, em 1955, Arcebispo de Milão, diocese na qual cuidou particularmente dos marginalizados. Em 1958, foi criado Cardeal por São João XXIII. Eleito pontífice em 21 de junho de 1963, com o nome de Paulo VI, deu continuidade e concluiu o Concílio Vaticano II. Guiou a Igreja no diálogo com a modernidade e a manteve unida na crise pós-conciliar. Publicou sete encíclicas e muitas exortações apostólicas. Dedicou-se ao anúncio do Evangelho, testemunhando, com paixão, o amor ao Senhor e à Igreja. Morreu em Castel Gandolfo, em 6 de agosto de 1978. O Papa Francisco o beatificou em 19 de outubro de 2014.

Oscar arnulfo Romero Galdámez nasceu em Ciudad Barrios (El Salvador) em 15 março de 1917, no seio de uma família modesta. Aos 12 anos, trabalhou em uma carpintaria. Em 1930, entrou no seminário menor de San Miguel. Em 1943, obteve o mestrado em Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Ordenado sacerdote, voltou ao seu país e como pároco dedicou-se com paixão à atividade pastoral. Depois, foi nomeado Diretor do Seminário de San Salvador, Secretário da Conferência Episcopal de San Salvador, Secretário- -executivo do conselho episcopal da América Central. Em 1970, foi eleito Bispo Auxiliar de San Salvador e se dedicou à defesa dos pobres. Em 1974, foi nomeado Bispo de Santiago de Maria e, em 1977, Arcebispo de San Salvador, em um período de repressão social e política. Em 24 de março de 1980, enquanto celebrava a missa com os doentes de um hospital, foi assassinado. Foi beatificado em 2015, em San Salvador. Fonte: Congregação para a Causa dos Santos

Fonte: Congressão para a Causa dos Santos

 

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Paulo VI e Dom Romero serão declarados santos. Papa autoriza os Decretos

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07 de março de 2018

Paulo VI e Dom Romero serão santos: o Papa Francisco autorizou a Congregação das Causas dos Santos a promulgar os Decretos que reconhecem os milagres atribuídos à intercessão dos Beatos Paulo VI e Oscar Arnolfo Romero Galdámez.

O próprio Papa já havia anunciado que Paulo VI seria canonizado até o final do ano, durante seu encontro com os párocos de Roma em 15 de fevereiro passado. Naquela ocasião, o Papa disse que Paulo VI foi corajoso em seu ‘humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja’.

 

Humildade e coragem

Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio, Bréscia, na região italiana da Lombardia, e foi ordenado aos 22 anos.

Doutor em filosofia, direito civil e direito canônico, serviu a diplomacia da Santa Sé e a pastoral universitária italiana. A partir de 1937, foi colaborador direto do Papa Pio XII. Durante II Guerra Mundial, no Vaticano, se ocupou da ajuda aos refugiados e aos judeus.

Em 1954, foi nomeado arcebispo de Milão. Criado cardeal pelo Papa João XXIII em 1958, participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II.

Em 21 de junho de 1963 foi eleito Papa. Paulo VI escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968) e a ‘Populorum progressio’ (1967).
Foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, tendo visitado Terra Santa, EUA, Índia, Portugal, Turquia, Filipinas e Austrália, dentre outros.

Na homilia de beatificação de Paulo VI, em 19 de outubro de 2014, Francisco disse que “enquanto se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, ele soube reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”.

“Verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus»”, disse Francisco.

 

Bispo dos pobres

O outro futuro grande santo é Beato Oscar Arnolfo Romero Galdámez, Arcebispo de San Salvador e mártir.
Dom Oscar Romero nasceu em Ciudad Barrios (El Salvador) em 15 de agosto de 1917 e foi assassinado na capital salvadorenha em 24 de março de 1980.

O Papa Francisco enviou uma carta ao Arcebispo de San Salvador por ocasião da beatificação de Dom Romero em 23 de maio de 2015. Assim o Pontífice recordou o legado do futuro santo:

“Em tempos de convivência difícil, D. Romero soube guiar, defender e proteger o seu rebanho, permanecendo fiel ao Evangelho e em comunhão com a Igreja inteira. O seu ministério distinguiu-se por uma atenção especial aos mais pobres e aos marginalizados. E no momento da sua morte, enquanto celebrava o Santo Sacrifício do amor e da reconciliação, recebeu a graça de se identificar plenamente com Aquele que entregou a vida pelas suas ovelhas. (...) D. Romero convida-nos ao bom senso e à reflexão, ao respeito pela vida e à concórdia. É necessário renunciar à «violência da espada, do ódio», e viver «a violência do amor, que nos deixou Cristo pregado numa cruz, aquela que cada um deve fazer a si mesmo para vencer os próprios egoísmos e a fim de que não haja desigualdades tão cruéis entre nós»."

