Assembleia do Regional estuda novas Diretrizes, celebra jubileu missionário e elege presidência

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13 de junho de 2019

Os 51 bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que estão em Itaici, Indaiatuba (SP), desde a última terça-feira, dia 11, até a manhã desta quinta-feira, dia 13, para a realização de sua 82ª Assembleia, estabeleceram o futuro das atividades pastorais.

Durante os três dias de trabalhos, o episcopado, juntamente com os padres coordenadores diocesanos de pastoral e representantes dos Organismos ligados ao Regional, dividiu o tempo entre momentos de oração, estudos, votação e debates pastorais.

O texto das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio (2019-2023) foi o tema central da Assembleia refletido pelo bispo diocesano de Jales (SP), Dom José Reginaldo Andrietta.

ELEIÇÃO
Na oportunidade, o episcopado paulista elegeu sua nova presidência: Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano de Mogi das Cruzes (SP), foi reeleito presidente; continuou como vice-presidente, o bispo diocesano de Guarulhos (SP), Dom Edmilson Amador Caetano, e Dom Luiz Carlos Dias, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, foi escolhido como secretário-geral. “Prossigamos com comunhão e fraternidade no trabalho pastoral em nossas dioceses, Organismos e em todo o Regional”, ressaltou o Dom Pedro Luiz durante a celebração da missa.

Para as sub-regiões de Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto 1 e 2, Sorocaba e de São Paulo 1 e 2, foram escolhidos, respectivamente, como representantes: Dom José Carlos Chacorowski, Dom Benedito Gonçalves dos Santos, Dom Eduardo Malaspina, Dom Moacir Silva, Dom Milton Kenan Junior, Dom Julio Endi Akamine, SAC, Cardeal Odilo Pedro Scherer e Dom João Bosco Barbosa de Sousa, OFM.

JUBILEU
Para comemorar o Jubileu de Prata da presença missionária do Regional Sul 1 no Regional Norte 1 da CNBB, no decorrer da Assembleia, foi lançada a Edição “25 anos da Missão Amazônia”. A publicação conta com memórias e testemunhos ao longo das duas décadas e meia de comunhão e solidariedade entre os regionais.

Com colaboração do Pe. Tiago Barbosa; Fotos: Eduardo Tarcia | pela Comissão de Comunicação do Regional

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Regional Sul 1 da CNBB realiza Assembleia eletiva

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26 de junho de 2019

Acontece até quinta-feira, 13, no Centro de Espiritualidade Inaciana (CEI), em Itaici, no município de Indaiatuba (SP), a 82ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 


Este ano, o encontro do episcopado tem como tema central as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para 2019-2023, aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB, e suas implicações para o Regional Sul 1, que compreende as dioceses do Estado de São Paulo.  


Na quarta-feira, 12, acontece a eleição da nova presidência do Regional. Participam da Assembleia bispos e convidados das seis arquidioceses, 35 dioceses e das seis regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo. 


Na celebração de abertura, Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de mogi das Cruzes (SP) e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, cumprimentou os bispos, padres, religiosos e leigos presentes e afirmou que este momento é para a Igreja uma verdadeira manifestação da ação do Espírito Santo: “É quem conduz a Igreja e, por isso, Ele vai nos conduzindo por meio de seus dons. É gerador de comunhão, de unidade. Nós estamos sinalizando a sua presença”.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Regional Sul 1 da CNBB

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Caritas Arquidiocesana realiza assembleia geral

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27 de fevereiro de 2019

A Caritas Arquidiocesana de São Paulo (Casp) realizou sua Assembleia Geral Ordinária no sábado, 23, na sede da entidade, no centro da Capital Paulista. A reunião, que contou com a presença dos membros do conselho deliberativo, que é presidido pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e dos associados da Caritas, tratou da prestação de contas e dos projetos a serem realizados em 2019.

O balanço aprovado na Assembleia informou a movimentação da entidade ao longo de 2018. Os recursos foram utilizados direta ou indiretamente no atendimento de 6.016 pessoas, por meio de projetos como Centro de Referência para Refugiados, Transformando Vidas e Resgatando Vínculos. Também foram feitos 18.023 atendimentos em iniciativas como o “Dia de Ação Caritas”, realizado em vários pontos da cidade.

