‘A mensagem da Páscoa deve renovar a nossa pertença à igreja, testemunha da ressurreição’

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18 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa na manhã desde sábado da Oitava da Páscoa na capela de sua residência, transmitida pelo rádio e pela internet.

A liturgia do dia apresenta um trecho do Evangelho de São Marcos (Mc 16,9-15) que traz um resumo dos acontecimentos após a ressurreição de Jesus e o quanto foi difícil inicialmente para os apóstolos acreditarem que o Senhor realmente havia ressuscitado.

FÉ NA RESSUREIÇÃO

Na homilia, Dom Odilo observou que, mesmo diante da incredulidade dos apóstolos, Jesus os confirmou e os enviou em missão.

O Cardeal também ressaltou que, ainda hoje, há católicos que têm duvidas sobre a ressurreição do Senhor, como mostrou o levantamento de campo da realidade religiosa da cidade, realizado pelo sínodo arquidiocesano.

Este Evangelho, acrescentou o Arcebispo, “mostra a fragilidade de quem era encarregado do anuncio do Evangelho” e, também o quanto “a lógica de Deus realmente é desconcertante”, pois Ele escolheu homens simples que por si sós não teriam a força para anunciar o Evangelho, “mas o Senhor estava com eles”.

TESTEMUNHO DOS APÓSTOLOS

“O fato da ressurreição era tão forte que os apóstolos não podiam negar, mesmo sendo homens frágeis e simples”, afirmou Dom Odilo, recordando que, mesmo quando ameaçados pela autoridades judaicas por anunciarem o Evangelho, eles afirmavam: “Não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos”.

O Arcebispo enfatizou que, para quem continua a achar que a ressurreição de Jesus é uma invenção, “temos o testemunho dos apóstolo, dos santos e da Igreja ao longo desses dois mil anos”. “A mensagem da Páscoa deve renovar a nossa pertença à igreja, testemunha da ressurreição”, afirmou.

VESTE BATISMAL

Na conclusão da missa, Dom Odilo recordou que, segundo uma tradição da Igreja primitiva, os novos cristãos permaneciam com a veste branca recebida no Batismo na Vigília Pascal durante toda a semana da Páscoa. No segundo domingo da Páscoa, os neófitos depunham essas vestes e começavam a viver no dia a dia.  

“A veste branca fala da dignidade dos filhos de Deus”, sublinhou o Cardeal, mencionando a oração da liturgia do dia, que pede: “Dai aos que renasceram pelo Batismo a veste da imortalidade”.

“Que ao longo de toda a vida não percamos esta dignidade e que por ela possamos ser acolhidos na eternidade”, completou o Arcebispo.

DIA DO SENHOR

O Arcebispo convidou o povo para celebrar o Dia do Senhor em suas casas, em família, acompanhando as celebrações transmitidas por suas paróquias e comunidades, seguindo as recomendações das autoridades para conter a pandemia de COVID-19.

Neste Domingo da Misericórdia, dia 19, o Cardeal presidirá a missa às 11h, transmitida pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTE SÁBADO: 

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‘Como os apóstolos, nós somos testemunhas da ressurreição’

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16 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, deu continuidade à reflexão sobre os testemunhos da ressurreição de Jesus na missa desta quinta-feira da Oitava da Páscoa, 16, na capela de sua residência, transmitida pelas mídias digitais.

O Evangelho do dia (Lc 24,35-48) apresenta o testemunho dos discípulos de Emaús aos apóstolos sobre o encontro que tiveram com o Ressuscitado pelo caminho. De repente, o próprio Jesus se manifestou a todos eles.

VIRAM E CRERAM

Na homilia, Dom Odilo destacou que o medo e o susto tomaram os discípulos ao verem Jesus e explicou que esse sentimento é comum com todos aqueles que se encontram com o divino. Jesus, no entanto, os tranquiliza, dizendo” “Sou eu mesmo”, lhes dá a paz, tira-lhes as dúvidas, mostrando suas mãos e os pés traspassados. “Os apóstolos veem e creem”, afirmou o Cardeal. 

