Cardeal Tagle visita Arquidiocese de São Paulo

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15 de junho de 2018

O Cardeal Luis Antonio Tagle, Arcebispo de Manila, nas Filipinas, e Presidente da Cáritas Internacional, visitou a cidade de São Paulo na tarde desta quinta-feira, 14. Ele veio o Brasil para participar do Seminário Internacional de Migrações e Refúgio, promovido pela Cáritas Brasileira, entre os dias 12 e 14, em Brasília (DF).

Antes de retornar para as Filipinas, na madrugada desta sexta-feira, 15, o Cardeal Tagle visitou, acompanhado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, a Catedral da Sé, a sede da Cáritas Arquidiocesana, o edifício do Projeto Vida Nova, gesto concreto da Arquidiocese no Jubileu da Misericórdia, e o Pateo do Collegio, local de fundação da cidade de São Paulo.

Na Cáritas Arquidiocesana, o Cardeal conheceu o trabalho que a entidade realiza na acolhida de refugiados em convênio com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

No Projeto Vida Nova, o Cardeal foi acolhido pelos membros da Missão Belém, responsável pela iniciativa que tem o objetivo de oferecer uma primeira acolhida a pessoas em situação de rua, muitas delas dependentes químicas, antes de serem encaminhadas para as inúmeras casas da Comunidade para iniciarem um caminho de restauração. O Cardeal conheceu um grupo de rapazes acolhidos pelo Projeto Vida Nova, conversou com eles e os abençoou.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal destacou que nesses poucos dias no Brasil, teve a oportunidade de ouvir um pouco dos trabalhos e desafios da Caritas no País e lhe chamou a atenção a bondade dos agentes da entidade. “Me comoveu ver a disponibilidade com que a Cáritas realizada seu trabalho de ajuda aos mais necessitados, especialmente junto aos refugiados. Que continuem adiante com essa missão, sem desanimarem. O caminho é longo, com tantos desafios. Porém esta é o caminho certo”, disse. 

 

 

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Assembleia Geral da CNBB tem clima fraterno e produtivo

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25 de abril de 2018

Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, fez uma avaliação da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada entre os dias 11 e 20, em Aparecida (SP). Dom Odilo destacou os principais temas abordados pelo episcopado brasileiro, com especial atenção às novas diretrizes para a formação de sacerdotes na Igreja no Brasil. O Cardeal também chamou a atenção para o clima fraterno e sereno e a produtividade do encontro. Confira a íntegra da entrevista.

 

O SÃO PAULO - COMO O SENHOR AVALIA ESTA ASSEMBLEIA GERAL?

Cardeal Odilo Pedro Scherer – A Assembleia foi uma experiência muito rica de encontro e convívio entre os bispos de todo o Brasil. É a única ocasião durante o ano em que todos os bispos do país podem se encontrar, trocar ideias, partilhar experiências, falar sobre suas dificuldades e angústias, rezar e trabalhar juntos. Só por isso, a Assembleia da CNBB já valeria a pena. Mas ela também é uma expressão importante de colegialidade episcopal e da solicitude de cada bispo por toda a Igreja do Brasil. A Assembleia transcorreu em clima fraterno e sereno e foi bastante produtiva, pois discutimos e aprovamos diversos textos e documentos.

 

O QUE O SENHOR DESTACA NAS NOVAS DIRETRIZES PARA A FORMAÇÃO DOS PRESBÍTEROS?

Na verdade, elas não são inteiramente novas, mas foi feita a adequação das Diretrizes que já tínhamos às novas normas e orientações da Santa Sé para a formação sacerdotal no mundo inteiro. Nossas Diretrizes insistem na formação de padres pastores e missionários, com uma forte experiência de Deus e da vida da Igreja. A formação no seminário tem duas grandes metas: a formação de discípulos de Jesus Cristo, durante a etapa dos estudos filosóficos; e a configuração dos formandos com Cristo Sacerdote, durante a etapa dos estudos teológicos. Além disso, a formação sacerdotal, nas novas Diretrizes, é vista a partir de dois grandes enfoques: formação inicial, antes da ordenação sacerdotal; e formação permanente, após a ordenação. As Diretrizes colocam destaque especial na formação permanente do clero, conforme normas também dadas pela Santa Sé.

 

QUAIS SÃO AS NOVIDADES DA REVISÃO DO ESTATUTO CANÔNICO DA CNBB?

 O Estatuto da CNBB, após 16 anos de vigência, foi adequado em alguns aspectos. As mudanças principais dizem respeito à composição da Presidência: haverá dois Vice-Presidentes e dois Secretários-Gerais. De fato, o Estatuto anterior não previa um segundo Secretário-Geral, o que era uma lacuna, sobretudo em casos de ausência ou impedimento do Secretário-Geral. Os novos Estatutos também ampliam e definem melhor a identidade e as competências dos Regionais da CNBB.

 

OS BISPOS CHEGARAM A TRATAR SOBRE OS ATAQUES QUE A CNBB SOFREU NAS REDES SOCIAIS? QUAIS ORIENTAÇÕES FORAM DADAS QUANTO À RELAÇÃO DO POVO COM SEUS PASTORES?

A questão foi objeto de reflexão durante a Assembleia Geral e foi tratada numa mensagem divulgada no final da Assembleia. Era necessário que a própria CNBB dissesse uma palavra de esclarecimento sobre a identidade e a missão da Conferência Episcopal, nem sempre compreendidas de maneira adequada por quem promoveu ataques ou diversas formas de desmoralização da CNBB, deixando muitas pessoas desorientadas e inseguras na sua adesão de fé na Igreja e podendo dar origem a divisões na Igreja. Penso que a nota foi oportuna e ficou boa.

 

UM DOS ASSUNTOS DA PAUTA FOI UMA REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO DA IGREJA E DO ESTADO LAICO. O SENHOR PODERIA FALAR SOBRE ISSO?

Não chegamos a aprofundar muito a questão, que precisa de ulteriores aprofundamentos. Mas a reflexão feita foi boa e ajudou a esclarecer que a Igreja Católica não é contra a laicidade do Estado, corretamente entendida, como afirmação e garantia de liberdade religiosa, separação entre Igreja e Estado, não imposição de nenhuma forma de crer ou não crer por parte do Estado e também garantia de não discriminação religiosa dos cidadãos. Em poucas palavras, o Estado laico não impõe religião a ninguém nem proíbe ou dificulta as manifestações religiosas, mas garante e respeita a liberdade religiosa dos cidadãos e o livre exercício da religião.

 

TAMBÉM FOI PAUTA O CONTEXTO SOCIOPOLÍTICO, ESPECIALMENTE NESTE ANO ELEITORAL?

Tratamos também do contexto socio-político do Brasil, onde exercemos nossa missão de pastores do povo. Foi elaborada e divulgada uma boa mensagem ao povo brasileiro sobre o ano eleitoral. Diante do quadro variado de crises que vivemos no Brasil, os bispos encorajam os cidadãos a participarem do processo político e eleitoral com coragem, lucidez e esperança. Todos temos responsabilidades na promoção do bem comum. Um apelo especial é feito aos cidadãos católicos para que se façam protagonistas e se envolvam no processo político e eleitoral, apoiando candidatos de “ficha limpa” e zelando pela correta aplicação da lei contra a corrupção eleitoral. Na mensagem, lembram-se as palavras do Papa Francisco, que desafia os católicos leigos e leigas a assumirem de maneira positiva seu papel na vida social e política do Brasil.