 

PLANO EMERGENCIAL

Uma das novidades da entidade para 2019 é a elaboração do Plano de Ação Emergencial da Caritas, em parceria com a Defesa Civil Estadual. O plano prevê a formação de voluntários de diversas paróquias e comunidades para atuar em situações emergenciais da cidade.

 

S.O.S BRUMADINHO

O Diretor da Caritas, Padre Marcelo Marostica Quadro, informou que a Coleta de Solidariedade às vítimas do rompimento da barragem de minérios em Brumadinho (MG), há um mês, arrecadou até o momento R$ 32.592,47. A campanha será encerrada na quinta-feira, 28, com o envio dos recursos para a Cáritas Brasileira - Regional Minas Gerais.

 

REFUGIADOS

Um dos principais projetos desenvolvidos pela Caritas Arquidiocesana é o Centro de Referência para Refugiados, que atua em convênio com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Padre Marcelo informou que em abril acontecerá a auditoria anual do Acnur para a renovação convênio.

Durante a Assembleia, Dom Odilo fez um breve relato sobre sua visita a um centro de acolhida de refugiados mantido pela Cáritas Nacional do Líbano, no dia 8 de fevereiro. Lá são acolhidas, principalmente, mulheres vítimas da violência e do tráfico humano para fins de exploração sexual.

O Cardeal também ressaltou que passam pela entidade pessoas que fogem de seus países por causa da perseguição política e religiosa. No fim da Assembleia, o Arcebispo presenteou a Caritas Arquidiocesana com um desenho feito por refugiadas atendidas pela Cáritas do Líbano.

(Colaborou: Fátima Giorlano)
 

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Novos caminhos para a Igreja na Amazônia

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26 de fevereiro de 2019

“Encontrar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, sobretudo dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem a perspectiva de um futuro sereno, também por causa da crise da floresta Amazônica, pulmão de importância fundamental para o nosso planeta.” Essa foi a finalidade principal apresentada pelo Papa Francisco ao convocar, em 15 de outubro de 2017, uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, que será realizada em outubro deste ano, no Vaticano.

Com o tema “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”, participarão do Sínodo os bispos e representantes dos nove países que constituem a chamada Pan-Amazônia – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, incluindo a Guiana Francesa como território ultramar –, envolvendo sete conferências episcopais.

 

DOCUMENTO PREPARATÓRIO

Desde a sua convocação, a Igreja presente na Amazônia tem realizado encontros para estudar e aprofundar a proposta do Sínodo.

Como em todas as assembleias sinodais, foi elaborado um documento preparatório que serve como texto-base que oferece uma análise de conjuntura atual da Amazônia e aponta percursos e novos caminhos para a Igreja a serviço da vida nessa região. O subsídio recolhe sugestões e propõe caminhos para uma preparação adequada para a Assembleia.

 

METODOLOGIA

O Documento Preparatório é composto de uma introdução e três partes, que correspondem ao método “ver, discernir e agir”, que já havia sido utilizado no Sínodo sobre a família em 2014 e 2015. No fim do texto, há um questionário sobre o qual as igrejas locais trabalharão.

Na ocasião da apresentação do documento, no Vaticano, o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, ressaltou que, mesmo que o tema seja referente a um território específico, as reflexões superam o âmbito regional e pretendem fazer uma ponte com outras realidades geográficas semelhantes, como a Bacia do Congo, o corredor biológico centro-americano, as florestas tropicais da Ásia no Pacífico e o sistema aquífero Guarani. Também, por isso, o Sínodo será realizado em Roma.

 

VER

A primeira parte traça a identidade da região e a necessidade de escuta. Os assuntos abordados são: o território; a variedade sociocultural; a identidade dos povos indígenas; a memória histórica eclesial; a justiça e os direitos dos povos, bem como a espiritualidade e sabedoria dos povos amazônicos.