 

Milagres e virtudes heroicas

Nos Decretos da Congregação das Causas dos Santos autorizados pelo Papa Francisco constam ainda o reconhecimento dos seguintes milagres e virtudes heroicas:
- o milagre atribuído à intercessão do Beato Francesco Spinelli, Sacerdote diocesano, Fundador da Instituto das Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento (Itália);
- o milagre atribuído à intercessão do Beato Vincenzo Romano, Sacerdote diocesano (Itália);
- o milagre atribuído à intercessão da Beata Maria Caterina Kasper, Fundadora do Instituto das Pobres Servas de Jesus Cristo (Alemanha);
- o milagre atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Felícia de Jesus Sacramentado, Irmã professa da Ordem dos Carmelitas Descalços (Paraguai);
- o martírio da Serva de Deus Anna Kolesárová, leiga, assassinado por ódio à fé em 1944 (Eslováquia);
- as virtudes heroicas do Servo de Deus Bernardo Łubieński, Sacerdote professo da Congregação do Santíssimo Redentor (Polônia);
- as virtudes heroicas do Servo de Deus Cecilio Maria Cortinovis, Religioso professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (Itália);
- as virtudes heroicas da Serva de Deus Giustina Schiapparoli, Fundadora da Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência de Voghera (Itália);
- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Schiapparoli, Fundadora da Congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência de Voghera (Itália);
- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Antonella Bordoni, Leiga, Fundadora da Fraternidade das Pequenas Filhas da Mãe de Deus (Itália);
- as virtudes heroicas da Serva de Deus Alessandra Sabattini, Leiga (Itália).
 

Vatican News

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Papa autoriza novos decretos da Congregação das Causas dos Santos

Por
19 de dezembro de 2017

No dia 18 de dezembro, o Papa Francisco recebeu em audiência o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, card. Angelo Amato, durante a qual o Pontífice autorizou a Congregação a promulgar os seguintes decretos:

- o milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus João Batista Fouque, Sacerdote diocesano nascido na França em 12 de setembro 1851 e falecido em 5 de dezembro de 1926;

- o milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus Tibúrcio Arnáiz Muñoz, Sacerdote professo da Companhia de Jesus, Fundador das Missionárias das Doutrinas Rurais; nascido em 11 de agosto de 1865 na Espanha e falecido em 18 de julho de 1926;

- o milagre atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Carmen Rendiles Martínez, Fundadora do Instituto das Servas de Jesus da  Venezuela; nascida em Caracas em 11 de agosto de 1903 e falecida em 9 de maio de 1977;

- o martírio dos Servos de Deus Teodoro Illera Del Olmo, Sacerdote professo da Congregação de São Pedro in Vincoli, e 15 companheiros, assassinados por ódio à fé durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936 e em 1937;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Stefano Wyszyński, cardeal da Santa Romana Igreja, arcebispo Metropolita de Gniezno e Varsóvia, Primaz da Polônia; nascido na cidade polonesa de Zuzela em 3 de agosto de 1901 e falecido em Varsóvia em 28 de maio de 1981;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Alfonso Barzana, Sacerdote professo da Companhia de Jesus; nascido em 1530 em Belinchón (Espanha) e morto em Cuzco (Peru) em 31 de dezembro de 1597;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Paulo Smolikowski, Sacerdote professo da Congregação da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo; nascido em 4 de fevereiro de 1849 em Tver (Rússia) e falecido em Cracóvia (Polônia) em 11de  setembro de 1926;

