Igreja se faz próxima daqueles que sofrem com o luto na pandemia

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30 de abril de 2020

O distanciamento social e as medidas restritivas para conter o avanço da pandemia de COVID-19 impactam a vida da sociedade em diversos aspectos.

Nesse contexto, a assistência espiritual às pessoas, sobretudo àquelas que sofrem por ter alguém doente na família ou até pela perda de um ente querido em decorrência dessa doença, tem sido imprescindível.

Contudo, com as igrejas fechadas, missas com o povo suspensas, velórios abreviados ou até proibidos, como manifestar a fé na vida eterna, despedir-se dignamente de um familiar e, sobretudo, receber o apoio e o conforto da Igreja nesse momento de dor?

Nesse sentido, os padres têm buscado alternativas para continuar a realizar essa missão. Nunca os meios de comunicação e as plataformas digitais foram tão úteis para os sacerdotes e as comunidades realizarem esse serviço pastoral.

AMIZADE

A família Gios experimentou isso há pouco mais de um mês, quando seu patriarca, Mateus Gios, 75, começou a passar mal e foi levado ao hospital, onde foi diagnosticado com uma forte pneumonia. Com problemas renais, seu estado de saúde se agravou e ele não resistiu, falecendo em 21 de março. Somente nove dias depois do seu sepultamento, veio a confirmação de que Mateus estava infectado pelo novo coronavírus. Devido à suspeita de COVID-19, o velório teve apenas uma hora de duração e foi restrito a familiares próximos.

O Sacerdote amigo de longos anos da família, Padre José Ferreira Filho, conseguiu chegar ao cemitério quando já estava acontecendo o sepultamento e pôde fazer as últimas orações. Diante da situação, a família acabou não celebrando a missa de sétimo dia, pois também havia a preocupação com o cuidado da saúde da esposa de Mateus, Zilda D’Angelo Gios, 73, que também foi infectada pela COVID-19, porém não teve complicações de saúde.

ORAÇÃO

Padre José se ofereceu para celebrar a missa do 30º dia de falecimento. No entanto, como a matriarca da família estava em isolamento e seguindo as recomendações médicas, a celebração não pôde acontecer com a presença dos familiares. “Então, eu celebrei a missa na Paróquia, transmiti via Facebook e os familiares acompanharam a celebração em casa”, destacou o Padre José, que é Administrador Paroquial da Paróquia São José Operário, no Jardim Damasceno.

No mesmo dia em que a missa foi celebrada, Padre José recebeu a notícia de que uma jovem de sua Paróquia, Maiara Cabral, com 28 anos, também havia morrido em decorrência da COVID-19 e, por isso, a Eucaristia foi celebrada também em sua intenção.

CONSOLO

O Padre Roberto Fernando Lacerd viveu experiência semelhante na Paróquia Santa Rosa de Lima, no Jardim Tremembé. No sábado, 25, uma paroquiana chamada Carmelita Goulart de Souza faleceu após ser internada com suspeita do novo coronavírus. “Foi um momento muito difícil para a família, sem a oportunidade da celebração das exéquias”, relatou o Pároco, pois, desde essa data, os velórios de vítimas e suspeitos de COVID-19 estão suspensos na capital.

O Sacerdote, então, entrou em contato com a família por telefone para manifestar sua proximidade e celebrar a missa na intenção da paroquiana. “Não pudemos realizar o velório e rezar por minha irmã, mas, ouvir suas palavras de fé, confortam minha família neste difícil e triste momento”, testemunhou a irmã de Carmelita, Sebastiana Pierini, em mensagem enviada ao Padre.

Para se fazerem próximas das pessoas que necessitam de um amparo maior em situações dolorosas como essas, as paróquias estão se organizando com o apoio e a participação efetiva dos leigos da comunidade.

COMUNIDADE

Por estar em recuperação de uma recente cirurgia, Padre Roberto também tem que seguir rigorosamente a quarentena. Na Semana Santa, o médico o autorizou a celebrar o Tríduo Pascal na matriz paroquial com a ajuda de poucos auxiliares e seguindo as recomendações preventivas. Nos outros dias, ele tem celebrado diariamente na casa paroquial e mantém constante contato com os paroquianos para atender às suas necessidades.

“Nós organizamos o território de nossa paróquia em 12 grupos para dar suporte e estar em contato com o máximo possível de paroquianos. Como mais da metade dos nossos fiéis não têm acesso às mídias sociais, os coordenadores desses grupos telefonam com frequência para animá-los e procurar saber do que precisam”, disse.

Padre Osvaldo Bisewski, Administrador Paroquial da Paróquia Santa Luzia, na Água Fria, também ressaltou que a pandemia tem sido uma ocasião para aprofundar o sentido de corresponsabilidade da comunidade no cuidado de uns para com os outros.