 

DISCERNIR

A segunda parte convida a discernir novos caminhos a partir da fé em Jesus Cristo, à luz do Magistério e da Tradição da Igreja. O conteúdo dessa parte é marcado pelo anúncio do Evangelho na Amazônia, nas suas diversas dimensões: bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária.

 

AGIR

A terceira parte aponta “Novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico”. Nesse trecho, é o Papa Francisco quem indica o caminho para entender a expressão “rosto amazônico”

“Os novos caminhos terão uma incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia (teologia indígena)”, destaca o texto.

QUESTÕES

O questionário apresentado no fim está dividido metodologicamente de acordo com as partes do documento para facilitar os trabalhos que serão realizados pelas comunidades e grupos que responderão às perguntas.

“Nessa escuta, podem-se conhecer os desafios, as esperanças, as propostas e reconhecer os novos caminhos que Deus pede à Igreja nesse território”, diz o Documento.

 

PASSOS SEGUINTES

Sobre a base das respostas do questionário vindas de todas as igrejas locais da Amazônia, será preparado um segundo documento denominado Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho), que constituirá o texto de referência para o debate sinodal. “Este documento deverá ser publicado e enviado aos padres sinodais e aos outros participantes alguns meses antes da celebração da assembleia sinodal, isto é, por volta do mês de junho”, explicou Dom Fábio Fabene, Sub- -secretário do Sínodo dos Bispos.

Ao fim da assembleia, será elaborado um documento final com propostas que serão apresentadas ao Papa e, a partir das quais, ele poderá redigir uma exortação pós-sinodal sobre o tema.

 

Cardeal Scherer: ‘O que mais importa é que Jesus seja anunciado na Amazônia’

Durante a sessão acadêmica na qual recebeu o título de doutor honoris causa na Universidade Católica de Kaslik, no Líbano, no dia 8, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, fez um reflexão sobre o Sínodo para a Amazônia.

Dom Odilo ressaltou que a assembleia sinodal não tratará apenas de questões ambientais e antropológicas, que também interessam à missão da Igreja. “Trata-se de questões que interpelam diretamente a missão religiosa da Igreja”, disse.

 

ESCASSEZ DE MISSIONÁRIOS

O Arcebispo recordou que, ao longo dos mais de 400 anos de ação evangelizadora na região, a Amazônia sempre contou com a ajuda de missionários vindos de vários países. Inclusive, a maioria dos bispos era formada de estrangeiros até pouco tempo. “Atualmente, porém, essa situação mudou drasticamente, pois os missionários já não chegam em grande número e os recursos econômicos vindos de fora foram muito reduzidos”, apontou.

Dentre os grandes desafios para a Igreja na Amazônia, Dom Odilo apontou a formação do clero próprio, de religiosos e consagrados. “Há muita falta de sacerdotes e o povo fica desassistido por longos períodos. Ao mesmo tempo, há uma penetração proselitista agressiva nos territórios da Amazônia, que leva muitos católicos pouco formados na própria fé a aderirem a esses grupos neopentecostais”, alertou.

 

ROSTO AMAZÔNICO

“Fala-se da necessidade de desenvolver uma ‘Igreja com rosto amazônico e indígena’”, ressaltou o Cardeal.

“O que mais importa é que Jesus Cristo seja testemunhado, anunciado, celebrado e comunicado na Amazônia, e que a força do Evangelho converta as pessoas e promova a dignidade de seus habitantes, seja força de fraternidade e solidariedade na construção de novos modelos de desenvolvimento e condições de vida”, completou Dom Odilo.

 

VENEZUELA

 

Soma 458.345 km², o que representa 50% do território nacional. Tem baixa densidade populacional (cerca de 20 habitantes/km²), porém é onde habitam 24 povos nativos do total existente no País. Possui sete jurisdições eclesiásticas: quatro dioceses e três vicariatos apostólicos.

 

COLÔMBIA

A região amazônica da Colômbia compreende 477 mil km² (42% do território nacional) e é a área menos populosa do País. As jurisdições eclesiásticas no território são 14: oito vicariatos e seis dioceses.

