River Plate é campeão da histórica e conturbada edição da Libertadores

Por
12 de dezembro de 2018

Em 1958, o brasileiro José Ramos de Freitas, então presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), pensou na criação de uma competição sul-americana que abrangesse os times campeões nacionais. Em 1959, em Buenos Aires, na Argentina, após o 30º Congresso Ordinário da Conmebol, foi criada a Copa dos Campeões da América. O torneio foi rebatizado em 1965 de Copa Libertadores da América, em homenagem aos líderes das independências das nações sul-americanas. Desde então, a competição teve vários formatos, contudo nunca na história um troféu de campeão foi erguido fora do continente americano.

 

FINAL EM MADRI

Em seus 58 anos de história, entre as edições mais recentes da Libertadores, nenhuma foi tão conturbada quanto esta. Jogadores escalados irregularmente, uso do árbitro de vídeo e a não utilização do mesmo critério para punições em casos parecidos marcaram a edição de 2018 da competição. A grande final seria disputada do dia 24 de novembro, em Buenos Aires, o que não aconteceu. Naquela tarde, deveria ser realizado o segundo jogo da decisão, mas não houve partida porque a torcida do River atirou pedras, paus e garrafas contra o ônibus do Boca Juniors na chegada ao estádio Monumental de Núñez. 

O Presidente da Fifa, Gianni Infantino, acompanhou de perto e esteve no estádio durante a confusão que adiou o jogo. O mandatário transferiu para a Conmebol a responsabilidade, na pessoa de seu presidente, Alejandro Dominguez, de decidir onde seria a grande final. Infantino ainda lamentou o ocorrido e repudiou o pedido de ambos os clubes para cancelar a partida, caso não fosse disputada na Argentina: “A bola não pode parar, temos todos que pensar como poderemos dar condições para o jogo”, limitou-se a dizer Infantino, durante atividades relacionadas à cúpula do G20, na capital argentina.

 

RIVER TETRACAMPEÃO 

Depois de muita confusão, a final foi disputada em Madri, na Espanha, no Estádio Santiago Bernabéu, mesma cidade em que será a decisão da Liga dos Campeões de 2019. Os finalistas da competição sentiram a mudança drástica entre o verão da América do Sul e o inverno europeu. 

O vencedor finalmente foi conhecido no domingo, 9: o River Plate, que conseguiu uma virada histórica. No fim do primeiro tempo, Benedetto, um dos nomes decisivos do Boca, abriu o placar. Na segunda etapa, Lucas Pratto empatou e levou o duelo para a prorrogação, uma vez que o primeiro jogo disputado na Bombonera, no dia 11 de novembro, terminou com o placar de 2 a 2. O tempo extra começou a todo vapor. No primeiro minuto, Barrios foi expulso por uma entrada em Palacios. 

O River virou o placar com um gol de Quintero. Pity Martínez fechou o resultado, levando o River ao quarto título continental. De quebra, a equipe ainda representará a América do Sul no Mundial de Clubes da Fifa, que tem início na quarta-feira, 12.

 

COMO FICA A LIBERTADORES?

A Libertadores 2019 vai ganhando formato com o fim dos campeonatos nacionais na América do Sul. Restam apenas três vagas das 47 totais, e uma delas pode ser do Atlético Paranaense, que disputa a final da Copa Sul-Americana na quarta-feira, 12, na Arena da Baixada, em Curitiba (PR). Os brasileiros já garantidos na fase de grupos são Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo, Internacional e Grêmio.

A partir de 2019, a final da Libertadores passará a ocorrer em um jogo único e em campo “neutro”. A cidade de Santiago, no Chile, foi escolhida para sediar a primeira decisão no novo formato. O jogo será no Estádio Nacional, que costuma acolher a Seleção Chilena.

(Com informações de Folha de S. Paulo e Globoesporte.com)
 
 

LEIA TAMBÉM: ‘Dando o sangue’ pelo time fora de campo

Comente

Libertadores 2017 é edição mais brasileira da história

Por
27 de março de 2017

Avança à fase de grupos o campeonato mais disputado e mais latino das Américas. A Copa Libertadores 2017 é a edição mais brasileira dentre as 58 já realizadas, reunindo oito times do Brasil: Palmeiras, Santos, Flamengo, Atlético Mineiro, Grêmio, Chapecoense, Botafogo e Atlético Paranaense, os dois últimos após terem passado por duas fases da pré-Libertadores.