“Como a maioria dos meus contatos acaba sendo por telefone ou WhatsApp, eu percebo que as pessoas da comunidade de fé têm assumido esse papel de se fazerem próximas daquelas mais necessitadas de uma atenção”, afirmou o Padre, destacando que várias famílias manifestam preocupação e atenção para com os doentes que moram próximos ou pessoas que necessitam de um amparo afetivo, espiritual e, inclusive, material.

CUIDADO MÚTUO

“Percebo que mudou o sentido de cuidado pelo outro nesse período. A comunidade não é só o Padre. As pessoas estão sentindo a presença da Igreja junto delas também por meio daqueles que estão mais próximos”, acrescentou o Sacerdote.

Ainda no caso das famílias que sofrem com o luto em meio a essa situação excepcional da pandemia, os padres e agentes de pastoral as ajudam a compreender a importância da oração pelos falecidos e que, mesmo que não possam participar presencialmente da missa, a Igreja Católica crê e ensina sobre a eficácia da Eucaristia oferecida em sufrágio das almas.

OBRA DE MISERICÓRDIA

Sepultar os mortos e rezar por eles é uma obra de misericórdia. Quando não é possível realizar o ritual de exéquias por um sacerdote ou ministro no cemitério, a Igreja sempre aconselhou que a família faça um momento de oração antes do sepultamento, manifestando a fé na vida eterna e na misericórdia de Deus.

Orações da piedade cristã, como o Terço, também são propícias nessas circunstâncias. Nos rituais e manuais de oração cristã, existem várias pequenas orações que podem ser feitas não somente no funeral como também depois dele, sempre que as pessoas se lembrarem de seu ente falecido. Uma delas é esta:

Pai Santo, Deus Eterno e Todo-Poderoso,
nós vos pedimos por (nome do falecido),
que chamastes deste mundo.
Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz.

Que ele, tendo passado pela morte,
participe do convívio de vossos santos na luz eterna,
como prometestes a Abraão e à sua descendência.

Que a sua alma nada sofra,
e vos digneis ressuscitá-lo com os vossos santos
no dia da ressurreição e da recompensa.

Perdoai-lhe os pecados,
para que alcance junto a Vós
a vida imortal no Reino eterno.
Por Jesus Cristo, Vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.

(Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria)

Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno e brilhe para eles a vossa luz! (3 vezes).

(Fotod: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

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Prefeitura atende mais de 12 mil idosos em Núcleos de Convivência espalhados por todas as regiões da capital

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01 de outubro de 2018

Você sabia que a Prefeitura de São Paulo tem mais de 12 mil vagas para idosos com idade a partir dos 60 anos interessados em participar de atividades esportivas e oficinas? Os 91 Núcleos de Convivência de Idosos espalhados por todas as regiões da capital promovem atividades socioeducativas planejadas, baseadas nas necessidades e interesses dos idosos.

Os serviços têm por foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares, no convívio comunitário e na prevenção às situações de risco social.

Nos núcleos, os idosos participam de atividades esportivas, dança, artesanato, yoga, pilates, música, canto, oficinas de psicoterapia e resgate de memórias e passeios.

Conhece alguém que gostaria de participar das atividades promovidas em um dos 91 Núcleos de Convivência de Idosos? Procure o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo e obtenha mais informações.

 

Outros serviços para idosos

Atualmente, a rede socioassistencial conta com 16 Centros Dia para Idosos com 30 vagas em cada um. Nesses locais, os idosos podem passar o dia enquanto o filho trabalha e retornar para casa à noite. Os serviços prestam atendimento a idosos com maior fragilidade que recebem cuidados especiais como alimentação, terapia ocupacional, atendimento multidisciplinar, além de participar de oficinas. 

A rede também conta com o Centro de Referência da Cidadania do Idoso (CRECi@). O serviço proporciona um espaço de socialização e entretenimento. No local, 400 idosos participam de diversas atividades, como bailes, palestras, oficinas, aulas de ginástica e informática.

As 14 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que juntas podem acolher até 480 idosos, funcionam em unidades com características residenciais e estrutura física adequada, visando o desenvolvimento de relações mais próximas do ambiente familiar e a interação social. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) também dispõe de sete Centros de Acolhida Especiais, que prestam atendimento a 702 idosos mais independentes, garantindo acolhimento digno e resgate da cidadania.

As vagas são referenciadas nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), e também podem ser viabilizadas por meio de encaminhamentos do Ministério Público ou Poder Judiciário.

 

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No Brasil, mais de 82% dos atendimentos cardiológicos são de emergência

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22 de setembro de 2018

Os atendimentos de emergências cardiovasculares nos hospitais do Brasil representam 82,2%, e apenas 17,8% referem-se a uma cirurgia ou procedimento agendado com antecedência. A conclusão está no levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A pesquisa mostra que os homens acima dos 60 anos predominam nos atendimentos.

