Hoje o encontro dos Ministrantes com o Papa Francisco

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31 de julho de 2018

São cerca de 80 mil - 60 mil apenas de língua alemã – os coroinhas presentes em Roma para a Peregrinação internacional dos ministrantes, organizada pela Coetus Internationalis Minstrantium (CIM).

O encontro teve início nesta segunda-feira, 30 e conclui-se no dia 3 de agosto. Nesta terça-feira, às 18 horas, o encontro com o Papa Francisco na Praça São Pedro, que será transmitido com comentários em português, a partir das 12h55, horário de Brasília.

"Busca a paz e vai ao seu encalço"(Salmo 33,15b) é o lema escolhido para o evento que reúne jovens e adolescentes de pelo menos 18 países oficialmente inscritos: Itália, França, Bélgica, Croácia, Luxemburgo, Áustria, Portugal, Romênia, Suíça, Sérvia, Eslováquia, República Tcheca, Ucrânia, Hungria, Polônia, mas também dos Estados Unidos, Antígua e Barbuda.

O grupo de língua alemã, o mais numeroso, é guiado pelo Presidente da Comissão da Juventude da Conferência Episcopal Alemã, o bispo Stefan Oster, S.D.B. (Diocese de Passau) e numerosos membros da Conferência Episcopal alemã.

 

Atividades

As atividades diárias têm início na parte da manhã, com encontros em diferentes igrejas segundo a língua falada por cada grupo. Ao longo do dia são celebradas Missas, realizadas visitas guiadas, momentos de espiritualidades e aprofundamento, festivais culturais. No final da tarde de quarta-feira, estão programados encontros de coroinhas por grupos, em mais de 300 locais de Roma.

Neste evento será possível ouvir o Papa italiano, espanhol, português, inglês, francês e alemão, graças ao aplicativo “Vatican Audio", disponível na App Store e no Google Play.

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“Diante de Vós, não passamos de estrangeiros e peregrinos, como todos os nossos pais” (I Crônicas 15, 29)

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27 de março de 2017

As palavras acima,  do Rei Davi traduzem a condição passageira da vida terrestre e o perfil antropológico do homem que espera um mundo que há de vir. De fato, a História nos revela o homem como homo viator, um caminhante sedento de novos horizontes e em busca da felicidade, mas que se depara com conflitos, dissonâncias e enigmas inerentes à vida.

Esta reportagem trata das peregrinações pelo Brasil e pelo mundo, do novo ao velho continente, transpassando séculos e realizando uma viagem no tempo capaz de revelar o caráter itinerante inscrito no DNA cultural da humanidade. O relógio não foi capaz de desbotar os principais anseios, motivações e medos do homem; a busca pelo transcendente não é fruto de uma precária construção social e, portanto, segue desperta, mesmo que em outro ritmo.

O que é peregrinar?

As peregrinações fazem parte de uma tradição milenar, e consistem em realizar, por motivos religiosos, uma caminhada a um lugar sagrado. O destino a ser alcançado é o protagonista da jornada, mas o caminho percorrido assume grande importância, pois, caminhando, o peregrino pode deparar-se consigo mesmo e com Deus, dando passos em direção à conversão pessoal, ao mesmo tempo que encontra adversidades, renúncias e sacrifícios que o caminho pode determinar.

 

A palavra peregrinação vem do latim per agros, “pelos campos”. No entanto, é um fenômeno que precede o idioma romano, pois já em 2000 antes de Cristo documentam-se peregrinações massivas de natureza pagã a lugares sagrados da Babilônia, na região da Mesopotâmia.

O termo também é usado de forma alegórica para expressar a semelhança entre a viagem a um lugar sagrado e a vida humana; o esforço físico para se alcançar o destino é interpretado como metáfora da viagem espiritual do ser humano, marcada por renúncias e sacrifícios.

“Peregrinar é a experiência de saída, de busca, de transcendência. Para o homem com sede do divino, a peregrinação é um encontro de renovação plena e de profunda necessidade de Deus. O ser humano é um viajante por excelência” comentou o Padre Nilton Cesar Boni, que realizou peregrinações na Itália, França, Israel, México e Brasil.