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Missa na Catedral da Sé marca o início da Quaresma na Arquidiocese

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15 de fevereiro de 2018

As cinzas, colocadas na fronte dos fiéis que participaram da missa de Quarta-feira de Cinzas, no dia 14, lembram aos cristãos a condição de criaturas limitadas. “Convertei-vos e crede no Evangelho”, diz o sacerdote enquanto impõe as cinzas, rito realizado após a homilia. Com a celebração, inicia-se o tempo litúrgico da Quaresma, que acontece em preparação para a Páscoa do Senhor. No Brasil, começa também a Campanha da Fraternidade (CF), que acontece há 54 anos e, em 2018, traz como tema “Fraternidade e superação da violência” e lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). 

A situação de violência vivida no Brasil foi enfatizada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, que presidiu a celebração, bem como a necessidade de que a sociedade possa “educar para a não violência”. 

O Cardeal salientou que o Brasil é um dos países com um dos maiores índices de violência do mundo e falou sobre os fatores que a desencadeiam. “Há também formas de violência sutis como a violência da calúnia, das Fake News , notícias falsas nas mídias sociais que circulam como se fossem verdade”, recordou.

“Somos católicos e não podemos ficar indiferentes aos fatos de violência. Não condiz com nossa fé e nossa moral, não condiz com o nosso jeito católico de ser cidadão. Devemos lutar para que a violência não se propague”, insistiu Dom Odilo, que afirmou ainda sobre o fato de os leigos terem um papel importantíssimo na promoção da sociedade justa, fraterna e não violenta.

“A violência não é aceitável sob nenhum ponto de vista. A violência é um mal e é contrária à lei de Deus. Por isso mesmo, todos nós, filhos da Igreja, somos chamados a superar um clima de violência que se instalou. Qualquer tipo de violência clama aos céus”, continuou o Cardeal.

O Arcebispo lembrou também que a Bíblia mostra Deus como defensor daqueles que são injustiçados, violentados, e todos que estão do lado de Deus devem estar ao lado de quem sofre violência. “A manutenção de um estado social, de uma situação econômica que obriga muitos a viverem na miséria é também uma violência instituída, contra a qual nós devemos lutar, para instaurar, sim, de muitas formas, uma sociedade justa, fraterna, honesta, com políticas públicas voltadas para as situações que são geradoras de violência”.

Outro aspecto sobre o qual o Cardeal insistiu foi a necessidade de uma educação para a paz. “A violência necessita de educação para a não violência. Educação para valores fundamentais, como o respeito ao próximo, a honestidade, a dignidade no trato com as pessoas, a justiça, a vida de cada pessoa. Se não estivermos muito convencidos disso, podemos estar participando da onda da violência”, afirmou.

O tema da CF foi apresentado também por Márcia Matias de Castro, representante da equipe da Campanha da Fraternidade da Arquidiocese, antes do início da celebração. Márcia lembrou que um dos objetivos da CF é o de “apoiar as organizações da sociedade civil que trabalham na superação da violência”. No texto lido por ela, recordou- -se que “o Brasil é uma sociedade injusta e desigual e pratica uma forma de fazer política que torna as pessoas descartáveis”.

 

JEJUM, ESMOLA E ORAÇÃO

Sobre os exercícios quaresmais, o Cardeal sugeriu aos fiéis que vivam o jejum, a esmola e a oração, revendo as atitudes de acordo com o tema da Campanha. 

“Que por meio dos exercícios da Quaresma, do jejum, da esmola e da oração, possamos colher o fruto de uma sociedade melhor, mais reconciliada e pacificada. Façamos o jejum daquela conversa que incita a violência, da palavra injuriosa, da vontade de brigar e de tudo aquilo que nos faz ser levados por nossas paixões. Com a prática da esmola, possamos ajudar o próximo a sair de sua situação de necessidade, e que a oração nos leve a buscar a Deus acima de tudo”, disse o Arcebispo.

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Cardeal Odilo Pedro Scherer visita a Arquidiocese de Manaus

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30 de janeiro de 2018

Após visita à Diocese de Alto Solimões, no Estado do Amazonas, ao longo de dez dias no início deste mês, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, esteve na Arquidiocese de Manaus.

Na sexta-feira, 19, Dom Odilo foi à sede da Comunidade Aliança de Misericórdia na capital do Amazonas e presidiu missa na Paróquia São Sebastião, durante a novena realizada em honra ao padroeiro. No sábado, 20, o Cardeal Scherer visitou as instalações da rádio Rio Mar, pertencente àquela Arquidiocese, na companhia de Dom Sérgio Eduardo Castriani, Arcebispo de Manaus.

Ao falar de sua visita à região amazônica, Dom Odilo afirmou que sempre gosta de ir pessoalmente aos lugares para conhecer e perceber a situação, ter um conhecimento mais próximo da realidade do povo e da missão da Igreja em cada região.

“Eu não tinha ido ainda à Diocese de Alto Solimões, mas não é a primeira vez na Amazônia. Hoje, o mundo inteiro está preocupado e torcendo para que a Amazônia, no seu conjunto, seja cuidada, preservada. A missão requer, muitas vezes, sacrifícios que os nossos missionários já estão oferecendo, muitas vezes no desconforto, nas poucas condições de cuidado com a saúde, do ritmo lento dos trabalhos, pois as coisas tem de acontecer no ritmo da natureza, das águas, e, portanto, para mim, foi importante ter ido àquela região para ver de perto, conhecer de perto a realidade e não simplesmente avaliar de longe, à distância”, destacou o Cardeal em entrevista á rádio Rio Mar.

Dom Odilo também fez menção ao projeto Sul 1-Norte 1, pelo qual o Regional Sul 1 da CNBB, desde 1994, colabora com a missão da Igreja na Amazônia. “A Arquidiocese de São Paulo também tem presença missionária em mais de uma parte aqui na Amazônia”, comentou o Arcebispo de São Paulo.

Em seu artigo "Visita à Igreja na Amazônia"Dom Odilo falou sobre a realidade que encontrou na Diocese de Alto Solimões. A íntegra do artigo pode ser lida em http://www. osaopaulo.org.br/colunas/visita-a-igreja-na-amazonia.

(Com informações da Arquidiocese de Manaus)

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Dom Odilo Pedro Scherer completa 10 anos como Cardeal da Igreja

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30 de novembro de 2017

Há uma década, Dom Odilo Pedro Scherer tornava-se Cardeal da Igreja. No Consistório de 24 de novembro de 2007, na Basílica de São Pedro, sete meses depois de tomar posse como sétimo Arcebispo Metropolitano de São Paulo, recebeu o barrete cardinalício das mãos do Papa Bento XVI.

Naquele ano, a Igreja em São Paulo viveu momentos históricos, como a visita do próprio Papa, em maio, quando foi celebrada a canonização de Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, e o início da celebração do centenário de criação da Arquidiocese de São Paulo, comemorado em 2008. Ao retornar de Roma e ser acolhido na Catedral da Sé pelo povo e o clero arquidiocesano, em missa solene no dia 2 de dezembro do mesmo ano, o Cardeal Scherer afirmou: “O título cardinalício representa um presente para esta Arquidiocese na celebração de seu centenário”.

