QUERIDA AMAZÔNIA

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13 de fevereiro de 2020

Apresentamos a seguir um resumo dos principais pontos da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Querida Amazônia”, publicada na quarta-feira, 12, pelo Papa Francisco. 

  •  Promoção da ecologia integral que engloba o cuidado com as pessoas, especialmente os mais pobres, o meio ambiente e a espiritualidade ecológica, numa perspectiva católica.
  •  Reconhecimento das ameaças ambientais aos ecossistemas amazônicos e da importância da região como um todo para os equilíbrios globais do planeta.
  •  Posicionamento da Igreja a favor da cultura local, do encontro intercultural e do respeito à autonomia dos povos.
  •  Valorização dos governos locais e sociedade civil no desenvolvimento sustentável, defendendo a solidariedade internacional, mas se contrapondo à internacionalização da Amazônia.
  •  Inculturação da fé e centralidade de Cristo: não é suficiente levar uma “mensagem social”. Os povos amazônicos têm “direito ao anúncio do Evangelho”; do contrário, “cada estrutura eclesial transformar-se-á em mais uma ONG”.
  •  Permanência do celibato sacerdotal. Promoção de uma “cultura eclesial própria, marcadamente laical” e “incisivo protagonismo dos leigos”  na vida da Igreja na Amazônia.
  •  Reconhecimento da importância das mulheres na Igreja, começando por Maria Santíssima. Abertura de novos espaços às mulheres, mas sem clericalizações – consequentemente, rejeição da proposta de acesso à Ordem sacra para as mulheres.

POR QUE UM TEXTO DO PAPA SOBRE A AMAZÔNIA?
Ponto 41 – “Na Amazônia, compreendem-se melhor as palavras de Bento XVI, quando dizia que, ‘ao lado da ecologia da natureza, existe uma ecologia que podemos designar “humana”, a qual, por sua vez, requer uma “ecologia social”. E isto requer que a humanidade (...) tome consciência cada vez mais das ligações existentes entre a ecologia natural, ou seja, o respeito pela natureza, e a ecologia humana’. Esta insistência em que ‘tudo está interligado’ vale especialmente para um território como a Amazônia.”

A PROPOSTA DO DOCUMENTO PAPAL
Ponto 7 – “Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida.
Sonho com uma Amazônia que preserve a riqueza cultural que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana.
Sonho com uma Amazônia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas.
Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos.”

SOBRE O DOCUMENTO FINAL DO SÍNODO
Pontos 3-4 – “Nesta Exortação, preferi não citar o documento, convidando a lê-lo integralmente. Deus queira que toda a Igreja se deixe enriquecer e interpelar por este trabalho, que os pastores, os consagrados, as consagradas e os fiéis leigos da Amazônia se empenhem na sua aplicação e que, de alguma forma, possa inspirar todas as pessoas de boa vontade.”

SOBRE A ECOLOGIA INTEGRAL 
O documento papal aponta para uma ecologia integral: cuidar do meio ambiente e cuidar dos pobres são “inseparáveis”.
Ponto 8 – “O nosso sonho é o de uma Amazônia que integre e promova todos os seus habitantes, para poderem consolidar o ‘bem viver’. Mas impõe-se um grito profético e um árduo empenho em prol dos mais pobres. Pois, apesar do desastre ecológico que a Amazônia está a enfrentar, deve-se notar que ‘uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra quanto o clamor dos pobres’. Não serve um conservacionismo ‘que se preocupa com o bioma, porém ignora os povos amazônicos’.”
Ponto 41 – “Numa realidade cultural como a Amazônia, onde existe uma relação tão estreita do ser humano com a natureza, a vida diária é sempre cósmica. Libertar os outros das suas escravidões implica certamente cuidar do seu meio ambiente e defendê-lo e – mais importante ainda – ajudar o coração do homem a abrir-se confiadamente àquele Deus que não só criou tudo o que existe, mas, também, Se nos deu a Si mesmo em Jesus Cristo. O Senhor, que primeiro cuida de nós, ensina-nos a cuidar dos nossos irmãos e irmãs e do ambiente que Ele nos dá de presente cada dia. Esta é a primeira ecologia que precisamos.”

ATIVIDADES ECONÔMICAS PRATICADAS DE MANEIRA JUSTA E SUSTENTÁVEL
Ponto 17 – “Ao mesmo tempo em que nos deixamos tomar por uma sã indignação, lembremo-nos de que sempre é possível superar as diferentes mentalidades de colonização para construir redes de solidariedade e desenvolvimento: ‘o desafio é assegurar uma globalização na solidariedade, uma globalização sem marginalização’. Podem-se encontrar alternativas de pecuária e agricultura sustentáveis, de energias que não poluem, de fontes dignas de trabalho que não impliquem a destruição do meio ambiente e das culturas. Simultaneamente, é preciso garantir, para os indígenas e os mais pobres, uma educação adequada que desenvolva as suas capacidades e empoderamento. É precisamente nestes objetivos que se mede a verdadeira solércia e a genuína capacidade dos políticos. Não servirá para devolver aos mortos a vida que lhes foi negada, nem para compensar os sobreviventes daqueles massacres, mas ao menos para hoje sermos todos realmente humanos.”