- as virtudes heroicas do Servo de Deus Patrício Peyton, Sacerdote professo da Congregação da Santa Cruz; nascido em 9 de janeiro de 1909 a Carracastle (Irlanda) e morto em San Pedro (Estados Unidos) em 3 de junho de 1992;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Ana de São José, Fundadora dos Mosteiros das Irmãs Agostinianas  Recoletas; nascida em Alba de Tormes (Espanha) em 5 de agosto de 1568 e falecida em Madri em 15 de abril de 1638;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Luisa Maria Langstroth Figuera De Sousa Vadre Santa Marta Mesquita e Melo (Luiza Andaluz), Fundadora da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima; nascida em 12 de fevereiro de 1877 em Marvila (Portugal) e falecida em Lisboa em 20 de agosto de 1973;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Anna del Salvatore, Irmã professa da Congregação das Irmãs Filhas de Sant’Anna; nascida na Itália em 22 de fevereiro de 1842 e morta em Palermo em 7 de junho de 1885;

- as virtudes heroicas da Serva de Deus Maria Antonia Samá, Leiga; nascida na Itália em 2 de março de 1875 e falecida em 27 de maio de 195

por: Rádio Vaticano

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Novos santos brasileiros

Por
20 de outubro de 2017

No período do Brasil colonial, enquanto os holandeses ainda ocupavam o Rio Grande do Norte, mais de 60 pessoas foram assassinadas porque praticavam a fé católica. Os então chamados “morticínios de Cunhaú e Uruaçu”, em 1645, foram verdadeiros massacres: protestantes de tradição calvinista, com a ajuda de índios, torturaram e mataram religiosos, camponeses, mulheres e famílias inteiras. Os mais conhecidos foram os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, e o leigo Mateus Moreira. Mais de 350 anos depois, a Igreja Católica, finalmente, incluiu, no domingo, 15, os seus nomes no livro dos santos. 

De um dia para o outro, o número de santos brasileiros passou de seis para 36. O Papa Francisco canonizou os chamados “30 protomártires brasileiros” na Praça de São Pedro. Embora sejam bem mais de 30, esse foi o número de pessoas que os postuladores da causa (responsáveis pelo processo junto ao Vaticano) conseguiram identificar ao longo dos séculos. Representam, portanto, um grupo ainda maior. 

Quem primeiro os chamou “protomártires” foi o (também santo) Papa João Paulo II. Como explica o Padre Julio César Souza Cavalcanti, responsável por acompanhar o processo de canonização na Arquidiocese de Natal, foi no Congresso Eucarístico de 1991 que São João Paulo II se referiu a eles. “Proto quer dizer ‘primeiros’, portanto, são os primeiros mártires do Brasil. O Papa disse que estava numa terra banhada pelo sangue dos protomártires”, contou o Padre, dois dias antes da canonização, em Roma. 

Na homilia, o Papa Francisco falou dos mártires como exemplo de firmeza na fé. “É preciso viver o amor todos os dias, renovar a escolha por Deus. Os santos canonizados hoje, sobretudo os mártires, não disseram ‘sim’ ao amor só de boca, mas com a vida, e até o fim”, declarou. Junto aos 30 novos santos brasileiros, foram canonizados também três mártires mexicanos – Cristóbal, Antonio e Juan, mortos em 1527 e 1529; o padre espanhol Faustino Míguez, educador católico por 50 anos, falecido em 1925; e o frade capuchinho Angelo D’Acri, pregador, que morreu em 1739.

 

A causa dos santos potiguares 

A história dos protomártires se manteve viva na tradição popular e só o terceiro Arcebispo de Natal, Dom Alair Vilar Fernandes de Melo, deu início ao processo de canonização, em 1988. Os fatos ligados ao morticínio são claros e registrados em documentos no Brasil, em Portugal, na Holanda e no Vaticano. Esses papéis foram localizados pelo Monsenhor Francisco de Assis Pereira, primeiro postulador da causa. 

Conta a história que, na primeira metade do século XVII, os holandeses de tradição calvinista ocuparam parte do Nordeste brasileiro, governado por Maurício de Nassau, de 1637 a 1644. Era ainda recente a Reforma Protestante e havia violência em muitas partes do mundo. Na região, os católicos tiveram a liberdade ameaçada. Durante a missa dominical, em 16 de julho de 1645, o Padre André de Soveral foi massacrado, junto aos seus fiéis, por holandeses e índios, em Cunhaú. Em 3 de outubro, o Padre Ambrósio Francisco Ferro foi cruelmente mutilado, junto a seus fiéis, e deixado para morrer ao relento. Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas enquanto dizia: “Seja louvado o Santíssimo Sacramento”. 