 

EQUADOR

A área amazônica do Equador corresponde a 120 mil km² (48% do território nacional). Ali vive aproximadamente 5% da população equatoriana, cerca de 740 mil habitantes. Lá existem povos que se mantêm sem contatos com a sociedade, como os tagaeri, taromenane e oñamenane. A Igreja no território se divide em seis vicariatos apostólicos.


 

PERU

A Amazônia peruana compreende uma área de 782.880.55 km² ao leste da Cordilheira dos Andes. Um dos territórios com maior biodiversidade e endemismos do planeta, cobre duas regiões naturais: selva alta e selva baixa, ocupando mais de 60% do território peruano. Depois do Brasil, é o segundo país em território de floresta Amazônica. Abriga apenas 13% da população nacional. As jurisdições eclesiásticas no território são dez: oito vicariatos e duas dioceses.

 

GUIANA

A região amazônica da Guiana cobre quase 75% do total do território, que é de 214.970 km², e onde vivem nove povos originários reconhecidos que conservam seus próprios dialetos: akawaio, arekuna, kariña, lokono, makushi, patamona, waiwai, wapishana e warau. A única circunscrição eclesiástica no País é a Diocese de Georgetown, sufragânea da Arquidiocese de Port of Spain, no Caribe.

 

SURINAME

Ocupando cerca de 90% dos 163.820 km² do território do País, a Amazônia do Suriname conta com 459 mil habitantes. A maioria da população é descendente de escravos africanos ou é de trabalhadores indianos e javaneses levados pelos holandeses para trabalhar na agricultura. A Diocese de Paramaribo compreende todo o País.

 

GUIANA FRANCESA

O País é um departamento francês de ultramar e, por isso, faz parte da União Europeia. Ocupa uma superfície de 92.300 km², dos quais 90% são de floresta Amazônica, onde o principal meio de acesso é a via fluvial. A população é de aproximadamente 295 mil habitantes e sua maioria vive no litoral. A única diocese do País é Caiena, sufragânea da Arquidiocese de Fort-du-France, na Martinica.

 

BRASIL

A Amazônia brasileira ocupa uma superfície de 5.217.423 km², correspondente a cerca de 61% do território do País. Nesta área, vivem em torno de 23 milhões de pessoas. Lá reside 55,9% da população indígena brasileira. Uma recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quantificou 305 etnias indígenas e ainda diversos povos isolados, sem contato com a civilização. As jurisdições eclesiásticas no território são 56: nove prelazias e 47 dioceses.

 

BOLÍVIA

A Amazônia boliviana ocupa uma área de 714 mil km² (43% do território nacional). De acordo com informações fornecidas pelas seis jurisdições eclesiais da região, a área é povoada por 1.266.379 habitantes: povos indígenas, camponeses, interculturais (colonos) e afrodescendentes. Um total de 29 povos indígenas habitam atualmente no território da Amazônia boliviana.

 

PAN-AMAZÔNIA

Com um território de mais de 7,5 milhões de km², a Pan-Amazônia envolve uma área maior que toda a Europa ocidental, compreendendo nove países, onde vivem cerca de 34 milhões de pessoas, dentre as quais, 3 milhões são indígenas de 390 etnias diversas.

A bacia amazônica representa para o planeta uma das maiores reservas de biodiversidade (30 a 50% da flora e fauna do mundo), de água doce (20% da água doce não congelada de todo o planeta), e possui mais de um terço das florestas primárias do planeta. Também a captação do carbono pela Amazônia é significativa, embora os oceanos sejam os maiores captadores de carbono.

 

QUEM PARTICIPARÁ DO SÍNODO?

Como se trata de uma assembleia especial, possui critérios específicos de participação. Sendo assim, esse Sínodo prevê a convocação de todos os bispos que têm o cuidado pastoral do território amazônico. Desse modo, participarão os bispos diocesano residenciais e ordinários e seus equivalentes, segundo o Direito de cada circunscrição eclesiástica da Região Pan-Amazônica. Ao todo, serão 102 prelados, desses, 57 brasileiros.