NEOCOLONIALISMO
Os povos amazônicos, afirma, sofrem uma “sujeição”, seja por parte dos poderes locais, seja por parte dos poderes externos. Com São João Paulo II, o Papa Francisco reitera que a globalização não deve se tornar um novo colonialismo.
Ponto 14 – “Às operações econômicas, nacionais ou internacionais, que danificam a Amazônia e não respeitam o direito dos povos nativos ao território e sua demarcação, à autodeterminação e ao consentimento prévio, há que rotulá-las com o nome devido: injustiça e crime. Quando algumas empresas sedentas de lucro fácil se apropriam dos terrenos, chegando a privatizar a própria água potável, ou quando as autoridades deixam mão livre a madeireiros, a projetos mineradores ou petrolíferos e outras atividades que devastam as florestas e contaminam o ambiente, transformam-se indevidamente as relações econômicas e tornam-se um instrumento que mata. É usual lançar mão de recursos desprovidos de qualquer ética, como penalizar os protestos e mesmo tirar a vida dos indígenas que se oponham aos projetos, provocar intencionalmente incêndios florestais, ou subornar políticos e os próprios nativos. Ao acompanhar tudo isto, temos graves violações dos direitos humanos e novas escravidões que atingem especialmente as mulheres, a praga do narcotráfico que procura submeter os indígenas ou o tráfico de pessoas que se aproveita daqueles que foram expulsos de seu contexto cultural. Não podemos permitir que a globalização se transforme num ‘novo tipo de colonialismo’.”
Ponto 29 – “Na Amazônia, vivem muitos povos e nacionalidades, sendo mais de 110 os povos indígenas em isolamento voluntário (PIAV). A sua situação é fragilíssima; e muitos sentem que são os últimos depositários de um tesouro destinado a desaparecer, como se lhes fosse permitido sobreviver apenas sem perturbar, enquanto avança a colonização pós-moderna. Temos que evitar de os considerar como ‘selvagens não civilizados’; simplesmente criaram culturas diferentes e outras formas de civilização, que antigamente registraram um nível notável de desenvolvimento.”
Ponto 33 – “Quero lembrar agora que ‘a visão consumista do ser humano, incentivada pelos mecanismos da economia globalizada atual, tende a homogeneizar as culturas e a debilitar a imensa variedade cultural, que é um tesouro da humanidade’. Isto afeta muito os jovens, quando se tende a ‘dissolver as diferenças próprias do seu lugar de origem, transformá-los em sujeitos manipuláveis feitos em série’. Para evitar esta dinâmica de empobrecimento humano, é preciso amar as raízes e cuidar delas, porque são ‘um ponto de enraizamento que nos permite crescer e responder aos novos desafios’. Convido os jovens da Amazônia, especialmente os indígenas, a ‘assumir as raízes, pois das raízes provém a força que [os] fará crescer, florescer e frutificar’. Para quantos deles são batizados, incluem-se nestas raízes a história do povo de Israel e da Igreja até o dia de hoje. Conhecê-las é uma fonte de alegria e, sobretudo, de esperança que inspira ações válidas e corajosas.”

ENCONTRO INTERCULTURAL
Ponto 37 – “É a partir das nossas raízes que nos sentamos à mesa comum, lugar de diálogo e de esperanças compartilhadas. Deste modo, a diferença, que pode ser uma bandeira ou uma fronteira, transforma-se numa ponte. A identidade e o diálogo não são inimigos. A própria identidade cultural aprofunda-se e enriquece-se no diálogo com os que são diferentes, e o modo autêntico de a conservar não é um isolamento que empobrece. Por isso, não é minha intenção propor um indigenismo completamente fechado, a-histórico, estático, que se negue a toda e qualquer forma de mestiçagem. Uma cultura pode tornar-se estéril, quando ‘se fecha em si própria e procura perpetuar formas antiquadas de vida, recusando qualquer mudança e confronto com a verdade do homem’. Isto poderia parecer pouco realista, já que não é fácil proteger-se da invasão cultural. Por isso, cuidar dos valores culturais dos grupos indígenas deveria ser interesse de todos, porque a sua riqueza é também a nossa.” 

