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INGLATERRA

Médico perde emprego por se recusar a usar pronomes ‘transgêneros’

Por Gustavo Catania Ramos
16 de outubro de 2019

Doutor David Mackereth é demitido do serviço de saúde por suas convicções religiosas

No dia 3 deste mês, um tribunal inglês afirmou que a visão bíblica e cristã acerca do sexo é “incompatível com a dignidade humana”, em causa trabalhista movida pelo doutor David Mackereth, que foi demitido do serviço de saúde público inglês em junho deste ano por se recusar a usar os pronomes de homens “transgêneros”. 


Segundo a decisão, “a crença no Gênesis, a falta de crença no transgenerismo e a consciente objeção ao transgenerismo, a nosso ver, são incompatíveis com a dignidade humana e contrariam os direitos fundamentais de terceiros que se consideram transgêneros”. 


O doutor David Mackereth, um batista reformado que trabalhou por décadas no Serviço Nacional de Saúde inglês, estava em treinamento para assumir a função de assessor de pessoas com deficiência no Departamento do Trabalho e de Pensões, na cidade de Birmingham. Em junho de 2018, em uma sessão de treinamento, afirmou que não iria se referir a um homem como a uma mulher. 


Os seus instrutores afirmaram, então, que devido a uma lei de 2010, todos os médicos são obrigados a se referir ao paciente pelo pronome que este preferir. Mackereth respondeu que não poderia “usar os pronomes dessa forma em boa consciência”. Disse, ainda, que seria irresponsável para um médico “acomodar ou encorajar uma personificação do paciente no sexo oposto”. 


Logo após sua demissão, ele propôs a ação trabalhista, com base na discriminação que sofreu devido à sua crença religiosa. O médico alegou, também, que seus direitos de liberdade de pensamento, de consciência e de religião foram desrespeitados. 


O tribunal, apesar de reconhecer o direito do médico de professar a fé cristã, afirmou que ele não poderia manifestá-la enquanto atuasse como médico. Diante da decisão, Mackereth disse que seus 30 anos de experiência médica “são agora considerados irrelevantes comparados com o risco de alguém se sentir ofendido”. Lembrou, ainda, que a integridade moral e intelectual é essencial para o bom exercício da medicina. 


O médico pretende recorrer da decisão. “Acredito que tenho de recorrer para lutar pela liberdade dos cristãos de dizer a verdade. Se eles não puderem fazer isso, a liberdade de expressão morreu neste país, com sérias consequências na prática médica no Reino Unido”, afirmou, logo após a decisão. 
 

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