NACIONAL

Pan-Amazônia

No Rotary Club, Dom Odilo fala sobre o Sínodo para a Pan-Amazônia

Por Flavio Rogério Lopes
26 de junho de 2019

Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, realiza palestra na Reunião Ordinária do Rotary Club de São Paulo, em 29 de maio 
 

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foi convidado, em 29 de maio, para a 43ª Reunião Ordinária do Ano Rotário 2018-2019, do Rotary Club de São Paulo. A convite do presidente do Rotary Club, Luiz Álvaro de Menezes Filho, Dom Odilo ministrou uma palestra a respeito da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos deste ano, convocada pelo Papa Francisco, que acontecerá no Vaticano, com o tema “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”. 

PRINCIPAIS TEMÁTICAS 
Participarão do Sínodo os bispos e representantes dos nove países que constituem a chamada Pan-Amazônia – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e a Guiana Francesa (como território ultramar), envolvendo sete conferências episcopais.
Dom Odilo lembrou que o Sínodo será dividido em três temáticas principais, para que melhor se entenda o processo de evangelização e missão da Igreja na região. A primeira preocupação dos bispos são os povos nativos que vivem na Amazônia, como os ribeirinhos e os indígenas de muitos países que lutam para que sua cultura e costumes sejam preservados. 
“O grande problema e preocupação na Amazônia são as populações espalhadas ao longo dos rios, que muitas vezes carecem dos recursos necessários para uma vida digna. Por isso, há atenção a essas populações, para que elas sejam igualmente integradas na sociedade”, disse o Cardeal.

CASA COMUM
A preservação da natureza e dos biomas da região que abrange a Amazônia, maior parte dela no Brasil, é o segundo ponto que será abordado no Sínodo Especial. O Cardeal comentou que a preocupação da Igreja com a natureza vem de muito tempo e está nos documentos dos últimos papas. Também lembrou que todos os cristãos devem se empenhar na preservação das obras de Deus.
“O Papa Francisco chama a natureza e o seu conjunto de ‘casa comum’, na qual todos nós vivemos. Por isso, essa casa comum deve ser vista como um espaço de responsabilidade comum, para que ela seja cuidada e preservada para nós e para as próximas gerações. Não seria justo usar a natureza como algo só para nós, sem pensar em quem vem depois”, afirmou. 
O Sínodo seguirá as orientações dadas pelo Papa Francisco, sobretudo na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e na Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado da casa comum. O título da encíclica remete ao Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, no qual o santo louva o Criador pelas belezas da natureza.

MISSÃO DA IGREJA 
O terceiro foco será o questionamento da própria Igreja em relação à sua missão na Amazônia, uma vez que a presença de missionários e sacerdotes na região data de muitos anos. O Arcebispo de São Paulo lembrou que a Igreja não pretende interferir em questões políticas, mas que ela, estando presente na região, não pode ficar indiferente ao que se passa na Amazônia. 
“Na reunião, os bispos com o Papa se concentrarão sobre a nossa missão na Amazônia, questionando quais são os desafios, dificuldades e quais deverão ser as nossas prioridades”, comentou.

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