“Dessa forma, Jesus procura acalmar o ânimo de seus apóstolos ainda assustados e diz uma palavra fundamental: “Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

O Livro dos Atos dos Apóstolos mostra que os seguidores de Cristo, de fato, deram testemunho do Ressuscitado até a morte. Tanto que a primeira leitura da missa (At 3,11-26), mostra o discurso de Pedro à multidão, reafirmando que em Jesus se cumpriram as escrituras e que nele Deus realizou o que havia prometido aos profetas e patriarcas.

RENOVAR A FÉ

“Nós celebramos a Páscoa para fortalecer e renovar a fé e a alegria de cristãos. Como os apóstolos, nós somos testemunhas da ressurreição”, enfatizou o Cardeal, acrescentanto:

“Que o Senhor ressuscitado fortaleça a todos nós, dando-nos firmeza na fé, tão necessária para esses momento. Dar testemunho da fé segundo o Evangelho é o chamado de todos nós”.

RECOMENDAÇÕES

No fim da missa Dom Odilo novamente orientou os fiéis a seguirem as recomendações das autoridades sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírua e cuidarem das saúde uns dos outros.

Também recomendou que os católicos procurem se manter ligados às suas comunidades paroquiais e grupos eclesiais, por meio das plataformas digitais.

“Isso nos mantém unidos na pequena Igreja domestica, à paroquia e na universalidade da Igreja”, afirmou.

EM COMUNIDADE

“Somos cristãos católicos na comunidade de fé, não sozinhos e isolados” reiterou o Arcebispo, enfatizando que a vida cristã deve ser cultivada na comunidade de fé.

Nesse sentido, o Cardeal pediu que as pessoas continuem a apoiar o trabalho de caridade das comunidades com os mais pobres, doentes e pessoas aflitas elas consequências da pandemia e recomendou, ainda, que continuem a ajudar com a sustento das paróquias, por meio do dízimo e das ofertas, para que elas possam arcar com suas despesas fixas de manutenção e com funcionários, para continuarem realizando sua missão evangelizadora.

Desde o início das medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia de COVID-19 e a suspensão das celebrações religiosas com a presença de fiéis nas igrejas, as missas presididas pelo Cardeal Scherer em sua residência são transmitidas todos os dias, às 7h, pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA QUINTA-FEIRA:

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Cardeal Sergio da Rocha é nomeado Arcebispo de Salvador

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11 de março de 2020

O Papa Francisco acolheu, nesta quarta-feira, 11, o pedido de renúncia apresentado por Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger ao governo pastoral da Arquidiocese São Salvador da Bahia. No mesmo ato, o Santo Padre nomeou como 28º Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, o Cardeal Sergio da Rocha, atualmente Arcebispo de Brasília (DF).

Dom Murilo havia apresentado seu pedido de renúncia em outubro de 2018, ao completar 75 anos de idade, em conformidade com o Código de Direito Canônico.

NOVO PRIMAZ

Dom Sergio da Rocha nasceu em Dobrada (SP), em 17 de outubro de 1959. Foi ordenado na Diocese de São Carlos, em 14 de dezembro de 1984. É mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo, e obteve o doutorado na Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, em 1997.

Em 13 de junho de 2001, foi nomeado Bispo Auxiliar de Fortaleza (CE) por São João Paulo II. Em 31 de janeiro de 2007, o Papa Bento XVI o nomeou Arcebispo Coadjutor de Teresina (PI) e em 3 de setembro de 2008, assumiu o ofício de Arcebispo Metropolitano na mesma Arquidiocese.

Em 15 de junho de 2011 foi nomeado pelo Papa Bento XVI, Arcebispo Metropolitano de Brasília. Seu lema episcopal é: “Omnia in Caritate” (“Tudo na caridade” - 1Cor 16,14). Foi criado Cardeal pelo Papa Francisco em 19 de novembro de 2016, recebendo o título da basílica de Santa Cruz na Via Flaminia, em Roma.

CARGOS

De 2015 a 2019, foi presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Antes desse cargo, Dom Sergio atuou como membro da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB (2007-2011), como presidente da Comissão Episcopal para Doutrina da Fé, de (2011-2015). O Arcebispo também foi presidente do departamento de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) de 2007 a 2011, representou a CNBB na XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização de 2012 e na XIV Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Família.

