Papa Francisco nomeia novo bispo auxiliar para a Arquidiocese de São Paulo

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28 de janeiro de 2019

Nas últimas três décadas, o Monsenhor José Benedito Cardoso, 57, atuou como Pároco da Paróquia São Roque, entre outras funções eclesiásticas desempenhadas na Diocese de Itapetininga (SP). Agora, ele terá uma nova missão: ser Bispo Auxiliar na Arquidiocese de São Paulo, função para a qual foi nomeado pelo Papa Francisco, na manhã da quarta-feira, 23.

“Estou muito feliz com essa missão que foi confiada a mim. É uma novidade. Estou na mesma paróquia há 31 anos, então a reação das pessoas é de surpresa, talvez de tristeza pela saída do padre. É uma situação nova”, afirmou em entrevista à rádio 9 de Julho.

 

ORIGENS E FORMAÇÃO 

Natural de Angatuba (SP), cidade localizada região de Sorocaba, Monsenhor José Benedito Cardoso foi ordenado sacerdote em 1986. Atuou inicialmente nas Paróquias Bom Jesus, em Lambari (SP), e Nossa Senhora dos Prazeres, em Itapetininga, até assumir como Pároco da Paróquia São Roque, em 1988, onde permanece até hoje.

Formado em Filosofia e Teologia, tem mestrado em Direito Canônico pelo Instituto Dr. Pe. Giuseppe Benito Pegoraro (atual Faculdadede Direito Canônico São Paulo Apóstolo), na Capital Paulista. Em Itapetininga, antes da nomeação ao episcopado, desempenhava as funções de Vigário Geral e Presidente do Tribunal Eclesiástico.

 

'UM HOMEM DE BOM SENSO E RESPONSABILIDADE'

A nomeação Monsenhor José Benedito Cardoso é motivo de alegria para a Diocese de Itapetininga, que em 2018 completou 20 anos de existência, conforme manifestou o bispo diocesano Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto.

“Somos muito gratos ao Monsenhor José Benedito Cardoso pelo seu sim e pelo trabalho desempenhado com amor e dedicação à igreja particular de Itapetininga, por longos anos exercendo várias funções e tarefas sempre com disponibilidade, humildade, doação e entrega. Sempre solícito, foi nosso fiel colaborador e verdadeiro braço direito do Bispo, apoiando e assumindo nossas propostas e projetos diocesanos”, escreveu Dom Gorgônio, complementando que o Monsenhor “foi sempre um homem de bom senso e responsabilidade, homem de diálogo, visão aberta, espírito ecumênico, inserido no meio do povo, misericordioso”.

BOAS-VINDAS DO CARDEAL SCHERER

Ainda na quarta-feira, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, emitiu uma carta (leia a íntegra ao lado) em que agradeceu ao Papa Francisco pela nomeação do Monsenhor José Benedito e afirmou que “o episcopado é um chamado a servir a Igreja como ‘pai e pastor’, em nome de Jesus Cristo, Pastor Supremo do rebanho”.

O Arcebispo Metropolitano recordou que a Arquidiocese de São Paulo tem uma história marcada por santos dedicados e missionários, como São José de Anchieta, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, Santa Paulina e os Beatos Padre Mariano De La Mata e Madre Assunta Marchetti, sendo motivo “de grande honra e uma imensa responsabilidade seguir evangelizando este povo nos passos de tão grandes e dignos predecessores, que agora são nossos intercessores no céu”, afirmou.

“Seja bem-vindo a São Paulo também o senhor! Alegro-me com sua nomeação como Bispo Auxiliar de São Paulo e o acolho de braços abertos nesta imensa e querida Arquidiocese! Aqui estamos celebrando um sínodo arquidiocesano, proposto como ‘caminho de comunhão, conversão e renovação missionária’ para toda a Arquidiocese. Sua ajuda será muito importante para levar a bom termo o caminho sinodal e para implementar, em seguida, as diretrizes sinodais”, escreveu o Cardeal.

 

A SERVIÇO DA ARQUIDIOCESE E DO POVO DE DEUS

Embora tenha cursado Teologia e feito mestrado em Direito Canônico na Capital Paulista, o futuro Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo disse não conhecer a realidade da metrópole, mas garantiu estar disposto aos trabalhos para os quais for chamado a realizar.