TAMBÉM PARTICIPARÃO:

  • Os presidentes das sete conferências episcopais presentes na Região;
  • A presidência da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam);
  • Representantes do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam);
  • Alguns chefes de dicastérios da Cúria Romana;
  • Religiosos que atuam missionariamente na Amazônia;
  • Especialistas eclesiásticos, leigos com competência na matéria do Sínodo, auditores eclesiásticos e leigos, delegados fraternos representando confissões religiosas cristãs, enviados especiais e representantes de outras religiões e organismos civis diversos.

O Papa também possui a prerrogativa de nomear outros membros como padres sinodais, entre bispos, sacerdotes e religiosos, em razão de suas competências na região geográfica e cultural em questão na assembleia.

 

‘Uma terra onde Deus levantou sua tenda’

Luis Alfredo Hormazábal Solar é missionário leigo consagrado do Chile. Ele chegou ao Estado do Amazonas há 14 anos. Já trabalhou na Arquidiocese de Manaus, na Diocese de Coari e, atualmente, colabora na Prelazia Apostólica de Borba, onde atua na administração e na visita às comunidades do interior, junto ao Rio Madeira.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Missionário destacou que um dos principais desafios para a atividade evangelizadora são as distâncias. “Quem ‘manda’ no nosso trabalho é o rio. Nós dependemos das condições do clima, para podermos desenvolver o nosso trabalho. Nos tempos da seca, por exemplo, que começa entre abril e maio, os rios começam a secar e fica muito difícil alcançar algumas comunidades que ficam distantes do município. Essa é uma realidade não só da Prelazia, mas de toda a Amazônia”, relatou.

 

PELA ÉGUAS

O Missionário deu como exemplo que a distância entre Manaus e Novo Aripuanã, último município do território da Prelazia de Borba, é de dois dias e uma noite de barco. “Se quisermos ir à comunidade que fica no extremo dessa paróquia, levamos mais sete dias de navegação”, acrescentou.

Para desempenhar essa missão, as paróquias contam com barcos, item essencial para a Igreja amazônica. O custo de manutenção desses veículos é muito alto. Por essa razão, as viagens pastorais dos missionários são ocasiões em que se atendem o máximo possível de fiéis. Nessas visitas, que duram em média 15 ou 20 dias, são realizados casamentos, batismos, visitas aos doentes, catequeses, se solucionam problemas e, quando há sacerdotes, celebram-se os sacramentos da Eucaristia, Reconciliação, Unção dos Enfermos e Crisma, quando há delegação do bispo.

 

FORÇAS HUMANAS

Luis enfatizou, ainda, que essas dificuldades se agravam com a falta de missionários. “Não é todo mundo que quer vir trabalhar na Amazônia, nem todos que vindo para cá resistem às condições de isolamento, clima e até mesmo de doenças próprias da região tropical”, disse.

Para o Missionário, são muitas as expectativas sobre o Sínodo para a Amazônia. “A primeira coisa que esperamos é que, de fato, se conheça a realidade da Amazônia. Aqui não há só índio, onça e jacaré. Há, sobretudo, pessoas com uma cultura riquíssima, que lutam para manter sua tradição, seus costumes, sua natureza. Que se saiba que aqui existe um mundo do qual todos devemos cuidar. Que se conheça a Amazônia como uma terra onde Deus levantou sua tenda.” 

(Com informações da Repam e Sínodo dos Bispos)

 

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‘Este é o momento histórico para a Amazônia’

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26 de fevereiro de 2019

O Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), foi o convidado da aula inaugural do ano letivo de 2019 da Faculdade de Teologia da PUC-SP, no campus Ipiranga, na terça-feira, 19. Dom Cláudio fez uma conferência sobre a preparação da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, que será realizada em outubro, no Vaticano.

Além de Presidente da Repam, o Cardeal Hummes é membro da Comissão Especial para a Amazônia da CNBB, e, por isso, foi nomeado pelo Papa como um dos membros da comissão que auxilia a Secretaria Geral do Sínodo a preparar a Assembleia.