Com então 58 anos, Dom Odilo foi o primeiro Cardeal criado pelo hoje Papa Emérito. Ao longo destes dez anos, ele exerceu inúmeras funções enquanto Cardeal da Igreja, entre as quais a participação no Conclave que elegeu o Papa Francisco, em março de 2013.

 

Unidos ao Papa

A reportagem publicada pelo jornal O SÃO PAULO em 27 de novembro de 2007, por ocasião do cardinalato de Dom Odilo, explicou que a expressão clerici cardinales foi usada nos primeiros séculos da Igreja para designar os conselheiros dos bispos. A partir do século IX, o título de “cardeal” passou a ser dado aos clérigos mais importantes da Diocese de Roma. Sendo o Papa o Bispo de Roma, os cardeais passaram a constituir seus conselheiros. Eles foram divididos em categorias: os cardeais-presbíteros, que se responsabilizavam pelas paróquias importantes de Roma; os cardeais-diáconos, que administravam sete regiões de Roma; e os cardeais-bispos, responsáveis por seis dioceses suburbanas de Roma. 

Até hoje, o Colégio Cardinalício é dividido em três ordens: os cardeais-bispos são titulares das igrejas suburbicárias de Roma: Ostia, Albano, Frascati, Palestrina, Porto-Santa Rufina, Sabina-Poggio Mirteto, e Velletri-Segni. Apesar de serem sete igrejas, o número de cardeais-bispos é de seis, pois a titularidade da igreja de Ostia é reservada ao decano do colégio de cardeais. Os cardeais-diáconos cuidam das diaconias da cidade, residindo nela e servindo à Cúria Romana; e os cardeais-presbíteros, dispersos por todo mundo, que governam suas arquidioceses, como é o caso de Dom Odilo.

Por haver esse vínculo histórico com o clero da Diocese de Roma, os cardeais recebem o título de uma das igrejas romanas. Dom Odilo recebeu o título de Sant’Andrea al Quirinale, igreja localizada no centro de Roma, próximo à sede da presidência italiana.  

 

Serviço à Igreja

A palavra latina “ cardo, cardinis ”, que significa a “dobradiça” ou o “gonzo” da porta, originou a palavra “cardeal”. Daí os pontos cardeais – norte, sul, leste e oeste –  que orientam a direção dos viajantes, e as virtudes cardeais – prudência, justiça, fortaleza e temperança – em torno das quais giram as demais virtudes humanas. Também em torno dos cardeais gira o pastoreio da Igreja Católica.

Desde 1464, os cardeais se distinguem pelas vestes de cor púrpura, que simbolizam disponibilidade de serviço até o derramamento do próprio sangue. Além do barrete, os cardeais recebem do Papa um anel, insígnia idêntica para todos os purpurados, que simboliza a pertença ao Colégio Cardinalício e a fidelidade ao Romano Pontífice.

A partir de 1059, foi conferido aos cardeais pelo Papa Nicolau II a prerrogativa exclusiva da eleição do Bispo de Roma. Atualmente, somente os cardeais com menos de 80 anos são eleitores em um Conclave.

Embora a eleição do Pontífice seja a missão mais conhecida de um Cardeal, os Purpurados, como também são conhecidos pela cor da sua veste solene, assessoram o Papa no exercício de seu ministério petrino. Mesmo aqueles que residem fora de Roma possuem cargos e funções em algum organismo da Cúria Romana, além de eventualmente representarem o Santo Padre em eventos importantes.

 


Principais atividades e funções de Dom Odilo Pedro Scherer como Cardeal da Igreja Católica  

  • Cardeal Presbítero da Santa Igreja Romana, do título de Santo Andrea al Quirinale, no Consistório de 24 de novembro de 2007;  
  • Presidente Delegado na Assembleia do Sínodo dos Bispos de 2008;  
  • Enviado especial do Papa Bento XVI para as comemorações do 30º aniversário da mediação da Santa Sé entre a Argentina e o Chile para a solução do conflito do Canal de Beagle (dezembro de 2008);  
  • Membro da Congregação para o Clero (desde 2008);  
  • Membro do Conselho do Sínodo dos Bispos (de 2008 a 2015);  
  • Membro da Congregação para a Educação Católica (desde 2013);  
  • Membro da Comissão de Cardeais para o estudo dos problemas organizativos e econômicos da Santa Sé (de 2009 a 2014);  
  • Membro do Pontifício Conselho para a Família (desde 2009);  
  • Membro da Pontifícia Comissão para a América Latina (desde 2009);  
  • Membro da Pontifícia Comissão Cardinalícia  de Vigilância sobre o Instituto para as Obras de Religião – IOR (de 2009 a 2014);  
  • Membro do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização (desde 2010);  
  • Enviado Especial do Papa e Chefe da Delegação da Santa Sé na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), de 20 a 22 de junho de 2012;  
  • Delegado nas Assembleias do Sínodo dos Bispos de 2008, 2012, 2014 e 2015;  
  • Participação no Conclave que elegeu o Papa Francisco, de 12 a 13 de março de 2013.

 


Cardeais Brasileiros

O primeiro Cardeal da América Latina foi Dom Joaquim Albuquerque Cavalcanti, Arcebispo do Rio de Janeiro (1897-1930). Antes, ele havia sido Bispo da Diocese de São Paulo (1894-1897).
Dom Odilo Scherer foi o quinto Arcebispo de São Paulo a receber o título cardinalício. O primeiro foi Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, criado Cardeal em 18 de fevereiro de 1946. 
 

Atualmente, o colégio cardinalício conta com 10 purpurados brasileiros:

(Cardeais com mais de 80 anos)  
  • Dom Serafim Fernandes de Araújo - Arcebispo Emérito de Belo Horizonte (MG);  
  • Dom José Freire Falcão - Arcebispo Emérito de Brasília (DF);  
  • Dom Eusébio Oscar Scheid - Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro;  
  • Dom Geraldo Majella Agnelo -Arcebispo Emérito de Salvador (BA);  
  • Dom Cláudio Hummes - Arcebispo Emérito de São Paulo;  
  • Dom Raymundo Damasceno Assis - Arcebispo Emérito de Aparecida (SP);

 

(Cardeais com menos de 80 anos)  
  • Dom João Braz De Aviz - Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica;  
  • Dom Odilo Pedro Scherer - Arcebispo de São Paulo;  
  • Dom Orani João Tempesta - Arcebispo do Rio de Janeiro;  
  • Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasília (DF).

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Paróquia Santa Mônica celebra dedicação de nova igreja

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24 de novembro de 2017

No dia 19 de novembro de 2011, os fiéis da Paróquia Santa Mônica, no Parque Santa Mônica, zona Noroeste de São Paulo, assistiam entre lágrimas a demoli- ção da pequena igreja-matriz, de pouco mais de 50 anos na época, interditada pela Prefeitura devido a problemas estruturais. Exatamente seis anos depois, no domingo, 19, as lágrimas dos fiéis eram de alegria ao verem a nova igreja ser inaugurada e dedicada, assim como o seu altar, em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo.

