INTERNACIONAL

Irlanda

Objeção de consciência consegue limitar aborto em hospitais

Por Gustavo Catania Ramos
26 de julho de 2019

Em novembro de 2018, pelo menos 640 médicos assinaram uma petição que rechaça a prática de aborto e o encaminhamento dos pacientes a outros médicos que estejam dispostos a fazê-lo.

Dados do Departamento de Saúde irlandês mostram que a prática do aborto está limitada em nove das 19 maternidades do País, devido à objeção de consciência de muitos médicos ou a “questões operacionais”.


O fato é considerado um problema pelo próprio Departamento, que assinala que “é extremamente decepcionante que, neste momento, haja apenas dez hospitais oferecendo serviços completos [para o aborto]”.


Trevor Hayes, ginecologista do St. Luke’s General Hospital, em Kilkenny, disse recentemente em Dublin que o ministro da Saúde, Simon Harris, “está obcecado com o aborto” e “está tentando pressionar homens e mulheres bons para praticá-lo contra a própria consciência”. O médico também recordou que “o aborto não salva vidas, acaba com elas. Não é cuidado de saúde e nenhuma circunstância pode fazer com que seja”.


Em maio, os bispos da Irlanda já haviam denunciado a exigência de alguns hospitais para que os médicos que serão contratados sejam a favor da prática do aborto, e isso, segundo eles, “vai totalmente contra o direito humano e constitucional do médico à liberdade de consciência”.


Em novembro de 2018, pelo menos 640 médicos assinaram uma petição que rechaça a prática de aborto e o encaminhamento dos pacientes a outros médicos que estejam dispostos a fazê-lo.


Após a revogação de uma emenda que protegia as mães e os nascituros, em maio de 2018, foi aprovada uma lei que permite o aborto no País. Assim, na Irlanda, o aborto é agora legal durante toda a gravidez, e os abortos cirúrgicos podem ser realizados até a 12ª semana de gestação.


A lei permite a objeção de consciência, mas obriga os médicos que não queiram realizar os abortos a encaminhar as grávidas a outros médicos que o façam.


Em um evento pró-vida, em 6 de julho, o Arcebispo de Armagh, Dom Eamon Martin, afirmou que “hoje é mais importante do que nunca reafirmar a santidade de toda a vida humana”. 


“Tirar a vida de seres humanos inocentes de forma direta e intencional sempre é gravemente errado”, reforçou o Prelado.

Fonte: AC/Digital
 


 

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.