EM 2018, o Cardeal da Rocha foi relator geral da XV Assembléia do Sínodo dos Bispos, sobre os jovens a fé e o discernimento vocacional. Atualmente, é membro do Conselho da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e da Congregação para o Clero.

AMAR E SERVIR

Em mensagem enviada para a Arquidiocese de Salvador, o novo Primaz manifestou sua gratidão a Deus ao confiar essa nova missão. “Manifesto especial agradecimento ao Papa Francisco pela nomeação para uma missão tão exigente numa Igreja com história e cultura tão belas e um povo tão acolhedor”.

“Desde o primeiro momento da nomeação recebida, tenho voltado o olhar e o coração para Salvador como minha nova família. Com amor de pai, irmão e amigo, assumo esta nova missão com esperança e alegria, sabendo que vou encontrar irmãos e amigos, com os quais quero conviver fraternalmente e trabalhar juntos pelo Reino de Deus. Já me sinto parte dessa família acolhedora. Pela graça de Deus e contando com a ajuda de todos, tenho a esperança de crescer na vivência do lema que tem iluminado meu ministério episcopal ‘tudo na caridade’, com especial atenção aos que mais sofrem, animado pelo exemplo de Santa Dulce dos Pobres, a quem muito admiro e venero”, destacou o Cardeal da Rocha.

O Arcebispo eleito afirmou, ainda, que espera poder servir sempre, de coração, a Igreja de Salvador, valorizando o caminho que tem sido percorrido e apoiando as iniciativas pastorais em andamento. “A missão evangelizadora exige a participação de todos e a comunhão entre todos”, completou.

ARQUIDIOCESE DE SALVADOR

Criada em 25 de fevereiro de 1551, por meio da bula Super specula militantis ecclesiae, do Papa Júlio III, Diocese de São Salvador da Bahia de Todos os Santos foi a primeira circunscrição eclesiástica do Brasil e uma das mais antigas da América Latina. Seu primeiro Bispo foi Dom Pedro Fernandes Sardinha (1551-1556).

De seu território, foram desmembradas a Prelazia Territorial de São Sebastião do Rio de Janeiro (1575), hoje Arquidiocese, e a Prelazia Territorial do Pernambuco (1614), atual Arquidiocese de Olinda e Recife (PE).

Em 22 de novembro de 1676, foi elevada à dignidade de Arquidiocese Metropolitana pela bula Inter Pastoralis Officii Curas, do Papa Inocêncio XI, tornando-se Sede Primacial do Brasil, título honorífico conferido às circunscrições mais antigas de um país ou região. O primeiro Arcebispo Primaz do Brasil foi Dom Gaspar Barata de Mendonça (1676-1681).

Até 1892, Salvador foi a maior Arquidiocese do mundo. Atualmente, seu território é formado por cinco municípios: Itaparica, Lauro de Freitas, Salinas da Margarida, Salvador e Vera Cruz.

Sua catedral é a Basílica Primacial de São Salvador da Bahia (foto), inaugurada em 1672 e restaurada em 2018.

(Com informações de CNBB e Arquidiocese de Salvador)

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Novo Arcebispo de Paris é médico especialista em Bioética

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11 de janeiro de 2018

“Ninguém na minha família era praticante, exceto minha mãe, que ia à missa aos domingos. Nunca fui coroinha nem escoteiro e não frequentei uma escola católica”, contou Dom Michel Aupetit, novo Arcebispo de Paris. Com um percurso diferente da maioria dos bispos, Dom Michel se formou em Medicina e atuou como médico durante 12 anos. Ele se especializou em Bioética e ensinou essa disciplina no Hospital Henri Mondor de Créteil. 

Aos 39 anos, decidiu entrar no seminário para se tornar sacerdote: “Deus me chamou para ser padre quando eu era médico”, disse em uma entrevista ao canal de televisão KTO . Cinco anos depois, Dom Michel recebeu sua ordenação sacerdotal na Arquidiocese de Paris. Ele realizou seu ministério em diferentes paróquias da Arquidiocese durante mais de dez anos, tendo sido, também, capelão em diferetes escolas de Paris. 