O novo templo, onde agora cabem cerca de 300 pessoas, foi construído com o esforço da comunidade e a ajuda de diversas paróquias da Arquidiocese de São Paulo, que se uniram para concretizar o sonho da comunidade. “Vocês estavam esperando por este dia há muito tempo, não é mesmo?”, perguntou Dom Odilo, no início da celebração, recordando que, em 2012, abençoou a pedra fundamental na nova igreja. “Este é um espaço digno para que aqui possamos adorar, honrar o Senhor e que a família dos filhos de Deus aqui possa se reunir”, afirmou.

O Arcebispo ressaltou, ainda, que a celebração era mais do que uma inauguração, mas a sua dedicação a Deus. “Consagramos o templo para Deus, para que Ele permaneça no meio de nós, para que aqui possamos encontrá-Lo”.

No rito de dedicação, o Cardeal aspergiu com água-benta, incensou e ungiu com o óleo do Crisma as colunas da igreja e o novo altar diante do qual foram depositadas as relíquias de Santo Antô- nio de Sant’Anna Galvão, Santa Paulina e São José de Anchieta. Dom Odilo explicou que as relíquias ajudam os fiéis a lembrarem que toda a missa traz presente a vida dos santos como “oferta agradá- vel a Deus”.

 

História 

A Igreja Católica está presente no Parque Santa Mônica há aproximadamente 60 anos, quando foi erguida uma pequena capela em honra a Nossa Senhora de Fátima, ligada à Paróquia Santa Terezinha, no Jardim Regina. Em 26 de agosto de 2001, a comunidade foi elevada à Paróquia com o título de Santa Mônica, fruto de uma devoção forte de algumas famílias do bairro.  O primeiro Pároco foi o Padre Vittório Morégola, atual Vice-Chanceler do Arcebispado. 

Desde a interdição e depois demolição da antiga igreja, já tendo como Pároco o Padre Cristiano de Souza Costa, as missas e atividades da Paróquia aconteciam em um colégio do bairro e nas casas das famílias. Nesse período começou a ser feita a fundação do terreno para a construção da nova matriz. Porém, recursos financeiros arrecadados até então não foram suficientes para dar continuidade às obras, que ficaram paradas entre 2012 e 2013.

Em 2013, Padre Jaidan Gomes Freire assumiu a função de administrador paroquial da Santa Mônica, ao mesmo tempo que permanecia Pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Pirituba. “Nesta ocasião, mobilizamos as paróquias da Região Episcopal Lapa e de outras regiões, que nos fizeram doações em dinheiro ou de objetos para serem usados na promoção de eventos para arrecadar fundos”, contou. No mesmo ano, a Paróquia recebeu uma ajuda financeira da Arquidiocese de São Paulo, resultante da campanha realizada por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Esses valores ajudaram na construção do salão no subsolo da igreja e na construção do templo. 

Em 2014, começaram a ser celebradas missas no salão paroquial e, em 2015, as celebrações passaram a acontecer no interior da igreja ainda inacabada. 

Padre Jaidan, que tomou posse como pároco em abril de 2016, destacou que, no período em que as obras ficaram paradas, os paroquianos perderam a referência de um local para o encontro dominical. “Muitos se dispersaram para paróquias vizinhas. Algumas pessoas que se mudaram para o bairro nem sequer sabiam que existia uma paróquia aqui”, disse. 

 

Emoção

Durante a missa de dedicação, Eurídice Pereira Carracini, 65, membro da Paróquia há 25 anos, se emocionou enquanto proclamava a primeira leitura, do Profeta Neemias. O texto narra o momento em que o Sacerdote Esdras apresentou a Lei na assembleia depois da libertação do povo hebreu no exílio na Babilônia. “Todo o povo chorava ao ouvir as palavras da Lei”, dizia a leitura. Eurídice relatou ao O SÃO PAULO que aquele texto bíblico expressava exatamente o que ela e boa parte da comunidade sentia naquele dia.

“Eu estava do outro lado da rua quando o trator derrubou a primeira parede da nossa capelinha. Eu não consegui ver o restante. Mesmo sabendo que era para um bem maior da nossa comunidade”, recordou Eurídice, que relatou, ainda, a ocasião em que, durante um evento com a presença do Cardeal Scherer, em 2013, tomou a palavra e manifestou sua tristeza ao ver as obras da matriz paradas. “Naquele dia, no final do encontro, Dom Odilo se aproximou de mim e disse para eu ficar tranquila que a nossa igreja seria construída. Hoje eu me lembrei de todo esse caminho, de todo o nosso trabalho, daqueles que já partiram e não puderam ver a nova Igreja”.  

Membro da Paróquia há 40 anos, Helena Simões dos Santos, 73, também se emocionou com as lembranças da comunidade e das muitas ajudas recebidas: “Sinto uma alegria muito grande por poder testemunhar a história de nossa paróquia antes e depois da nova igreja. O nosso bairro é de pessoas simples, trabalhadoras e que colocam muito o coração em tudo o que fazem”. 

Diante da emoção dos fiéis durante a missa, Dom Odilo chamou a atenção para a padroeira, Santa Mônica, conhecida pelas muitas lágrimas derramadas pela conversão de seu filho, Santo Agostinho. “Deus escutou as suas orações, seus soluços e seu choro... Aqui vocês poderiam desenvolver essa devoção. As mães poderiam se reunir para rezar pelos jovens, pelos filhos. As ‘amigas de Santa Mônica’. Que tal?”, motivou o Arcebispo. 

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Plano de Pastoral e sínodo andarão juntos

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21 de novembro de 2017

Para avaliar o primeiro ano de vigência do 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral e pensar nas iniciativas para os anos subsequentes, já tendo em conta a realização do 1º sínodo arquidiocesano, os coordenadores das pastorais, movimentos, novas comunidades, padres, bispos auxiliares e o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, participaram no sábado, 11, da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), na zona Sul da cidade. 

“A obra da Igreja não é de uns poucos heróis, é de uma comunidade toda, é de muitos colaboradores do Senhor, que têm em comum a fé em Cristo e o entusiasmo no Evangelho”, disse o Cardeal Scherer, durante a oração inicial e partilha sobre a Palavra de Deus. 

 

Urgências da evangelização

Dom Odilo, nas reflexões iniciais, estimulou que as paróquias, organizações pastorais, movimentos, associações de fiéis e congregações realizem uma autoavaliação sobre o quanto têm levado em conta as seis urgências da evangelização apresentadas no 12º Plano. 

O Arcebispo, ao recordar cada uma das urgências, destacou que a Igreja deve manter-se em estado permanente de missão, ser casa da iniciação à vida cristã, sempre animada pela Palavra de Deus, uma comunidade de comunidades (feita de discípulos de Jesus), uma família de famílias, e também misericordiosa para a vida plena de todos. 

Ao falar sobre a sexta urgência do 12º Plano – “Igreja – Família de famílias” -, Dom Odilo ressaltou que a Igreja deve ter um rosto de família, sendo uma comunidade fraterna, e precisa atuar não apenas para socorrer as famílias em necessidade, mas estimular a “Igreja doméstica”, célula básica da comunidade eclesial.