 

PROCESSO GRADUAL

Dom Cláudio explicou que a decisão do Papa de realizar um sínodo para a Amazônia resulta de um processo gradual, que se iniciou em 2013, durante sua viagem ao Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude. Nessa ocasião, em um discurso aos bispos brasileiros, o Santo Padre deu destaque especial à Igreja na Amazônia, identificando-a “como teste decisivo, banco de prova para a Igreja e a sociedade brasileira”.

Um tempo depois, em uma conversa privada com Dom Cláudio, o Pontífice lhe manifestou a ideia de reunir os bispos da Amazônia. “‘Talvez um sínodo. Mas a ideia ainda não está madura. Reze comigo para isso’, me disse o Papa”, acrescentou.

A ideia foi amadurecida e, em 15 de outubro de 2017, no fim da celebração da canonização dos Protomártires do Brasil, o Papa anunciou a convocação do Sínodo para a Amazônia.

 

ESCUTA

Dom Cláudio salientou que, desde o início do processo sinodal, o Papa insistiu na necessidade de ouvir os povos que vivem na Amazônia. Essa experiência foi vivida concretamente no encontro do Papa Francisco com representantes de povos indígenas em Porto Maldonado, no Peru, em janeiro de 2018. “Foi algo histórico e comovente. Ali, o Papa dizia aos indígenas que eles são interlocutores insubstituíveis no Sínodo, convidando-os a serem sujeitos da própria história”, destacou o Cardeal.

O Arcebispo Emérito explicou, ainda, que a consulta realizada em todas as 20 dioceses, prelazias e vicariatos apostólicos da Pan-Amazônia tem o objetivo de ouvir o máximo possível a população do território, especialmente os povos indígenas, os bispos, as comunidades e seus missionários.

No Brasil, já foram realizadas mais de 20 assembleias territoriais para aprofundar a reflexão do Documento Preparatório e serem colhidas as contribuições locais. Além dessas assembleias, em cada diocese estão acontecendo encontros com o mesmo propósito. As respostas devem ser enviadas à Secretaria do Sínodo até o fim de fevereiro.

 

CRISE CLIMÁTICA

O Cardeal Hummes ressaltou que o Sínodo para a Amazônia acontece no contexto da Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, sobre o cuidado com a casa comum. “Por isso, este Sínodo não terá um significado só para a Amazônia, mas para o mundo, mencionando outros biomas que precisam ser preservados”.

Outro estímulo apontado por Dom Cláudio para esse Sínodo foi a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), realizada em Paris, na França, em 2015, quando foi publicado um acordo climático assinado por mais de 190 países.

Dom Cláudio considera a Laudato Si’ e o acordo climático “dois documentos históricos irrefutáveis” que alertam para a crise climática vivida na Terra. “O planeta não está mais aguentando tanta destruição e intervenção irresponsável e predatória por parte da atividade humana”, afirmou.

 

CAUSAS 

Entre as causas, o Cardeal destacou a forma como o ser humano intervém na natureza, o que o Papa chamou de “globalização do paradigma tecnocrático”, resultante do atual “modelo dominante” de desenvolvimento.

“A tecnociência deu um poder enorme à humanidade. Mas, ao ser humano moderno, falta ‘uma ética sólida, uma cultura e uma espiritualidade que lhe ponham realmente um limite e o contenham dentro de um lúcido domínio de si’”, salientou Dom Cláudio, citando a Laudato Si’.

 

ECOLOGIA INTEGRAL

Como caminho para enfrentar essa crise, o Papa Francisco chama a atenção para a necessidade de uma ecologia integral. “Em nosso planeta, tudo está interligado. Os seres humanos não estão aqui como se fossem simplesmente trazidos de fora como ‘estranhos’ e colocados nele, onde se sentem donos absolutos. Deus, ao se encarnar, faz a definitiva interligação com esse planeta. Jesus ressuscitado é o ponto culminante da caminhada desse planeta. Já São Paulo afirmava que ‘Jesus é o primogênito de toda a criação’ (Cl 1,15)”, destacou o Cardeal.

