SÃO PAULO

Região Belém

O adeus à Irmã Miria Kolling

Por Região Belém
22 de mai de 2017

Cardeal Scherer presidiu uma das celebrações de exéquias da Irmã Miria Kolling, no sábado, 6.

Peterson Prates

“Queremos agradecer a Deus por ter conhecido a Irmã Miria Kolling, por ter convivido com ela, e por ela ter vivido conosco esse tempo, esse pedaço de história”, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, no sábado, 6, durante a celebração das exéquias da Irmã Miria Therezinha Kolling, ICM, no Educandário São José do Belém. Ela morreu na sexta-feira, 5, no Hospital Santa Virgínia, vítima de um infarto durante uma cirurgia cardíaca. Irmã Miria completaria 78 anos ainda este mês, tendo vivido durante 57 anos como religiosa da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Nascida em Dois Irmãos (RS), há muitos anos ela residia na comunidade do Educandário e mantinha agenda cheia com cursos de canto litúrgico e pastoral pelas dioceses do Brasil.

Com mais de 600 composições, Irmã Miria se destacou no Brasil e também fora do país com cantos litúrgicos, pastorais e catequéticos, que ajudaram a Igreja a viver a reforma litúrgica pós Concílio Vaticano II. Na Região Belém, todos os anos, ela reunia centenas de ministros do canto para uma formação litúrgica.

 

Despedida

O corpo da religiosa foi velado no Educandário São José do Belém durante todo o sábado, 6, e na manhã de domingo, 7, onde a comunidade religiosa da Província Nossa Senhora de Guadalupe das Irmãs do Imaculado Coração de Maria pôde dela se despedir, junto a amigos, ad- miradores, religiosas, animadores de canto, padres e bispos.

Centenas de pessoas passaram no lo- cal durante as nove missas e celebrações. Na missa que presidiu, Dom Odilo contou que conheceu Irmã Miria quando ainda era seminarista e participou de alguns encontros de canto pastoral.

O Arcebispo destacou que o canto é um “importante meio de comunicação da mensagem do Evangelho”, e que Irmã Miria soube como ninguém evangelizar por meio da música, com um exemplo de simplicidade. Dom Odilo comentou que ela contribuiu para a formação das comunidades e paróquias e fez, em 2008, o hino do centenário da Arquidiocese de São Paulo.

 

Legado e personalidade

As pessoas que foram ao velório da Irmã expressaram admiração por tudo que ela realizou.

Para Dom Luiz Antônio Guedes, bispo de Campo Limpo, Irmã Miria foi uma “grande educadora do povo”.

Padre Rubens Cabral, OMI, coordenador da Conferência dos Religiosos do Brasil em São Paulo, destacou que a Irmã, com generosidade, soube chegar às comunidades de base. “Isso foi importante para pequenas comunidades, para dioceses distantes que tiveram nela um apoio e um suporte valioso”, afirmou.

Irmã Custódia Cardoso, CIIC, maestrina do Coral Palestrina de Apucarana, lembrou que a maior contribuição da Irmã Miria não foi com a música litúrgica, mas com a vida religiosa exemplar que levou. Já a Irmã Helena Corazza, paulina, disse que sempre admirou a “singeleza, criatividade e entusiasmo” da religiosa.

Padre Márcio Leitão, que conhecia a religiosa há mais de 30 anos, lembrou a colaboração dela na vida da Paróquia São José, onde ele é pároco atualmente, destacando, a partir da liturgia do Bom Pastor, que “ela também viveu o pastoreio dela”, junto à Igreja, à Congregação e ao povo de Deus.

O Sacerdote presidiu a última missa de corpo presente da Irmã, na Paróquia São José do Belém, no começo da tarde de domingo. Ao fim da celebração, antes da encomendação do corpo, as irmãs do Imaculado Coração de Maria fizeram homenagem a Irmã Miria, cantando uma composição de sua autoria, o hino dedicado ao Sagrado Coração de Maria, padroeira da Congregação.

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