Os jogos da fase de grupos começam na próxima terça-feira, 7, e os primeiros times brasileiros em campo serão a Chapecoense, que enfrentará o Atlético Zulia, no México, e Atlético Paranaense, que receberá o Universidad Católica, em Curitiba (PR). Os dois times paulistas na competição estreiam nos dias seguintes: na quarta-feira, 8, o Palmeiras vai à Argentina enfrentar o Atlético Tucumán; e na quinta-feira, 9, o Santos jogará contra o Sporting Cristal, no Peru.

Destaques

Olhos atentos para a equipe boliviana The Strongest, que passou com tranquilidade para a fase de grupos aplicando duas goleadas (4 a 0 e 5 a 0) sobre o Montevideo Wanderers e sobre o Unión Española, respectivamente. O The Strongest, que está no mesmo grupo que o Santos, conta com os dois artilheiros até agora da Libertadores: o volante Chumacero, com quatro gols, e o atacante Pablo Escobar, com três gols.

Atual campeão brasileiro, o Palmeiras preparou seu elenco com foco para a disputa da Libertadores, almejando repetir o título conquistado em 1999. É verdade que o time não está com o mesmo futebol que apresentou em 2016, então sob o comando do técnico Cuca. O elenco sofreu alterações – a principal delas, a transferência do atacante Gabriel Jesus para o Manchester City –, mas o clube procurou contratar jogadores experientes, como Alejandro Guerra e Michel Bastos. Além disso, a equipe conta com o experiente Zé Roberto.

A equipe colombiana do Atlético Nacional caiu nas graças de todos da América do Sul após demonstrações de solidariedade à Chapecoense no ano passado, permitindo, inclusive, que a equipe de Santa Catarina ficasse com o título da Copa Sul-Americana. No entanto, “amigos, amigos, negócios à parte”. Hoje, o Atlético Nacional, por ser o atual campeão da Libertadores, é o time a ser batido.

'Grupo da morte'

Apesar de o Flamengo ter escapado das fases preliminares da Libertadores, pois encerrou o Brasileirão 2016 em terceiro lugar, não se livrou de um dos grupos mais difíceis do torneio, o chamado “grupo da morte”. O Mengão está ao lado do Atlético Paranaense, no grupo 4, e ainda terá pela frente o San Lorenzo, da Argentina, e o Universidad Católica, atual campeão chileno.

Já o Grêmio, comandado por Renato Gaúcho, e o Atlético Mineiro, por Roger Machado, estão em grupos mais tranquilos. O time gaúcho tem pela frente o Zamora, da Venezuela, o Guaraní, do Paraguai, e a equipe chilena Deportes Iquique. Os mineiros se encontrarão com o Godoy Cruz, da Argentina, com o Libertad, do Paraguai, e com o Sport Boys, da Bolívia.

História da Libertadores

Em homenagem aos três principais líderes da independência dos países da América do Sul, dentre eles D. Pedro I, Simón Bolivar e José de San Martín, o nome “Libertadores” alude às independências e, portanto, liberdades conquistadas pelos sul-americanos em relação aos países europeus.

A Libertadores é a principal competição futebolística entre clubes da América do Sul, caracterizada por elevado nível técnico, emoção, “coração no bico da chuteira” e, claro, pela tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina.

Criada em 1960, ainda que com outro nome, o campeão da Libertadores, até o ano de 2004, disputava – em no máximo dois jogos – contra o campeão europeu da Ligas dos Campeões, a Copa Intercontinental. Foi a partir de 2005, ano que rendeu título ao São Paulo, que o campeão da Libertadores passou a disputar a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, a qual reúne, em um breve torneio, os campeões continentais e um clube representante do país sede do Mundial.

O clube argentino Independiente, que não disputa a Libertadores deste ano, é o maior vencedor da história do torneio e o único a conquista-lo por quatro vezes consecutivas (1972, 1973, 1974 e 1975), colecionando, no total, sete troféus. Para este ano, o time a ser batido é o colombiano Atlético Nacional, atual campeão.

Comente

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.