INTERESSES ECONÔMICOS E INTERNACIONALIZAÇÃO
A Igreja está a favor do papel dos governos locais e sociedade civil no desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que é contra a internacionalização da Amazônia.
Ponto 50 – “Com efeito, além dos interesses econômicos de empresários e políticos locais, existem também ‘os enormes interesses econômicos internacionais’. Por isso, a solução não está numa ‘internacionalização’ da Amazônia, mas a responsabilidade dos governos nacionais torna-se mais grave. Pela mesma razão, ‘é louvável a tarefa de organismos internacionais e organizações da sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma crítica, inclusive utilizando legítimos sistemas de pressão, para que cada governo cumpra o dever próprio e não delegável de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu país, sem se vender a espúrios interesses locais ou internacionais.”

A INCULTURAÇÃO DO EVANGELHO
Ponto 67 – “São João Paulo II ensinou que a Igreja, ao apresentar a sua proposta evangélica, ‘não pretende negar a autonomia da cultura. Antes, pelo contrário, nutre por ela o maior respeito’, porque a cultura ‘não é só sujeito de redenção e de elevação; mas pode ter também um papel de mediação e de colaboração’. E, dirigindo-se aos indígenas do Continente Americano, lembrou que ‘uma fé que não se torna cultura é uma fé não de modo pleno acolhida, não inteiramente pensada, nem com fidelidade vivida’. Os desafios das culturas convidam a Igreja a uma ‘atitude de prudente sentido crítico, mas também de atenção e confiança’.”

EVANGELIZAÇÃO QUE INTEGRA O SOCIAL AO ESPIRITUAL
Ponto 62 – “Perante tantas necessidades e angústias que clamam do coração da Amazônia, é possível responder a partir de organizações sociais, recursos técnicos, espaços de debate, programas políticos… e tudo isso pode fazer parte da solução. Mas, como cristãos, não renunciamos à proposta de fé que recebemos do Evangelho. Embora queiramos empenhar-nos lado a lado com todos, não nos envergonhamos de Jesus Cristo. Para quantos O encontraram, vivem na sua amizade e se identificam com a sua mensagem, é inevitável falar d’Ele e levar aos outros a sua proposta de vida nova: ‘Ai de mim, se eu não evangelizar!’ (1 Cor 9,16).”
Ponto 64 – “Eles [os povos amazônicos] têm direito ao anúncio do Evangelho, sobretudo àquele primeiro anúncio que se chama querigma e ‘é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar de uma forma ou de outra’. É o anúncio de um Deus que ama infinitamente cada ser humano, que manifestou plenamente este amor em Cristo crucificado por nós e ressuscitado na nossa vida. Proponho voltar a ler um breve resumo deste conteúdo no capítulo IV da Exortação Christus Vivit. Este anúncio deve ressoar constantemente na Amazônia, expresso em muitas modalidades distintas. Sem este anúncio apaixonado, cada estrutura eclesial transformar-se-á em mais uma ONG e, assim, não responderemos ao pedido de Jesus Cristo: ‘Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda criatura’ (Mc 16,15).”
Ponto 76 – “Ao mesmo tempo, a inculturação do Evangelho na Amazônia deve integrar melhor a dimensão social com a espiritual, para que os mais pobres não tenham necessidade de ir buscar fora da Igreja uma espiritualidade que dê resposta aos anseios da sua dimensão transcendente.”

A SANTIDADE COM ROSTO AMAZÔNICO
Ponto 77 – “Assim poderão nascer testemunhos de santidade com rosto amazônico, que não sejam cópias de modelos doutros lugares, santidade feita de encontro e dedicação, de contemplação e serviço, de solidão acolhedora e vida comum, de jubilosa sobriedade e luta pela justiça. Chega-se a esta santidade ‘cada um por seu caminho’, e isto aplica-se também aos povos, nos quais a graça se encarna e brilha com traços distintivos. Imaginemos uma santidade com traços amazônicos, chamada a interpelar a Igreja universal.”

A relação da Igreja Católica e as tradições espirituais indígenas
Ponto 79 – “É possível receber, de alguma forma, um símbolo indígena sem o qualificar necessariamente como idolátrico. Um mito denso de sentido espiritual pode ser valorizado, sem continuar a considerá-lo um extravio pagão. Algumas festas religiosas contêm um significado sagrado e são espaços de reunião e fraternidade, embora se exija um lento processo de purificação e maturação. Um verdadeiro missionário procura descobrir as aspirações legítimas que passam por meio das manifestações religiosas, às vezes imperfeitas, parciais ou equivocadas, e tenta dar-lhes resposta a partir duma espiritualidade inculturada.”
Ponto 80 – “Será, sem dúvida, uma espiritualidade centrada no único Deus e Senhor, mas, ao mesmo tempo, capaz de entrar em contato com as necessidades diárias das pessoas que procuram uma vida digna, querem gozar as coisas belas da existência, encontrar a paz e a harmonia, resolver as crises familiares, curar as suas doenças, ver os seus filhos crescerem felizes. O pior perigo seria afastá-los do encontro com Cristo, apresentando-O como um inimigo da alegria ou como alguém que é indiferente às aspirações e angústias humanas. Hoje é indispensável mostrar que a santidade não priva as pessoas de ‘forças, vida e alegria’.”