 

Considerando sua dispersão geográfica e cronológica, bem como a repercussão sociocultural e, mais importante ainda, a sua transcendência, a peregrinação é um fenômeno antropológico de alcance universal.

Peregrinação cristã

Segundo o documento publicado em 1998 pela Santa Sé, A Peregrinação no Grande Jubileu do Ano 2000, “Ao longo da história, o cristão pôs-se em caminho para celebrar a sua fé nos lugares que indicam a memória do Senhor ou daqueles que representam momentos importantes da história da Igreja. Aproximou-se dos santuários que honram a Mãe de Deus e daqueles que mantêm vivo o exemplo dos Santos. A sua peregrinação foi processo de conversão, anseio de intimidade com Deus e súplica confiante pelas suas necessidades materiais”.

No Antigo Testamento encontramos comunidades itinerantes, habituadas a realizarem longas caminhadas pelos desertos. É o que se vê, por exemplo, no Livro do Êxodo, no qual é narrado como Moisés liderou os israelitas em sua fuga do Egito, alcançando o Monte Sinai.

“Fazer esta peregrinação ajudou-me a pertencer ao povo bíblico, àquela comunidade itinerante, que caminhava pelos desertos. Assim, pude vivenciar um pouco desta tradição bíblica”. É o que testemunha o Padre Patrick Royet, da Diocese de Grenoble, França, após realizar, por dois meses, o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.  O sacerdote francês, ainda cansado depois de caminhar por 60 dias, afirmou que “a Deus não lhe agrada que busquemos apenas o descanso e tranquilidade; Ele nos quer em saída à conversão pessoal e a dos outros”.

Rotas de Peregrinação no Brasil

A exemplo da peregrinação à cidade espanhola de Santiago de Compostela, no Brasil também se desenvolveram rotas nacionais de peregrinação.

Concentradas na região sudeste, são 3 as principais rotas brasileiras:

-Caminho da Fé (São Paulo – Minas Gerais)

Tendo como destino a cidade Aparecida do Norte e, mais especificamente, o Santuário Nacional de Aparecida, recebe uma média de 12 milhões de turistas por ano.

Criado há 13 anos, o Caminho da Fé oferece estrutura àqueles que fazem peregrinação ao maior santuário do Brasil e segundo maior do mundo (atrás apenas da Basílica São Pedro, em Roma). Segundo Camila Bassi Teixeira, 37, gestora executiva do Caminho da Fé, a rota de peregrinos vem fomentando o desenvolvimento econômico da região: “tem um impacto muito positivo e direto da economia local, pois promove o desenvolvimento de uma série de serviços e atividades, como hospedagem, alimentação, transporte e comércio de produtos de aventura”. 

Maria do Carmo Figueiredo Soares, 72, é enfermeira e atriz e realizou a peregrinação até Aparecida do Norte, em 2010 com sua família. Maria destacou o cansaço físico e a percepção de que precisa de pouco para viver. “Chegar, como peregrino, à terra da nossa padroeira e ao santuário é uma grande emoção”, comentou.

Informações: http://www.caminhodafe.com.br

-Caminho do Sol (São Paulo) 

A rota que liga o município de Santana de Parnaíba a Águas de São Pedro, passa por bosques e construções históricas perdidas no meio do mato e canaviais. Grande parte do percurso se dá em estradas de terra, dormindo em casas de moradores da região ou em escolas rurais. O ponto final é a capela que abriga a imagem de São Tiago Apóstolo, doada por peregrinos de Compostela.

Informações: http://www.caminhodosol.org.br/

-Os Passos de Anchieta

Da capital capixaba Vitória até a cidade de Anchieta são 105 km; rota percorrida quinzenalmente por São José de Anchieta, conhecido como “Apóstolo do Brasil”. O destino do trajeto é o Santuário de Anchieta, erguido no final do século XVI pelo padre espanhol e índios tupis.

Informações: http://www.abapa.org.br/passos.php

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