 

Caminho sinodal 

Dom Odilo também lembrou aos participantes da Assembleia sobre o caminho sinodal da Arquidiocese, cuja a etapa preparatória está sendo vivenciada e as demais ocorrerão em 2018, nas paróquias; em 2019, no âmbito das regiões episcopais e vicariatos; e em 2020, com diferentes momentos da assembleia arquidiocesana do sínodo.

O Cardeal reforçou que todos na Arquidiocese são chamados a participar do sínodo, que será, segundo ele, um caminho de comunhão, conversão pastoral e renovação missionária, para responder melhor às situações e urgências da Igreja em São Paulo.  

“O sínodo tem como objetivo uma grande tomada de consciência de como estamos, e a partir disso deverão aparecer as realidades, mostrando onde há lacunas, falhas e o que precisa ser melhor orientado. Talvez apareça que seja preciso rever as estruturas que já não estão mais funcionando ou dando frutos para a evangelização, e que, assim, devem ser substituídas por outras mais eficazes”, afirmou. 

Dom Odilo ressaltou, ainda, que o sínodo de modo algum anulará o que está delineado no 12º Plano: “O sínodo e o Plano de Pastoral andarão juntos: o sínodo vai ajudar para que aquilo que se diz no Plano seja, de fato, trabalhado mais e que possa marcar mais profundamente a vida da Igreja em São Paulo. No sínodo, as urgências pastorais não estarão de lado, elas estarão no centro das preocupações. Esperamos que o sínodo nos ajude a um novo sentir da nossa Igreja em São Paulo, para que todos se sintam parte dessa obra, se sintam discípulos-missionários e, por isso mesmo, envolvidos no grande trabalho de evangelização, da missão da Igreja em São Paulo”. 

 

Um sínodo Pastoral 

Após a fala do Cardeal, os representantes das regiões episcopais e vicariatos relataram os enfoques das ações realizadas em 2017 e as perspectivas para 2018 (leia um resumo no box ao lado), com destaque para maior atenção às famílias e a vivência do Ano Nacional do Laicato.

Na sequência, divididos em 15 grupos, os participantes pensaram em sugestões para a vivência do sínodo nas paróquias, tendo em conta as urgências do 12º Plano de Pastoral.

“Nós vamos trabalhar nos níveis das coordenações pastorais as conclusões da Assembleia e também trabalhar todas essas questões das discussões dos grupos em vista de organizarmos a etapa do sínodo no ano que vem nas paróquias”, disse, ao O SÃO PAULO , o Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador-Geral do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, destacando, ainda, que o caminho sinodal enriquecerá o 12º Plano.

Na conclusão da Assembleia, Dom Odilo agradeceu pelas sugestões apresentadas nos grupos e disse que ao final da caminhada sinodal as indicações de ação deverão ser colocadas em prática. “O sínodo não está pronto, está no começo. O sínodo é uma grande busca, um caminhar juntos. Só não tenhamos ilusões: o sínodo não vai mudar os Dez Mandamentos, não vai mudar o Evangelho, não vai mudar o Catecismo. O nosso sínodo é pastoral. Olharemos e refletiremos sobre a realidade pastoral, sobre como está nossa Igreja em São Paulo diante das realidades que temos pela frente. Vamos ouvir a voz do Espírito Santo sobre o que temos e sobre nossa missão para nos dispormos a uma nova ação. Portanto, o sínodo deve ajudar a dar indicações, a partir de tantas reflexões, para um caminho novo de evangelização eficaz em nossa Arquidiocese”, concluiu. 

(Colaboraram: Jenniffer Silva e Flavio Rogério Lopes)
 

 


Atuações e preocupações dos vicariatos e regiões episcopais 

Regiões

Belém: Tem se constatado a vivência da Igreja em saída na maioria das paróquias, o aumento das comissões de vida cristã, atividades de formação bíblica em 56% das paróquias e fortalecimento dos conselhos pastorais. Percebeu-se a necessidade de ampliar a ação da Pastoral Familiar, para que vá além do Encontro de Casais com Cristo e da formação dos noivos. Em 2018, acontecerão ações por conta do Ano Nacional do Laicato. 

Brasilândia: Em 2017 a Região assumiu como prioridade os eixos “Família”, “Juventude” e “Formação”. Nesse sentido, constatou-se a ampliação da Pastoral Familiar, a realização de momentos de estudo sobre a Exortação Amoris Laetitia e de um evento pelo Dia do Nascituro. Houve o fortalecimento do Setor Juventude regional e aconteceram formações sobre Catequese, Bíblia e Liturgia. 

Ipiranga: Neste ano, a família foi a prioridade pastoral e se constatou o aumento da atuação da Pastoral Familiar. As paróquias já estão mobilizadas para o sínodo arquidiocesano. Na assembleia regional, que será realizada este mês, serão pensadas ações para a vivência do Ano Nacional do Laicato e para a evangelização das famílias. 

Lapa: A ampliação da Pastoral Familiar foi o foco da atuação em 2017. A fim de montar projetos para a vivência do Ano do Laicato, houve o estudo do documento 105 da CNBB. Em 2018, se buscará ampliar o envolvimento dos leigos na Região, também tendo em vista as ações do sínodo arquidiocesano. 

Santana: Constatou-se a necessidade de uma maior conversão missionária, para se viver efetivamente a “Igreja em saída”. Tem se buscado a ampliação de uma Catequese centrada na Palavra de Deus, bem como caminhos para que a família esteja no centro da prática cristã. A Região está estruturando um projeto de pastoral em atenção à urgência “Igreja - casa da iniciação à vida cristã”, com destaque para a acolhida aos jovens e às famílias; e já foi criada uma comissão regional de iniciação à vida cristã. 

Sé: Notou-se a maior integração dos jovens nos setores. Também se percebeu a necessidade de intensificar ações voltadas para as famílias nas comunidades. A prática da “Igreja em saída” tem ocorrido com visitas aos mais pobres e idosos, missas em lugares públicos e atuação nas redes sociais, além de peregrinações marianas às casas. 

 

Vicariatos

Educação e Universidade: Em 2017, foram intensificadas as visitas às escolas católicas de ensino básico, e houve aproximação com as escolas públicas estaduais e municipais, além de estímulo à formação de grupos de estudo e de oração nas universidades, realização de missas quinzenais na USP, vigílias universitárias e eventos nas universidades. O Vicariato está atento para a formação de professores a fim de que atuem nas aulas de ensino religioso confessional em escolas públicas, caso haja essa demanda. 

Povo da Rua: O Vicariato tem acompanhado o aumento na quantidade de pessoas em situação de rua, em muitos casos famílias inteiras. Há um esforço para que essas pessoas sejam integradas na Igreja como irmãos na fé e não apenas como objeto da ação caritativa.

Comunicação: Em 2017, houve a integração das equipes de trabalho do jornal O SÃO PAULO e da rádio 9 de Julho , e a uniformização da identidade visual dos veículos de comunicação da Arquidiocese. Foram realizados eventos para maior diálogo da Igreja com a cidade e para a ampliação dos momentos formativos aos agentes da Pastoral da Comunicação.
 