Em 2013, foi nomeado Bispo Auxiliar de Paris e recebeu sua ordenação episcopal das mãos do Cardeal André Vint-Trois, seu predecessor. Foi nomeado Bispo de Nanterre, em 2014, e, finalmente, Arcebispo de Paris no dia 7 de dezembro. A missa de instalação do novo Arcebispo foi celebrada no sábado, 6. Dom Michel convidou os presentes a “reconhecer a dignidade divina nos mais fracos, nos mais pobres e nos mais frágeis”.

Fontes: La Croix/ Catholic Herald
 

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Dom Odilo participa da inauguração da II Mostra sobre Dom Bosco

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20 de outubro de 2017

No final da tarde do domingo, 15, o Reitor-Mor, Padre Ángel Fernández Artime, inaugurou a II Mostra sobre Dom Bosco “A Utopia e a Realidade na Missão Salesiana”, no Museu da Obra Salesiana no Brasil, em São Paulo.

A exposição, dividida em diversos espaços, mostra traços do carisma salesiano na formação da Inspetoria de São Paulo e também o trabalho missionário realizado em diversas regiões do Brasil.

Na mostra, dividida em cinco blocos (O Grande Mestre, As Missões, Liturgia, Gabinete de Curiosidades e Educação), houve a preocupação de apresentar os pioneirismos dos primeiros salesianos, seja nas missões junto a povos indígenas, seja com religiosos e educadores voltados para a população mais carente, que crescia na cidade de São Paulo no final do século XIX, com a libertação dos escravos e com a vinda dos imigrantes europeus.

A placa de inauguração da mostra foi revelada pelo Padre Ángel, juntamente com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, enquanto o corte da fita inaugural foi realizado pelo Padre Ángel e pelo Inspetor Salesiano, Padre Edson Castilho.

Estiveram presentes o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer; o Exarca Apostólico da Igreja Armênia de Rito Oriental Católica, Dom Vartan Boghossian; o Bispo Auxiliar de São Paulo, Dom Eduardo Vieira dos Santos; os Bispos Salesianos Dom Milton Santos, Arcebispo de Cuiabá; Dom Antonio Carlos Altieri, Arcebispo Emérito de Passo Fundo; Bispo Emérito de São Miguel Paulista, Dom Fernando Legal; Bispo da Diocese de Santos, Dom Tarcísio Scaramussa; além de sacerdotes salesianos, Filhas de Maria Auxiliadora, Irmãs da Caridade de Jesus e muitos educadores, colaboradores das casas salesianas e membros da comunidade em geral.

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Sínodo Arquidiocesano: um caminho feito em comunhão

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15 de junho de 2017

Despertar uma nova consciência dos católicos sobre a vida e a missão da Igreja em São Paulo e provocar um processo de conversão e renovação pastoral. Esses são os principais frutos que o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, espera do Sínodo Arquidiocesano, convocado por ele na quinta-feira, 15, durante a missa da Solenidade de Corpus Christi, na Praça da Sé. Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom Odilo explicou como se realizará o Sínodo, com várias etapas até a assembleia sinodal que concluirá o caminho ao longo de quase três anos. Segundo o Arcebispo, o povo nas paróquias, comunidades e realidades eclesiais de base poderá participar das atividades sinodais. “O Espírito Santo é o principal protagonista do Sínodo e é ele quem move a Igreja a se converter e renovar”, destacou.

Confira a entrevista.

 

O SÃO PAULO – A partir da convocação, quais serão os próximos passos do sínodo arquidiocesano?

Cardeal Odilo Pedro Scherer – O Sínodo deverá ser uma grande ação eclesial de nossa Arquidiocese na busca conjunta da melhor forma de correspondermos à vida e à missão da Igreja em nosso tempo. Na sua realização, são previstos diversos passos: uma etapa prévia de motivação, divulgação, oração e tomada de consciência sobre o próprio Sínodo; uma dupla etapa preparatória, em âmbito de paróquias e de vicariatos episcopais; finalmente, haverá a assembleia sinodal arquidiocesana propriamente dita. Prevê-se um caminho longo e complexo de cerca de três anos até à conclusão do Sínodo.

Quais serão o tema e o lema do sínodo?

