Objeção de consciência consegue limitar aborto em hospitais
Em novembro de 2018, pelo menos 640 médicos assinaram uma petição que rechaça a prática de aborto e o encaminhamento dos pacientes a outros médicos que estejam dispostos a fazê-lo.
Dados do Departamento de Saúde irlandês mostram que a prática do aborto está limitada em nove das 19 maternidades do País, devido à objeção de consciência de muitos médicos ou a “questões operacionais”.
O fato é considerado um problema pelo próprio Departamento, que assinala que “é extremamente decepcionante que, neste momento, haja apenas dez hospitais oferecendo serviços completos [para o aborto]”.
Trevor Hayes, ginecologista do St. Luke’s General Hospital, em Kilkenny, disse recentemente em Dublin que o ministro da Saúde, Simon Harris, “está obcecado com o aborto” e “está tentando pressionar homens e mulheres bons para praticá-lo contra a própria consciência”. O médico também recordou que “o aborto não salva vidas, acaba com elas. Não é cuidado de saúde e nenhuma circunstância pode fazer com que seja”.
Em maio, os bispos da Irlanda já haviam denunciado a exigência de alguns hospitais para que os médicos que serão contratados sejam a favor da prática do aborto, e isso, segundo eles, “vai totalmente contra o direito humano e constitucional do médico à liberdade de consciência”.
Em novembro de 2018, pelo menos 640 médicos assinaram uma petição que rechaça a prática de aborto e o encaminhamento dos pacientes a outros médicos que estejam dispostos a fazê-lo.
Após a revogação de uma emenda que protegia as mães e os nascituros, em maio de 2018, foi aprovada uma lei que permite o aborto no País. Assim, na Irlanda, o aborto é agora legal durante toda a gravidez, e os abortos cirúrgicos podem ser realizados até a 12ª semana de gestação.
A lei permite a objeção de consciência, mas obriga os médicos que não queiram realizar os abortos a encaminhar as grávidas a outros médicos que o façam.
Em um evento pró-vida, em 6 de julho, o Arcebispo de Armagh, Dom Eamon Martin, afirmou que “hoje é mais importante do que nunca reafirmar a santidade de toda a vida humana”.
“Tirar a vida de seres humanos inocentes de forma direta e intencional sempre é gravemente errado”, reforçou o Prelado.
Fonte: AC/Digital