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Igreja trabalha pela reconciliação entre as duas Coreias

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16 de novembro de 2017

De volta ao Brasil após participar do Fórum Internacional para a Partilha sobre a Paz, promovido entre os dias 3 e 7, pela Arquidiocese de Seul, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, concedeu entrevista ao O SÃO PAULO a respeito dos propósitos do evento e sobre a realidade da Igreja na Península da Coreia. Leia a seguir a íntegra da entrevista. 

 

O SÃO PAULO - O FÓRUM PARA A PARTILHA SOBRE A PAZ FOI PROMOVIDO PELA ARQUIDIOCESE DE SEUL, NA COREIA DO SUL, DE 3 A 7 DE NOVEMBRO. QUAIS OS MOTIVOS PRINCIPAIS PARA ESSA INICIATIVA?

Cardeal Odilo Pedro Scherer - A iniciativa visou a partilha de experiências sobre a edificação da cultura da paz. Vários convidados, cardeais, bispos e leigos da América Latina falaram sobre a maneira como a Igreja contribuiu, e ainda contribui, para a superação dos conflitos nos diversos países. Dessa maneira, a Arquidiocese de Seul quis promover uma reflexão sobre o papel daquela Igreja local para a superação do conflito entre as duas Coreias e das tensões internacionais presentes naquela parte da Ásia. De fato, existe no povo a percepção do grave risco para a paz, não apenas para a Coreia, mas de um conflito perigoso e destruidor, que poderia envolver vários outros países da região, como o Japão, a China e a Rússia, além dos Estados Unidos. Portanto, a Igreja de Seul, ao tomar essa iniciativa, deseja fomentar a cultura da paz e da reconciliação entre as duas Coreias.

 

O SENHOR PARTICIPOU DESSE FÓRUM E, INCLUSIVE, PROFERIU UMA CONFERÊNCIA. QUAL FOI O MOTIVO DESSE CONVITE E O TEMA DA CONFERÊNCIA?

A cada ano, na promoção do Fórum, são convidados bispos e outras personalidades de um continente diverso para a partilha de iniciativas de paz em seus países. Dessa vez, foram convidadas pessoas da América Latina. Além de mim, estiveram o Cardeal de São Salvador, em El Salvador, Dom Gregorio Rosa Chávez; o Arcebispo de Morelia, no México, Dom Carlos Garfias Merlos; o Ex-Embaixador argentino no Brasil e na Santa Sé, Dr. Vicente Espeche Gil; e o jurista e professor colombiano, Dr. José Gregorio Hernández Galindo. Também participaram dos debates e mesas-redondas vários estudiosos e personalidades públicas locais. Foi um evento muito rico de abordagens e de experiências sobre a contribuição das Igrejas locais para fomentar a paz. Na minha exposição, apresentei, primeiramente, alguns pressupostos que orientam a ação da Igreja em favor da paz, como o próprio conceito bíblico e cristão de paz, a verdade, a justiça, o respeito à dignidade da pessoa e aos direitos humanos, além do perdão e da “purificação da memória”. E partilhei a experiência da Igreja no Brasil na superação do regime militar, do empenho da CNBB e, de maneira especial, do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e de Dom Helder Câmara. O motivo do convite, provavelmente, foi o fato de o Cardeal de Seul e eu participarmos de reuniões na Santa Sé, onde nos conhecemos. Era importante que também a ação da Igreja no Brasil fosse partilhada no Fórum.

 

QUE OUTROS TEMAS FORAM ABORDADOS?

Cada um dos demais convidados partilhou as iniciativas em favor da paz em seus países. O Cardeal de El Salvador falou do testemunho de Dom Oscar Romero; o Arcebispo de Morelia tratou da ação da Igreja na superação da violência decorrente do tráfico de drogas, sobretudo na área fronteiriça com os Estados Unidos; o Ex-Embaixador da Argentina falou do empenho diplomático da Igreja, sobretudo na superação do litígio da Argentina com o Chile sobre a área do Canal de Beagle e da Terra do Fogo; mas falou, também, do êxito favorável no diálogo entre Argentina e Brasil em relação aos projetos nucleares de ambos os países, depois da superação dos respectivos regimes militares. Nas mesas-redondas, com a participação de personalidades locais da Coreia, tratou-se de tirar as consequências das exposições feitas para a situação da própria Coreia. Houve vários momentos de entrevistas para a repercussão do Fórum na opinião pública local.

 

QUEM PARTICIPOU DO FÓRUM E QUAIS FORAM OUTROS MOMENTOS RELEVANTES? 

Além dos convidados para falar e participar dos debates, estiveram presentes bispos, padres, religiosos e diáconos, embaixadores de vários países, estudantes da Faculdade de Teologia, jornalistas e outros interessados. O Fórum possui um comitê permanente, que promove estudos e divulgações sobre os temas ligados ao Fórum. Houve, também, o envolvimento do povo de várias paróquias, onde os cardeais e bispos celebraram. O povo se interessou também em várias iniciativas para se envolver de maneira constante e permanente na cultura da paz e da reconciliação. A Igreja coreana tem a consciência de que, além da esperada superação da divisão, é preciso preparar a sociedade para a acolhida, o diálogo, o perdão e a efetiva consolidação da fraternidade e da paz, que não pode contar com vencidos e vencedores, mas com reconciliados. 

 

TRATOU-SE DE UMA INICIATIVA ISOLADA OU O FÓRUM ESTÁ RELACIONADO COM OUTRAS ATIVIDADES OU INICIATIVAS QUE SE PROPÕEM AO MESMO OBJETIVO?

Não foi uma iniciativa isolada, mas há um comitê permanente, que promove diversas iniciativas ao longo do ano, para o estudo de problemas e para fomentar a cultura da paz. Além disso, na Coreia do Sul, a Igreja promove iniciativas de apoio aos pouquíssimos católicos remanescentes no Norte, que estão sempre em perigo de perseguição e até de martírio; mas também de acolhida e de inserção social daqueles que conseguiram sair do Norte – cristãos ou não. E promove a oração e a penitência em favor da reconciliação e da paz.

 

QUE FRUTOS SÃO ESPERADOS DO FÓRUM?

Naturalmente, espera-se que a Coreia volte a ser um único país; percebe-se que, em geral, custa aos coreanos falar de “duas” Coreias, porque entendem que são um único povo e uma mesma cultura. Sabem que o processo pode ser difícil e longo, mas também têm a certeza de que essa situação não poderá durar para sempre. A maior parte do povo coreano deseja a reunificação, a paz e, sobretudo, a superação do comunismo fechado e desumano do Norte, onde o povo vive sem liberdade e reduzido a massa de manobra do regime totalitário.

 

A IGREJA NA COREIA AINDA É BASTANTE JOVEM, UMA VEZ QUE A FÉ CRISTÃ CHEGOU ÀQUELE PAÍS APENAS EM MEADOS DO SÉCULO XIX. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA IGREJA CATÓLICA NA COREIA?