O Sínodo será dedicado à vida e à missão da Igreja na Arquidiocese de São Paulo. De maneira estrita, o tema terá esta formulação: “Sínodo da Arquidiocese de São Paulo: caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. E o lema será: “Deus habita esta Cidade. Somos suas testemunhas”.

Como as pessoas dos diferentes âmbitos da vida eclesial poderão participar desse caminho sinodal?

É desejada uma ampla participação, que poderá acontecer de muitos modos. Primeiramente, pelo interesse para compreender melhor a proposta do Sínodo; para isso, haverá matérias à disposição de todos. Mas, é muito importante que todos rezem ao Espírito Santo pelo bom êxito do Sínodo. O Espírito Santo é o principal protagonista do Sínodo, e é ele quem move a Igreja a se converter e renovar, a corresponder e realizar melhor sua vida e sua missão. No âmbito das paróquias, comunidades e realidades eclesiais de base, haverá ampla possibilidade e necessidade de envolvimento do povo nas ações sinodais; no âmbito dos vicariatos regionais e ambientais, bem como no âmbito arquidiocesano, a participação será por representação, conforme regulamento do Sínodo.

Como será a assembleia sinodal?

Ainda temos um longo caminho a percorrer antes de chegar à assembleia sinodal propriamente dita, última etapa do Sínodo. Na assembleia sinodal arquidiocesana, serão apresentados e analisados os relatórios das etapas anteriores e serão elaboradas propostas para os encaminhamentos pós-sinodais.

O senhor destaca a necessidade de uma grande revisão da pastoral na Arquidiocese. Por quê?

Vivemos um período de “mudança de época”, como já se afirmou na Conferência de Aparecida, em 2007. Tendo em vista as grandes transformações sociais, culturais e religiosas do nosso tempo, e levando em consideração os fortes apelos da própria Igreja para a promoção de uma nova evangelização, é preciso perguntar: isso também diz respeito a nós, aqui em São Paulo? Um amplo discernimento sobre a vida e a organização pastoral será útil para saber como estamos, de fato. Não podemos fazer de conta que nada mudou e que tudo continua como sempre foi. Na passagem para o novo milênio cristão, houve a indicação de grandes metas e diretrizes para a vida e a missão da Igreja neste período da história da humanidade. Será que que essas metas estão presentes em nossa evangelização e vida pastoral? A Conferência de Aparecida convocou a Igreja da América Latina e do Caribe a uma renovação missionária, uma verdadeira conversão pastoral e missionária: será que estamos realizando esse processo? O Papa Francisco nos conclama a vivermos a alegria do Evangelho como uma “Igreja em saída missionária”: será que isso nos diz respeito e já está acontecendo? Existe uma profunda crise de fé em boa parte do povo cristão e católico, e se constata que a evangelização está insuficiente, também em São Paulo: isso tem algum significado para nossa ação pastoral? Os casamentos na Igreja, os batizados, as primeiras comunhões, as vocações sacerdotais e à vida consagrada estão em queda acentuada: o que está acontecendo e o que vamos fazer? O Sínodo poderá ser de grande ajuda para responder essas e outras questões.

Quais são os principais frutos que se esperam desse Sínodo?

Espera-se, com a ajuda de Deus, uma nova consciência do povo católico sobre a vida e a missão da Igreja em São Paulo, e também provocar um processo de conversão e renovação pastoral. Daí poderá resultar uma revisão das diretrizes e orientações pastorais em vários sentidos e uma eventual reestruturação da organização pastoral da Arquidiocese. Mas, para se chegar a esses frutos, será preciso semear muito e percorrer o caminho sinodal, com paciência e fé, contando com a ajuda do Espírito Santo.

Será publicado um documento final do Sínodo?

Ao longo do caminho sinodal deverão ser produzidos e publicados diversos subsídios. Espera-se chegar a boas conclusões sinodais, que também serão publicadas. Mais importante que os textos, porém, deverão ser as novas atitudes pastorais e a renovação da consciência eclesial. Esses deverão ser os frutos principais e esperamos que eles apareçam com o passar do tempo, com a graça de Deus, o esforço de todos e a paciência da fé.

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