Trabalhadores informais já podem realizar o cadastro para receber auxílio

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07 de abril de 2020

Cerca de 600 mil trabalhadores informais já se cadastram na manhã desta terça-feira, 7, para receber o auxílio emergencial anunciado na semana passada pelo governo federal. A previsão do governo é que entre 15 milhões e 20 milhões de trabalhadores informais façam o cadastro para receber o benefício.

O site e o aplicativo para fazer o cadastramento já estão disponíveis. As pessoas que não estavam no Cadastro Único até 20 de março, mas que têm direito ao auxílio, poderão se cadastrar também pelo aplicativo Caixa Auxílio Emergencial. A Caixa disponibilizou ainda a central numero111 para tirar dúvidas sobre como fazer o cadastramento.

Após essa etapa, a expectativa do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, é que em quatro ou cinco dias úteis o benefício possa ser liberado. O aplicativo pode ser baixado gratuitamente. De acordo com o ministro, houve um acordo com empresas de telefonia para que mesmo as pessoas sem crédito no celular também possam baixar.

AUXÍLIO EMERGENCIAL

Na última quinta-feira, 2, foi publicada a lei que prevê o pagamento de uma renda básica emergencial no valor R$ 600 a trabalhadores informais, autônomos e sem renda fixa, durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, podendo chegar a R$ 1,2 mil para mães solteiras. O texto foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro com três vetos, mas nenhum altera o valor ou os critérios para participação no programa.

O pagamento do benefício será feito ao longo de três meses (três parcelas), com operacionalização final pelas redes dos bancos públicos federais: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BB), Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Nordeste (BNB), além de casas lotéricas, após o cruzamento de dados para definir quem tem direito ao benefício. O recebimento do auxílio emergencial está limitado a dois membros da mesma família.

 

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Igreja atua na proteção da vida da mulher e do nascituro

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06 de março de 2020

Um dos assuntos da Campanha da Fraternidade (CF) 2020, cujo tema é “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”, diz respeito à defesa da vida humana desde a sua concepção. 
O texto-base da CF aborda o assunto no ponto 33, quando ressalta o aborto como um risco à vida das crianças desde o ventre materno. “Vemos claramente o desprezo pelo nascituro e pela sua dignidade em tantas tentativas de legislar a favor do aborto... Da mesma forma, o desprezo pela vida se manifesta, também, por meio de projetos que querem regularizar a eutanásia e o suicídio assistido, garantindo o que chamam direito de antecipação da morte”, diz o texto. No ponto 34, cita o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Gaudete et exsultate, quando ressalta que a defesa do nascituro deve ser “clara, firme e apaixonada”.
São muitas as iniciativas católicas de promoção e defesa da vida, posicionando-se no debate público sobre o tema do aborto e na luta contra os projetos de lei que visam a legalizar a prática no País. Também são muitos os grupos ligados à Igreja que atuam na conscientização e acolhida de mulheres que passam por uma gestação em crise e pensam em realizar um aborto. 

AUXÍLIO
Essas entidades oferecem atendimento, ajuda psicológica, material e espiritual a gestantes e seus familiares. Uma dessas organizações é a Associação Filhos da Luz, entidade sem fins lucrativos, ligada à Diocese de Santo Amaro, que atua desde 2014 na acolhida, escuta e apoio a mulheres que passam por crises gestacionais. “Para nós, as duas vidas interessam: a da mamãe e a da criança, dentro e fora de seus ventres”, explicou ao O SÃO PAULO Ana Paula Zanini, 33, voluntária da associação.  
O primeiro contato com as mulheres é feito geralmente pela internet ou por telefone. Em seguida, é agendado um atendimento presencial. Também voluntário da entidade, Wanderley Klinger destacou que a maioria das mulheres que procura a associação chega tomada de muito desespero. “Isso é causado por várias razões: porque elas acham que a família não vai aceitar a gestação, porque serão expulsas de casa, porque não têm dinheiro para sustentar a gravidez e, posteriormente, a criança, ou por medo de serem demitidas, além de muitas outras causas”, explicou. 