“Quero me colocar a serviço da Arquidiocese de São Paulo. Não tenho expectativas no sentido de que eu vou fazer. Quero conhecer um pouco a realidade, conhecer a Arquidiocese, trabalhar em comunhão com Dom Odilo e com os bispos auxiliares, bem como com todo o clero e o povo. Estou disponível para me colocar a serviço de povo de Deus na Arquidiocese de São Paulo”, afirmou na entrevista à rádio da Arquidiocese de São Paulo, mediada por Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação, pela radialista Cidinha Fernandes e a jornalista Cleide Barbosa.

A ordenação episcopal do Monsenhor José Benedito Cardoso está marcada para o dia 15 de março, às 19h30, na Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, em Itapetininga. Suas atribuições específicas na Arquidiocese de São Paulo ainda serão definidas pelo Cardeal Scherer.

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Arquidiocese de São Paulo prepara-se para seu primeiro sínodo

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29 de mai de 2017

A palavra “sínodo” tem origem no grego “synodos”, que quer dizer caminho feito com os mesmos pés, ou seja, em conjunto. Assim, após ser convocado, chama à participação, reflexão, avaliação, renovação, planejamento e programação, bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis leigos de determinada Igreja Particular ou da Igreja Católica universal. Em 2014, por exemplo, o Papa Francisco convocou um Sínodo Extraordinário dos Bispos para refletir sobre a realidade e a evangelização da família no mundo contemporâneo.

O Cardeal Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, convocou um sínodo na Arquidiocese, que será lançado em 15 de junho e realizado no quadriênio 2017-2020. “Queremos celebrar um sínodo em nossa Arquidiocese para contar nossa situação, perscrutar as Escrituras e deixar que se aqueçam nossos corações”, escreveu o Cardeal em artigo publicado no jornal O SÃO PAULO na edição de 19 a 25 de abril de 2017, no qual aprofunda o trecho do Evangelho em que Jesus se revela ressuscitado aos discípulos de Emaús.

 

E o sínodo diocesano?

No documento “Instrução sobre os Sínodos Diocesanos”, da Congregação para os Bispos e da Congregação para a Evangelização dos Povos, publicado integralmente no site do Vaticano há as orientações e os passos que devem ser seguidos para que cada diocese realize um sínodo. Também o Código de Direito Canônico (CDC) apresenta as normas jurídicas a serem observadas nos cânones 460 a 468.

Entre elas, está justamente a finalidade do sínodo, que é a de “prestar um auxílio ao Bispo no exercício da função que lhe é própria, de guiar a comunidade cristã”, conforme o primeiro artigo da Instrução. E o Documento continua explicando que no sínodo há, “junta- mente com os sacerdotes, alguns leigos e religiosos escolhidos, como um modo peculiar de exercício da responsabilidade de todos os fiéis na edificação do Corpo de Cristo”, que é a Igreja.

“O sínodo diocesano é uma assembleia de sacerdotes e de outros fiéis da Igreja particular escolhidos, que auxiliam o Bispo diocesano para o bem de toda a comunidade diocesana, de acordo com os cânones seguintes. Celebre- se o sínodo diocesano em cada Igreja particular, quando as circunstâncias o aconselharem, a juízo do Bispo diocesano e ouvido o conselho presbiteral” (CDC 460-461).

 

Quem pode convocar?

É o bispo o responsável por convocar o sínodo, propor as questões para a discussão sinodal e presidir as sessões durante todo o período de duração do mesmo. É ele também o único legislador, que assina as declarações e os decretos e autoriza a publicação deles. O bispo, por sua vez, dirige efetivamente as discussões durante as sessões sino- dais e, como verdadeiro mestre da Igreja, ensina e corrige, quando necessário.

 

Qual a diferença entre sínodo e assembleia?

Juntamente com o sínodo, as assembleias diocesanas e outras reuniões eclesiais têm fins semelhantes e colaboram para a eficácia da missão evangelizadora da Igreja. Mas, uma das diferenças principais é a duração, bem como os conteúdos abordados. Enquanto o sínodo acontece em um período prolongado e reflete sobre questões mais complexas que dizem respeito a diferentes aspectos eclesiais, as assembleias têm temas mais pontuais e específicos.

 

O que podemos aprender com experiências de outras dioceses?