MINISTÉRIO SACERDOTAL E MINISTÉRIO LAICAL
Promocão de uma “cultura eclesial própria, marcadamente laical” e “incisivo protagonismo dos leigos” na vida da Igreja na Amazônia. 
Ponto 87 – “O modo de configurar a vida e o exercício do ministério dos sacerdotes não é monolítico, adquirindo matizes diferentes nos vários lugares da terra. Por isso, é importante determinar o que é mais específico do sacerdote, aquilo que não se pode delegar. A resposta está no sacramento da Ordem sacra, que o configura a Cristo sacerdote. E a primeira conclusão é que este caráter exclusivo recebido na Ordem deixa só ele habilitado para presidir à Eucaristia. Esta é a sua função específica, principal e não delegável. Alguns pensam que aquilo que distingue o sacerdote seja o poder, o fato de ser a máxima autoridade da comunidade; mas São João Paulo II explicou que, embora o sacerdócio seja considerado ‘hierárquico’, esta função não equivale a estar acima dos outros, mas ‘ordena-se integralmente à santidade dos membros do corpo místico de Cristo’. Quando se afirma que o sacerdote é sinal de ‘Cristo cabeça’, o significado principal é que Cristo constitui a fonte da graça: Ele é cabeça da Igreja ‘porque tem o poder de comunicar a graça a todos os membros da Igreja’.”
Ponto 89 – “Nas circunstâncias específicas da Amazônia, especialmente nas suas florestas e lugares mais remotos, é preciso encontrar um modo para assegurar este ministério sacerdotal. Os leigos poderão anunciar a Palavra, ensinar, organizar as suas comunidades, celebrar alguns sacramentos, buscar várias expressões para a piedade popular e desenvolver os múltiplos dons que o Espírito derrama neles. Mas precisam da celebração da Eucaristia, porque ela ‘faz a Igreja’, e chegamos a dizer que ‘nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da Santíssima Eucaristia’. Se acreditamos verdadeiramente que as coisas estão assim, é urgente fazer com que os povos amazônicos não estejam privados do alimento de vida nova e do sacramento do perdão.”
Ponto 92 – “Ora a Eucaristia, como fonte e cume, exige que se desenvolva esta riqueza multiforme. São necessários sacerdotes, mas isto não exclui que ordinariamente os diáconos permanentes – deveriam ser muitos mais na Amazônia –, as religiosas e os próprios leigos assumam responsabilidades importantes em ordem ao crescimento das comunidades e maturem no exercício de tais funções, graças a um adequado acompanhamento.”
Ponto 93 – “Portanto, não se trata apenas de facilitar uma presença maior de ministros ordenados que possam celebrar a Eucaristia. Isto seria um objetivo muito limitado, se não procurássemos também suscitar uma nova vida nas comunidades. Precisamos promover o encontro com a Palavra e o amadurecimento na santidade por meio de vários serviços laicais, que supõem um processo de maturação – bíblica, doutrinal, espiritual e prática – e distintos percursos de formação permanente.”
Ponto 94 – “Uma Igreja de rostos amazônicos requer a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados de autoridade, que conheçam as línguas, as culturas, a experiência espiritual e o modo de viver em comunidade de cada lugar, ao mesmo tempo que deixem espaços à multiplicidade dos dons que o Espírito Santo semeia em todos. Com efeito, onde houver uma necessidade peculiar, Ele já infundiu carismas que permitam lhe dar resposta. Isto requer na Igreja capacidade para abrir estradas à audácia do Espírito, confiar e concretamente permitir o desenvolvimento duma cultura eclesial própria, marcadamente laical. Os desafios da Amazônia exigem da Igreja um esforço especial para conseguir uma presença capilar que só é possível com um incisivo protagonismo dos leigos.”