A Igreja na Coreia possui uma história bonita, mas também trágica. O início do Cristianismo na Península Coreana se deveu a alguns leigos estudiosos, que levaram da China a Bíblia e alguns livros sobre a fé cristã para seu País. O estudo e a leitura os levaram à fé cristã e a pedir o Batismo. Chegaram, então, os primeiros missionários, sobretudo franceses. Durante cem anos, os cristãos foram perseguidos e martirizados violentamente. Os mártires das perseguições são mais de 20 mil. Durante os primeiros cem anos, o império coreano e a cultura marcada pelo Confucionismo não aceitaram o fato de os cristãos se negarem a ver no imperador a encarnação da divindade. Portanto, a fé cristã era tida como subversiva e perigosa para a cultura e o sistema social e político. Os cristãos eram perseguidos, presos e torturados e, se permanecessem fieis à sua fé, eram decapitados. Finalmente, com a conversão cristã do último herdeiro do trono, chegou também a liberdade religiosa. Mas, logo viriam novas perseguições, sob o domínio colonial japonês, nos primeiros 50 anos do século XX. Com a implantação do Comunismo na Coreia do Norte, em 1957, as perseguições voltaram e o sangue dos mártires tornou a correr com abundância. Há centenas de causas de beatificação e de canonização em andamento. Outras centenas já foram celebradas, incluindo o primeiro sacerdote coreano – Padre André Kim, junto com seus numerosos companheiros mártires. Hoje, a Igreja Católica na Coreia conta com um pouco mais de 10% da população, algo em torno de 8 milhões de fiéis. Os evangélicos, que chegaram após a 2ª guerra mundial, somam o dobro de fiéis, divididos em numerosos grupos de “Igrejas livres”, de estilo neopentecostal. A Igreja Católica na Coreia do Sul possui 16 dioceses. Há várias dioceses no Norte, mas sem bispo, sem sacerdotes e sem povo, à espera de dias melhores e de liberdade religiosa. Até as igrejas foram destruídas, na sua maioria. A Igreja na Coreia do Sul é fervorosa, rica de vocações e muito ligada aos seus pastores e ao Papa. Nas missas dominicais, a frequência é de cerca de 30% dos fiéis. Numerosos são os missionários já enviados para outros países. Há muitas conversões e batismos de adultos. O Seminário Maior de Seul, que reúne seminaristas de três dioceses, conta com 240 seminaristas e 46 deles já são diáconos.

 

QUAIS SÃO AS MARCAS DEIXADAS POR TANTOS MÁRTIRES DA FÉ NA COREIA?

O testemunho dos mártires está por toda parte e o povo lhes tem grande veneração. Impressiona como, apesar das violentas perseguições e dos martírios, o povo perseverou na fé. Os sacerdotes e bispos tiveram que servir o povo às escondidas, geralmente à noite. Hoje, há numerosos santuários que lembram o lugar do nascimento ou do martírio deles e o povo os frequenta e venera, vindo também de outras partes da Ásia. 

 

DESDE OS PRIMEIROS TEMPOS DO CRISTIANISMO, OS CRISTÃOS ENFRENTAM O MARTÍRIO. TERTULIANO, CÉLEBRE TEÓLOGO DO SÉCULO IV, JÁ DIZIA QUE “O SANGUE DOS MÁRTIRES É SEMENTE DE NOVOS CRISTÃOS”. ISSO SE CONFIRMA MAIS UMA VEZ NA COREIA?

Sim, isso continua se confirmando também naquele País. A esperança é que também a Igreja–mártir da Coreia do Norte possa ressurgir e florescer. Essa esperança está presente nas comunidades do Sul. Em outros países da Ásia, isso também acontece. No Vietnã, sob o regime Comunista fechado, a Igreja foi violentamente perseguida, com numerosos mártires. Hoje, há um grande florescimento da fé, com muitas vocações, apesar de a liberdade religiosa ainda ser restrita.
 


 

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Cardeal Scherer participa de fórum sobre a paz na Península da Coreia

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08 de novembro de 2017

Há sete décadas, como saldo da Guerra da Coreia, a península coreana, no continente asiático, está dividida em duas nações: Coreia do Sul e Coreia do Norte. A situação, que historicamente desagrada a maior parte da população, tornouse ainda mais tensa nos últimos anos por conta da ampliação do programa nuclear norte-coreano. 

Preocupado com a manutenção da paz na península, o Comitê Nacional de Reconciliação da Arquidiocese de Seul, na Coreia do Sul, promoveu entre os dias 3 e 7, na Universidade Católica da Coreia, um fórum internacional para discutir caminhos que levem à superação da divisão dos países e à promoção da paz entre a população local. 

Na carta convite aos participantes do evento, o Cardeal Andrew Yeom Soojung, Arcebispo de Seul, afirmou estar convencido de que a pacificação das Coreias só será possível com a colaboração da Igreja em nível global e que, por isso, foram convidadas para o evento pessoas de outros países para compartilharem práticas na busca da verdade, amor, justiça, paz e reconciliação em diferentes circunstâncias. “Nesse sentido, este ano, o fórum pretende focar no compartilhamento de experiências da Igreja na América Latina e explorar caminhos para a pacificação e reconciliação no mundo, bem como na Península da Coreia”, comenta Dom Andrew.

Nesse contexto, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e outros bispos de dioceses em países latino-americanos também participaram do fórum internacional. Dom Odilo falou aos participantes no sábado, 4, na mesa temática “Way of Life: Reconciliation and Healing” – “Modo de viver: Reconciliação e cura”, em tradução livre – junto com o Cardeal Gregorio Rosa Chávez, Bispo de San Salvador, em El Salvador; e Dom Carlos Garfias Merlos, Arcebispo de Morélia, no México.

“Há, pois, fortes motivos para que a Igreja na Coreia do Sul se preocupe com a reconciliação e a paz entre as duas Coreias. Ela procura fomentar um clima propício à paz e à reconciliação, mesmo sabendo que cerca de 15% da população é contrária à reunificação. Porém, a missão da Igreja é 
anunciar o Evangelho da paz e da reconciliação, abater muros e estabelecer pontes para o diálogo e o encontro. Por isso, além de envolver intelectuais, formadores da opinião pública e personalidades da cultura, a iniciativa também está voltada para o povo, de maneira a preparar um campo propício para o florescimento da paz no País”, afirma o Cardeal Scherer sobre o evento, na coluna “Encontro com o Pastor”, publicada nesta edição do O SÃO PAULO

Além da fala no evento, em sua passagem pela Península da Coreia, Dom Odilo concelebrou missas e se encontrou com fiéis leigos nas paróquias. Em Seul, ele entregou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida ao Cardeal Andrew Yeom Soo-jung. Também esteve com Dom Lazarus You Heung-sik, Bispo de Darjeon, diocese de origem dos padres que atuam na Paróquia Pessoal Coreana São Kim Degun, na Arquidiocese de São Paulo. Naquela Diocese, encontrou-se ainda com fiéis leigos e visitou escolas e paróquias.  

 

A Igreja nas Coreias

O catolicismo chegou à Península da Coreia no final do século XVIII, por meio de livros católicos que foram traduzidos para o chinês. A primeira comunidade católica da região foi formada por leigos coreanos que pediram para receber o Batismo após lerem essas obras. 

A Coreia do Sul tem hoje cerca de 50 milhões de habitantes, dos quais aproximadamente 5 milhões são católicos (10,7% da população). Existem 16 circunscrições eclesiásticas, 1.673 paróquias, 35 Bispos, 4.261 sacerdotes, 516 religiosos e 9.016 religiosas, 123 missionários leigos e 14.195 catequistas. Os seminaristas menores são 395 e os maiores 1.489. 