A partir dessa concepção, Dom Cláudio afirmou que surge a necessidade de novos modelos de desenvolvimento, que não sejam predatórios. “O Sínodo poderá estimular para que se encontre novos modelos.”

 

IGREJA AMAZÔNICA

Especificamente sobre os desafios da ação evangelizadora da Igreja na Pan -Amazônia, Dom Cláudio recordou a preocupação do Papa Francisco para que a fé seja inculturada na Amazônia. Nesse sentido, insiste-se na necessidade de uma “Igreja indígena para a comunidade indígena”.

“Hoje, fala-se muito em uma Igreja indigenista, que defende os direitos dos povos. Isso é importante, mas não basta, é preciso de uma Igreja indígena, que tenha seus padres, identidade, cultura e história”, afirmou.

Sobre a falta de sacerdotes, o Cardeal destacou o drama que os católicos da Amazônia vivem com a falta dos sacramentos, especialmente a Eucaristia, Reconciliação e Unção dos Enfermos, que são ministrados pelos padres e bispos. “Esses são os sacramentos da vida cotidiana. Não podem faltar para essas comunidades. Muitas delas se reúnem para celebrar a Palavra, mas faltam os sacramentos. A Palavra me ilumina, mas são os sacramentos que dão força para pôr em prática a Palavra”, afirmou.

 

MINISTÉRIOS

Diante da dificuldade vocacional, surgiram ideias como a possibilidade de ordenação sacerdotal de homens casados de fé comprovada para exercer o ministério nessas regiões específicas. No entanto, Dom Cláudio enfatizou que esse pode ser até um assunto de discussão no Sínodo: “Mas o Papa tem alertado para o cuidado de não desviar o foco do Sínodo, que é sobre a Amazônia e a ecologia integral, não sobre ministérios”, disse. O Cardeal lembrou, ainda, que o celibato é um carisma que a Igreja não pode perder e que o Santo Padre tem afirmado isso reiteradas vezes.

 

TEMPO DE GRAÇA

“Este é o momento histórico para a Amazônia, não podemos perder esse Kairós [tempo de graça]. Todos somos responsáveis pelo bom êxito desse Sínodo”, concluiu Dom Cláudio, reforçando que todos os brasileiros devem se interessar pelo caminho sinodal. “Esse tema precisa ser levado para além da Amazônia, que está gritando por socorro. Todos nós precisamos ir ao encontro de suas necessidades.”

 

 

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Pastoral da Criança realiza assembleia eletiva

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16 de fevereiro de 2019

No sábado, 9, a Pastoral da Criança reuniu-se para a sua assembleia eletiva (foto). Participaram as representastes das regiões episcopais, além de Eunice Gomes Rodrigues, representante do Estado de São Paulo, e a presidente Maria Aparecida Gonçalves de Jesus. Representou o Arcebispo de São Paulo o Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, coordenador e procurador da Mitra Arquidiocesana.

O encontro foi marcado por dois momentos: um de fortalecimento da espiritualidade e da missão e outro de estudo da Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, comandado pelo Padre Marcelo Maróstica, Diretor da Caritas Arquidiocesana.

Na segunda parte, refletiu-se sobre o estatuto e os desafios pastorais e econômicos da pastoral. Após invocar o Espírito Santo, as líderes apresentaram sua indicação da lista tríplice que deve ser encaminhada ao Arcebispo de São Paulo.

 

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Em assembleia, paróquias buscam ver o rosto da igreja em São Paulo

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23 de outubro de 2018

Começam a ser realizadas as assembleias paroquiais do sínodo arquidiocesano de São Paulo. Nesta edição, O SÃO PAULO apresenta os detalhes sobre os objetivos e metodologia das assembleias a partir do Regulamento e do Instrumento de Trabalho elaborados pela Comissão de Coordenação Geral do sínodo. Esses documentos, bem como outros subsídios e materiais, estão disponíveis no site da arquidiocese. Confira. 