IMPORTÂNCIA DAS MULHERES NA IGREJA
Abertura de novos espaços às mulheres, mas sem clericalizações.
Ponto 99 – “Na Amazônia, há comunidades que se mantiveram e transmitiram a fé durante longo tempo, mesmo decênios, sem que algum sacerdote passasse por lá. Isto foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo. Durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente. No Sínodo, elas mesmas nos comoveram a todos com o seu testemunho.”
Ponto 100 – “Isto convida-nos a alargar o horizonte para evitar reduzir a nossa compreensão da Igreja a meras estruturas funcionais. Este reducionismo levar-nos-ia a pensar que só se daria às mulheres um status e uma participação maior na Igreja se lhes fosse concedido acesso à Ordem sacra. Mas, na realidade, este horizonte limitaria as perspectivas, levar-nos-ia a clericalizar as mulheres, diminuiria o grande valor do que elas já deram e subtilmente causaria um empobrecimento da sua contribuição indispensável.”
 Ponto 103 – “Numa Igreja sinodal, as mulheres, que de fato realizam um papel central nas comunidades amazônicas, deveriam poder ter acesso a funções e inclusive serviços eclesiais que não requeiram a Ordem sacra e permitam expressar melhor o seu lugar próprio. Convém recordar que tais serviços implicam uma estabilidade, um reconhecimento público e um envio por parte do bispo. Daqui resulta também que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na guia das comunidades, mas sem deixar de o fazer no estilo próprio do seu perfil feminino.”

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Barco-Hospital Papa Francisco atenderá 700 mil pessoas na Amazônia

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09 de agosto de 2019

Dia 17 de agosto acontecerá a inauguração oficial do Barco-Navio Hospital Papa Francisco na Providência de Deus, importante projeto da Igreja Católica pensado a partir de um pedido do Pontífice. 


Tudo começou durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, o Papa visitou o Hospital São Francisco, no bairro carioca da Tijuca, onde inaugurou um polo para o atendimento de dependentes químicos. O Hospital é administrado pela Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus. Durante a visita, o Pontífice incentivou a Fraternidade a desenvolver um projeto na Amazônia. 


Desde então, o Barco-Hospital começou a ser idealizado. Será mais uma das ações concretas e permanentes da Igreja Católica direcionadas aos povos da Amazônia, que, muitas vezes, têm dificuldades em obter atendimento médico, sobretudo devido às distâncias e regiões de difícil acesso. 


Com o apoio da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus e do Ministério Público do Trabalho, o Barco vai atender as populações ribeirinhas de 12 municípios no território do Estado do Pará. O projeto prevê que o barco faça um longo percurso pelo Rio Amazonas, beneficiando cerca de 700 mil pessoas. 


O objetivo é levar saúde às comunidades e atuar na prevenção do câncer, com a realização de exames e triagem para pesquisas – em parceria com universidades – sobre as patologias de maior incidência na região.


Em entrevista ao O SÃO PAULO, Frei Francisco Belotti, Fundador e Presidente da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, falou sobre o projeto, que começou com a presença da Fraternidade na região e a constatação de que as pessoas, sobretudo das comunidades ribeirinhas, tinham muitas dificuldades para chegar até os locais de difícil acesso. 


“A partir das pesquisas que fizemos, este é o único Barco Hospital totalmente pensado com esse objetivo. Há outros que foram adaptados, mas é o primeiro deste porte e com este suporte”, afirmou o Frei Francisco Belotti. 
 

Um projeto grande e ousado

A maquete do Barco-Navio Hospital que leva o nome do Papa Francisco foi apresentada pelo Bispo de Óbidos (PA), Dom Bernardo Bahlmann, e pelo Frei Francisco Belotti ao Pontífice, em novembro de 2018 no Vaticano. 


Projetada e construída no estaleiro da Empresa Gerencial de Projetos Navais, em Fortaleza (CE), a estrutura do barco conta com ambulatórios, laboratórios, bloco cirúrgico e alojamentos para profissionais da saúde. Além disso, o Barco-Navio tem assistência das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, congregação religiosa brasileir, nascida em São José dos Campos (SP), que atua na área da saúde.


A comitiva foi formada por religiosos da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, além de leigos e da própria tripulação. A comitiva levou consigo a imagem da padroeira diocesana, Senhora Santana, que foi recebida calorosamente, com fogos de artifício, danças e cantos nas cidades pelas quais passou.


Os médicos que participarão do projeto são, em sua maioria, voluntários que prestarão serviços em parceria com universidades de diversos estados brasileiros.

Uma expedição e tanto 

O Barco-Navio Hospital Papa Francisco partiu em expedição, nos dias 6 e 7 de julho, para as cidades de Óbidos e Juruti, ambas no Pará, com o objetivo de ser simbolicamente entregue à população. 


Nessas cidades, aconteceram as cerimônias de entrega das chaves do barco, bem como uma missa em ação de graças, presidida por Dom Bernardo Bahlmann e concelebrada por muitos sacerdotes. 