A Diocese de Santo André (SP) iniciou, em 2016, um sínodo diocesano previsto para concluir-se em 2017. De acordo com informações do site cria- do especialmente para informar sobre o Sínodo, a inspiração para realizar essa reunião eclesial “surgiu da identificação da madura caminhada pastoral desenvolvida pela Igreja local. Essa caminhada é identificada pelas Assembleias Diocesanas de Pastoral e pelos sete Planos Diocesanos de Pastoral. As Visitas Pastorais Missionárias realiza- das ao longo de 2016 e a instalação da centésima paróquia também fomentaram a busca por um programa de afirmação da fé, conversão e missão”. No caso da Diocese de Santo   André, o tema geral escolhido para o sínodo foi o mesmo da Diocese de Lisboa, em Portugal, baseado em uma frase do Papa Francisco no documento Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho –, a primeira exortação apostólica do Pontífice: “O sonho missionário de chegar a todos”.

A Diocese de Lisboa, por sua vez, concluiu em 2016 seu sínodo diocesano. A seguir, um trecho do Documento de Trabalho do Sínodo que está publicado integramente no site (www.patriarcado

-lisboa.pt): “A Igreja que peregrina em Lisboa quer ser testemunha da alegria do Evangelho e rosto da misericórdia divina. Animada pelo convite sempre novo do Senhor Jesus [...]. O mandato de ‘ser sal da terra e luz do mundo’ (cf. Mt 5, 13-14) e a vontade crente de ser aí fermento evangélico (cf. Lc 13, 20-21) chamam-na a uma nova etapa da vida eclesial. As transformações do mundo onde está reforçam a urgência de discernir e acolher, com esperança e ousadia, os sinais dos tempos. Em caminhada sinodal, abraça com entusiasmo o chamamento sempre renovado a deixar-se evangelizar pelo Espírito e a ser evangelizadora”.

 

É possível identificar a eficácia de um sínodo?

O caminho sinodal é exigente e requer intensa participação de todos. Na missa em que a Arquidiocese de São Pau- lo recordou o 10º aniversário de ministério episcopal de Dom Odilo como arcebispo de São Paulo, celebrada no dia 6 de maio, ele mesmo fez algumas perguntas que considera essenciais para a vivência da fé e a qualidade da pastoral na cidade de São Paulo. “Até onde chegamos?”; “o que estamos conseguindo fazer e o que não estamos conseguindo?”; “o que precisamos mudar para melhor cumprir a missão que a nós foi confiada?”

O primeiro sínodo da Diocese de Roma aconteceu no ano de 1960 e foi convocado pelo então Papa João XXIII. Na mensagem de conclusão, publicada no site do Vaticano, ele recorda a importância de guiar-se sempre pelas virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.

“Os princípios fundamentais que regulam a nossa conduta perante Deus e perante os seres humanos devem estar acompanhados, como frutos característicos do sínodo, pelo exercício das virtudes teologais que nos dão o rumo exato do ser cristão católico. São três, e vocês as conhecem: a fé, a esperança e a caridade. A Diocese de Roma debruçou-se sobre si mesma com este Sínodo, voltou o olhar do seu clero e do seu povo sobre a finalidade mais alta da vida religiosa e social, e se preparou com renovado fervor para prosseguir a missão confiada pela Providência celeste”. Logo a seguir, em 1961, o Papa João XXIII convocou um Concílio para toda a Igreja, o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965).

 

 

 

 

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Igreja em construção tem pedra fundamental abençoada

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25 de mai de 2017

A caixa e os livros com as histórias das comunidades; o projeto de arquitetura, o documento da Mitra Arqui- diocesana de São Paulo e o aval para a construção da nova igreja; algumas moedas e um exemplar do jornal O SÃO PAULO foram colocados num lugar previamente preparado, exatamente onde estará o altar do novo templo que abrigará a igreja-matriz da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na Região Episcopal Brasilândia.

A bênção da pedra fundamental tem rito próprio dentro da celebração eucarística, que aconteceu no sábado, 20, às 16h, no terreno onde será erguida a igreja. Presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, a mis- sa contou com a participação de fiéis das outras seis comunidades que pertencem à Paróquia e foi concelebrada por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e outros padres, entre eles o atual administrador paroquial da Nossa Senhora do Carmo, Padre Sidnei Fernandes Lima.

 

 

 

História

A Paróquia Nossa Senhora do Carmo tem sua origem no dia 11 de fevereiro de 1958. Desde então, a comunidade, na zona Noroeste de São Paulo, tem unido forças para a construção do templo. No terreno que abrigará a nova igreja, havia já uma construção, que foi derrubada há aproximadamente quatro anos, pois, de acordo com as normas municipais, apresentava irregularidades. Os fiéis têm se reunido no edifício que fica do outro lado da avenida Elísio Teixeira Leite, onde aconteciam as celebrações no início da comunidade.