ATENDIMENTOS
No atendimento, sempre sigiloso, as gestantes têm a oportunidade de tomar consciência dos muitos caminhos que existem para superar a crise. “Nós também esclarecemos sobre todos os riscos que um aborto pode trazer para a saúde física e psicológica. Muitas delas desconhecem tais informações”, disse Ana Paula. 
Desde 2014, a Associação Filhos da Luz já realizou mais de 200 atendimentos de mulheres entre 14 e 44 anos, casadas e solteiras; 95% dessas atendidas estavam em situação gestacional em crise ou vulnerável; 82% dos filhos nasceram; 91% das que pensaram em abortar se sentiram pressionadas a abortar por parceiros, pais ou circunstâncias muito difíceis; 80% por motivos econômicos. 
A abordagem leva em conta cada situação. “Em alguns casos, basta mostrarmos as estatísticas médicas e de estudos psiquiátricos que a ajudem a ter uma consciência ampla sobre a complexidade de sua decisão”, exemplificou Ana Paula. “Em outros casos, trata-se da falta de um apoio material e financeiro. Em outras situações, ajudamos a tomar consciência de que ela carrega outra vida dentro de si”, completou, acrescentando que o simples fato de a mulher ver o próprio bebê por meio de uma ultrassonografia já é suficiente para despertar nela a consciência da vida que carrega em seu ventre. 

ACOLHIDA
A voluntária destacou, ainda, que, nestes anos de atendimento na entidade, houve um único caso de uma mulher que manifestou o desejo de dar à luz o bebê e entregá-lo para adoção. “No entanto, ela mudou de ideia durante a gestação”, ressalvou. 
Existem entidades, contudo, que auxiliam no procedimento legal para a adoção, caso a gestante tome essa decisão. 
Outras entidades possuem casas de acolhida para as mulheres permanecerem durante a gestação e por um 
período após o parto, sobretudo quando há algum tipo de ameaça a elas. Nesses casos, não é revelada a localização dessas instituições. 

DISCRIÇÃO
Outro serviço eclesial que desenvolve um trabalho semelhante é o Centro de Ajuda à Mulher (CAM) com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Criado no México em 1989, o CAM atua em várias dioceses brasileiras, inclusive na Arquidiocese de São Paulo. Seu trabalho acontece de forma discreta, sem a divulgação de canais abertos de contato, mas por meio do encaminhamento de agentes da pastoral e sacerdotes que são procurados por gestantes em crise. 
Ana Paula afirmou que, muitas vezes, os grupos católicos que atuam nessa frente de atendimento a mulheres com gestação em crise são acusados de fazer uma espécie de “lavagem cerebral” ou de “coação” nas mulheres para não abortarem. Por isso, sofrem perseguição e até ataques caluniosos de grupos pró-aborto. “Nossa abordagem prioriza a superação da crise que a faz desejar o aborto”, afirmou, reforçando que toda gestante tem o direito de ter consciência da vida que está gerando, dos riscos causados pelo aborto e das muitas outras possibilidades que existem além da interrupção da gravidez. 

TESTEMUNHO 
Elaine tinha 30 anos quando procurou a Associação Filhos da Luz, em 2018. Mãe de três filhos, ela se viu desesperada diante de uma gestação inesperada. “Essa gravidez me trouxe noites sem dormir e muito desespero. Eu achava que abortar seria a melhor coisa a fazer”, relatou. Ela escondeu a gravidez, pois temia a reação do esposo, que era violento. 
No quarto mês de gravidez, Elaine procurou ajuda e chegou ao atendimento da associação. “Pude desabafar o que sentia. Fui muito bem recebida. Ajudaram-me a perceber que não estava sozinha. Ainda no caminho para casa, eu telefonei ao meu esposo e assumi a gravidez. Tudo tinha um novo sentido”, relatou a mulher, que teve seu filho em junho de 2019. 
 

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