Dom Bernardo recordou os passos dados até a realização do projeto e falou sobre a importância de o barco ser um sinal de paz e esperança na Amazônia, além de um gesto concreto da Igreja no Brasil para o Sínodo da Amazônia.


Frei Francisco Belotti, por sua vez, demonstrou alegria e emoção ao ver esses primeiros momentos do Barco-Navio Hospital Papa Francisco com as populações ribeirinhas: “É exatamente essa a alma do Papa Francisco: ir até as pessoas”.


O Barco realizou sua primeira parada na localidade ribeirinha Januária, pertencente ao município de Óbidos, onde está a Comunidade Nossa Senhora de Nazaré, primeira pertencente à Diocese de Óbidos, na divisa do território da Diocese de Santarém (PA).


Lançado no dia 17 de agosto, na cidade de Belém (PA), o barco-navio iniciará seus trabalhos de atendimento às comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas no mês de setembro.


(Com informações da CNBB, Diocese de Óbidos e Asociação e Fraternidade São Francisco de Assis da Providência de Deus)

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Desmatamento na Amazônia aumenta 60%

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04 de julho de 2019

Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou que o desmatamento na Amazônia cresceu 60% em junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior.


Os dados indicam que a perda de mata nativa, em junho de 2019, equivale a 762,3 km². No mesmo mês de 2018, a área desmatada foi de 488,4 km². 


Realizando uma comparação mês a mês, entre 2018 e 2019, os números permaneceram estáveis até abril. Posteriormente, houve um aumento de 247,2 km² a 735,8 km² de floresta desmatada.


Esses números preocupam os organizadores da pesquisa, pois colocam em risco o cumprimento de uma das metas do Brasil no Acordo de Paris, que é de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. (JS)
 

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Um Sínodo que se desenvolve em torno da vida dos povos, da Igreja e do planeta

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26 de junho de 2019

A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos apresentou, na segunda-feira, 17, o Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Amazônia. O texto foi apresentado aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos; Dom Fábio Fabene, Subsecretário do Sínodo dos Bispos; e o Padre Humberto Miguel Yáñez, professor ordinário de Teologia Moral da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

O Documento é resultado de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado, no Peru, em janeiro de 2018; prosseguiu com a consulta ao povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a segunda reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.

Com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”, o Sínodo acontecerá de 6 a 27 de outubro, no Vaticano.

“O material, oriundo desta ampla consulta, foi objeto de um estudo atento e seleção por parte da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, que, com ajuda de especialistas qualifica dos, trabalhou na elaboração de um projeto de Instrumento de Trabalho. O grupo de redação deste texto foi formado por alguns especialistas provenientes da Região Pan-Amazônica e de outros residentes em Roma, mas com competência sobre a temática sinodal”, disse o Cardeal Lorenzo Baldisseri, da Secretaria da Congregação para os Bispos, um dos dicastérios da Cúria Romana, no Vaticano, durante a apresentação do Documento.

 O celibato não está em questão

Um dos temas tratados pelo Instrumento de Trabalho do Sínodo para a Amazônia que ganhou destaque nos noticiários internacionais diz respeito à busca de alternativas para assegurar a celebração dos sacramentos nas comunidades, especialmente da Eucaristia. “Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja”, o Documento destaca que, para as áreas mais remotas da região, seja estudada a possibilidade da ordenação sacerdotal de homens idosos, de preferência indígenas, conhecidos em sua comunidade, “mesmo que já tenham uma família constituída e estável”. Na apresentação do texto, o Subsecretário do Sínodo dos Bispos, Dom Fábio Fabene, esclareceu aos jornalistas que o Instrumento de Trabalho expõe o que as consultas sinodais revelaram sobre o “grande sofrimento” que os povos amazônicos vivem com a falta do sacramento da Eucaristia.

DÁDIVA PARA A IGREJA

Nesse sentido, Dom Fábio salientou que não se está em discussão o celibato, tanto que o parágrafo do documento começa ressaltando- -o como uma dádiva para a Igreja. “O que se aborda é a possibilidade, em caráter excepcional, de ordenar homens idosos da comunidade, que eventualmente já tenham famílias constituídas, como existe, por exemplo, nas Igrejas de rito oriental, com a finalidade de assegurar os sacramentos”, reforçou.

O Bispo recordou, ainda, a afirmação feita pelo Papa Francisco aos jornalistas a bordo do voo de retorno do Panamá, em 28 janeiro, quando foi questionado sobre esse assunto. O Pontífice enfatizou que, pessoalmente, não concorda com a permissão do celibato opcional. Embora tenha reconhecido que existe alguma possibilidade dessa permissão em lugares distantes, quando há necessidade pastoral.

