No Rotary Club, Dom Odilo fala sobre o Sínodo para a Pan-Amazônia
Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, realiza palestra na Reunião Ordinária do Rotary Club de São Paulo, em 29 de maio
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foi convidado, em 29 de maio, para a 43ª Reunião Ordinária do Ano Rotário 2018-2019, do Rotary Club de São Paulo. A convite do presidente do Rotary Club, Luiz Álvaro de Menezes Filho, Dom Odilo ministrou uma palestra a respeito da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos deste ano, convocada pelo Papa Francisco, que acontecerá no Vaticano, com o tema “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”.
PRINCIPAIS TEMÁTICAS
Participarão do Sínodo os bispos e representantes dos nove países que constituem a chamada Pan-Amazônia – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e a Guiana Francesa (como território ultramar), envolvendo sete conferências episcopais.
Dom Odilo lembrou que o Sínodo será dividido em três temáticas principais, para que melhor se entenda o processo de evangelização e missão da Igreja na região. A primeira preocupação dos bispos são os povos nativos que vivem na Amazônia, como os ribeirinhos e os indígenas de muitos países que lutam para que sua cultura e costumes sejam preservados.
“O grande problema e preocupação na Amazônia são as populações espalhadas ao longo dos rios, que muitas vezes carecem dos recursos necessários para uma vida digna. Por isso, há atenção a essas populações, para que elas sejam igualmente integradas na sociedade”, disse o Cardeal.
CASA COMUM
A preservação da natureza e dos biomas da região que abrange a Amazônia, maior parte dela no Brasil, é o segundo ponto que será abordado no Sínodo Especial. O Cardeal comentou que a preocupação da Igreja com a natureza vem de muito tempo e está nos documentos dos últimos papas. Também lembrou que todos os cristãos devem se empenhar na preservação das obras de Deus.
“O Papa Francisco chama a natureza e o seu conjunto de ‘casa comum’, na qual todos nós vivemos. Por isso, essa casa comum deve ser vista como um espaço de responsabilidade comum, para que ela seja cuidada e preservada para nós e para as próximas gerações. Não seria justo usar a natureza como algo só para nós, sem pensar em quem vem depois”, afirmou.
O Sínodo seguirá as orientações dadas pelo Papa Francisco, sobretudo na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e na Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado da casa comum. O título da encíclica remete ao Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, no qual o santo louva o Criador pelas belezas da natureza.
MISSÃO DA IGREJA
O terceiro foco será o questionamento da própria Igreja em relação à sua missão na Amazônia, uma vez que a presença de missionários e sacerdotes na região data de muitos anos. O Arcebispo de São Paulo lembrou que a Igreja não pretende interferir em questões políticas, mas que ela, estando presente na região, não pode ficar indiferente ao que se passa na Amazônia.
“Na reunião, os bispos com o Papa se concentrarão sobre a nossa missão na Amazônia, questionando quais são os desafios, dificuldades e quais deverão ser as nossas prioridades”, comentou.