Por outro lado, na Coreia do Norte, a Igreja Católica é proibida de atuar livremente. Só podem exercer culto público os que fazem parte da Associação Católica da Coreia do Norte, instituição controlada pelo governo de Kim Jong-un. Os demais católicos vivem a fé clandestinamente. Segundo essa associação nacional, existem 3 mil católicos inscritos no País, mas estima-se que o número real não passe de 800, sendo a maioria idosos batizados antes da Guerra da Coreia. 

Embora vacantes, as três dioceses católicas da Coreia do Norte continuam instituídas a espera de um dia poderem ser retomadas. Até 2012, o Anuário Pontifício indicava como Bispo de Pyongyang Dom Francis Hoong-ho, desaparecido desde 1949 após ser capturado pelo governo norte-coreano. Em 2013, a Santa Sé recebeu a confirmação de sua morte e seu nome foi incluído na lista de 81 mártires coreanos, cuja causa de beatificação foi aberta em 22 de fevereiro.

 

(Com informações de Asia News e a ACI Digital)
 

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Em missa, Cardeal dedica igreja e altar da Paróquia São Gabriel Arcanjo

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30 de outubro de 2017

Na entrada lateral da igreja-matriz da Paróquia São Gabriel Arcanjo, as velas acesas minutos antes da missa, colocadas logo abaixo das imagens do Menino Jesus de Praga, de Santo Antônio e de Nossa Senhora Aparecida, estão ao lado de uma Bíblia aberta, e convidam ao recolhimento e à oração. Aos poucos, os fiéis ocuparam os bancos da igreja que, durante a celebração eucarística, realizada no sábado, 21, às 18h, foi dedicada, com o seu altar, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. 

A missa presidida por Dom Odilo e concelebrada por outros sacerdotes, como o Cônego Sergio Conrado, Pároco, teve um caráter especial, com o rito próprio de dedicação da igreja e do altar. O altar, centro da igreja, que permaneceu sem toalha e demais objetos litúrgicos, só a partir de um determinado momento foi revestido, o que simboliza a preparação da mesa para uma grande festa, em que Cristo se dá como alimento para saciar a fome daqueles que O buscam.

 

Rito

Logo após a saudação inicial e a oração de bênção da água, realizada pelo presidente da celebração, o templo, o altar e os fiéis foram aspergidos e todos pediram a Deus a graça de “banhados em Cristo, serem novas criaturas”. 

Antes da proclamação da liturgia da Palavra, o Cardeal incensou o ambão, onde foi colocado o Lecionário, livro de onde são proclamados as leituras e o Evangelho durante cada celebração eucarística. 

Após a profissão de fé, toda a assembleia reunida rezou a Ladainha dos Santos. Na sequência, depositou-se sob o altar as relíquias dos santos. O gesto deriva da tradição cristã antiga dos fiéis que construíam igrejas sobre os túmulos dos santos e mártires para recordar assim o sacrifício de pessoas que, ao longo da história, ofereceram-se a Deus e a Ele dedicaram o tempo, as energias e suas próprias vidas. 

Com a unção do altar e das paredes da igreja, torna-se o altar símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência. Igualmente o gesto de incensação simboliza o sacrifício do Cristo e o desejo de que as preces de todos os fiéis subam a Deus e sejam por Ele escutadas. Por fim, antes da liturgia eucarística, acontece a iluminação do altar e da igreja. Nesse momento do rito, recorda-se a mesa da refeição e Cristo, que é luz para todos os povos. 

“O altar lembra a mesa da última ceia e, ao mesmo tempo, a cruz sobre a qual Cristo se ofereceu pela nossa redenção. É no altar que depositamos nossas oferendas, que são oferecidas junto ao sacrifício de Cristo. E, assim, Ele se oferece a nós como pão descido do céu, para que todo que Dele comer não pereça, mas tenha vida eterna”, explicou o Cardeal, enquanto o altar era revestido e devidamente ornamentado.
 

‘A Caminho da Jerusalém Celéste’

Na homilia, Dom Odilo salientou que “o rito de dedicação da igreja e do altar, nos lembra aquilo que somos nós, Igreja. Quando falamos Igreja, pensamos no templo, e esse é um modo de entender, mas a Igreja de Cristo é a comunidade dos batizados e também dos que não foram batizados ainda, mas procuram a Deus e, de alguma forma, estão ligados à Igreja, mesmo que não o estejam formalmente”. 

Ele explicou que “na segunda leitura, São Paulo diz à comunidade que ela não é mais estranha, estrangeira, mas parte da família de Deus, concidadã dos santos. E nós somos a Igreja a caminho da Jerusalém celeste, da cidade eterna. São Paulo continua dizendo que a comunidade está integrada ao edifício, que é a Igreja, a casa de Deus, que tem como fundamento os apóstolos”, continuou. 

“A Igreja é a comunidade convocada pela Palavra de Deus, que deseja ouvir o que o Senhor irá falar. A Palavra de Deus deve ressoar na Igreja, não só no templo, mas na comunidade dos fiéis; Igreja viva: casa de Deus que somos nós; Igreja: comunidade de irmãos; Igreja: povo de Deus a caminho da Jerusalém Celeste”, disse o Cardeal, que tem realizado a dedicação de paróquias e comunidades que, mesmo tendo sido criadas há muitas décadas, ainda não tinham celebrado os ritos próprios de dedicação.

 

Comunidade viva 

Criada em 13 de novembro de 1939, quando Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva era Arcebispo de São Paulo, a Paróquia está localizada na avenida São Gabriel, 108, no Jardim Paulista, proveniente de um desmembramento das paróquias do Jardim América, Indianópolis e Santa Generosa. A conclusão das obras só aconteceu em 1940, quando o Monsenhor Humberto Manzini foi oficialmente nomeado Pároco. 

Desde 2016, o Pároco é o Cônego Sérgio Conrado, que concelebrou a missa de dedicação. À reportagem do O SÃO PAULO , o Cônego salientou que “a Paróquia é muito conhecida e querida pelo número de missas dominicais, oito no total, e o intenso atendimento às confissões: semanal e dominical. A população frequentadora, cerca de 5 mil pessoas por final de semana, além dos moradores do Jardim Paulista – o mais antigo dos Jardins – acolhe muitas pessoas de toda a cidade”. 

Além disso, há um núcleo comunitário, composto pelos moradores do Jardim Paulista, que acompanha o desenvolvimento da ação missionária da Igreja. 

 

Pastorais, grupos e projetos da Paróquia São Gabriel Arcanjo

-  Catequese infantil e de iniciação cristã de adolescentes e adultos;
- Oficinas e Oração e Vida;
-  Grupo de Oração São Gabriel Arcanjo;
- Pastoral da Música;
- Pastoral Vocacional;
-  Conferência de São Vicente de Paulo;
- Pastoral de Eventos;
-  Projeto Arcanjo Gabriel: Centro Social e assistência a idosos, pessoas carentes e cursos variados;
- Grupo de Jovens Rumo Certo;
- Grupo Coral;
-  Projeto Igreja Irmãs: ajuda financeira a diversas comunidades carentes e instituições eclesiais;
-  Terço dos Homens e da Misericórdia;
-  Tardes de Encontro: tricô e artesanato;
-  Grupo de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.

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