O Santo Padre reiterou que não mudará a disciplina sobre o celibato dos padres. “É algo que está em discussão entre os teólogos, não há decisão minha [...]. Não me sinto à vontade diante de Deus com essa decisão”, ressaltou Francisco, na ocasião.

                                                                                         

O Instrumento de Trabalho afirma que o Sínodo da Amazônia é um “sinal dos tempos” no qual o Espírito Santo abre novos caminhos que são discernidos por meio de um diálogo recíproco entre todo o povo de Deus. “Trata-se de uma grande oportunidade para que a Igreja possa descobrir a presença encarnada e ativa de Deus: nas mais diferentes manifestações da criação; na espiritualidade dos povos originários; nas expressões da religiosidade popular; nas diferenciadas organizações populares que resistem aos grandes projetos; e na proposta de uma economia produtiva, sustentável e solidária que respeita a natureza”, continua o texto.

VIDA AMEAÇADA

Chama-se a atenção para a ameaça que a vida vem sofrendo pela destruição e exploração ambiental e pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população. “De modo especial, a violação dos direitos dos povos originários, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios e à consulta e ao consentimento prévios”, diz o texto. “Atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão levando a Amazônia rumo a um ponto de não retorno, com altas taxas de desmatamento, deslocamento forçado da população e contaminação, pondo em perigo seus ecossistemas e exercendo pressão sobre as culturas locais”, destaca o Documento.

PERIFERIAS

O Instrumento de Trabalho analisa também a situação dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV). Segundo dados de instituições especializadas da Igreja, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), no território da Amazônia existem de 110 a 130 diferentes “povos livres”, que vivem à margem da sociedade ou em contato esporádico com ela.

MIGRAÇÃO

O Documento constata que, na Amazônia, o fenômeno migratório em busca de uma vida melhor tem sido uma constante histórica. As causas apontadas são sociopolíticas, climáticas, de perseguição étnica e econômicas. “A agressão contra o meio ambiente, em nome do ‘desenvolvimento’, piorou dramaticamente a qualidade de vida dos povos amazônicos, tanto das populações urbanas como rurais, devido à contaminação e perda de fertilidade do território”, enfatiza o Instrumento.

URBANIZAÇÃO

A Amazônia se encontra entre as regiões com maior mobilidade interna e internacional na América Latina. De acordo com as estatísticas, a população urbana da Amazônia aumentou de modo exponencial; atualmente, de 70% a 80% da população reside nas cidades que recebem permanentemente um elevado número de pessoas e não conseguem proporcionar os serviços básicos dos quais os migrantes necessitam. Não obstante tenha acompanhado esse fluxo migratório, a Igreja deixou no interior da Amazônia vazios pastorais que devem ser preenchidos.

ROSTO AMAZÔNICO

“Os novos caminhos para a pastoral da Amazônia exigem que se ‘relance com fidelidade e audácia’ a missão da Igreja no território e que se aprofunde o ‘processo de inculturação’”, afirma o Instrumento de Trabalho, ao falar da necessidade de haver um “rosto amazônico” para essa região. “A [Constituição] Sacrosanctum Concilium (nn. 37-40, 65, 77 e 81) propõe a inculturação da liturgia nos povos indígenas. Sem dúvida, a diversidade cultural não ameaça a unidade da Igreja, mas expressa sua catolicidade genuína, mostrando ‘a beleza deste rosto pluriforme’”, diz o texto, citando a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco.

VOCAÇÕES AUTÓCTONES

As consultas sinodais chamaram a atenção para a necessidade de promover vocações autóctones de homens e mulheres, como resposta às necessidades de atenção pastoral e sacramental. “Trata-se de indígenas que anunciem a indígenas a partir de um profundo conhecimento de sua cultura e de sua língua, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de quem dispõe de uma bagagem cultural.”

O Documento ressalta, ainda, o pedido de valorização do papel dos leigos como protagonistas de uma Igreja em saída, de modo especial as mulheres, cuja presença não é sempre adequadamente considerada. O texto reconhece que, também no âmbito da vida consagrada, as religiosas são uma presença significativa na região amazônica.

ECUMENISMO

O texto ressalta o fenômeno do crescimento das recentes igrejas evangélicas de origem pentecostal, especialmente nas periferias. Também sublinha que determinados grupos “propagam uma teologia da prosperidade” e tendências fatalistas, que, por meio do medo ou mediante a busca do sucesso, “influenciam negativamente os grupos amazônicos”. Sugere-se, ainda, a necessidade de “procurar elementos comuns por meio de encontros periódicos para trabalhar juntos pelo cuidado da Casa Comum, e para lutar de forma conjunta pelo bem comum face às agressões externas”.