Os detalhes desse caso ainda não tinham chegado ao Vaticano quando São João Paulo II falou dos protomártires em sua visita de 1991. O Papa polonês soube da devoção, segundo o Padre Julio, por meio do então Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Eugenio de Araújo Sales, morto em 2012. A beatificação ocorreu no ano 2000, pelo mesmo Papa, e três paróquias foram dedicadas aos então beatos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira, em Natal (RN).

Com a morte do postulador, Monsenhor Assis, em 2011, o atual Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, nomeou um novo responsável, o Cônego José Mario de Medeiros. Sua missão seria buscar o milagre necessário para que fossem chamados “santos”. Porém, um novo intercessor abraçou a causa dos potiguares: o Arcebispo Emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes. 

“Em 2015, houve uma conversa de Dom Cláudio com o Papa Francisco”, disse Padre Júlio César. “Quando ele contou a história, o Papa escreveu um memorando de próprio punho e lhe pediu para levar à Congregação para a Causa dos Santos. Determinou mais celeridade no processo.” Dessa forma, o Santo Padre dispensou a obrigação do milagre. Nomeou-se um terceiro postulador dentro do Vaticano, o Padre Giovangiuseppe Califano. No início de 2017, anunciou-se a canonização para 15 de outubro.

 

Devoção viva e crescente 

O Arcebispo de Natal explicou ao O SÃO PAULO que a história dos 30 mártires potiguares sempre foi vista entre o povo como uma questão de fé. “Esta reverência sempre permaneceu na história do Rio Grande do Norte. Após a beatificação, no ano 2000, foi ainda maior”, disse Dom Jaime. “A cau
sa nunca cessou, mas vivemos uma interrupção profunda, que foi a morte do postulador. Mas, veio a contribuição do Cardeal Hummes, que tinha participado da beatificação em 2000, pois tinha sido Arcebispo de Fortaleza e conheceu muito bem a história”, recordou. “Ele se perguntou, depois da canonização do Padre José de Anchieta: por que não canonizar também os mártires de Cunhaú e Uruaçu?”

Para o Padre Julio César, são três os principais aspectos que a canonização dos protomártires devem trazer para o Nordeste brasileiro. O primeiro deles é o crescimento do turismo religioso, das peregrinações e das romarias. Todos os anos, em 3 de outubro, uma romaria de motos, que parte do Santuário dos Mártires em Natal, até um dos locais de martírio, já reúne até 2 mil pessoas. O segundo é uma maior atenção ao estudo da história do Nordeste, especialmente do período de ocupação holandesa. 

O terceiro aspecto é a maior atenção ao diálogo entre tradições religiosas. “Temos a tendência de julgar a história do passado com os olhos de hoje”, afirmou. “Não queremos condenar os protestantes ou índios de hoje pelo que aconteceu naquele tempo. Estamos relatando um fato para provar que pessoas daquela época foram capazes de resistir por causa da fé. Se acontecesse conosco hoje, será que resistiríamos?”, concluiu.
 

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Canonização dos protomártires do Brasil tem programação divulgada

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27 de setembro de 2017

A Arquidiocese de Natal (RN) divulgou a programação da canonização dos protomártires brasileiros de Cunhaú e Uruaçu -  Padre Ambrósio Francisco Ferro, Padre André de Soveral, o leigo Mateus Moreira e seus 27 companheiros - e das celebrações de ação de graças em Roma e no Brasil.

As atividades no Vaticano acontecerão no Colégio Pio Brasileiro e na Basílica de São Pedro, onde o Papa Francisco presidirá a cerimônia de canonização, em 15 de outubro, e o Cardeal Sergio da Rocha, Presidente da CNBB, presidirá uma missa em ação de graças.

Já no Brasil, as atividades estão marcadas para o dia 28 de outubro, no Santuário dos Mártires, em Uruaçu, São Gonçalo do Amarante (RN); no dia 29 do mesmo mês, no Santuário dos Mártires, em Natal (RN); e no dia 4 de novembro, na Capela Nossa Senhora das Candeias, em Cunhaú, Canguaretama (RN).

Os Protomártires do Brasil foram beatificados na Praça de São Pedro, no Vaticano, em 5 de março de 2000, por São João Paulo II. A festa litúrgica, no entanto, é celebrada no dia 3 de outubro, data do martírio, em Uruaçu.

Fontes: CNBB e Arquidiocese de Natal

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