 

CONVOCAÇÃO 

A assembleia será convocada pelo Pároco ou Administrador Paroquial, que também a presidirá, após prepará-la com a colaboração da Comissão Paroquial do sínodo. 

 

PARTICIPANTES

  Vigários Paroquiais, Sacerdotes e Diáconos que exercem o ministério na paróquia;

​​​​​​  Todos os membros do Conselho de Pastoral Paroquial;

  Todos os membros do Conselho de Assuntos Econômicos;

  Seminaristas que atuam na paróquia;

  Três representantes de cada grupo de reflexão sinodal, formado a partir das pastorais, serviços, movimentos, associações de fiéis e novas comunidades, presentes na paróquia;

  Três representantes de cada outro grupo de reflexão sinodal constituído para analisar o caminho sinodal na paróquia;

  Dois representantes de cada instituto de vida consagrada e sociedade de vida apostólica presentes na paróquia;

   Dez fieis escolhidos livremente pelo Pároco ou Administrador Paroquial, sendo a metade deles constituída por jovens.



1ª SESSÃO/ VER E ESCUTAR A REALIDADE

OBJETIVO

“Alongar mais o olhar e abrir os ouvidos para a realidade religiosa, pastoral e evangelizadora da paróquia”, por meio da apresentação das sínteses de cada uma das sete reuniões mensais e dos dois levantamentos paroquiais. 

COMO

  Apresentação das sínteses de cada uma das sete reuniões mensais

  Apresentação do resultado da pesquisa de campo na paróquia

  Apresentação do resultado do levantamento objetivo da vida e dos serviços paroquiais;

  Reflexão sobre o conteúdo das sínteses pelo Pároco ou Assessor; 

  Participação de oradores inscritos com o tempo delimitado de três minutos para cada intervenção.

 

2ª SESSÃO ESCUTAR/ DISCERNIR E PROPOR

OBJETIVO

Discernimento, à luz do Evangelho, sobre a realidade religiosa, evangelizadora e pastoral da paróquia e a elaboração de propostas para a renovação da vida e a missão da Igreja na paróquia nas suas diversas dimensões essenciais: liturgia e celebração; anúncio; catequese e formação; caridade pastoral; e testemunho de fé, esperança e caridade; 

COMO

   Apresentação da síntese elaborada pela Secretaria/Comissão Paroquial a partir das exposições e contribuições feitas na primeira sessão

   Organização de grupos de trabalho (de oito a dez pessoas) para aprofundar a reflexão e formular indicações, sugestões e propostas para alcançar os objetivos do tema e do lema do sínodo: promover “a comunhão, a conversão e a renovação pastoral e missionária” da paróquia e da Arquidiocese; 

   Apresentação em plenário das propostas e indicações dos grupos; 

   Comentário do Pároco ou Assessor e comentários suplementares do plenário.


 3ª SESSÃO DISCERNIR/ PROPOR E CELEBRAR

OBJETIVO

Apresentar as propostas, refletir sobre elas para um maior consenso e celebrar o exercício da comunhão e da corresponsabilidade, a pertença a uma comunidade eclesial e a graça de cooperar no processo de conversão e renovação da vida e da missão da Igreja. 

COMO

  Apresentação da síntese das reflexões e propostas dos grupos da segunda sessão

  Organização de grupos (de oito a dez pessoas) para refletir essa síntese da segunda sessão, ajustar, complementar e fazer nova síntese das propostas, juntando as que forem iguais ou semelhantes;

  Nova apresentação em plenário do trabalho dos grupos e últimas intervenções individuais

  Votação das propostas apresentadas em plenário, para obter um consenso geral sobre as propostas e indicações da assembleia paroquial do sínodo;

  Indicação de dois representantes da paróquia para a segunda etapa do sínodo arquidiocesano nas Regiões Episcopais em 2019

 

RELATÓRIOS

Os relatórios completos das assembleias paroquiais do sínodo deverão ser entregues ao Secretariado de Pastoral das respectivas regiões episcopais no prazo de 15 dias após a realização das assembleias e, no máximo, até o final da primeira semana de dezembro de 2018.

 

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