CONCLUSÃO

O Documento termina expressando o desejo de que o Sínodo para a Amazônia “seja uma expressão concreta da sinodalidade de uma Igreja em saída, para que a vida plena que Jesus veio trazer ao mundo (cf. Jo 10,10) chegue a todos, especialmente aos pobres”.

(Com informações de Vatican News

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6a. Coletiva de Imprensa discute o Sínodo Pan-Amazônico e Mês Missionário Extraordinário

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07 de mai de 2019

Antes do anúncio da definição dos primeiros postos na eleição da coordenação da CNBBpara os próximos quatro anos, o 6º dia Assembleia Geral da CNBB discutiu o Sínodo para a Pan-Amazônia e o Mês missionário extraordinário. A coletiva desta segunda-feira (6) contou com a presença do Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP), Dom Odelir José Magri, Bispo de Chapecó (SC) e coordenador do grupo de trabalho do Mês Missionário, e do Cardeal Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e relator geral do Sínodo Pan-Amazônico.

Dom Raymundo Damasceno iniciou a coletiva destacando a reunião que, diferente de outros anos, vai eleger o presidente, dois vice-presidentes, o secretário-geral e 12 coordenadores das comissões episcopais. "Essa primeira parte nos prepara o processo eleitoral. Fizemos um balanço dos quatro últimos anos, estudamos as próximas diretrizes e vamos seguir com o processo de votação. Não existem chapas. É uma missão que cada bispo se coloca no espírito de serviço para qualquer um dos cargos." enalteceu.

Mês missionário extraordinário

"Devemos celebrar a missão dentro da Igreja. É preciso despertar a consciência além das comunidades". Assim, Dom Odelir José Magri, resumiu sua função à frente dos trabalhos do Mês Missionário no Brasil, que ocorre em outubro de 2019. Com o tema ‘Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo’, o religioso destacou a ação pioneira de Papa Francisco ao convocar um mês missionário mundial para a Igreja Católica. "Em diversas oportunidades foram discutidos e refletidos a importância e o valor das missões, mas pela primeira vez a Igreja do mundo todo está focada em testemunhar, incentivar e viver o tema".

Dom Odelir enfatizou ainda que a mensagem pode ser dissipada de diversas formas. "Não devemos criar novas agendas dentro da nossa Igreja para trabalhar e, sim, integrar o tema nas reuniões. Discutir nas dioceses, acrescentar o conteúdo nas catequeses, na Semana da Família, no Dia da Juventude etc. Agregar às formações a temática das missões".

"Encontrar novos caminhos para Amazônia"

O Cardeal Dom Cláudio Hummes foi nomeado, pelo Papa Francisco como relator geral do Sínodo Pan-Amazônico e é responsável por encontrar novos caminhos para Amazônia. "O Papa Francisco insiste que busquemos alternativas. Não devemos traçar os mesmos caminhos do que não deu certo. O Sínodo deve enfrentar as surpresas da caminhada. A Igreja está a serviço da humanidade, por isso, a importância de debater esse tema.", destaca.

Dom Cláudio alertou sobre a grave crise ambiental vivida no mundo. "A Igreja tem tarefas novas e mais urgentes para tratar. Já iniciamos a fase das consultas nas bases, dentro das comunidades carentes, indígenas e dioceses. Contamos com grande ajuda das comunidades e da REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica). E finaliza: "Nosso papel é defender a vida e, como diz o Santo Padre, o território da Amazônia e os povos nunca estiveram tão ameaçados. As ações nunca foram tão agressivas e o desmatamento tão grande".

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Comissão para Amazônia se encontra para avaliação de 2017

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21 de dezembro de 2017

O presidente, os bispos e a assessora que integram a Comissão Episcopal Especial para a Amazônia se reuniram na terça-feira, 19, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para fazer um balanço das ações em 2017 e projetar as iniciativas de 2018, ano que antecederá o Sínodo para a Pan-Amazônia, anunciado pelo Papa Francisco.

De acordo com o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo e Presidente da Comissão especial para a Amazônia, 2017 foi um ano com um programa muito intenso para a Pan-Amazônia e não apenas da Amazônia brasileira.

Sínodo buscará ‘rosto amazônico’ da Igreja

“Tivemos um contato muito especial com os bispos da África sobre a Rede da Bacia do Rio Congo. Eu pessoalmente avalio como um bom trabalho que a equipe fez e também de todas as pessoas que eles movimentaram, sobretudo dos seminários realizados sobre a Laudato Si’, disse Dom Claudio à CNBB.

Segundo o Cardeal, todo o trabalho desenvolvido tanto pela Comissão para a Amazônia quando da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) foram decisivos para sensibilizar o Papa Francisco a realizar o Sínodo especial dos bispos sobre a Pan-Amazônia, em 2019.

(Com informações de CNBB)

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