“Quando construímos esta igreja [que foi derrubada], a ideia era a de que ela abrigasse a Paróquia provisoriamente, pois a anterior estava muito peque- na. Mas ficamos ali, ‘provisoriamente’, por mais de 30 anos. Estamos anima- dos com essa nova igreja, que além de melhor e mais confortável para o povo, estará totalmente dentro dos padrões de construção atuais”, disse José Pedro Bernardino, que participa da comunidade há mais de 40 anos e, além de colaborar nas pastorais do Dízimo e do Batismo, exerce também o ministério da Palavra.

 

Fé e compromisso

José Bernardino chegou ao local onde aconteceu a celebração cabisbaixo e foi acolhido por amigos com abraços e condolências. Ao conversar com a reportagem, ele disse que sua mãe ha- via sido enterrada naquela manhã, aos 99 anos de idade. “Estou triste, mas ao mesmo tempo feliz, pois ela partiu num dia bonito e aqui estou para celebrar a vida e a alegria desta nova igreja que iremos construir”, disse José, conhecido como “Zé da Laura”.

“Cultivamos o sonho de uma igreja de concreto que abrigue a Igreja que somos nós”, disse Nery da Silva Oliveira, comentarista da celebração. Ele e a esposa participam da Pastoral Familiar da Paróquia desde 1967 e estão empenhados neste novo projeto. Ele agradeceu a todos no fim da celebração e afirmou que “a comunidade irá deixar marca na construção de um novo templo e também de um novo tempo”.

 

Folhas, flores e frutos

Thamar Cesar de Jesus e Diva Ferreira Batista estavam recolhendo a assinatura de todos os que participaram da missa e bênção da pedra fundamental. Elas demonstravam muita felicidade pela presença de membros de todas as comunidades da Paróquia e também pelo tempo firme que fez na tarde de sábado. “Choveu tanto ontem e estávamos muito preocupados que a chuva seria uma dificuldade para as pessoas virem hoje, mas, graças a Deus, não choveu durante a missa”, disse Diva.

Elas contaram à reportagem um fato que a comunidade interpretou como uma graça e um sinal de Deus num momento tão importante, de início da construção de um novo templo. “Durante a Quaresma, o Padre Sidnei trouxe coroas de espinhos feitas com galhos secos e elas permaneceram ali também durante a Semana Santa, quando foram retiradas e deixadas numa sala. Na Páscoa, os ramos começaram a brotar e deram folhas e flores. O Padre levou as coroas floridas e mostrou à comunidade, que ficou muito esperançosa com o acontecimento. Ele, então, guardou os galhos e os plantou em sua casa”, explicou Diva.

Rosas e orquídeas foram também levadas durante a missa e colocadas aos pés da imagem de Nossa Senhora do Carmo, por idosos e crianças (foto abaixo). Entre eles, estavam Margarida Giuste do Amaral Mota, 67, que participa da Nossa Senhora do Carmo há mais de 40 anos, e trabalhou por muito tempo na Pastoral do Menor; e Tiago Shinohara da Silva, 6, que foi com a mãe, Cristiane Shinohara da Silva, à celebração. Cristiane entrou na comunidade há pouco tempo e está se preparando, pelo pro- cesso da iniciação cristã, para receber o sacramento da Eucaristia.

 

Projetos

Sérgio Ramalho e Laura Lúcia Ra- malho são, respectivamente, o engenheiro e a arquiteta responsáveis pelo projeto arquitetônico e por acompanhar as obras da igreja. Ao O SÃO PAULO, eles disseram que o templo abrigará cerca de 250 pessoas sentadas e haverá estacionamento na parte subterrânea, bem como ar condicionado e salas para a secretaria paroquial e a sacristia.

“O local onde estamos hoje será o estacionamento e a pedra foi colocada exatamente na projeção de onde será o altar”, explicou Sérgio. Após a colocação da pedra e com o projeto pronto, os paroquianos e todas as pessoas de boa vontade podem colaborar com a construção da Igreja. Mais informações sobre como colaborar podem ser obtidas diretamente no local (avenida Elísio Teixeira Leite, 1.317, Vila Brasilândia) ou pelo telefone (11) 3975-2569.

Na homilia da missa, Dom Odilo animou os fiéis a permanecerem firmes no propósito de construir a nova igreja, “que não é uma tarefa fácil e requer muitos recursos”. O Cardeal falou ainda que “devemos construir sobre o alicerce que é Jesus”, a rocha firme em que todos devem se apoiar.

 

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