No ano passado, houve 1.130.692 internações por doenças cardiovasculares, das quais 82,2% foram de urgência. A incidência de pacientes do sexo masculino é maior: 84% foram internados em caráter de emergência, enquanto o mesmo tipo de procedimento envolveu 79% de mulheres.

Para o coordenador do Centro de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da SBC, Sergio Timerman, há uma demanda excessiva nos atendimentos hospitalares. “Não podemos esquecer que uma pessoa que entra num hospital de forma emergencial, normalmente, fica hospitalizada por um tempo maior.”

 

FAIXA ETÁRIA

A pesquisa mostra que há um aumento no número de atendimentos, conforme a idade avança e uma porcentagem maior nos atendimentos de emergência. “[Há] um pico nos atendimentos entre 60 e 69 anos”, disse o cardiologista. Essa faixa etária somou 235 mil atendimentos de urgência em 2017.

Segundo a SBC, o Brasil registra 360 mil mortes por doenças cardiovasculares todos os anos, sendo a principal causa de mortes no país.

 

PREVENÇÃO

“Precisamos investir em prevenção cardiovascular e ainda ampliar o número de profissionais de saúde e de pessoas leigas em conhecer as manobras de ressuscitação. Menos de 2% das vítimas chegam com vida aos hospitais”, diz Timerman.

O cardiologista orienta que o atendimento via 192 é a melhor alternativa quando há suspeita de parada cardíaca para iniciar as manobras de ressuscitação imediatamente. “São dez minutos entre a vida e a morte. Uma pessoa com parada cardíaca, a cada minuto sem atendimento, perde 10% de chance de sobreviver.”

 
Fonte: Agência Brasil

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Parceira da ONU, organização Cáritas atende venezuelanos em São Paulo

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17 de agosto de 2018

Centro de Referência para Refugiados da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP) realizou na última semana o atendimento de cadastro inicial aos venezuelanos que chegaram à capital paulista na quinta etapa do processo de interiorização do governo federal, realizada no fim de 24, julho

Assim como no caso dos demais grupos interiorizados, o atendimento de cadastro inicial teve apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Os venezuelanos se cadastraram para tirar dúvidas sobre documentação e obter informações sobre serviços que o centro de referência oferece às pessoas em situação de refúgio.

A partir do cadastro, a equipe da CASP identifica as necessidades dos recém-chegados para direcioná-los ao setor de assistência, que providencia vagas em albergues e oferece informações sobre como acessar a saúde pública e dar entrada em pedidos para benefícios de assistência social.

Já o setor de integração encaminha os migrantes e solicitantes de refúgio para cursos de português, e os auxilia na elaboração de currículos e na busca de oportunidades de trabalho. Também orienta crianças, jovens e adultos que desejam retomar os estudos no Brasil.

Na Cáritas São Paulo, solicitantes de refúgio e refugiados recebem também acompanhamento da equipe de proteção no que diz respeito aos processos de solicitação de refúgio junto ao Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), além de atuar para que essa população tenha acesso a direitos no país.

Outro programa de atendimento é o de saúde mental, que presta apoio a pessoas que passaram por traumas e/ou têm dificuldades de adaptação no Brasil, como preconceito, falta de oportunidades de emprego e barreiras em relação à língua.

Desde o início de 2018, o Centro de Referência para Refugiados da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo já atendeu 452 venezuelanos e organizou, no início de julho (4), um mutirão de cadastro que efetuou o atendimento de cadastro inicial de cerca de 90 pessoas.

Somente no primeiro semestre deste ano, o número de solicitações de refúgio feitas por venezuelanos no Brasil aumentou de 17.865 para 35.540. Com a contínua chegada de venezuelanos em Roraima, o governo federal desenvolveu o projeto de interiorização, processo voluntário que busca criar melhores condições de integração para aqueles que cruzam a fronteira.

De acordo com a disponibilidade de vagas, solicitantes de refúgio e migrantes que queiram participar do processo são selecionados, passam por exame de saúde, regularizam documentação, são imunizados e transportados às demais cidades de acolhida.

De acordo com dados da Casa Civil, a capital paulista foi a cidade que mais recebeu venezuelanos interiorizados. Do total de 820 pessoas que partiram de Roraima de forma voluntária para outros estados, 287 foram para São Paulo.

O processo é organizado pelo governo federal com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A atuação das agências da ONU se dá de forma integrada e com responsabilidades compartilhadas. O ACNUR estabelece o perfil da população registrada nos abrigos e identifica os interessados em participar da estratégia de interiorização. A OIM e o UNFPA atuam na informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária. O UNFPA promove diálogos com as mulheres para que se sintam fortalecidas neste processo.

A OIM ajuda também na organização dos voos e acompanha os venezuelanos participantes do processo, que assinam termo de voluntariedade. O PNUD tem promovido seminários com o setor privado para estimular a inserção de trabalhadoras e trabalhadores venezuelanos no mercado de trabalho brasileiro.

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